A carreira da Britney Spears teve duas fases: pré-meltdown e pós-meltdown. Nesse post, vou analisar apenas o que aconteceu depois que a cantora finalmente foi interceptada, internada, posta em conservatorship (o pai dela está completamente em controle das contas dela, etc. Ela não pode nem assinar um cheque) e relançada no mundo pop.
Vamos por partes: o conservatorship parece cruel mas é fácil entender o porque a justiça foi convencida de que ele era necessário. Sim, é triste que uma mulher de 29 anos não tenha mais controle sobre sua vida e não possa nem sequer dirigir seu próprio carro. Mas todo mundo viu o teatro dos horrores que foi a vida de Britney em 2007 onde ela colocou, diariamente, a sua vida e a de outros em perigo. É óbvio que a cena mais lembrada foi a dela raspando a cabeça e atacando o carro de um fotografo com um guarda-chuva mas tudo que estava acontecendo naquele período foi trágico: ela saía pelas ruas dirigindo de maneira irresponsavel, suja e vestida de trapos velhos; tinha uma relação bizarra com os paparazzos; parecia estar sempre delirando e era empresariada e vivia com um rapaz de passado extremamente duvidoso, Sam Lufti, que deixava o circo pegar fogo, a vendia para sites de fofoca e a drogava.
Em janeiro de 2008, Britney se trancou no banheiro da mansão em que vivia com seus dois filhos, recusando a devolve-los para os representantes de Kevin Federline, o pai das crianças e o detentor da guarda. A polícia e para-médicos tiveram que intervir e a cantora foi levada para o hospital para uma avaliação mental amarrada a uma maca.
Spears foi internada num hospital psiquiátrico. Ao sair de lá, o pai dela ficou responsável pelas suas finanças e Larry Rudolph e Adam Lamber, os seus empresários nos tempos de ápice, retomaram as rédeas de sua carreira. Uma restraining order proibindo Sam Lufti de chegar perto da cantora foi decretado pela justiça.
Britney Spears em seu ápice
Rapidamente, porém, Britney foi domada. O público não ficou sabendo de mais nenhum protesto da cantora contra o que a justiça tinha determinado.
Em março, um mês desde sua saída do hospital, Britney e seus empresários estavam determinados a mostrar que a cantora estava feliz, saudável e sóbria. Para isso, foi decidido que ela faria uma participação especial no sitcom How I Met Your Mother. A aparição de Spears fez com a aclamada comédia alcançasse recorde histórico de audiência.
Em setembro, Britney estava de volta aos VMAs, palco das apresentações mais memoráveis de sua carreira: a falsa strip tease ao som de Satisfaction em 2001, ano que ela completou 18 anos; a performance de I'm a Slave 4 U com a cobra no pescoço em 2002; o beijo em Madonna em 2003 e, é claro, a humilhante performance de Gimme More em 2007, a apresentação que provou ao mundo o que todo mundo temia: a Britney como nós a conhecíamos não existia mais, nem mesmo no palco, seu habitat natural.
Um ano depois da vergonhosa performance, ali estava Britney novamente. Pela primeira vez em três anos, seus cabelos estavam limpos, a tintura loura estava em dia e suas extensões estavam perfeitas. Ela não cantou porém abriu o programa interagido numa sketch com o ator e comediante Jonah Hill e, como prova de que ela realmente estava de volta, ganhou todos os prêmios da noite: Best Female Video, Best Pop Video e Video of the Year.
É claro que a vitória de Britney foi uma jogada de marketing. Uma que não teve nem sequer uma gota de espontaneidade. Não só pelo fato de que o vídeo em questão era Pieces of Me, um dos menos memoráveis da carreira de Spears (diferente da música, essa sim bastante boa), mas também porque Britney ainda não tinha provado que tinha voltado.
Algumas semanas depois dos VMAs, Spears fez uma aparição especial no show de Madonna no Dodgers Stadium em Los Angeles e Womanizer, o primeiro single de seu sexto álbum, Circus foi lançado.
Em novembro, Britney: For the Record foi ao ar na MTV. O especial prometia "responder todas as perguntas" e o objetivo era claro: address o meltdown UMA vez e daí seguir em frente, sem precisar tocar no assunto novamente.
É óbvio que o documentário em questão não chegou nem perto de responder as perguntas. Verdade que, para um especial patrocinado pela Linha de Perfumes Britney Spears e que tinha como produtor executivo o empresário da moça, For the Record era surpreendentemente honesto: Britney deixava escapar algumas lágrimas enquanto afirmava que não ter mais controle sobre sua vida a deprimia enormemente e que seu dia a dia parecia Groundhog Day (Feitiço do Tempo, o filme que um repórter acorda sempre no exato mesmo dia).
