Ainda vivo, mas em novo endereço
:)
Tá causando!
Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.
domingo, 25 de janeiro de 2015
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
Os novos Kardashians?
Esses barbudos ai de cima tem pouco em comum com as Kardashians e sua sensualidade californiana. Porém, desde que Kim & co. transcenderam as telas da televisão e criaram um império, não se vê uma família desatar tamanho fenômeno. Em muitos sentidos, os Robertsons já superaram as irmãs K. Mas quem são eles? De onde surgiram? (#GloboReporter)
A família Robertson foi apresentada ao público -- onde mais? -- num reality show. Eles operam um negócio familiar, Duck Commander, que comercializa produtos para caçadores de pato, tendo como carro chefe um duck call inventado pelo patriarca da família, Phil. Junto a sua fiel esposa Kay, ele teve cinco filhos que os ajudaram a transformar a empresa familiar num negócio altamente lucrativo, deixando-os ricos. O reality show, Duck Dynasty, mostra o cotidiano da enorme família, com foco em Phill; o seu irmão, Uncle Si e dois dos filhos mais envolvidos na Duck Commander, Willie, o CEO da empresa, e Jase, responsável por fabricar os produtos. Além dos quatro, várias esposas, filhos e netos integram a família, que representa bem o estereótipo de família caipira/conservadora sulista. Ilustrando bem a vibe do programa e de seus espectadores, todo episódio termina com a família inteira rezando, reunida em volta de um farto jantar preparado pela matriarca Kay.
A camaradagem e o senso de humor da família, combinado com os valores que refletem uma parcela gigantesca da população que não se vê representado na TV com frequência, fez de Duck Dynasty um gigantesco fenômeno. A estreia da quarta temporada, em agosto, atraiu 11.8 milhões de espectadores, se transformando no programa de não-ficção mais visto da história da TV a cabo e superando todas as ofertas da TV aberta do dia.
Porém, mais do que um fenômeno na televisão, o programa conseguiu transcender a tela e se transformar numa franquia de produtos que, só em 2013, irá lucrar mais de 400 milhões de dólares. Entre numa gigantesca de varejo nos EUA, principalmente no sul e nas regiões rurais, e você comprovará que, atualmente, não existe marca mais poderosa no país do que os Robertson
A camaradagem e o senso de humor da família, combinado com os valores que refletem uma parcela gigantesca da população que não se vê representado na TV com frequência, fez de Duck Dynasty um gigantesco fenômeno. A estreia da quarta temporada, em agosto, atraiu 11.8 milhões de espectadores, se transformando no programa de não-ficção mais visto da história da TV a cabo e superando todas as ofertas da TV aberta do dia.
A família reunida |
Foi no Wal-Mart, a maior rede de varejo do planeta, responsável por 25% das vendas totais de bens de consumo nos EUA, que a família mostrou seu verdadeiro poder de venda. A loja se deu conta que a família poderia ir além da televisão quando uma camisa gráfica com os quatro Robertsons principais se transformou no produto de vestimenta mais vendido da loja ao longo de 2012. Na época, a linha de produtos baseados na família e no programa estavam disponíveis em seis departamentos da rede; hoje em dia, todos os departamentos das 2.800 WalMart dos EUA estão cobertos de buginganga com os Robertson estampados, indo de DVDs a bandagens anti-bacterianas, passando por brinquedos, linha de roupa, roupa de cama, fantasia para cachorro, sacos de dormir, video games, toalhas de praia, CDs, brinquedos, tapetes, jogos de tabuleiro, charutos, cartões comemorativos, decoração de festa, óculos escuro, relógios, headphones, pendrives, aparelhos de som, bicicletas, itens de papelaria e milhares de outros produtos pertencentes a quase qualquer categoria imaginável. Em novembro, uma linha de maquiagem e de vinho baseados no programa foram postas a venda. Uma campanha televisiva, que anuncia a onipresença de produtos Duck Dynasty nas prateleiras das lojas, está atualmente sendo veiculada. A quem diga que é mais fácil encontrar produtos dos Robertson nas prateleiras da loja do que outras figurinhas carimbadas dos produtos licenciados como Bob Esponja, Barbie, Monster High ou Disney.
É verdade que o público da Wal-Mart, a líder incontestável do varejo mundial e um fenômeno de consumo sem igual nos EUA, reflete perfeitamente o público de Duck Dynasty (interiorano e conservador) mas o sucesso dos produtos é tão gigantesco que as outras gigantescas do varejo também estão se rendendo: a Target, outra big box store com um ar mais cool e urbano que a Wal-Mart, também oferece centenas de produtos Duck Dynasty e a Kohl's, a segunda maior loja de departamento do país, tem uma linha exclusiva de produtos baseada no programa e na família. Entre numa petshop e você irá encontrar uma linha de brinquedos (e fantasias) para cachorros baseado no programa. Entre numa Bed, Bath & Beyond e você encontrará cortinas de chuveiro com eles estampados. Até a rede de lojas de roupa para garotas pré-adolescentes, Justice, tem uma linha de camisetas Duck Dynasty. Isso sem falar a infinidade de produtos que você pode comprar online no Amazon ou, melhor ainda, no site oficial da empresa da família. E claro, pacotes de até 2 mil dólares também estão disponíveis para o Duck Commander Cruise, onde você poderá ver as estrelas do programa ao vivo (ou não. Os de 2014 já estão esgotados).
Os Robertson são um fenômeno tão gigantesco que eles invadiram até o mercado musical. Duck the Halls, um CD com sucessos natalinos cantado pelos integrantes da família, já obteve disco de ouro e ultrapassou 600 mil unidades vendidas desde seu lançamento, no final de outubro. Já Sichology, um livro baseado nos bordões do Uncle Si, também é um dos maiores sucessos editoriais do ano, com 700 mil cópias impressas enquanto The Duck Commander Family, escrito por Willie, já ultrapassou 1 milhão de unidades. Alias, a rede de livrarias Book-A-Millions notou um apetite tão gigantesco pelos livros que displays em todas as suas lojas vendem não só o livro mas também blusas, artigos de papelaria, bonés e outras bugingangas da família. Parece que nenhuma loja dos EUA quer ficar de fora do sucesso de consumo do ano.
Michael Stone, CEO da agência de licenciamento Beanstalk, acredita que, pelo menos quando o assunto é produtos licenciados, Duck Dynasty é um fenômeno com data de validade. Em entrevista a Forbes, ele compara o boom atual com o desenho animado South Park. Apesar de South Park ainda ser um sucesso televisivo, com episódios inéditos sendo uma das maiores audiências do Comedy Central, o apetite por merchandising baseado no programa é baixo. Isso é um contraste gigantesco com o final dos anos 90, quando South Park era a marca mais desejada do momento e a demanda era tanta que as lojas tinham dificuldade de manter seus estoques.
"Em Duck Dynasty, eles rezam no final de cada episódio. Isso é muito Middle America e é algo que ressoa enormemente com os consumidores da Walmart, o consumidor rural. Eles são o American dream, virando milionários através de trabalho árduo. Mesmo assim, as pessoas que ganham um salário minimo se identificam enormemente com eles", sintetiza Charlie Anderson, CEO da agência de marketing de varejo Shoptology.
Mas Anderson já previa que lidar com personalidades, principalmente personagens tão polarizantes, tinha seus perigos. E ninguém é um melhor exemplo disso que a cozinheira Paula Dean que, assim como os Robertson, criou um império baseado em sua imagem sulista. Porém, o império de Paula came crashing down quando Deen admitiu, em tribunal, que ela tinha usado um xingamento altamente racista nos anos 80. A revelação fez com que ela perdesse seus programas no Food Network e centenas de milhões de dólares em endorsement deal, com o Walmart, a Target, Kmart, a rede de farmácias QVC, as lojas de departamento JCPenneys e Sears, a editora Ballentine Books entre várias outras.
E claro, todo mundo sabia que, mais cedo ou mais tarde, alguém de Duck Dynasty ia meter o pé na jaca e fazer alguma declaração politicamente incorreta. Sure enough, em entrevista a revista GQ de janeiro, o patriarca da família, Phil, comparou homossexualidade com bestialidade e foi mais longe: “Não se engane. Nem os adulteros, nem os idolatradores, os prostitutos, os homossexuais, os bêbados, os arrogantes, os ladrões -- eles não vão herdar o reino de Deus. Não se engane, essas coisas não são certas” (também na entrevista: afirmações polêmicas sobre o sul e Louisiana pré-direitos civis).
E voila, estrago feito e agora estão todos em damage control. A A&E, dona da propriedade e desesperada para manter o império intacto, agiu rápido anunciado que Phil será afastado do programa por tempo indeterminado. A Walmart se recusou a comentar mas a editora Simon & Schuster já afirmou que irá manter os livros baseado no programa em circulação.
A reação brutal em relação a Deen foi uma consequência de um amontoado de outras pequenas controvérsias: durante anos, a cozinheira foi criticada pelas suas receitas altamente gordurosas e com quantidades obscenas de manteiga. As críticas atingiram novas dimensões quando a cozinheira, motivada por um contrato publicitário com um remédio, admitiu ser diabética. As alegações de racismo foram apenas a gota d'água.
Por outro lado, Duck Dynasty está no seu ápice e, até agora, a família se manteve afastada de qualquer polêmica. Porém, as declarações de Phil foram a primeira rachadura na marketability da família e, de agora em diante, todo cuidado é pouco.
Mas, enquanto isso, o marketing frenzy continua. Essa semana, a dois meses de seu lançamento, Duck the Halls, o CD da família, se mantém na sexta posição entre os dez álbuns mais vendidos da semana. Já a internet está pegando fogo, com milhares de fãs de Duck Dynasty defendendo Phill e atacando a decisão do A&E em suspendê-lo. Uma página apoiando o patriarca já acumula 1.3 milhão de curtidas em menos de 48 horas e um abaixo assinado protestando a suspensão já obteve mais de 100 mil assinaturas (e um segundo abaixo assinado, divulgado pelo Faith Driven Consumers, está perto de chegar a 200 mil). A família já divulgou um statement repudiando a decisão do A&E e as ameaças a executivos do canal são tantas que a sede do A&E em Manhattan aumentou o número de seguranças.
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Fun fact: Isso era eles antes da fama
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Macklemore e Ryan Lewis: o primeiro smash hit de 2013
Apesar de ter sido lançado independentemente, sem apoio de nenhuma grande gravadora e ser de artistas desconhecidos, o rapper Macklemore e o seu produtor Ryan Lewis, Thrift Shop é o primeiro smash hit de 2013.
Como de costume, o primeiro país que notou o potencial da música foi a Austrália, onde a canção alcançou o top 10 em outubro e, na primeira semana de dezembro, atingiu o primeiro lugar. A música já é 5x Platina no país.
Agora, o single alcançou o topo do iTunes estado-unidense e é só questão de tempo até ela alcançar o topo do Hot 100. Mais de 1 milhão de unidades da música foram vendidas até agora. No Reino Unido, ela também está escalando os charts em velocidade impressionante. Sem nenhuma promoção, ela entrou no top 100 na semana passada (na posição 81) e, desde então, já disparou para a 14ª posição no iTunes local.
A canção, cheia de irreverência, satiriza a fixação de Macklemore por comprar suas roupas em brechós e seu desapego a grifes.
O cantor parece não estar destinado a ser um one hit wonder. Na Austrália -- que costuma ser o primeiro a se dar conta de futuros hits (Lady Gaga atingiu o primeiro lugar lá com Just Dance e Poker Face meses antes do resto do mundo; o mesmo para Gotye e Somebody That I Used to Know e Ke$ha e TiK ToK) -- ele acaba de atingir o topo com seu segundo single, Same Love. A canção critica a homofobia na sociedade americana enquanto apoia explicitamente a aprovação da lei que dá direitos iguais aos homossexuais.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Retrospetiva 2012: Cinema (parte 2)
Na Parte I, nós examinamos os grandes sucessos de Hollywood. Na Parte 2, vamos dar uma olhada nos sucessos locais.
Com promoção gigantesca, baseada na franquia de HQ francês mais popular de todos os tempos e com Gerard Depardieu -- de longe, o maior nome do cinema local -- no papel principal, é óbvio que as expectativas eram altas. Porém, a série de filmes, que nunca foi queridinha dos críticos (provavelmente porque, com todo respeito, o humor cinematográfico francês pode ser beeeem tosco e ha ha ha torta na cara ou, como eles mesmo classificam, l’humour pipi-caca), estava se mantendo em alta até pouco tempo atrás, com os dois primeiros filmes da série (lançados em 1999 e 2002) obtendo resultados altíssimos. O terceiro, Asterix sur les Jeux Olympees, lançado em 2008 (e o filme francês com o maior orçamento na história), já começou a mostrar uma tendência de queda (apesar de ter acabado o ano como a segunda maior bilheteria do ano, atrás só do recordista histórico Chi'tis).
Com A Service de sa Majesté, o público parece ter perdido a paciência e o filme despencou de vez. Será o primeiro da série a não se posicionar entre os três mais vistos do ano (tendo que se contentar com a oitava posição no ranking geral) e ainda vai acabar no vermelho: o orçamento foi de 62 milhões de Euros para menos de 40 milhões arrecadados (é verdade que o filme também deve lucrar alguns milhões em outros territórios, afinal, Asterix é mundialmente conhecido e popular).
Reino Unido: Ano passado, foi um ano record-breaking para a indústria cinematográfica britânica, com o top 3 de maiores bilheterias todo dominado por produções locais. No topo, o último filme da franquia Harry Potter, seguido do premiado Discurso do Rei e da comédia The Inbetweeners, baseado no fenômeno televísivo.
Esse ano, a parada não foi tão intensa mas o top da lista foi ocupado por mais um fenômeno local, Skyfall, o novo filme do James Bond com 160 milhões de dólares arrecadados. O longa metragem se transformou na maior bilheteria da história do país, ultrapassando os gigantes de James Cameron, Avatar e Titanic.
Em todo o caso, a indústria britânica de filmes pode respirar aliviada. Enquanto Harry Potter, um dos seus maiores fenômenos da história, chegou ao fim, Bond parece não dar sinais de cansaço e, ainda por cima, está mais forte do que nunca, com o novo filme sendo quase que unânimamente elogiado e se transformando no primeiro da franquia a ultrapassar a marca do 1 bilhão de dólares arrecadados.
No mais, o top 10 tem outro blockbuster co-produzido por Hollywood em associação com o Reino Unido. Prometheus, o caríssimo sci-fi de Ridley Scott, lucrou 40 milhões de dólares (10% dos seus 400 milhões arrecadados no mundo todo) no país, o suficiente para ser o oitavo maior filme.
No mais, o Reino Unido mostrou afinidades por super heróis como Batman, Vingadores e Homem Aranha (sétima maior bilheteria, 40.2 milhões de dólares) e blockbusters baseados em best-sellers jovens como o último filme da saga Crepúsculo e Jogos Vorazes (décima maior bilheteria, 37.2 milhões). Taken 2 -- uma propriedade extremamente popular no país, onde o primeiro filme já ultrapassou o 1 milhão de DVDs vendidos -- lucrou 37.9 milhões.
