Eu sou um gigantesco fã de cultura pop. Mas se tem uma coisa que eu não curto é boybands. Don’t get me wrong, eu posso até gostar de uma música ou outra dos N Sync ou do JLS mas boybands em geral me repugnam. Eu odeio a idéia, odeio a imagem, odeio os empresários sketchy e pedófilos por detrás.
Então, foi uma surpresa — pra mim mesmo — acabar como o maior stan do planeta terra do Take That. Como isso aconteceu?
Eu já tinha ouvido falar deles, é claro. Afinal, todo mundo sabe que o Robbie Williams, o maior cantor pop da decada passada, tinha feito parte do grupo.
Eu lembro quando eles anunciaram o retorno. Eu lembro da reação eufórica na Grã-Bretanha. Eu lembro que eu fiquei meio irritado: urgh, porque diabos esse bando de has-been do inicio dos anos 90 estão quebrando recordes? E porque eles estão ofuscando o retorno da única pop band que importa, as Spice Girls? Eu lembro de ir no Youtube ouvir Patience e Shine e não ficar nem um pouco impressionado.
Daí, depois de uns 3 anos com eles no topo, inclusive superando as vendas deles nos anos 90 e sendo elogiados nonstop por todos, eu resolvi set the record straight e ir conferir qual era da hype. Ao invés de tentar de novo ouvir as músicas, eu resolvi ir ver o DVD da turnê Beautiful World. Quando as 2 horas de show acabaram, eu estava completamente impressionado.
Chamar eles de boyband é injusto. Eles totalmente transcederam esse rótulo. Eles são pop royalty e todo mundo, do Chris Martin até o Paul McCartney, os admira. Eles escrevem e compõe as próprias canções, eles cantam e dançam muito bem, eles se mantiveram em super forma ao longo dos anos, as músicas deles são pop da maior qualidade, as vozes são muito boas, etc. etc. etc.
Então a grande notícia da semana para mim foi o fato do Robbie Williams ter voltado para a banda.
E eu não gostei nem um pouco.
Primeiro que parece oportunista. Para quem não sabe, Robbie saíu da banda em 1994, dois anos antes da banda encerrar as atividades oficialmente (ainda no topo, alias) e, depois, se transformou no maior cantor pop do planeta. Ele quebrou recordes de venda na Europa e conquistou mercados que o Take That nunca conseguiu penetrar: Argentina, Mexico, Africa do Sul. O único lugar que Robbie não explodiu — e ele diz que foi por decisão própria (e, por mais que eu o odeie, eu acredito) — foi os EUA.
Durante todo esse tempo, ele nunca parou de jogar sal na ferida dos outros quatro membros do Take That, que nunca conseguiram emplacar carreira solo. Ele riu da cara deles, ele repetiu inumeraveis vezes que sair da banda foi a melhor decisão da vida dele, etc.
Depois de uma decada falando mal da banda, o primeiro passo de reaproximação foi dado em 2005 quando Robbie aceitou aparecer num especial de televisão que anunciaria o retorno, depois de quase 10 anos, do Take That. Apesar de, no especial, os quatro membros se reunirem pela primeira vez desde a separação, Robbie não foi ao encontro de seus bandmates. Ele apareceu, porém, via gravação pedindo desculpas.
Após o especial, a briga entre a banda e ele pareceu se acalmar. O Take That voltou mais fortes do que nunca, quebrando todos os recordes (inclusive os de Robbie). Já Williams foi para rehab e passou anos fora do holofote.
Finalmente, em 2009, Robbie voltou a ativa com um novo CD, Reality Killed the Video Star. E, apesar de vendas altas (afinal, o nome dele já é o suficiente para vender MUITO), ele não conseguiu superar o sucesso do Take That que, no mesmo ano, tinha vendido 2 milhões de cópias de seu álbum e embarcado na turnê mais bem sucedida da história da Grã-Bretanha.
O star power de Robbie Williams estava diminuindo. No Reino Unido, Robbie — antes uma das celebridades mais amadas e discutidas — estava se tornando cada vez mais irrelevante. Aparições em todos os programas mais vistos do país (inclusive na final do The X Factor, que catapulta as vendas de QUALQUER pessoa), homenagem no BRIT Awards, promoções em tudo quanto é canto não foram o suficiente para fazer com que o CD dele ultrapassasse 1 milhão de cópias na Grã-Bretanha. Sim, ele continuava um dos artistas de maior sucesso. Mas ele não estava mais no topo.
Então me pareceu completamente oportunista a volta de Robbie para o Take That. Agora, de novo, a imprensa está enlouquecida com ele. Mas os outros quatro membros NÃO PRECISAVAM DISSO. Sim, eles vão ganhar MUITO dinheiro. Mas ele JÁ TINHAM muito dinheiro. Eles JÁ TINHAM a turnê mais bem sucedida de todos os tempos da Grã-Bretanha. Eles, como um quarteto no século 21, tinham ultrapassado a popularidade avassaladora deles no começo dos anos 90, como um five-piece.
É claro que todo mundo sabia que essa reunião estava por vir: Robbie já tinha sido fotografado saindo de um estudio em NY onde os outros quatro estavam gravando. No fim do ano passado, os cinco apareceram juntos pela primeira vez cantando Hey Jude com o Paul McCartney num programa de caridade da BBC. Faz um mês, Robbie anunciou que lançaria um dueto, Shame, com Gary Barlow, o líder do Take That, com quem ele havía tido uma briga ferrenha.
Mas enfim, mesmo sabendo que ela estava por vir, a notícia não me empolgou nem um pouco.
O que me empolgou — e muito — foi o fato deles estarem lançando novo material. Então eu vou relevar a presença do Robbie e vou torcer para que tudo de certo.
O que me preocupa, francamente, é a dinâmica deles — perfeita — ser abalada pela presença de Williams. Além disso, conseguir ingresso para a nova turnê deles vai ser impossível. Quer dizer, impossível sempre foi. Agora, com a presença de Robbie, vai ser MUITO mais que impossível. Oh well, I’ll do what I have to do.
LANÇEM LOGO O NOVO SINGLE E AS DATAS DA TURNÊ SEUS ESCROTOS.
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