O filme termina não deixando duvida que, mais do que responder questões, o documentário é um anúncio de 90 minutos do novo CD da cantora. A cena final mostra Britney filmando o vídeo de Circus na frente de uma cascata de fogos enquanto Andrew Fuentes, seu coreógrafo de anos, dá seu depoimento: ele afirmava que, naquele dia, pela primeira vez desde que voltou a trabalhar com Spears, tinha visto o característico brilho no olhar da cantora e finalmente estava convencido que ela realmente estava de volta.
VMA de 2007 e de 2008: a diferença que um ano faz
Entre novembro e dezembro, Britney rodou o mundo para promover Womanizer. A primeira parada foi na Alemanha, onde ela cantou a música nos prêmios Bambi. Depois, na França, ela se apresentou no programa Star Academy antes de encerrar a promoção européia em Londres, no The X Factor. Nos EUA, ela apresentou Womanizer e Circus no Good Morning America e depois embarcou para Tokyo, para mais duas apresentações na TV.
As apresentações deixavam claríssimo que Britney não estava de volta. Antes, Britney tinha coreografias energéticas que ela executava com perfeição e muita sensualidade. As performances de Britney de Womanizer não tinham uma gota de energia e a única parte do corpo que a cantora parecia mexer eram os braços. Os olhos da cantora, antes sempre encarando a câmera de maneira confiante e sedutora, estavam completamente mortos e ela parecia perdida.
Ao ser perguntada o que achou dos participantes do X Factor, Britney respondeu que ela adorava os fãs e estava feliz em estar em Londres. Na Alemanha, Karl Largerfield, o legendário estilista responsável pela Chanel, entregou um prêmio para a cantora e fez um longo e entusiasmado discurso a comparando a um fênix que renasceu das cinzas. Tremendo e claramente querendo sair do palco o mais rápido possível, Spears agradeceu antes de cair fora em velocidade assustadora. O mesmo aconteceu alguns meses mais tarde, no Teen Choice Awards, quando Miley Cyrus entregou um Lifetime Achievement Award para a cantora.
Eram poucas as diferenças entre as apresentações de Britney durante a era Circus e a catastrófica performance nos VMAs de 2007: a produção em torno da cantora era melhor, o figurino era mais flattering e o playback era ligeiramente mais sincronizado. Porém, quando o assunto era a cantora, tudo parecia igual: nenhuma energia, pouquíssimos movimentos e comprometimento perto de zero.
Primeiras capas de Britney pós-meltdown: otimismo
Apesar disso, mostrando a força que o nome Britney Spears carrega, The Circus Tour teve 53 shows esgotados nos EUA, oito no Canadá, 22 na Europa (8 deles em Londres) e 14 na Austrália e um rendimento total de 132 milhões de dólares.
Alias, a letra da música que dá título ao álbum e a turnê é tão longe da realidade que chega a ser cruel: I'm like a ringleader/I call the shots, cantava Britney, enquanto ela não tinha nenhuma autonomia na vida.
Em outubro, Three, um single que fazia parte de uma nova coletânea, foi lançada. Enquanto nos vídeos de Womanizer e Circus, Britney parecia ter alguma vida dentro dela, no clipe mais recente parecia que ninguém nem fez esforço para extrair alguma animação da cantora.
Britney fantasiada de ringleader: a realidade é outra
Britney parecia estar mais "guardada" do que nunca. Para promover Circus, ela apareceu na capa da Glamour e da Rolling Stone. Ambas as revistas tiveram que ter suas perguntas pré-aprovadas e os únicos assuntos permitidos eram o atual CD e a relação dela com seus filhos. Em nenhum momento, Britney foi deixada a sós com o jornalista, sempre acompanhado do empresário. Mas, pelo menos, as revistas tiveram acesso a Britney de carne e osso, algo cada vez mais impossível.
Em janeiro desse ano, Britney reapareceu com o primeiro single do seu novo álbum, Hold It Against Me.
Quando a música foi lançada, a histeria foi gigantesca. Por uma semana. Depois, o single foi esquecido. Compreensível, afinal Spears não parecia nem um pouco disposta a promovê-la. Entre janeiro e fevereiro, a quantidade de entrevistas televisivas ou de rádio que Britney deu para promover o single foi zero. Fotografada por Mario Testino, ela apareceu na capa de mais uma publicação cool de moda, V, que, novamente, só pode entrevista-la por e-mail. Tirando isso, toda a promoção foi feita através do Twitter (que, claramente, não é nem escrito por ela).