Além disso, o Reino Unido mostra sua afinidade por comédias R-rated. Depois dos dois primeiros The Hungover quebrarem recordes por lá, esse ano foi a vez de Ted, o filme de Seth MacFarlene como Mila Kunis e Mark Whalberg, conquistar altíssimos rendimentos, com quase 50 milhões de dólares arrecadados.
Para variar, A Era do Gelo 4 foi a maior animação do ano, com 47 milhões de dólares.
Enquanto o top 10 não teve tantos filmes locais quanto no ano passado, isso não quer dizer que as produções locais tiveram um mal ano. Entre os grandes sucessos locais de 2012 estiveram The Woman in Black, The Best Exotic Marigold Hotel e The Pirates! Band of Misfit.
The Woman in Black, o primeiro filme pós-Harry Potter de Daniel Redcliffe, mostrou o poder do ator no seu país de origem. O filme de suspense lucrou 35 milhões de dólares (de um total de 128 milhões a nível global) no país.
Já The Best Exotic Marigold Hotel, que contava com Dev Patel (Slumdog Millionaire) acompanhado de um elenco de peso de atores veteranos locais -- incluindo Dame Judi Dench, Tom Wilkinson e Maggie Smith -- fez 32.6 milhões (de um total de 134 milhões de dólares no mundo todo).
Finalmente, o filme animado Pirates! The Band of Misfit -- lançado pelo braço de animação da Sony e com as vozes de Hugh Grant, Salma Hayek, Martin Freeman e outros -- fez 26.6 milhões (de 121.6 milhões). Foi um bom resultado, mas não superou a animação britânica do ano passado, Arthur Christmas -- com as vozes de James McAvoy e Hugh Laurie -- que lucrou 34.2 milhões.
Top 5 Reino Unido: 1. Skyfall (158.4 milhões); 2. The Dark Knight Rises (90.3 milhões); 3. The Avengers (80.56 milhões); 4. The Twilight Saga: Breaking Dawn pt. II (55.68 milhões); 5. Ted (48.9 milhões)
Brasil: "Até
Que a Sorte Nos Separe" de Leandro Hassum é a melhor bilheteria nacional
do ano e a décima melhor no total (16.3 milhões de dólares
arrecadados/cerca de 20 milhões de reais). O filme ultrapassou 3 milhões de ingressos vendidos e uma sequencia já está em produção.
Não
foi um ano muito bom para o cinema nacional mas Hollywood soltou fogos.
"Os Vingadores", como já mencionei na Parte 1, é a maior bilheteria da
história do país (R$125 milhões) e é um dos poucos filmes da história do
país a ultrapassar 10 milhões de bilhetes vendidos. "Amanhecer Parte I"
e "A Era do Gelo 4" arrecadaram mais de 80 milhões de reais.
Enquanto, no mundo, Batman foi o super herói solo mais bem-sucedido, os brasileiros preferem O Homem Aranha. Apesar de O Cavaleiro das Trevas Ressurge ter a vantagem de ser o terceiro de uma trilogia e o Incrível Homem Aranha ser
o primeiro, o filme de Marc Webb superou o de Christopher Nolan por 6
milhões de reais por aqui (62 milhões contra 56 milhões reais).
Top 5 Brasil - valores em dólar:
1. Os Vingadores (64 milhões de dólares) ; 2. Twilight Saga Breaking
Dawn pt. II (44.6 milhões); 3. A Era do Gelo 4; 4. The Amazing Spiderman
(30.3 milhões); 5. Madagascar 3 (28.6 milhões).
Argentina: Adrian Suar é um baita de um nome na Argentina. Produtor de novelas e seriados, ele é dono da maior produtora independente do país, a Pol-Ka. Ele também é ator, estrelando em muitas de suas novelas e seriados. Além disso, ele é o diretor do Canal 13, que divide a liderança de audiência com a Telefe. Ah, e além disso tudo, ele também é, atualmente, o maior nome do cinema local.
Em 2008, o filme de maior bilheteria do país foi Un Novio para mi Mujer (Um Namorado para minha Esposa), estrelando Adrian Suar (e Valeria Bertucceli), uma divertida comédia sobre um homem que não aguenta mais sua esposa e, sem ter coragem de pedir o divórcio, tenta fazer com que ela se apaixone por outro homem e o largue. Em 2009, a décima maior bilheteria do país -- e maior bilheteria de um filme local -- foi Igualita a Mi, estrelando Adrian Suar (e Florencia Bertotti), uma comédia sobre um homem mulherengo restabelecendo laços com sua filha adulta grávida que ele não sabia que tinha. E, esse ano, novamente, a maior bilheteria para um filme local (e oitava do ano) é Dos Mas Dos, estrelando Adrian Suar sobre swing e trocas de casal.
Ou seja, ao longo dos últimos cinco anos, o cinema local argentino foi dominado por Adrian Suar. A exceção foi 2010 quando a maior bilheteria do ano foi El Secreto de tus Ojos, o filme com Ricardo Darin que acabou levando o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Eu não curto monopólio mas pelo menos os filmes de Suar são bem divertidos. Abaixo, o trailer de Dos Mas Dos.
Top 5 Argentina: 1. Era do Gelo 4 (29 milhões de dólares); 2. Os Vingadores (18 milhões); 3. Madagascar 3 (17 milhões); 4. The Dark Knight Rises (11 milhões); 5. Brave (10.6 milhões).
Austrália: A indústria cinematográfica australiana não é exatamente muito próspera. Apesar de o país ter bastante domínio da técnica e vários profissionais talentosos (que migram para Hollywood), é raro um filme local causar repercussão no país.
Esse ano, The Sapphires foi o filme local que mais chegou perto de fazer barulho. Musical, o filma narra a história de quatro mulher indígenas no fim dos anos 60 que formam as The Saphires, a resposta australiana para The Supremes. O filme lucrou 15 milhões de dólares e é a 22ª maior bilheteria do ano. A trilha sonora do filme também foi um sucesso, alcançando o topo da parada de álbuns e chegando a disco de platina.
É claro que o sucesso não se compara com filmes de Hollywood. The Avengers é a melhor bilheteria do ano por lá com 55 milhões de dólares arrecadados, seguido de The Dark Knight Rises e Skyfall. A comédia Ted também teve um ótimo desempenho no país, com 35 milhões de dólares em bilheteria e o quarto melhor resultado do ano.
Filmes ingleses também fizeram bonito por lá. Além de Skyfall, Sherlock Holmes foi a décima melhor bilheteria (21 milhões) enquanto The Best Exotic Marigold Hotel, a modesta comédia sobre um grupo de velhinhos britânicos numa viagem desastrosa para Índia encabeçada por Dev Patel, Meggie Smith e Dame Judi Dench é a nona maior bilheteria (21.2 milhões).
No mais, Ice Age 4, foi como na maior parte do mundo, a maior filme animado (28.6 milhões de dólares) e tanto Hunger Games quanto Breaking Dawn Pt. 1 fizeram bonito (ambos na casa dos 30 milhões de dólares).
No mais, Ice Age 4, foi como na maior parte do mundo, a maior filme animado (28.6 milhões de dólares) e tanto Hunger Games quanto Breaking Dawn Pt. 1 fizeram bonito (ambos na casa dos 30 milhões de dólares).
Top 5 Austrália: 1. Os Vingadores (55 milhões de dólares); 2. The Dark Knight Rises (44.2 milhões de dólares); 3. Skyfall (35 milhões de dólares); 4. Ted (33.54 milhões de dólares); 5. The Hunger Games (31 milhões).
Mas, ao contrário do que os estereótipos dizem, não é só de anime que vive o Japão. De fato, as três melhores bilheterias no país foram filmes carne-e-osso: Umizaru 4; Thermae Romae e Odoru Daisoasen.
Coréia do Sul: Assim como o
Japão, a Coréia do Sul tem uma indústria local cinematográfica
muitíssimo forte. De fato, enquanto no país vizinho isso é recente, na
Coréia, as produções locais enfrentam os titãs hollywoodianos de igual
para igual faz mais de 10 anos (ajudado, é verdade, por leis de
incentivo ao cinema local e cotas que obrigam os cinemas a exibir uma
proporção maior de produções nacionais comparados a filmes
hollywoodianos) e é um dos poucos mercados do mundo onde filmes locais
ultrapassam as vendas de ingressos de filmes americanos.
A Coréia do Sul também se destaca por ser um dos pouquíssimos mercados onde a bilheteria -- principalmente a local -- não é dominada por filmes de franquias já existentes e sim histórias originais, de diferentes gêneros. Dessa maneira, o ranking anual local deles é uma reflexão interessante de histórias que realmente moveram o público, em contraste aos filmes de super heróis e seqüencias que dominaram a bilheteria mundial.
Isso não quer dizer, é claro, que a Coréia do Sul não tem uma quedinha por franquias. Eles têm. De fato, dentre as dez maiores bilheterias do ano, os três filmes hollywoodianos que aparecem são todos de superheróis. Em terceiro, The Avengers lucrou 50 milhões de dólares; Dark Knight Rises, em quinto, 43 milhões e The Incredible Spiderman, 36 milhões em sexto.
Mas, de resto, todos os filmes foram produções locais, nenhum parte de uma franquia já existente e todos dos mais diferentes gêneros. A impressão é que o boca-a-boca acima de qualquer coisa foi o que atraiu as multidões para o cinema e não necessariamente efeitos especiais ou enorme hype.
2012 foi particularmente forte para o cinema local. Dos quatro filmes coreanos que ultrapassaram a marca de 12 milhões de ingressos vendidos na história, dois foram lançados esse ano. Ambos ultrapassaram 80 milhões de dólares em arrecadação.
Com 82.6 milhões de dólares arrecadados, The Thieves, um filme de ação e comédia sobre um grupo de ladrões, foi o sucesso do ano e se transformou na terceira maior bilheteria da história do país (atrás de Avatar e o filme local The Host de 2006). O segredo? Um elenco estrelado, um roteiro cheio de ação, twists and turns e seqüencias espetaculares e bem filmadas.
Thieves não foi o único filme a quebrar recordes. O drama histórico Masquarade lucrou 82 milhões de dólares (quarto maior filme coreano da história) e ganhou nada menos do que quinze estatuetas no Grand Bell Awards, o equivalente local ao Oscar.
Apesar de ter certa noção sobre a cultura pop sul-coreana, nunca vi nenhum filme local. Contudo, a enorme variedade na indústria e o fato de que ela não parece dominada por franquias e sim por filmes que se esforçam para contar boas histórias -- de remakes a dramas históricos a cinema noir -- me parece algo bem interessante e um exemplo a ser seguido pelo resto do mundo.
Dos cinco filmes mais vistos do ano, apenas 21 são produções internacionais. Entre os 32 filmes que ultrapassaram a marca dos 10 milhões de dólares, apenas 12 não são coreanos (um deles, para variar, é o francês Les Intouchables).
Japão: É inacreditável o
quanto a indústria local japonesa cresceu na última década. Em 2002,
entre as dez maiores bilheterias do ano, apenas um filme (The Cat Returns,uma animação do Studio Ghibli) era japonês. Dez anos depois, 8 entre os 10 filmes mais lucrativos do ano foram filmes locais.
Contudo,
nem tudo são boas notícias: foi a primeira vez em cinco anos que o
filme mais assistido não ultrapassou a barreira dos 100 milhões de
dólares (em 2011, Harry Potter & the Deathly Hollows 2 e Piratas do Caribe 4 ultrapassaram a marca; em 2010, Alice no País das Maravilhas, Toy Story 3 e o filme do Studio Ghibli, The Borrowers).
Mesmo assim, o Japão continua firme e forte como um dos maiores mercados do mundo.
No
cinema local japonês, não existe marca mais forte do que o Studio
Ghibli. O estúdio de animação, fundado por Hayao Miyazaki, tem lançado
filmes de sucesso no país desde os anos 80 e é responsável pela maior
bilheteria da história do país, Sen to Chihiro no Kamikakushi, de 2001, conhecido no Brasil como "A Viagem de Chihiro".
Os filmes do estúdio são garantia de rendimentos altíssimos: em 2001, Sen to Chihiro virou a maior bilheteria de todos os tempos, com 240 milhões de dólares arrecados; em 2002, The Cat Returns lucrou 50.6 milhões de dólares; em 2004, Howl's Moving Castle lucrou 190 milhões de dólares; em 2006, Gendo Senki (Tales from Earthsea), lucrou 64 milhões (um relativo fracasso para a companhia e, mesmo assim, o melhor resultado para um filme japonês naquele ano e a terceira melhor bilheteria geral); em 2008, Ponyo alcançou 165 milhões; em 2010, Arriety alcançou 110 milhões e, ano passado, o low profile From Up the Poppy Hill fez 56 milhões de dólares. Mesmo com os resultados oscilantes, os filmes do Studio Ghibli tiveram a distinção de, todos os anos, serem os filmes japoneses com maior bilheteria e, com Chihiro (2002); Ponyo (2008) e Howl's Moving Castle (2004), a maior bilheteria geral do ano, superando qualquer blockbuster hollywodiano. Totoro; Castle in the Sky e Kiki Delievery Service, clássicos Ghibli lançados nos anos 80, são os filmes mais vendidos em DVD no país (Totoro é o mais vendido de todos os tempos) enquanto Princess Mononoke, com 170 milhões de dólares arrecadados em 1997, foi a segunda maior bilheteria da década (atrás apenas de Titanic). Chihiro; Howl's; Ponyo e Princess Mononoke figuram entre as dez maiores bilheterias de todos os tempo no país (com Chihiro encabeçando a lista) e são os quatro filmes japoneses mais lucrativos da história.
Contudo, em 2012, o estúdio Ghibli não lançou nenhum filme e o estúdio Mad House soube muito bem preencher o vazio. Okami kodomo no Ame to Yuki (Ame e Yuki, as Crianças Lobo) lucrou 52 milhões de dólares e finalizou o ano como o principal filme infanto-juvenil. O número foi modesto comparado com os lançamentos do estúdio de Hayao Miyazaki e o filme não teve a distinção de ser a maior bilheteria local (foi a quinta maior). O filme teve, porém, a distinção de ser o único entre os dez mais vistos desse ano que não fazia parte de uma franquia já estabelecida e bem sucedida.
Os filmes do estúdio são garantia de rendimentos altíssimos: em 2001, Sen to Chihiro virou a maior bilheteria de todos os tempos, com 240 milhões de dólares arrecados; em 2002, The Cat Returns lucrou 50.6 milhões de dólares; em 2004, Howl's Moving Castle lucrou 190 milhões de dólares; em 2006, Gendo Senki (Tales from Earthsea), lucrou 64 milhões (um relativo fracasso para a companhia e, mesmo assim, o melhor resultado para um filme japonês naquele ano e a terceira melhor bilheteria geral); em 2008, Ponyo alcançou 165 milhões; em 2010, Arriety alcançou 110 milhões e, ano passado, o low profile From Up the Poppy Hill fez 56 milhões de dólares. Mesmo com os resultados oscilantes, os filmes do Studio Ghibli tiveram a distinção de, todos os anos, serem os filmes japoneses com maior bilheteria e, com Chihiro (2002); Ponyo (2008) e Howl's Moving Castle (2004), a maior bilheteria geral do ano, superando qualquer blockbuster hollywodiano. Totoro; Castle in the Sky e Kiki Delievery Service, clássicos Ghibli lançados nos anos 80, são os filmes mais vendidos em DVD no país (Totoro é o mais vendido de todos os tempos) enquanto Princess Mononoke, com 170 milhões de dólares arrecadados em 1997, foi a segunda maior bilheteria da década (atrás apenas de Titanic). Chihiro; Howl's; Ponyo e Princess Mononoke figuram entre as dez maiores bilheterias de todos os tempo no país (com Chihiro encabeçando a lista) e são os quatro filmes japoneses mais lucrativos da história.
Contudo, em 2012, o estúdio Ghibli não lançou nenhum filme e o estúdio Mad House soube muito bem preencher o vazio. Okami kodomo no Ame to Yuki (Ame e Yuki, as Crianças Lobo) lucrou 52 milhões de dólares e finalizou o ano como o principal filme infanto-juvenil. O número foi modesto comparado com os lançamentos do estúdio de Hayao Miyazaki e o filme não teve a distinção de ser a maior bilheteria local (foi a quinta maior). O filme teve, porém, a distinção de ser o único entre os dez mais vistos desse ano que não fazia parte de uma franquia já estabelecida e bem sucedida.
(para
os fãs de Ghibli, sem pânico: o estúdio lança dois filmes ano que vem,
inclusive um dirigido e escrito pelo próprio Hayao Miyazaki. Esses --
como provado por Totoro; Chihiro; Mononoke; Ponyo e Howl's Moving Castle
-- são sempre os maiores fenômenos do estúdio).
Ame to Yuki não foi a única animação infantil a arrasar nas bilheterias. Como todos os anos, três franquias infanto-juvenis continuaram super fortes. Os desenhos animados Doraemon, sobre um gato robô; Pokemon, que todos nós conhecemos e Detetive Conan, sobre um detetive excepcional preso no corpo de uma criança, são sucessos gigantescos na televisão faz gerações e, todo ano, eles originam um filme que registra altíssimas bilheterias.
Ame to Yuki não foi a única animação infantil a arrasar nas bilheterias. Como todos os anos, três franquias infanto-juvenis continuaram super fortes. Os desenhos animados Doraemon, sobre um gato robô; Pokemon, que todos nós conhecemos e Detetive Conan, sobre um detetive excepcional preso no corpo de uma criança, são sucessos gigantescos na televisão faz gerações e, todo ano, eles originam um filme que registra altíssimas bilheterias.
O
filme de Doraemon, o 32º em 32 anos, lucrou 44.6 milhões de dólares e
ocupou o oitavo lugar entre as dez maiores bilheterias. Ele foi seguido
pelo 15º filme do Pokemon, com 44 milhões. Finalmente, o novo caso
cinematográfico de Detetive Conan, o 16º em 16 anos, encerra o top 10 com 42.3 milhões.
Mas não só animes para criança atraem multidões. Em meados dos anos 90, Evangelion,
uma melancólica história sobre o mundo no século 21, que mistura
personagens cheios de bagagem emocional com robôs gigantescos, foi um
verdadeiro fenômeno no país e um divisor de águas para a animação local.
Desde 2007, a história está sendo recontada através de quatro filmes. O
terceiro, Evangelion 3.0, estreou esse ano causando enorme
histeria e lucrou 53 milhões de dólares, a quarta maior bilheteria do
ano. O terceiro filme da série ultrapassa em 10 milhões a quantidade
arrecadada pelo anterior, em 2007, e quase triplica os resultados do
primeiro filme, de 2004. O capitulo final da saga chega aos cinemas
japoneses no ano que vem.
Mas, ao contrário do que os estereótipos dizem, não é só de anime que vive o Japão. De fato, as três melhores bilheterias no país foram filmes carne-e-osso: Umizaru 4; Thermae Romae e Odoru Daisoasen.
O quarto filme da série Umizaru foi
o filme mais assistido do ano, com 92 milhões de dólares arrecadados. A
série, adaptada de um mangá de mesmo nome, mistura ação e romance e
foca num grupo de mergulhadores de resgate. Ido Hideaki é o protagonista
da série -- acompanhamo-os desde seu treinamento no primeiro filme até
sua ascensão como sea marshall (se tem algo que japonês ama é ver
filme e novela sobre gente trabalhando duro para chegar ao topo) -- em
uma série de missões cada vez mais grandiosas, arriscadas e com maior
orçamentos e efeitos especiais. Também acompanhamos o seu romance com a
personagem interpretada por Ai Kato que se apaixona pelo protagonista no
primeiro filme e, no quarto, é sua esposa e mãe de seus filhos.
Umizaru é
uma das maiores franquias carne-e-osso da história do cinema japonês. O
primeiro filme, lançado em 2004, lucrou pouco mais de 14 milhões de
dólares, porém, graças a promoção constante da Fuji TV, emissora que
co-produziu os filmes, e boca a boca, a seqüencia, Umizaru: Limit of Love, ultrapassou a barreira dos 60 milhões. O filme alcançou seu ápice de lucros em 2010 quando Umizaru 3: The Last Message, impulsionado por cópias 3D, ultrapassou a barreira dos 95 milhões. Em bilhetes vendidos, contudo, Umizaru 4 continua o crescimento da franquia, pois teve um lucro similar sem o auxílio dos ingressos mais caros.
Com
tanto sucesso, é óbvio que um quinto filme está sendo produzido, certo?
Não tão rápido. O autor de mangá responsável pela obra, Shuho Sato,
conhecido por ter um pavil bem curto, anunciou, em outubro, que encerrou
seu relacionamento com a Fuji TV, resultando no fim da franquia
cinematográfica. O motivo? A emissora marcou dezenas de entrevistas com
ele sem confirmar sua disponibilidade antes.
(Fun fact:
não é a primeira vez que ele toma uma decisão chocante: a alguns meses
atrás, depois de brigar com a editora que publicava seu mangá atual, o
bem-sucedido Say Hello to Black Jack, ele resolveu publica-lo
apenas na internet e, a parte mais bizarra, liberar os direitos da obra e
de seus personagens para qualquer um).
A segunda maior bilheteria do ano também foi baseado em um mangá. A comédia Thermae Romae
é a história de Lucius, um arquiteto na Roma Antiga e que, com
dificuldade de acompanhar todas as mudanças freqüentes em técnicas e
estética da época, acaba perdendo seu emprego. Um dia, numa casa de
banho, ele descobre uma drenagem estranha na banheira que o leva para
uma casa de banho do Japão atual. Lá, ele fica em choque com todas as
novidades e, de volta ao passado, começa a implementar mudanças baseados
no que ele viu no futuro e assim obtém enorme sucesso e respeito. A
história acompanha Lucius nas suas idas e vindas entre o Japão atual e a
Roma antiga. Baseado num mangá de Maki Ozakasi, considerado um dos
grandes sucessos de crítica e público dos últimos anos, a adaptação
lucrou 75 milhões de dólares.
Em terceiro lugar temos o último filme da franquia Odoru Daisôsasen, essa sim o maior franchise live action do
cinema japonês. A série começou como uma mini-série em 1997 e,
subseqüentemente, deu origem a cinco especiais televisivos e seis filmes
para o cinema (dois dos quais são spin-offs da série
original) que lucraram mais de 400 milhões de dólares no total. O
segundo filme da série, lançado em 2003, teve lucros de 156 milhões de
dólares e é o filme japonês em carne-e-osso de maior bilheteria da
história (e o quinto maior filme japonês, atrás dos quatro lançamentos
Ghibli mencionados ali em cima).
Desde seu ápice, o filme perdeu um pouco de força mas, mesmo assim, continua em boa forma. Odoru Daisôassen the Final,
o último capítulo da série, lucrou 73 milhões de dólares, quinze anos
depois dos personagens terem sido inicialmente introduzidos aos
japoneses no programa da Fuji TV. A série conta a história de um
detetive jovem e idealista, que trabalha numa estação policial em Tokyo.
A grande sacada do filme, contudo, não são cenas de perseguição e
explosão mas sim uma sátira do excesso de burocracia e regulamentação
tão presente na polícia japonesa e na sociedade em geral. Esse é o ponto
de partida da primeira mini-série que, obviamente, foi se desenvolvendo
ao longo desses 15 anos.
Todos os filmes entre as cinco maiores bilheterias japonesas são filmes locais. O primeiro filme hollywoodiano aparece apenas na sexta posição. E, na verdade, o filme em questão é tão Hollywood quanto Japão.
Resident Evil: Retribution, o quinto filme da franquia Resident Evil, baseada numa série de video games criada
e produzida na Japão. A essa altura do campeonato, a série estrelada
por Mila Jovovich parece estar sendo produzida somente com o mercado
japonês em mente já que ele lucrou mais no país do que em qualquer outro
lugar do mundo, inclusive os EUA. Com 45.6 milhões de dólares
arrecadados, o filme superou por 300 mil dólares o colossal The Avengers que
aparece logo em seguida na lista das maiores bilheterias. São os dois
únicos filmes não-japoneses a aparecer entre os dez mais vistos.
No
top 20, a situação é ligeiramente melhor para Hollywood com quatro
lançamentos ultrapassando a barreira dos 25 milhões de dólares: The Amazing Spider Men; Men in Black 3; Tim Burton's Dark Shadow (o
Japão AMA o Johnny Depp e AMA o Tim Burton mas esse resultado foi fraco
para a dupla que ultrapassou 100 milhões de dólares com A Fábrica de
Chocolate e Alice no País das Maravilhas) e Madagascar 3. Em todo o top 100, apenas 39 filmes são estrangeiros (um deles, Intouchables, da França, que lucrou 18 milhões de dólares por lá).
O
cinema japonês pega muita inspiração em mangás e seriados televisivos
(muitas vezes, seriados televisivos baseados em mangás). Entre os filmes
de sucesso baseados em mangá está a bem sucedida franquia Always Sanchome no Yuhi (Always:
O Pôr do Sol na Rua 3), sobre as mudanças que Tokyo sofreu graças ao
boom econômico nos anos 60, focando-se especificamente numa rua (o
terceiro filme da série é o 11º mais visto do ano, com 40 milhões de
dólares); o filme de samurai Rurouni Kenshin (14º, 37 milhões); o romance focado em garotas adolescentes Bokura Ga Ita (17º, 29 milhões de dólares); o estiloso thriller sobre fama Heleter Skelter (22º, 24.3 milhões) e Space Brothers (33º,
19.3 milhões), sobre irmãos treinando para ser astronautas. Também
temos os filmes que funcionam como continuação de bem sucedidos seriados
televisivos como o já mencionado Odoru Daisoasen e os policiais Spec TEN (16º, 29 milhões) e Kirin no Tsubasa (19º, 19.8 milhões). Ah, ainda temos os mindfucks que são continuações de séries televisivas baseadas em mangás como o thriller Liar Game: REBORN (21º, 25 milhões) e a comédia romântica Hotaru no Hikari (26º, 23 milhões).
Alias,
se tem alguém feliz com o crescimento gigantesco do cinema japonês é a
distribuidora local Toho. 37 dos 100 filmes mais assistidos do ano foram
distribuídos por eles, um monopólio chocante no segundo mercado mais
lucrativo do mundo.
Keep in mind que toda essa lista deve sofrer uma importância modificação nas próximas semanas. No dia 15 de dezembro, o novo filme do franchise ONE PIECE -- um spin-off do anime e do mangá de mesmo nome -- estreou com 16 milhões de dólares arrecadados, a melhor primeira semana do ano (superando os 15 milhões arrecadados por EVANGELION 3.0, o melhor opening weekend até então). Em algumas semanas ele com certeza desbancara Okami kodomo no Ame to Yuki e se transformará numa das cinco maiores bilheterias do ano. O quão longe ele vai chegar dentro do top 5, contudo, é difícil de dizer: filmes animados baseados em propriedades amadas são beneficiados por fanbases gigantescas e empolgadas que inflam os números da primeira semana (como provado por Evangelion) porém não necessariamente tem pernas tão longas (on the long run, Umizaru -- que lucrou 10 milhões no primeiro final de semana -- o superou, além de Thermae Romae e Odoru Daisoasen). O que está mais do que claro, contudo, é que o novo filme da franquia, o 12º, irá ultrapassar os 50 milhões de dólares arrecadados e se transformará na maior bilheteria da série (o recorde anterior pertencia ao lançamento de 2009, que lucrou 48 milhões de dólares).
Dos 15 filmes da saga ONE PIECE, apenas o lançamento de 2009 (Strong World) e desse ano (One Piece Z) ultrapassaram a marca dos 40 milhões de dólares. De fato, mais do que isso: foram os únicos a ultrapassarem os 20 milhões. O lançamento do ano passado, por exemplo, lucrou pouco mais de 9 milhões. O motivo pelos resultados tão dispares é que a maior parte dos filmes são considerados apenas episódios mais longos da série animada exibida toda a semana pela FUJI TV. Porém, os filmes de 2009 e de 2012, tiveram fortíssimos envolvimento de Eichiiro Oda, o autor e desenhista responsável pela série original, que continua sendo publicada desde 1997. Dessa maneira, os filmes são vistos pelo público como uma extensão da amada série de mangá e adições substancias para a história e não apenas uma forma fácil de ganhar dinheiro.
ONE PIECE é, alias, a série de mangá mais vendida da história do Japão. São 68 volumes até o momento que venderam, no total, mais de 290 milhões de unidades (mais chocante: é o único mangá a ultrapassar 200 milhões no total. Dragon Ball, o segundo maior vendedor, moveu 157 milhões). O último volume, lançado em novembro, teve uma tiragem inicial de 4 milhões de unidade, das quais 1.5 milhão foram vendidos apenas na primeira semana (o volume 66 vendeu mais de 2 milhões em uma semana). Os seus personagens são usados na promoção de diversos produtos -- de desodorante Axe a carros Nissan, passando por Pepsi -- e os DVDs do anime também obtém vendas altíssimas.
Enquanto a Toho tem o monopólio na distribuição dos filmes japoneses, ONEPIECE é a menina dos olhos da TOEI, a segunda maior distribuidora do Japão, cujo poder está mesmo na produção de versões animadas de mangás populares (por exemplo, Dragon Ball; Cavaleiros do Zodiaco e Sailor Moon).
Top 5 Japão: 1. Umizaru 4 (91.3 milhões); 2. Thermae Romae (74 milhões); 3. Odoru Daisoasen: the FINAL (73 milhões); 4. Evangelion 3.0 (53.8 milhões); 5. Okami kodomo no Ame to Yuki (52.55 milhões).
Keep in mind que toda essa lista deve sofrer uma importância modificação nas próximas semanas. No dia 15 de dezembro, o novo filme do franchise ONE PIECE -- um spin-off do anime e do mangá de mesmo nome -- estreou com 16 milhões de dólares arrecadados, a melhor primeira semana do ano (superando os 15 milhões arrecadados por EVANGELION 3.0, o melhor opening weekend até então). Em algumas semanas ele com certeza desbancara Okami kodomo no Ame to Yuki e se transformará numa das cinco maiores bilheterias do ano. O quão longe ele vai chegar dentro do top 5, contudo, é difícil de dizer: filmes animados baseados em propriedades amadas são beneficiados por fanbases gigantescas e empolgadas que inflam os números da primeira semana (como provado por Evangelion) porém não necessariamente tem pernas tão longas (on the long run, Umizaru -- que lucrou 10 milhões no primeiro final de semana -- o superou, além de Thermae Romae e Odoru Daisoasen). O que está mais do que claro, contudo, é que o novo filme da franquia, o 12º, irá ultrapassar os 50 milhões de dólares arrecadados e se transformará na maior bilheteria da série (o recorde anterior pertencia ao lançamento de 2009, que lucrou 48 milhões de dólares).