Britney em 2010: distância e desanimo
Com Hold It Against Me esquecido, o segundo single, Till the World Ends, foi lançado. E, para promovê-lo, foi decidido que ela daria uma raríssima entrevista de rádio para o programa de Ryan Seacrest. É claro que as questões tiveram que ser pré-aprovadas, a entrevista pré-gravada e, não só isso, os empresários de Britney exigiram a fita para que eles pudessem edita-la como preferissem antes do programa ir ao ar.
É claro que isso nunca foi disclosed pela equipe de Britney que, no dia da entrevista, supostamente tweetou "acordei cedo e estou a caminho do programa do Ryan Seacrest. Meio cansada mas MUITOOOOO animada".
As exigências da equipe de Britney só se tornaram públicas quando Carson Daly, outra personalidade estado-unidense com um programa de rádio, tweetou incomformado que ele tinha recusado entrevistar a cantora depois de descobrir que a fita da gravação teria que ser entregue e poderia ser editada.
Alguns dias depois, Britney gravou, em São Francisco, a sua performance para o programa matinal Good Morning America. O GMA é gravado em NY mas a apresentação foi mudada para a Bay Area californiana por dois motivos: primeiro que, pelo fuso horário, isso obrigaria a performance a ser pré-gravada. Em segundo lugar, porque num mundo onde Gaga foi coroada a maior ativista gay do momento e o rosto do movimento LGBT, a equipe de Spears queria reestabelecer a imagem da cantora como diva gay e que lugar melhor do que isso do que a cidade mais homossexual dos EUA, San Francisco (como se isso não fosse o suficiente, a apresentação estava prevista para ser ao ar livre no bairro gay Castro mas, por causa de chuva, teve que ser mudado para um auditório fechado).
Até agora, olhando todas as apresentações, não tivemos UMA indicação sequer de que Britney QUER continuar sua carreira. Não tivemos NADA que aquiete nossos medos de que ela é vítima de um grupo de pessoas que lucram horrores através dela. Ela continua letárgica, com os olhos mortos e não interagindo com o público.
Outras aparições de Britney estão previstas ao longo da semana: ela se apresentará hoje, a meia-noite, no Jimmy Kimmel e será homenageada no dia 3 no Kids' Choice Awards da Nickelodeon. Ela também gravaria alguns sketches com a Ellen e se apresentaria no programa mas isso foi cancelado por algum motivo.
As probabilidades de que Britney mostre qualquer sinal de vida durante essas futuras apresentações são quase nulas. Por tanto, só nos resta torcer que ela não esteja sendo manipulada e lembrar de tempos melhores. E torcer para que, eventualmente, ela recupere alguma liberdade.
O comeback de Britney
Os passos do management de Spears para provar ao mundo que ela está bem
- Mostrar que ela está de volta mais forte do que nunca. Num move que soou desonesto, Britney varreu os VMAs de 2008, marcando seu retorno "triunfal" ao mundo pop.
- She call the shots. Apesar do conservatorship que a proíbe de ter qualquer controle sobre sua vida, o tema do single Circus e da turnê de promoção era uma Spears como uma ringleader com paixão para entreter. Não convenceu.
- Ela é uma boa mãe. O amor de Britney pelos seus filhos é uma das poucas coisas genuínas na vida da cantora mas, ao longo dos últimos anos, muita polêmica foi criada em relação as habilidades de Spears como mãe. Nessa nova fase, o management dela está disposto a mostrar ela como uma mãe capaz: maternidade foi o unico assunto permitido nas entrevistas de Britney ao longo de 2008 e 2009 e ela apareceu com Jayden e Sean Preston na capa da revista Elle.
- Ela tem um relacionamento amoroso estável. Na primeira entrevista pós-meltdown de Britney, para a Rolling Stone, o empresário da cantora deixou claro qual era o próximo passo da carreira dela: arranjar um namorado. "Britney é uma garota que gosta de relacionamentos", ele disse e a própria Spears afirmou estar sendo set up em vários encontros. No fim, ela acabou sendo arranjada com seu agente, Jason Tranwick. Ao longo do namoro, Jason secou de maneira assustadora (antes; depois) e as férias dos dois no Hawaii foi fotografada em detalhes (propositalmente?).
- Ela ama os gays. Para provar isso, foi marcada uma performance gratuita no bairro gay Castro na cidade mais homossexual dos EUA, San Francisco, e ela apareceu na capa da revista OUT.
- Britney is back and better than ever, bitch. Essa foram as palavras do assessor de imprensa que se passa por ela nas entrevistas por e-mail que ela tem dado. Nada que prove que essa afirmativa é verdadeira até o momento. O brightside disso tudo? Pelo menos a música continua boa.
olhaa aqui britney pode ser problematica mais por isso que ela tem dinheiro vcs retardados dao ibop pra elaa entao por que vc nao cala essa boca e vai se preocupar com a sua vidaa que pelo visto ta pessima.
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