Dos 15 filmes da saga ONE PIECE, apenas o lançamento de 2009 (Strong World) e desse ano (One Piece Z) ultrapassaram a marca dos 40 milhões de dólares. De fato, mais do que isso: foram os únicos a ultrapassarem os 20 milhões. O lançamento do ano passado, por exemplo, lucrou pouco mais de 9 milhões. O motivo pelos resultados tão dispares é que a maior parte dos filmes são considerados apenas episódios mais longos da série animada exibida toda a semana pela FUJI TV. Porém, os filmes de 2009 e de 2012, tiveram fortíssimos envolvimento de Eichiiro Oda, o autor e desenhista responsável pela série original, que continua sendo publicada desde 1997. Dessa maneira, os filmes são vistos pelo público como uma extensão da amada série de mangá e adições substancias para a história e não apenas uma forma fácil de ganhar dinheiro.
ONE PIECE é, alias, a série de mangá mais vendida da história do Japão. São 68 volumes até o momento que venderam, no total, mais de 290 milhões de unidades (mais chocante: é o único mangá a ultrapassar 200 milhões no total. Dragon Ball, o segundo maior vendedor, moveu 157 milhões). O último volume, lançado em novembro, teve uma tiragem inicial de 4 milhões de unidade, das quais 1.5 milhão foram vendidos apenas na primeira semana (o volume 66 vendeu mais de 2 milhões em uma semana). Os seus personagens são usados na promoção de diversos produtos -- de desodorante Axe a carros Nissan, passando por Pepsi -- e os DVDs do anime também obtém vendas altíssimas.
Enquanto a Toho tem o monopólio na distribuição dos filmes japoneses, ONEPIECE é a menina dos olhos da TOEI, a segunda maior distribuidora do Japão, cujo poder está mesmo na produção de versões animadas de mangás populares (por exemplo, Dragon Ball; Cavaleiros do Zodiaco e Sailor Moon).
Top 5 Japão: 1. Umizaru 4 (91.3 milhões); 2. Thermae Romae (74 milhões); 3. Odoru Daisoasen: the FINAL (73 milhões); 4. Evangelion 3.0 (53.8 milhões); 5. Okami kodomo no Ame to Yuki (52.55 milhões).
A Coréia do Sul também se destaca por ser um dos pouquíssimos mercados onde a bilheteria -- principalmente a local -- não é dominada por filmes de franquias já existentes e sim histórias originais, de diferentes gêneros. Dessa maneira, o ranking anual local deles é uma reflexão interessante de histórias que realmente moveram o público, em contraste aos filmes de super heróis e seqüencias que dominaram a bilheteria mundial.
Isso não quer dizer, é claro, que a Coréia do Sul não tem uma quedinha por franquias. Eles têm. De fato, dentre as dez maiores bilheterias do ano, os três filmes hollywoodianos que aparecem são todos de superheróis. Em terceiro, The Avengers lucrou 50 milhões de dólares; Dark Knight Rises, em quinto, 43 milhões e The Incredible Spiderman, 36 milhões em sexto.
Mas, de resto, todos os filmes foram produções locais, nenhum parte de uma franquia já existente e todos dos mais diferentes gêneros. A impressão é que o boca-a-boca acima de qualquer coisa foi o que atraiu as multidões para o cinema e não necessariamente efeitos especiais ou enorme hype.
2012 foi particularmente forte para o cinema local. Dos quatro filmes coreanos que ultrapassaram a marca de 12 milhões de ingressos vendidos na história, dois foram lançados esse ano. Ambos ultrapassaram 80 milhões de dólares em arrecadação.
Com 82.6 milhões de dólares arrecadados, The Thieves, um filme de ação e comédia sobre um grupo de ladrões, foi o sucesso do ano e se transformou na terceira maior bilheteria da história do país (atrás de Avatar e o filme local The Host de 2006). O segredo? Um elenco estrelado, um roteiro cheio de ação, twists and turns e seqüencias espetaculares e bem filmadas.
Thieves não foi o único filme a quebrar recordes. O drama histórico Masquarade lucrou 82 milhões de dólares (quarto maior filme coreano da história) e ganhou nada menos do que quinze estatuetas no Grand Bell Awards, o equivalente local ao Oscar.
O filme,
ambientado na Dinastia Joseon no século 17, conta a história de um
plebeu, que ganha a vida sendo um ator cômico. Quando o rei começa a
receber ameaças de morte, ele é escolhido para ser o sósia do monarca.
Tudo parece simples até que o rei acaba tendo que ser internado, vítima
de um envenenamento, e o plebeu é forçado a substituí-lo em tempo
integral, sem que ninguém perceba. Ambos os papéis são interpretados
pela mega estrela local Lee Byung-Hun.
A Warewolf Boy foi
a quarta maior bilheteria do ano. O filme conta a história de uma bela
garota adolescente que, nos jardins de sua casa de campo, acha um
menino-lobo e começa a treina-lo para que ele vire um garoto normal. Os
dois acabam se apaixonando, o que dá origem a uma complexa e emocionante
história de amor.
No mais, entre o top 10 temos Nameless Gangsters, um filme noir sobre
a guerra do governo contra a corrupção em Busan (a segunda maior cidade
do país) em 1990 (e que a revista Time descreveu como um filme "que
deixaria o Scorsese orgulhoso"); The Grand Heist, uma comédia histórica ambientada no século 18; um remake local da comédia argentina Un Novio para mi Mujer mostrando que good storytelling não conhece fronteiras (All About My Wife, 29.3 milhões) e o filme de terror Derranged.
Apesar de ter certa noção sobre a cultura pop sul-coreana, nunca vi nenhum filme local. Contudo, a enorme variedade na indústria e o fato de que ela não parece dominada por franquias e sim por filmes que se esforçam para contar boas histórias -- de remakes a dramas históricos a cinema noir -- me parece algo bem interessante e um exemplo a ser seguido pelo resto do mundo.
Dos cinco filmes mais vistos do ano, apenas 21 são produções internacionais. Entre os 32 filmes que ultrapassaram a marca dos 10 milhões de dólares, apenas 12 não são coreanos (um deles, para variar, é o francês Les Intouchables).
França: A França é um raro caso de um país que, em 2012, segue tendo uma indústria cinematográfica local forte. É raro não ter pelo menos um filme francês entre os 5 mais assistidos e as duas melhores bilheterias da história do país -- as comédias Bienvenue chez le Ch'tis (2008; 195 milhões de dólares) e Intouchables (2011; 166.2 milhões) -- são made in France. Volta e meia o país também exporta algum mega smash global (Intouchables; Amelie Poulain) e alguns de seus atores crossover para a fama mundial (Marion Cotillard; Jean Dujardin; Audrey Tatou).
Porém, vendo os filmes franceses que mais lucraram esse ano, podemos concluir que o mesmo problema que assola Hollywood também chegou a França: as três maiores bilheterias de filmes locais são partes de franquias já conhecidas.
O maior sucesso do ano foi Sur le Piste du Marsupilami, baseado na propriedade de quadrinhos locais Marsupilami. O filme -- em carne-e-osso porém com um Marsipulami em CG -- lucrou 45 milhões de dólares, sendo a terceira maior bilheteria do ano e o filme francês mais lucrativo de 2012. O filme foi dirigido pelo celebre comediante Alain Chabat, que estrela ao lado do também comediante Jamel Débbouze. Ah, a Celine Dion faz uma ponta no filme interpretando ela mesma (isso não tem a menor importância mas achei interessante comentar, ha).
Logo abaixo, com 40 milhões de dólares, La Vérite si je mens! 3, o terceiro filme da bem sucedida franquia de comédias de Thomas Gilou cujo o primeiro filme foi lançado em 1997 e a seqüencia em 2001. O terceiro instalment continua seguindo um grupo de judeus ricos em Sentier, o distrito têxtil de Paris, e suas trapalhadas. Apesar de um resultado bom, o filme foi o que menos lucrou na trilogia (4.8 milhões de ingressos vendidos, comparado com os 5 milhões do primeiro e os 7 milhões do segundo).
Finalmente, em terceiro entre os filmes locais (e oitavo na lista geral), com 34 milhões de dólares, Astérix et Obélix : Au service de Sa Majesté, o quarto filme da franquia baseada na série de HQ francesa mais bem sucedida de todos os tempos e estrelando Édouard Baer e Gérard Depardieu. Alias, ai é que entramos na discussão "fracasso apesar das arrecadações altas".
Com promoção gigantesca, baseada na franquia de HQ francês mais popular de todos os tempos e com Gerard Depardieu -- de longe, o maior nome do cinema local -- no papel principal, é óbvio que as expectativas eram altas. Porém, a série de filmes, que nunca foi queridinha dos críticos (provavelmente porque, com todo respeito, o humor cinematográfico francês pode ser beeeem tosco e ha ha ha torta na cara ou, como eles mesmo classificam, l’humour pipi-caca), estava se mantendo em alta até pouco tempo atrás, com os dois primeiros filmes da série (lançados em 1999 e 2002) obtendo resultados altíssimos. O terceiro, Asterix sur les Jeux Olympees, lançado em 2008 (e o filme francês com o maior orçamento na história), já começou a mostrar uma tendência de queda (apesar de ter acabado o ano como a segunda maior bilheteria do ano, atrás só do recordista histórico Chi'tis).
Com A Service de sa Majesté, o público parece ter perdido a paciência e o filme despencou de vez. Será o primeiro da série a não se posicionar entre os três mais vistos do ano (tendo que se contentar com a oitava posição no ranking geral) e ainda vai acabar no vermelho: o orçamento foi de 62 milhões de Euros para menos de 40 milhões arrecadados (é verdade que o filme também deve lucrar alguns milhões em outros territórios, afinal, Asterix é mundialmente conhecido e popular).
Apesar de que a queda entre o segundo filme, Mission Cleopatra, e o terceiro, Jeux Olympees, já mostrava uma saturação por parte do público, havia uma certa expectativa em relação ao novo filme. Grande parte disso se devia a escolha de diretor: Laurent Tirarde que, em 2008, adaptou outra obra clássica de Goscinny (criador do Asterix), Le Petit Nicolas que foi um dos maiores sucessos de crítica e bilheteria naquele ano (e realmente é muito bom). Mas, no fim das contas, nem isso salvou a franquia.
O único filme francês que não fazia parte de uma franquia e que figurou entre os 10 mais visto do ano foi Les Seigneurs, uma comédia sobre futebol, que arrecadou 31 milhões de dólares nos cinemas. Contudo, o sucesso inesperado acabou sendo Le Prenóm, baseado na peça de mesma nome e que narra a história de Vincent, um homem que está para ser pai, e, para choque geral, quer nomear seu filho de Adolf. Sem muita expectativa, o filme lucrou 25.6 milhões de dólares, mais do que o novo Homem Aranha e do que Taken 2 (que, alias, é uma co-produção francesa).
No mais, Skyfall é a melhor bilheteria do ano na França (e, seguindo uma tendência global, o maior filme 007 já lançado no país) seguido de A Era do Gelo 4.
Top 5: 1. Skyfall (56 milhões de dólares); 2. A Era do Gelo 4 (55.6 milhões de dólares); 3. Sur la Piste du Marsupilami (45 milhões); 4. La Verité si je mens! 3 (40 milhões); 5. Os Vingadores (38 milhões).
Itália: Os dias do cinema italiano como grande força mundial estão cada vez mais distantes porém, a nível nacional, o cinema local continua forte. Prova disso é que nos últimos dez anos, uma das duas maiores bilheterias do ano sempre foi um filme italiano e, esse ano, não foi excessão.
Em 2008, Bienvenue suz les Ch'tis virou a maior bilheteria da história da França. O filme, uma sátira do nordeste do país e de seus estereótipos, lucrou 190 milhões de dólares e transformou a região de Nord pas de Calais -- antes demônizada pelo seu clima desagradável frio e cinzento, sua população de classe trabalhadora e seu dialeto próprio e pouco agradável aos ouvidos -- em região da moda. Em 2010, a Itália produziu sua própria versão, Bienvenuti al Sud, com um roteiro similar porém ambientado em Castellabate, uma cidade próxima a Napólis. Foi um gigantesco sucesso, lucrando 44 milhões de dólares.
Esse ano, uma sequência original -- Bienvenutti al Nord -- foi a maior bilheteria do ano, lucrando 33 milhões de dólares. O filme, que narra o a situação inversa -- um personagem sulista do filme original se mudando para Milão -- foi um grande sucesso, apesar de não ter superado a arrecadação do primeiro filme.
A outra maior bilheteria local do ano também foi uma seqüência. Continuação de Immaturi, que lucrou 20 milhões de dólares ano passado e narrava o reencontro de um grupo de amigos depois de 20 anos sem se ver, Immaturi: Il viaggio lucrou 15.5 milhões de dólares e foi o nono filme mais visto no ranking geral.
Enquanto ano passado quatro das dez maiores bilheterias foram filmes italianos, esse ano foram apenas duas, ambas seqüências.
No cinema local, o gênero mais popular de longe é a comédia pastelão e esse é o gênero de todos os filmes italianos que aparecem entre os 20 mais vistos. Pais divorciados sendo obrigados a morar juntos (Posti in piedi in paradiso, 11.4 milhões de dólares); uma família exemplar e seu vizinho pornstar (Com'è bello far l'amore, 10 milhões. Alias, inexplicavelmente, esse filme foi lançado com cópias 3D) e um natal muito cheio de trapalhadas (Il peggior Natale della mia vita, 9 milhões) foram as premissas de alguns dos sucessos do ano.
A Itália tem um sub-gênero próprio que tem grande popularidade no período natalino: o cine panetone que nada mais são do que comédias pastelão familiares ambientadas durante as festividades de fim de ano, normalmente em algum cenário exótico mundo aforo. O representante desse ano foi o filme da Disney Il peggior Natale della mia vita que teve um resultado bem morno comparado as tentativas dos anos anteriores, particularmente as franquias Vacanze di Natale e Nata a..., todos dirigidos pelo comediante local Neri Parenti e todos entre as maiores bilheterias do cinema italiano.
O primeiro Vacanze di Natale, ambientado na região de Cortina na Itália, foi lançado em 1983. Duas seqüencias, ambientadas na Suíça, foram lançadas em 1990 e 1991 e uma em Colorado em 1995. Mais dois filmes ambientados em Cortina foram lançados em 1999 e em 2011.
É importante destacar que o cinema italiano local não teve um ano tão bom quanto 2011 mas os resultados obtidos ano passado são bem difíceis de superar. Apesar de uma queda de 11% de vendas de ingresso comparado com o 2010, o filme local Che bella giornatta, mais uma comédia pastelão do tipo que eles amam bastante, se transformou primeiro no maior filme italiano da história (superando A Vida é Bela, ganhador do Oscar em 1998) e, depois, na maior bilheteria ever, desbancando Titanic. O filme lucrou 60 milhões de dólares.
Esse ano, é claro, nenhum filme -- nacional ou internacional -- chegou perto. Depois de Bienvenuti al Nord, as maiores bilheterias foram Madagascar 3 e o último filme da saga Crepúsculo, Breaking Dawn pt. II. Assim como no resto do mundo, o francês Intouchables foi o blockbuster surpresa com 20 milhões de dólares arrecadados.
Top 5 Itália: 1. Bienvenutti al Nord (33.5 milhões de dólares); 2. Madagascar 3: Europe's Most Wanted (28 milhões); 3. Breaking Dawn pt. II (26 milhões); 4. Os Vingadores (22 milhões); 5. Era do Gelo 4 (20 milhões).
Espanha: Eu não sei vocês mas acredito que se uma produtora brasileira contratasse um diretor brasileiro para dirigir um filme baseado numa história real que aconteceu com uma família brasileira porém todo falado em inglês, com um elenco todo americano/inglês, eu imagino que iria ter algum tipo de backlash por aqui, não acham?
Contudo, não foi isso que aconteceu na Espanha. O filme El Imposíble, inspirado na história real de uma família espanhola que sobreviveu ao tsunami da Ásia em 2010, estrelado pelo britânico Ewan McGregor e a australiana Naomi Watts (apesar do diretor e da produtora serem espanhóis) se transformou na maior bilheteria já registrada por um filme espanhol, ultrapassando o filme de terror El Orfanato de 2007 (que, alias, foi dirigido pelo mesmo cara: J.A. Bayona).
É verdade que a Espanha já está acostumado de ver atores anglo-saxões estrelando filmes locais. Os Outros, de 2001, com Nicole Kidman, e Agora, lançado em 2009, com Rachel Weiz, são filmes locais, dirigidos por Alejandro Aménabar e, apesar de terem sido rodados em inglês, isso não prejudicou o sucesso deles no país já que ambos figuram entre as melhores bilheterias de todos os tempos.
The Impossible lucrou mais que o dobro que o segundo lugar em bilheteria, Breaking Dawn Pt 2, e mais que o triplo do que "Os Vingadores" arrecadou na Espanha. The Impossible também é um dos raríssimos casos onde a gente vê uma foto da família real que inspirou o filme e conclui que eles não ficam devendo em nada (em termos de beleza) aos atores que os retratam na versão cinematográfica.
Além disso, o filme gerou ainda mais burburinho quando Angelina Jolie publicou uma carta elogiando efusivamente a performance de Ewan McGregor, o que também, com certeza, ajudará o ator a conseguir uma indicação ao Oscar (um comunicado oficial de Julia Roberts elogiando Javier Bardem em Biutiful faz alguns anos é apontado como um dos principais motivadores a indicação de Bardem ao Oscar em 2010).
Por outro lado, El Imposible também atraiu críticas bem pesadas nos EUA (das quais eu tendo a concordar um pouco) por fazer algo que Hollywood tem o costume de fazer: usar um desastre que matou milhões e focar o filme não nos principais afetados mas em turistas caucasianos e ricos, pintando-os como as principias vítimas da situação e basicamente relegando os locais que perderam tudo a figurantes. Mesmo assim, as críticas são majoritariamente positivas.
El Impossible não só obtém o recorde de maior bilheteria para um filme local na história, ele também superou Titanic como o filme que mais atraiu pessoas ao cinema (6 milhões de bilhetes vendidos). Em lucros totais, ele continua atrás de Avatar já que não teve a vantagem dos ingressos 3D mais caros.
Mas El Impossible não foi o único sucesso local do ano. 2012 foi um ótimo ano para o cinema espanhol. Graças a diretores como Bayona, Almodovar e Guillermo del Toro e estrelas locais como Javier Bardem e Penelope Cruz, o cinema do país está mais valorizado que nunca, inclusive entre a população local. Ao longo dos últimos 5 anos, apenas seis filmes made in Spain alcançaram 10 milhões de euros arrecadados. Três desses foram esse ano.
Itália: Os dias do cinema italiano como grande força mundial estão cada vez mais distantes porém, a nível nacional, o cinema local continua forte. Prova disso é que nos últimos dez anos, uma das duas maiores bilheterias do ano sempre foi um filme italiano e, esse ano, não foi excessão.
Em 2008, Bienvenue suz les Ch'tis virou a maior bilheteria da história da França. O filme, uma sátira do nordeste do país e de seus estereótipos, lucrou 190 milhões de dólares e transformou a região de Nord pas de Calais -- antes demônizada pelo seu clima desagradável frio e cinzento, sua população de classe trabalhadora e seu dialeto próprio e pouco agradável aos ouvidos -- em região da moda. Em 2010, a Itália produziu sua própria versão, Bienvenuti al Sud, com um roteiro similar porém ambientado em Castellabate, uma cidade próxima a Napólis. Foi um gigantesco sucesso, lucrando 44 milhões de dólares.
Esse ano, uma sequência original -- Bienvenutti al Nord -- foi a maior bilheteria do ano, lucrando 33 milhões de dólares. O filme, que narra o a situação inversa -- um personagem sulista do filme original se mudando para Milão -- foi um grande sucesso, apesar de não ter superado a arrecadação do primeiro filme.
A outra maior bilheteria local do ano também foi uma seqüência. Continuação de Immaturi, que lucrou 20 milhões de dólares ano passado e narrava o reencontro de um grupo de amigos depois de 20 anos sem se ver, Immaturi: Il viaggio lucrou 15.5 milhões de dólares e foi o nono filme mais visto no ranking geral.
Enquanto ano passado quatro das dez maiores bilheterias foram filmes italianos, esse ano foram apenas duas, ambas seqüências.
No cinema local, o gênero mais popular de longe é a comédia pastelão e esse é o gênero de todos os filmes italianos que aparecem entre os 20 mais vistos. Pais divorciados sendo obrigados a morar juntos (Posti in piedi in paradiso, 11.4 milhões de dólares); uma família exemplar e seu vizinho pornstar (Com'è bello far l'amore, 10 milhões. Alias, inexplicavelmente, esse filme foi lançado com cópias 3D) e um natal muito cheio de trapalhadas (Il peggior Natale della mia vita, 9 milhões) foram as premissas de alguns dos sucessos do ano.
A Itália tem um sub-gênero próprio que tem grande popularidade no período natalino: o cine panetone que nada mais são do que comédias pastelão familiares ambientadas durante as festividades de fim de ano, normalmente em algum cenário exótico mundo aforo. O representante desse ano foi o filme da Disney Il peggior Natale della mia vita que teve um resultado bem morno comparado as tentativas dos anos anteriores, particularmente as franquias Vacanze di Natale e Nata a..., todos dirigidos pelo comediante local Neri Parenti e todos entre as maiores bilheterias do cinema italiano.
O primeiro Vacanze di Natale, ambientado na região de Cortina na Itália, foi lançado em 1983. Duas seqüencias, ambientadas na Suíça, foram lançadas em 1990 e 1991 e uma em Colorado em 1995. Mais dois filmes ambientados em Cortina foram lançados em 1999 e em 2011.
Além disso, Neri também dirigiu a fenomenalmente bem sucedida Natale a...,
que começou no Nilo em 2002 antes de seguir para Índia em 2003; Miami
em 2005; Nova York em 2006; República Dominicana em 2007; Rio de Janeiro
em 2008 (curiosamente, junto com a de Republica Dominicana, foi a maior
bilheteria de toda série); Beverly Hills em 2009 e África do Sul em
2010. Além disso, ainda teve Merry Christmas de 2001, em Amsterdam, e Christmas in Love, de 2004, ambientado na Suíça.
Em 2011, os filmes já estavam mostrando sinais de fadiga quando Vacanze di Natale a Cortina foi
um dos primeiros cine panetone do diretor a não figurar entre as cinco
maiores bilheterias do ano e não ultrapassar os 20 milhões de dólares
arrecadados (ao invés disso, fez 15 milhões mas não apareceu sequer
entre as dez maiores bilheterias do ano).
Esse ano, o diretor optou por não ir pelo caminho do cine panetone depois e apostar em uma comédia tradicional, Colpi di fulmine. Os resultados do lançamento estão bem aquém dos populares filmes festivos.
É importante destacar que o cinema italiano local não teve um ano tão bom quanto 2011 mas os resultados obtidos ano passado são bem difíceis de superar. Apesar de uma queda de 11% de vendas de ingresso comparado com o 2010, o filme local Che bella giornatta, mais uma comédia pastelão do tipo que eles amam bastante, se transformou primeiro no maior filme italiano da história (superando A Vida é Bela, ganhador do Oscar em 1998) e, depois, na maior bilheteria ever, desbancando Titanic. O filme lucrou 60 milhões de dólares.
Esse ano, é claro, nenhum filme -- nacional ou internacional -- chegou perto. Depois de Bienvenuti al Nord, as maiores bilheterias foram Madagascar 3 e o último filme da saga Crepúsculo, Breaking Dawn pt. II. Assim como no resto do mundo, o francês Intouchables foi o blockbuster surpresa com 20 milhões de dólares arrecadados.
Top 5 Itália: 1. Bienvenutti al Nord (33.5 milhões de dólares); 2. Madagascar 3: Europe's Most Wanted (28 milhões); 3. Breaking Dawn pt. II (26 milhões); 4. Os Vingadores (22 milhões); 5. Era do Gelo 4 (20 milhões).
Espanha: Eu não sei vocês mas acredito que se uma produtora brasileira contratasse um diretor brasileiro para dirigir um filme baseado numa história real que aconteceu com uma família brasileira porém todo falado em inglês, com um elenco todo americano/inglês, eu imagino que iria ter algum tipo de backlash por aqui, não acham?
Contudo, não foi isso que aconteceu na Espanha. O filme El Imposíble, inspirado na história real de uma família espanhola que sobreviveu ao tsunami da Ásia em 2010, estrelado pelo britânico Ewan McGregor e a australiana Naomi Watts (apesar do diretor e da produtora serem espanhóis) se transformou na maior bilheteria já registrada por um filme espanhol, ultrapassando o filme de terror El Orfanato de 2007 (que, alias, foi dirigido pelo mesmo cara: J.A. Bayona).
É verdade que a Espanha já está acostumado de ver atores anglo-saxões estrelando filmes locais. Os Outros, de 2001, com Nicole Kidman, e Agora, lançado em 2009, com Rachel Weiz, são filmes locais, dirigidos por Alejandro Aménabar e, apesar de terem sido rodados em inglês, isso não prejudicou o sucesso deles no país já que ambos figuram entre as melhores bilheterias de todos os tempos.
The Impossible lucrou mais que o dobro que o segundo lugar em bilheteria, Breaking Dawn Pt 2, e mais que o triplo do que "Os Vingadores" arrecadou na Espanha. The Impossible também é um dos raríssimos casos onde a gente vê uma foto da família real que inspirou o filme e conclui que eles não ficam devendo em nada (em termos de beleza) aos atores que os retratam na versão cinematográfica.
Além disso, o filme gerou ainda mais burburinho quando Angelina Jolie publicou uma carta elogiando efusivamente a performance de Ewan McGregor, o que também, com certeza, ajudará o ator a conseguir uma indicação ao Oscar (um comunicado oficial de Julia Roberts elogiando Javier Bardem em Biutiful faz alguns anos é apontado como um dos principais motivadores a indicação de Bardem ao Oscar em 2010).
Por outro lado, El Imposible também atraiu críticas bem pesadas nos EUA (das quais eu tendo a concordar um pouco) por fazer algo que Hollywood tem o costume de fazer: usar um desastre que matou milhões e focar o filme não nos principais afetados mas em turistas caucasianos e ricos, pintando-os como as principias vítimas da situação e basicamente relegando os locais que perderam tudo a figurantes. Mesmo assim, as críticas são majoritariamente positivas.
El Impossible não só obtém o recorde de maior bilheteria para um filme local na história, ele também superou Titanic como o filme que mais atraiu pessoas ao cinema (6 milhões de bilhetes vendidos). Em lucros totais, ele continua atrás de Avatar já que não teve a vantagem dos ingressos 3D mais caros.
Mas El Impossible não foi o único sucesso local do ano. 2012 foi um ótimo ano para o cinema espanhol. Graças a diretores como Bayona, Almodovar e Guillermo del Toro e estrelas locais como Javier Bardem e Penelope Cruz, o cinema do país está mais valorizado que nunca, inclusive entre a população local. Ao longo dos últimos 5 anos, apenas seis filmes made in Spain alcançaram 10 milhões de euros arrecadados. Três desses foram esse ano.
Las Aventuras de Tadeo Jones, um filme animado produzido localmente, foi outro fenômeno, com 23.2 milhões de dólares arrecadados, superando o colossal A Era do Gelo 4 (19.6 milhões) e Madagascar 3 (13.4
milhões) e se transformando no filme infanto-juvenil mais visto do ano.
Foi o primeiro longa metragem estrelado pelo personagem Tadeo Jones, já
conhecido pelo público local graças a dois premiadissimos
curta-metragens. Além disso, a música principal da trilha sonora, Te Voy a Esperar, um dueto entre o produtor/cantor dance Juan Magán com a estrela pop mexicana Belinda, ocupou o too das paradas de single por mais de 1 mês e foi um dos maiores hits do ano no país, fazendo do filme um sucesso multimídia.
O terceiro longa metragem local mais visto foi Tengo Ganas de Ti, um romance adolescente, seqüencia do sucesso de 2011 3 Metros sobre el Cielo. Os filmes são reamkes de uma bem sucedida franquia italiana baseado nos livros de Federico Moccia.
Alias, a trajetória de Moccia é interessante. Em 2004, Tre metri sopra el Cielo, um filme romântico adolescente e baseado em um de seus livros, virou um sucesso cult na
Itália e impulsionou a venda de seus livros (todos romances
adolescentes ambientados em Roma) a casa de milhões de unidas vendidas.
Nos anos seguintes, o autor virou um fenômeno: os filmes baseados em sua
obra lucravam milhões de euros e o autor era tratado como uma superstar
e um trendsetter pelas meninas italianas. Mas, depois de quatro
anos de onipresença midíatica, a popularidade do autor despencou e,
conseqüentemente, o lucro de seus livros e filmes sofreram.
Porém,
o autor ganhou um novo vento de popularidade na Espanha onde, graças a
força do império editorial da Planeta, seus livros se transformaram em best-sellers. 3MSC foi
adaptado para uma versão local, ambientada em Barcelona em 2010 (a
maior bilheteria de um filme espanhol naquele ano) e, esse ano, Tengo Ganas de Ti (adaptação de Ho Voglio di Ti) superou os lucros do primeiro e foi o terceiro filme local mais visto com 15.7 milhões de dólares arrecadados (mais do que The Dark Knight Rises).
A renda total ficou bem perto do que a versão italiana lucrou em 2007
(18.6 milhões de dólares) e, proporcionalmente (a Espanha é um país
menor), o sucesso foi ainda maior. Um terceiro filme baseado na obra de
Federico Moccia, Perdona si te Llamo de Amor (cuja versão italiana lucrou 21 milhões de euros em 2008) já está em produção para o ano que vem.
Tanto
El Impossible quanto Tadeo Jones são produções do braço cinematográfico
do canal de mais audiência do país, Telecinco (propriedade da italiana
Mediaset do Berlusconi). Já Tengo Ganas de Ti é produzido pelo canal
rival, Antena 3. Contudo, para 2013, a Telecinco conseguiu os direitos
da obra de Moccia e Perdona si te llamo de Amor será produzido
por eles. Será um dos 9 filmes produzidos pela companhia da Mediaset em
2013, fazendo com que a empresa de Berlusconi seja a maior produtora de
filmes na Espanha e na sua Itália natal. Outras produções Telecinco
incluem a sequência de Tadeo Jones e novos filmes dos badalados
diretores Daniel Monzón e Patxi Amezcua. Ano que vem o cinema espanhol
ainda deverá se beneficiar da esperada reunião de Almodovar com sua
musa, Penelope Cruz em Los amantes pasejeros.
Top 5 Espanha:
1. The Impossible (51.3 milhões de dólares); 2. The Twilight Saga:
Breaking Dawn pt II (26.5 milhões); 3. Las Aventuras de Tadeo Jones
(23.2 milhões); 4. Intouchables (21 milhões); 5. Os Vingadores (20.2
milhões)
Alemanha: Til Schweiger é O cara do cinema alemã. Ele é o full package: um verdadeiro galã, ele é o rosto perfeito para estrelar filmes. Filmes os quais ele também dirige e escreve. Ah, ele também é um pai de família, com 4 filhos, todos lindos (fruto do casamento com uma top model), que costumam atuar ao lado dele.
O sucesso de Til com o público alemão é tanto que Hollywood o usa como "arma", colocando-o em papéis pequenos em vários filmes com a intenção de, assim, atrair mais público nos territórios de língua alemã. Ele foi uma das estrelas da comédia de ensemble New Years Eve (junto com Zac Efron e Bon Jovi e Lea Michelle e Halle Berry e Sofia Vergara e Ashton Kutcher e Jessica Biel etc); teve uma ponta na comédia de Reese Whiterspoon, This Is War e participou do elogiado filme de Tarantino, Inglorious Bestards.
Na Alemanha, os filmes que ele estrela e produz costumam seguir a mesma formula: comédias românticas leves e divertidas, que equilibram momentos família com pitadas de humor mais caliente, tudo com a cênica Berlin como plano de fundo. Com essa formula, seu grande debut cinematográfico, Keinohrhasen (Coelho Sem Orelhas), sobre um mulherengo que se apaixona por uma atrapalhada professora pré-escolar, lucrou 75 milhões de dólares e foi o filme mais visto da Alemanha em 2007. A sequência, Keinohrhasen, lucrou 41 milhões de dólares em 2008, a sexta maior bilheteria do ano.
Kokowääh (o título é uma brincadeira com a pronuncia alemã de Coq-au-Vin), sua comédia romântica mais recente, que segue exatamente a mesma formula do sucesso anterior (mulherengo descobre que tem uma filha pequena, fruto de uma one night stand alguns anos antes) foi a terceira maior bilheteria de 2011, com 43 milhões de dólares arrecadados.
Em 2012, Til resolveu mudar radicalmente a formula, produzindo, dirigindo e estrelando o filme de ação Schutzengel. Resultado: fracasso. Para 2013, ele retorna com Kokowääh 2.
Com Til Schweiger underperforming, o cinema alemão não teve nenhum filme figurando entre as dez maiores bilheterias do país. Isso não que dizer que nenhum filme local fez sucesso. A comédia jovem, Türkisch für Anfänger - Der Filme (Turco para Iniciantes - O Filme), teve ótimo resultado, lucrando 21.7 milhões de dólares e acabando o ano como o maior sucesso alemão (e a 11ª maior bilheteria do ano). O elogiado filme é uma continuação da popular comédia teen de mesmo nome exibida entre 2006 e 2009, e que narra a história de uma garota adolescente em Berlin, acostumada com seu lifestyle liberal, que tem que aprender a conviver com a família turca muçulmana do novo marido de sua mãe
A maior bilheteria do ano, contudo, não foi um filme hollywoodiano e sim o francês Intouchables que, com 79 milhões de dólares, desbancou tudo e todos. Próximo dele, só Skyfall.
Na Alemanha, Batman desbancou Os Vingadores como o maior filme de herói do ano. Ted, o filme de Seth MacFarlene, também fez bonito no país com 31.43 milhões enquanto o quarto filme da franquia American Pie, American Reunion, teve dos seus melhores resultados internacionais por lá (23 milhões de dólares), provando que os alemães curtem uma comédia R-rated.
Top 5: 1. Intouchables (79 milhões de dólares); 2. Skyfall (75 milhões); 3. A Era do Gelo 4 (68 milhões); 4. Madagascar 3 (39.4 milhões); 5. The Dark Knight Rises (35.5 milhões).
Esse ano, a parada não foi tão intensa mas o top da lista foi ocupado por mais um fenômeno local, Skyfall, o novo filme do James Bond com 160 milhões de dólares arrecadados. O longa metragem se transformou na maior bilheteria da história do país, ultrapassando os gigantes de James Cameron, Avatar e Titanic.
Em todo o caso, a indústria britânica de filmes pode respirar aliviada. Enquanto Harry Potter, um dos seus maiores fenômenos da história, chegou ao fim, Bond parece não dar sinais de cansaço e, ainda por cima, está mais forte do que nunca, com o novo filme sendo quase que unânimamente elogiado e se transformando no primeiro da franquia a ultrapassar a marca do 1 bilhão de dólares arrecadados.
No mais, o top 10 tem outro blockbuster co-produzido por Hollywood em associação com o Reino Unido. Prometheus, o caríssimo sci-fi de Ridley Scott, lucrou 40 milhões de dólares (10% dos seus 400 milhões arrecadados no mundo todo) no país, o suficiente para ser o oitavo maior filme.
No mais, o Reino Unido mostrou afinidades por super heróis como Batman, Vingadores e Homem Aranha (sétima maior bilheteria, 40.2 milhões de dólares) e blockbusters baseados em best-sellers jovens como o último filme da saga Crepúsculo e Jogos Vorazes (décima maior bilheteria, 37.2 milhões). Taken 2 -- uma propriedade extremamente popular no país, onde o primeiro filme já ultrapassou o 1 milhão de DVDs vendidos -- lucrou 37.9 milhões.
Além disso, o Reino Unido mostra sua afinidade por comédias R-rated. Depois dos dois primeiros The Hungover quebrarem recordes por lá, esse ano foi a vez de Ted, o filme de Seth MacFarlene como Mila Kunis e Mark Whalberg, conquistar altíssimos rendimentos, com quase 50 milhões de dólares arrecadados.
Para variar, A Era do Gelo 4 foi a maior animação do ano, com 47 milhões de dólares.
Enquanto o top 10 não teve tantos filmes locais quanto no ano passado, isso não quer dizer que as produções locais tiveram um mal ano. Entre os grandes sucessos locais de 2012 estiveram The Woman in Black, The Best Exotic Marigold Hotel e The Pirates! Band of Misfit.
The Woman in Black, o primeiro filme pós-Harry Potter de Daniel Redcliffe, mostrou o poder do ator no seu país de origem. O filme de suspense lucrou 35 milhões de dólares (de um total de 128 milhões a nível global) no país.
Já The Best Exotic Marigold Hotel, que contava com Dev Patel (Slumdog Millionaire) acompanhado de um elenco de peso de atores veteranos locais -- incluindo Dame Judi Dench, Tom Wilkinson e Maggie Smith -- fez 32.6 milhões (de um total de 134 milhões de dólares no mundo todo).
Finalmente, o filme animado Pirates! The Band of Misfit -- lançado pelo braço de animação da Sony e com as vozes de Hugh Grant, Salma Hayek, Martin Freeman e outros -- fez 26.6 milhões (de 121.6 milhões). Foi um bom resultado, mas não superou a animação britânica do ano passado, Arthur Christmas -- com as vozes de James McAvoy e Hugh Laurie -- que lucrou 34.2 milhões.
Top 5 Reino Unido: 1. Skyfall (158.4 milhões); 2. The Dark Knight Rises (90.3 milhões); 3. The Avengers (80.56 milhões); 4. The Twilight Saga: Breaking Dawn pt. II (55.68 milhões); 5. Ted (48.9 milhões)
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
Segredo de prosperidade: seja o primeiro
Reality shows de talento como The Voice, X Factor e American Idol prometem carreiras prósperas, contratos milionários e garantia de vendas altas mas todo mundo está cansado de saber que não existe nenhuma promessa mais furada que essa. Dá para contar nos dedos de uma mão a quantidade de ganhadores que realmente obtiveram uma carreira de sucesso que durou mais do que cinco minutos.
Em todo o caso, existe um fenômeno curioso por de trás desses ganhadores que conseguiram outgrown o programa que os deu origem: eles foram os primeiros ganhadores em seus respectivos países.
O caso mais conhecido é Kelly Clarkson, a texana que foi a grande vencedora da primeira edição do American Idol faz exatamente uma década. Depois de um começo morno, a jovem emplacou um álbum blockbuster global que a transformou numa das maiores estrelas do mundo: Breakaway vendeu mais de 12 milhões de unidades e deu origem a vários smash hits como Because of You; Since U Been Gone e a canção título. Depois, o momentum dela diminuiu um pouco mas ela continua um ato consistente em vendas e prestigio: todos os seus álbuns ultrapassaram 1 milhão de unidades vendidas nos EUA e, em 2011, ela obteve mais um número 1 nas paradas de venda como Stronger (What Doesn't Kill You).
A prova maior de que ela outgrown o American Idol foi o fato de, nesse mês, ela ter sido convidada de honra na final dos seus dois maiores rivais: no Reino Unido, ela cantou na final do X Factor e, nos EUA, na final do The Voice.
Enquanto Kelly é o caso mais conhecido mundo afora, ela não é a única. Apesar de no Reino Unido The X Factor continuar sendo uma força gigantesca, o vencedor de reality show com a carreira mais próspera é o primeiro vencedor de Pop Idol, a versão original do formato Idol que deu ponta-pé a febre de realitys de canto mundo afora. Desde 2001, Will Young continua sendo um dos maiores cantores pop do país e todos os seus cinco CDs -- incluindo Echoes lançado em 2011 -- obtiveram disco de platina. Ele também teve onze top ten hits, o mais recente deles também em 2011, com Jealously, o lead single de seu último álbum.
Durante algum tempo, parecia que Leona Lewis, ganhadora do X Factor em 2006, iria superá-lo quando seu primeiro CD, Spirit, virou um sucesso mundial. Impulsionado por Bleeding Love, a maior canção do ano, o álbum de estréia da moça alcançou o topo em todo o mundo e, no Reino Unido, vendeu mais de 3 milhões de unidades, um dos lançamentos mais bem sucedidos de todos os tempos por lá.
Contudo, isso não durou muito: Leona rapidamente foi esquecida a nível mundial e, no Reino Unido, seu novo CD, Glassheart, não chegou nem perto das 100 mil cópias vendidas requeridas para a certificação de disco de ouro.
Leona ilustra bastante bem aquele ditado: "quanto mais alto a subida, maior a queda".
Contudo, isso não durou muito: Leona rapidamente foi esquecida a nível mundial e, no Reino Unido, seu novo CD, Glassheart, não chegou nem perto das 100 mil cópias vendidas requeridas para a certificação de disco de ouro.
Leona ilustra bastante bem aquele ditado: "quanto mais alto a subida, maior a queda".
Guy Sebastien venceu a primeira edição do Australian Idol em 2003. Rapidamente, ele se transformou num fenômeno e seu primeiro álbum obteve 6x Platina (mais de 500 mil unidades vendidas). As coisas pareciam estar feia para ele quando o CD seguinte não vendeu 1/5 disso mas, ao invés de despontar para o anonimato, ele rebounded e continuou com uma carreira forte. Hoje em dia, ele é o cantor solo australiano de maior sucesso do mercado local e, assim como seus equivalentes britânicos e americanos, todos os seus cinco álbuns ultrapassaram disco de platina. De fato, em 2012, ele parece ter atingido um segundo ápice: Battle Scars, uma colaboração com o rapper americano Lupe Fiasco, virou seu primeiro hit global e encerrou o ano como o terceiro single mais vendido de 2012 na Austrália e seu single mais vendido até o momento (500 mil unidades, em contraste com as 400 mil unidades de Angels Brought Me Here, seu winning single de Idol lançado em 2003). A música também atingiu o top 10 em vários países europeus e o top 20 no iTunes americano.
Na Espanha, outro exemplo: David Bisbal. O ganhador da primeira edição de Operacion Triunfo -- o programa local que deu origem ao Fama no Brasil e que, em sua run espanhola, bateu recordes históricos de audiência -- é, hoje em dia, o segundo maior ato local no país, atrás apenas de Alejandro Sanz. Mês passado, ele se transformou no terceiro artista espanhol a se apresentar no mítico Royal Albert Hall em Londres (antes dele, só Julio Iglesias em 1982 e Enrique Iglesias em 2002).
Finalmente, temos o caso de Jenifer, a primeira vencedora do Star Academy em 2002, o concurso de canto mais bem sucedido da França. A moça também emplacou uma carreira bastante duradoura mas, depois de uma década, ela já está mostrando sinais de desgaste: L'amour et moi, seu quinto CD, lançado esse ano, foi o primeiro a não ultrapassar as 100 mil unidades vendias (também, pudera, a música dela é muito ruim). Mesmo assim, a cantora é um enorme household name na França e uma das juradas do The Voice local.
É óbvio que os primeiros ganhadores não são necessariamente os únicos bem sucedidos on the long run. Nos EUA, apenas com as vendas locais, a maior vendedora é Carrie Underwood, cantora country vencedora da quarta edição e que já acumulou mais de 13 milhões de unidades comercializadas (e segue sendo uma das maiores vendedoras. Seu último CD já ultrapassou a casa de 1.5 milhão). Na França, Nolwenn Leroy, vencedora da segunda edição do Star Academy em 2002, teve o segundo álbum mais vendido no ano passado. Além disso, muitos dos maiores success stories não são nem sequer os que obtiveram a vitória: One Direction ficou em terceiro lugar no X Factor britânico de 2010 enquanto Olly Murs, o maior vendedor do programa no país, com três CDs ultrapassando 600 mil unidades vendidas, ficou em segundo em 2011. Jennifer Hudson, que ganhou um Oscar por Dreamgirls e é um household name nos EUA, ficou em sétimo na primeira edição do American Idol.
Em todo o caso, uma coisa não tem como negar: os fracassos outweight em MUITO os sucessos. Mas a consistência do sucesso dos primeiros ganhadores é impressionante.
UK Xmas Number 1: He Ain't Heavy, He's My Brother
A tragédia continuou repercutindo durante anos quando os torcedores do Liverpool -- uma cidade de classe trabalhadora -- foram acusados de começar a confusão por causa do excesso de bebedeira. Quatro dias depois do desastre, a manchete do The Sun -- o tabloide de maior circulação no Reino Unido -- usou como manchete THE TRUTH, ajudando a perpeturar a teoria de que os fãs do time do norte estavam bêbeados, urinando nos corpos das vítimas e se aproveitando da confusão para furtar dinheiro. O presidente da UEFA, acreditando que a tragédia foi culpa dos hooligans, chamou os torcedores de "bestas".
O aftermath foi tempestuoso: pelo menos oito sobreviventes cometeram suicídio e vários mais tiveram problemas psicológicos como descoberto por uma investigação feita pelo jornal The Guardian. As feridas continuaram abertas, principalmente em Liverpool onde, em 2009, vinte anos após a tragédia, o memorial service das vitimas atraiu 29 mil pessoas. O The Sun, por causa de sua controversa manchete, foi boicotado na região e, ate hoje, 23 anos depois, tem os piores resultados de venda por lá, muito abaixo da média nacional. O assunto desperta tantas emoções que um vídeo de 15 segundos, mostrando o jogador francês Charles Itjande dando uma risada durante os dois minutos de silêncio no memorial de 20 anos da tragédia foi apontado como a causa principal para ele ter sido demitido do time.
Esse ano, mais de duas décadas mais tardes, as investigações das causas da tragédia foram concluídas e foi provado que a culpa do desastre foi totalmente da polícia e da organização e que as afirmações do The Sun eram completamente falsas. Também foi descoberto um enorme cover-up da polícia local, que escondeu evidências e alterou depoimentos das testemunhas. Todos -- do presidente da UEFA ao editor do The Sun na época -- pediram desculpas públicas e até o homem que foi a fonte do tabloide para as alegações provadas faltas, o ministro conservador Irvine Patnick, foi identificado e forçado a se desculpar.
Em todo o caso, apesar de alguma justiça ter finalmente sido feita (com bastante atraso), a tragédia continuará sendo uma fonte de enorme trauma para fãs de futebol e moradores de Liverpool.
Para relembrar as vítimas, o produtor Guy Chambers versionou a música He Ain't Heavy, He's My Brother em prol a várias caridades associadas as vítimas da tragédia. Participaram do cover celebres Liverpudlians como a Sporty Spice Mel C, o comediante John Bishop e a maior estrela da região, Sir Paul McCartney além de outros grandes nomes da música britânica como Robbie Williams, Paloma Faith e Mick Jones do The Clash.
O single foi o Christmas Number 1 desse ano, uma posição de enorme prestigio e bastante disputada (quem já viu Love, Actually ou leu os posts sobre o X Factor por aqui vão entender). Foi o segundo ano consecutivo que o Christmas Number 1 foi uma música em prol a uma causa: ano passado, o topo foi ocupado pelo coro The Military Wives (as esposas de militares britânicos), com a música Wherever You Are.
He Ain't Heavy He's My Brother vendeu 270 mil unidades ao longo da semana, a segunda maior semana de vendas de um single esse ano. A melhor semana de vendas continua sendo o vencedor do X Factor, James Arthur, que na semana passada teve 490 mil unidades comercializadas do seu winner single, Impossible.
Mais informações sobre as vendas no Reino Unido no meu post de retrospectiva da UK music scene em 2012 em algumas semanas.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Retrospectiva 2012: o ano na cultura pop
A voz
No dia 12 de fevereiro, depois de meses e meses sumida devido a uma delicada cirurgia nas cordas vocais, Adele fez seu triunfal retorno aos palco durante a cerimônia dos Grammy's em Los Angeles. Uma semana mais tarde, em Londres, ela agraciou os BRIT Awards. Em ambas as premiações, ela seguiu exatamente o mesmo roteiro: uma apresentação de Rolling in the Deep, o primeiro single de seu histórico segundo CD, 21, e a vitória em absolutamente todas as categorias.
O fato dela ter passado o ano quase que reclusa não impediu que 21 fosse, pelo segundo ano consecutivo, o álbum mais vendido de ano em todo o mundo e continuasse quebrando todos os recordes possíveis e imagináveis.
As músicas
Na Alemanha, o quarto maior mercado do mundo, a música foi o maior sucesso digital da história, com quase 700 mil unidades vendidas. Na França, a música também superou Gotye e Carly Rae (que tiveram que se contentar com o segundo e o terceiro lugar) e acabará 2012 como o single de maior sucesso do ano, com 300 mil unidades comercializadas.
Olha, achei que pior que "Crepúsculo" não dava para ficar (sorry, not a fan) mas, como diz o ditado, "nada está tão ruim que não possa piorar". Prova disso: o fenômeno literário do ano , 50 Shades of Grey (50 Tons de Cinza), nasceu vejam só vocês, como uma fanfic de Crepúsculo.
No dia 12 de fevereiro, depois de meses e meses sumida devido a uma delicada cirurgia nas cordas vocais, Adele fez seu triunfal retorno aos palco durante a cerimônia dos Grammy's em Los Angeles. Uma semana mais tarde, em Londres, ela agraciou os BRIT Awards. Em ambas as premiações, ela seguiu exatamente o mesmo roteiro: uma apresentação de Rolling in the Deep, o primeiro single de seu histórico segundo CD, 21, e a vitória em absolutamente todas as categorias.
Enquanto as apresentações foram fortemente promovidas como a grande volta da cantora, elas serviram, na verdade, como uma despedida. A aparição dela no BRIT Awards, no dia 21 de fevereiro, foi sua última aparição pública ao longo do ano.
Em junho, no mesmo dia que Tom Cruise e Kate Holmes anunciaram seu divórcio, um porta-voz da artista anunciou que ela esperava seu primeiro filho. Não foi coincidência: o anúncio foi feito horas depois do divórcio mais high profile do ano exatamente para que a notícia, que seria manchete global em qualquer outro dia, passasse relativamente despercebida. No fim de outubro, Adele deu a luz. Nada se sabe sobre a criança, a não ser que é um menino.
Algumas semanas antes de ter seu filho, Adele lançou Skyfall, a música tema do novo filme de James Bond. O dia do lançamento -- uma sexta-feira -- prejudicou o posicionamento da música nas paradas de single global. Contudo, o single rapidamente se transformou no tema do 007 mais vendido de todos os tempos.
O fato dela ter passado o ano quase que reclusa não impediu que 21 fosse, pelo segundo ano consecutivo, o álbum mais vendido de ano em todo o mundo e continuasse quebrando todos os recordes possíveis e imagináveis.
No fim de 2009, eu achei que seria impossível uma música ser mais onipresente do que I Gotta Feeling foi naquele ano. Demorou três anos mas, no final das contas, eu fui proved wrong.
Assim que eu ouvi Call Me Maybe pela primeira vez, em fevereiro, eu vim correndo fazer um post. Foi só ouvi uma vez que eu reconheci ali um enorme hit em potêncial. Em abril, a música alcançou o top 10 nos EUA. No mesmo mês, ela alcançou o topo no Reino Unido e na Austrália. No fim de junho, Call Me Maybe alcançou o primeiro lugar nos EUA, onde ficou por intermináveis nove semanas.
Trifecta EUA-AU-UK alcançada, não demorou muito para a música explodir em todo o resto do planeta e virar um sucesso viral covered não só pelos pioneiros Selena e Justin mas também pelo Time Olímpico de Natação dos EUA; por Katy Perry; por Cookie Monster; pelo Neymar; pelos vendedores da Abercrombie & Fitch; pela marinha dos EUA; pelo exército dos EUA; pelo elenco de Glee; por Barack Obama e por quem mais você conseguir imaginar.
Não sei vocês mas eu fui de achar a música uma fofura (em fevereiro) para querer me matar toda vez que eu escuto ela tocando (hoje em dia).
Porém, Call Me Maybe não foi a única múisca onipresente de 2012. Gotye, o cantor belgo-australiano, foi, na verdade, o primeiro smash hit do ano com seu absolutamente inescápavel Somebody That I Used To Know, colaboração com a neo-zelandesa Kimbra.
A música estourou em 2011 na Austrália (como já contei aqui), onde foi o segundo single mais vendido. Em fevereiro desse ano, a música alcançou o topo no Reino Unido. Em junho, impulsionado pelo uso da música no American Idol e uma performance de Gotye no Saturday Night Live, a canção atingiu o topo nos EUA.
Not surprisingly, Somebody That I Used to Know e Call Me Maybe foram, respectivamente, o primeiro e o segundo single que mais venderam em 2012. Nos EUA, as músicas foram as unicas ao longo do ano a ultrapassar 6 milhões de unidades vendidas (e ambas figuram entre as dez músicas mais vendidas de todos os tempos no país, com Gotye ocupando a sexta posição) enquanto, no Reino Unido, foram as únicas duas canções a ultrapassar 1 milhão de unidades em 2012. Elas ocuparam o topo em outros milhares de mercado mundo afora, incluindo a França e a Alemanha (o quarto e o quinto maiores mercados mundiais).
A outra música inescapavel do ano? Duh. Op-op-op-oppan Gangnam Style. A sensação coreana PSY atingiu o topo em todo o mundo e, com quase 1 bilhão de views, se transformou no vídeos mais assistido do YouTube de todos os tempos. O hit e a sua dançinha foram totalmente inescapaveis e, na Coréia do Sul, o sucesso da música foi tratado como um orgulho nacional (para comemorar, 100 mil pessoas se reuniram para uma grande festa no centro da cidade). Alguns dos grandes momentos da música -- como, por exemplo, o flash mob que atraiu 20 mil pessoas em Paris e a apresentação com Madonna -- foram tratados aqui e, esse mês, PSY cantou o sucesso para Barack Obama na Casa Branca.
A quarta música inescapavel do ano foi ignorada pelo mercado anglo-saxão mas abraçada por todo o resto do planeta e Brasil, pode comemorar (ou não), porque esse sucesso é nosso: Ai, Se Eu Te Pego de Michel Teló foi o sucesso do primeiro semestre do ano.
Na Alemanha, o quarto maior mercado do mundo, a música foi o maior sucesso digital da história, com quase 700 mil unidades vendidas. Na França, a música também superou Gotye e Carly Rae (que tiveram que se contentar com o segundo e o terceiro lugar) e acabará 2012 como o single de maior sucesso do ano, com 300 mil unidades comercializadas.
A lista de países que a canção atingiu o topo é interminável: Áustria, Alemanha, França, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Itália, Espanha, México, Argentina, Chile, Grécia, Colômbia, Israel, Polônia e vários outros. Além disso, ela impulsionou músicas similares -- mais notavelmente Balada Boa de Gusttavo Lima (primeiro lugar na Itália, França e Holanda; terceiro lugar na Alemanha) -- a status de smash hit global.
Um dado depressivo: na França, o apetite por canções similares foi tanta que, além de Balada Boa, Bara Bará Bere Beré de Alex Ferrari também alcançou o topo por duas semanas. E se você está pensando "poxa, eu nunca ouvi essa música" é porque, apesar dela ser brasileira, ela é TÃO ruim que ela foi completamente ignorada por aqui (surra na cara do metido que acha que o Brasil tem o pior gosto do mundo).
[GENTE, PARA TUDO!!!!!! ACABEI DE DESCOBRIR Q MICHEL TELÓ TEM SUA PRÓPRIA VERSÃO DE BARA BARÁ BERE BERÉ! A que chegou ao topo na França não foi dele though]
[GENTE, PARA TUDO!!!!!! ACABEI DE DESCOBRIR Q MICHEL TELÓ TEM SUA PRÓPRIA VERSÃO DE BARA BARÁ BERE BERÉ! A que chegou ao topo na França não foi dele though]
O livro
Olha, achei que pior que "Crepúsculo" não dava para ficar (sorry, not a fan) mas, como diz o ditado, "nada está tão ruim que não possa piorar". Prova disso: o fenômeno literário do ano , 50 Shades of Grey (50 Tons de Cinza), nasceu vejam só vocês, como uma fanfic de Crepúsculo.
Apesar disso, os dois livros tem suas diferenças. A história de vampiros de Stephanie Meyers reflete os valores castos~ de sua autora mormon, com sexo só depois do casamento, uma heroína modesta etc. e tal. Já a trilogia da britânica E.L. James é um conto erótico cheio de sexo sadomaso.
Eu sou super a favor da libertação sexual feminina (anos 50 ligou e pediu seus tópicos de discussão de volta) e acho ótimo um livro soft porn direcionados a mulheres virar algo tão mainstream, discutindo na grande imprensa e lido sem vergonha por vovós, tias e adolescentes. Mas bom, acho que existem maneiras com mais qualidade das mulheres liberarem esse fogo interno~~ e suas inner godesses mas, né? Quem sou eu. Até porque não dá para ser mais clichê que heroína timida e desinteressante conhece homem controlador, milionário e obcecado por S&M e bondage (tá, tudo bem, essa última parte não é tão clichê mas só porque, até alguns meses atrás, ninguém se atrevia de deixar isso claro. Se vocês viram Amanhecer Parte I, vocês viram q a Bella e o Edwart curtem um S&M também).
Mas bom, independentemente da minha opinião pessoal, 50 Shades foi o fenômeno do ano com centenas de milhões de cópias comercializadas. Em agosto, foi anunciado que o primeiro livro da série de E.L. James tinha ultrapassado 5 milhões de unidades vendidas em seu país de origem e, por tanto, desbancado Harry Potter como o livro mais vendido de todos os tempos no Reino Unido desde que o Nielsen BookScan começou a acompanhar as vendas (em 1998). Levando em conta que o livro continua no topo dos mais vendidos até agora, o número total com certeza é considerável maior. Nos EUA, os três livros já tinham vendido mais de 20 milhões de unidades até julho (provavelmente deve ser o dobro disso agora).
Como de costume, uma franquia tão bem sucedida faz Hollywood salivar. Em março, quando o livro já estava a caminho de se transformar num fenômeno mas ainda não tinha se confirmado como o sucesso astronômico que acabou sendo, os direitos foram vendidos por 5 milhões de dólares para Universal, um valor bem alto ("O Código Da Vinci" foi vendido por 3.5 milhões). Mas a parte mais chocante é que o estúdio aceitou uma cláusula que especificava que a autora teria a palavra final em todas as grandes decisões (algo comum em filmes baseados em séries enormes -- J.K. Rowling, Stephanie Meyer e Suzanne Collins, todas estiveram super envolvidas na produção -- mas nunca especificado de maneira tão explícita no contrato).
Por outro lado, a dificuldade de adaptar um filme que é basicamente cena de sexo S&M atrás de cena de sexo S&M (incluindo uma cena que envolve um absorvente interno) é algo bem complicado, principalmente em Hollywood, que não gosta de espantar o dinheiro de ninguém. Talvez por isso, o desenvolvimento do filme não está indo tão de pressa quanto esperado (até o momento, nada -- a não ser quem serão os produtores e a roteirista -- foi oficialmente decidido).
De qualquer maneira, não restam duvidas: 50 Shades of Grey foi o livro de 2012.
Os programas de TV
Pela primeira vez na história, um programa de TV a cabo ocupou o topo da lista de programas de ficção mais vistos entre pessoas de 18 a 49 anos (for reference: o único demográfico que interessa aos anunciantes e, por tanto, o único que importa) nos EUA: Walking Dead, o elogiado seriados sobre zumbis da AMC, ultrapassou Modern Family, a comédia da ABC, para se transformar no maior sucesso do demo essa temporada.
Alias, todas as ficções mais comentadas do ano foram programas de TV a cabo: Breaking Bad (AMC); Walking Dead (AMC); Dexter (Showtime); Homeland (Showtime); True Blood (HBO); Game of Thrones (HBO); Girls (HBO). O público e a crítica parecem estar cansado dos seriados "seguros" da TV aberta e estão indo atrás de programas mais elaborados e com conteúdos mais complexos e criativos na TV fechada.
Como de costume, uma franquia tão bem sucedida faz Hollywood salivar. Em março, quando o livro já estava a caminho de se transformar num fenômeno mas ainda não tinha se confirmado como o sucesso astronômico que acabou sendo, os direitos foram vendidos por 5 milhões de dólares para Universal, um valor bem alto ("O Código Da Vinci" foi vendido por 3.5 milhões). Mas a parte mais chocante é que o estúdio aceitou uma cláusula que especificava que a autora teria a palavra final em todas as grandes decisões (algo comum em filmes baseados em séries enormes -- J.K. Rowling, Stephanie Meyer e Suzanne Collins, todas estiveram super envolvidas na produção -- mas nunca especificado de maneira tão explícita no contrato).
Por outro lado, a dificuldade de adaptar um filme que é basicamente cena de sexo S&M atrás de cena de sexo S&M (incluindo uma cena que envolve um absorvente interno) é algo bem complicado, principalmente em Hollywood, que não gosta de espantar o dinheiro de ninguém. Talvez por isso, o desenvolvimento do filme não está indo tão de pressa quanto esperado (até o momento, nada -- a não ser quem serão os produtores e a roteirista -- foi oficialmente decidido).
De qualquer maneira, não restam duvidas: 50 Shades of Grey foi o livro de 2012.
Os programas de TV
Todo mundo ama zumbis: Walking Dead é o sucesso da temporada |
Alias, todas as ficções mais comentadas do ano foram programas de TV a cabo: Breaking Bad (AMC); Walking Dead (AMC); Dexter (Showtime); Homeland (Showtime); True Blood (HBO); Game of Thrones (HBO); Girls (HBO). O público e a crítica parecem estar cansado dos seriados "seguros" da TV aberta e estão indo atrás de programas mais elaborados e com conteúdos mais complexos e criativos na TV fechada.
Enquanto isso, na TV aberta, o que mais próspera atualmente são as comédias. Além de Modern Family, as sitcoms da CBS são o grande sucesso de público: enquanto Two and a Half Men meio que perdeu o momentum, Big Bang Theory; How I Met You Mother e 2 Broke Girls têm obtido resultados fantásticos para o canal. Alias, os syndication deals -- direitos de retransmissão/reprise -- desses programas estão sendo vendidos por quantias absurdas (Big Bang Theory custa 2 milhões de dólares por episódios; 2 Broke Girls, 1.7 milhão), deixando todos os atores e produtores dessas comédias milionários pela eternidae.
Os reality shows, os grandes protagonistas nos anos anteriores, parecem ter perdido um pouquinho (bem pouquinho) de sua força nos EUA. Em 2012, nenhuma emissora lançou um grande sucesso mas os sucessos dos anos anteriores -- as Kardashians no E!; as Real Housewives na Bravo -- seguem firmes e fortes e novos programas (estrelando todo mundo, da Toni Braxton aos Jonas Brothers a esposa do Clint Eastwood) continuam pipocando.
Já os reality de canto continuam na linha tenue entre a saturação e o sucesso. American Idol teve seu ano mais baixo até o momento mas continua facilmente como líder de audiência. Para 2013, o programa terá um novo painel de jurados estrelando Mariah Carey, Nicki Minaj e o cantor country Keith Urban.
Já The X Factor continua tentando emplacar nos EUA. Esse ano, Britney Spears e Demi Lovato foram adicionadas ao juri e, enquanto o programa tem mantido audiências bem dignas, ele está longe de reproduzir o fenômeno social que é no Reino Unido.
O programa mais estável é The Voice da NBC. O formato holandês, que tem duas temporadas por ano, teve uma estréia espetacular pós-Super Bowl no começo do ano e, desde então, já desinflou bastante mas continua na frente do X Factor entre o público de 18-49 e tem uma das tarifas publicitárias mais caras da TV aberta americana. Enquanto ele não produziu nenhum vencedor bem sucedido, ele tem ajudado bastante seus jurados, revitalizando a carreira do Maroon 5 e ajudando a transformar Blake Shelton, o seu jurado country, numa estrela de grande porte nos EUA. Ano que vem, Xtina e Cee-Lo Green darão um break doo programa e serão substituídos por Shakira e Usher.
The Voice também é o formato de canto de maior sucesso mundo afora, graças a uma combinação das cadeiras giratórias (eu não sei porque mas elas fascinam muito o público) com um jurado cheio de nomes de grande porte. O programa tem obtido sucesso em atrair nomes respeitáveis em todos os principais mercados e isso, com certeza, ajuda no status do concurso como uma competição séria (não que eu concorde, né). O sucesso internacional dele pode ser comprovado aqui no Brasil e também no México, na Argentina, na Alemanha, na França e na Espanha, onde as respectivas versões têm conseguido audiências bem altas e tem ofuscado os concorrentes.
A exceção foi o Reino Unido. O país tem uma enorme importância por ser -- junto com a Alemanha e a França -- o maior mercado fora dos EUA. A BBC investiu milhões de dólares no formato, com a intenção de bater de frente com os colossais programas de Simon Cowell na ITV (X Factor e Britain's Got Talent). E o concurso não poderia chegar em momento melhor: o público estava se saturando dos programas de Cowell, com X Factor tendo registrado uma acentuada queda de audiência no ano anterior.
Inicialmente, o programa -- que tinha Jessie J, Will.I.Am, Tom Jones e Donnie O'Donaghue (vocalista do The Script) como jurados -- foi um gigantesco sucesso, batendo a audiência do Britain's Got Talent, que estava sendo exibido no mesmo horário na ITV1. Depois de alguns meses contudo, o público perdeu o interesse e a audiência começou a desinflar, até chegar a níveis preocupantes, O single da ganhadora sequer atingiu o top 40. Uma turnê com os finalistas, que passaria por arenas de todo o país, foi cancelada devido a falta de interesse.
A tendência do programa obter altas audiências com a fase de audições e das batalhas entre os jurados e perder força com o começo dos live shows (como já disse, o público gosta mesmo é da cadeira giratória) é normal em todas as edições, a ponto dos produtores estarem implementando pequenas mudanças para deixar a parte final do concurso mais dinâmica. Contudo, o alarmante não foi só a queda de audiência (o programa começou sua trajetória como o mais visto todas as semanas; na sua semi-final, oito programas tinham superado-o em audiência e Britain's Got Talent liderava com facilidade) mas a falta de interesse total do público e da imprensa nos acontecimentos do programa. A repercussão, depois das primeiras semanas, foi zero.
De qualquer maneira, a BBC e a Talpa, produtora do programa, estão mantendo a cabeça em pé: o programa volta, levemente remodelado, no ano que vem e com o mesmíssimo painel de jurados.
Enquanto, nos EUA, os reality perdem um pouquinho da sua força, na Europa, os programas de realidade -- claramente influenciados por sucessos americanos -- estão mais forte do que nunca.
Entre 2006 e 2009, The Hills foi um sucesso de audiência nos EUA, onde foi exibido pela MTV, e um enorme fenômeno social entre o público jovem no país. O programa focava em Lauren Conrad, uma moça jovem, bela e muito bem vestida, já apresentada ao público em outro sucesso da emissora (Laguna Beach), e sua busca por sucesso no mundo da moda em Los Angeles (o que, in hindsight, nem faz muito sentido pois a indústria da moda americana fica concentrada em NYC). Contudo, o que chamava a atenção era a falta de clareza entre o que era real e o que era falso: apesar do título "reality" ser meramente decorativo em absolutamente TODOS os reality americanos, The Hills levava isso a outro nível, mostrando a vida de Lauren e seu cotidiano de maneira tão novelesca que era impossível acreditar que não era roteirizado. O programa chegou ao absurdo de -- no ápice de sua popularidade, quando The Hills estava em tudo quanto é canto, inclusive na capa da Teen Vogue e da Rolling Stone -- mostrar Lauren, naquela altura uma super celebridade, como uma desconhecida, tendo que se apresentar para pessoas como se todo mundo já não soubesse seu nome, passando por entrevistas de emprego e indo numa cartomante que, surpresa, sabia tudo da vida dela (assim como todo o resto da população). Depois de anos negando ser roteirizado, o programa admitiu que tudo não passava de uma farsa na cena final do episódio final.
De qualquer maneira, o formato causou um impacto enorme e sua legacy lives on na Europa.
O caso mais notável é no Reino Unido onde The Only Way Is Essex é um dos programas mais visto da TV fechada, atraindo 1 milhão de espectadores todas as semanas e mantendo-se como um sucesso faz 2 anos, ao longo de 84 episódios (até o momento) e muitas trocas de elenco.
TOWIE, como o programa é apelidado pelos fãs e imprensa, é uma mistura de The Hills com outro sucesso da MTV, Jersey Shore. O formato é igualzinho a The Hills: dramas acerca de rompimentos, riqueza, gente bela e jovem e estilosa (dependendo do seu ponto de vista). Tudo -- das seqüencias musicais aos title cards toda vez que algum "personagem" aparece na tela -- é inspirado por The Hills. Contudo alguns elementos de choque a la Jersey Shore foram implementados: assim como Jersey Shore se foca nos guidos de Nova Jersey, com seus estilos peculiar, TOWIE foca nos playbas e nas pattys de Essex, uma zona afluente meio rural meio urbana na grande Londres onde todo mundo (pelo menos de acordo com a TV) parece ser obcecado com bronzeamento artificial, cilhos postiços gigantescos, maquiagem carregada, injeções de colágeno e muita círurgia plástica.
Como contraponto de TOWIE, exibido no canal jovem da ITV, o ITV2, o canal rival, E4, o outpost a cabo do Channel 4, lançou o Made in Chelsea, outro programa seguindo a risca o manual The Hills de como fazer TV mas focando na galera aristocrática e rica do centro de Londres, especificamente em Chelsea, o distrito mais caro da capital inglesa. Uma versão bem mais classy de TOWIE que, obviamente, de classy não tem muita coisa.
Ambos os programas se mantém no topo dos mais vistos da TV fechada local e são enormes sucessos entre os jovens locais. O curioso é que, diferente dos EUA, o Reino Unido tem um orgão regulamentador de mídia muito forte, o OFCOM, e, para evitar problemas, tanto The Only Way Is Essex quanto Made in Chelsea começam com um aviso de que "as pessoas nesse programa são reais mas algumas histórias e enredos podem ter sido fabricadas para seu entretenimento".
Na França, a emissora jovem NRJ12 estreou, em março desse ano, Hollywood Girls, sobre duas garotas francesas em busca da fama em L.A. As similaridades entre HG e The Hills são gritantes a ponto de que, cedo ou tarde, eu suspeito que deve rolar uma ação judicial: TUDO -- dos locais a fotografia e mesmo alguns enredos -- é igualzinho ao programa da MTV, ao ponto de parecer um reamke com atores franceses.
Mesmo assim, Hollywood Girls é um sucesso e, apesar do visual sleak & chic & luxuoso, deve sair bem barato para a emissora pois é produzido em velocidade indústrial: foram 92 episódios desde março, comparado com 102 de The Hills ao longo de cinco anos.
Alias, Hollywood Girls é tão absurdamente novelesco que faz com que The Hills pareça um documentário sério. Saquem só a descrição da primeira temporada, traduzida da Wikipedia francesa:
Em 2008, o filme Bienvenue chez les Ch'tis, que satiriza a região nordeste de Paris, foi um fenômeno de bilheteria e se transformou no maior sucesso do cinema francês. Daí, os Frenchies aplicaram o pensamento americano: faturar em cima do fenômeno do momento com um reality.
A região nordeste da França -- Nord-pas-Calain -- é uma região beeeem pouco sofisticada, com um dialeto próprio pouco charmoso (ao invés de "toi", por exemplo, eles falam "ti", hence a classificação dos locais como ch'tis) e com péssimo clima, sempre frio, cinza e chuvoso. Então, é claro, o conceito do programa é levar os locais da região para lugares que são o exato oposto: Ibiza; Mykono; Miami; Las Vegas.
Reino Unido e França já conquistado, ainda falta um potencial mercado. Worry not, a Alemanha também já mergulhou na onda do scripted reality (reality show lá é conhecido como doku soap, então os roteirizados são classificados como pseudo doku soap. Muto chique).
O maior sucesso do gênero é Berlin - Tag und Nacth (Berlin - Dia & Noite) que acompanha os dramas roteirizados de um monte de jovens reais em Berlin, a cidade mais cosmopolita e cool da Alemanha. O programa é um sucesso de repercussão e o programa alemão mais curtido no Facebook. Ah, uma versão para França, Paris Jour et Nuit, já está em produção, com estréia prevista para 2013.
Enquanto muitos parecem diretamente "chupados" de The Hills, outros adicionam seus próprios twist e, quase todos, parecem ser um mix entre o mundo fashionable cool de The Hills com o mundo outrageously drunk de baixaria de outro fenômeno da MTV, Jersey Shore.
O melhor exemplo de um mix dos dois, contudo, é a produção da MTV britânica, The Valleys. O nome indica uma homenagem ao icônico Hills. O elenco, contudo, é bem na linha de Jersey Shore como vocês podem ver pelo trailer abaixo.
A MTV britânica, alias, tem, desde 2011, sua própria versão de Jersey Shore entitulada Geordie Shore. "Geordie" é como são apelidados os habitantes de Newcastle, uma região conhecida por ser uma das mais pobres do país porém, também, a mais festeira. O lugar está na moda graças a celebridades provenientes da cidade como Cheryl Cole.
A versão britânica é bem parecida com a americana mas, com as regulamentações envolvendo nudez e xingamento muito mais relaxadas que nos EUA, ela é bem mais caliente. Rapidamente, o programa, que já está na quarta temporada, bateu recordes históricos de audiência para o canal.
O sucesso da versão inglesa só não é maior que a da versão espanhola. Gandía Shore atraiu 1 milhão de espectadores em seu primeiro episódio na MTV espanhola. Uma versão francesa está em produção.
Enquanto isso, a versão americana começa sua última temporada na próxima semana. Jersey Shore continua sendo o programa mais visto da MTV mas com 1/4 das audiências de seu ápice, as mudanças nas circunstâncias na vida do elenco (Snooki é mãe!!), a perda de momentum, sem falar no que aconteceu com o famoso Shore (destruído pelo furacão Sandy), é uma boa hora mesmo para o programa ser cancelado. Veremos se 2013 será um ano melhor para a criação de realities americanos. A MTV está apostando todas as fichas em caipiras. Será essa a tendência do próximo ano?
Já os reality de canto continuam na linha tenue entre a saturação e o sucesso. American Idol teve seu ano mais baixo até o momento mas continua facilmente como líder de audiência. Para 2013, o programa terá um novo painel de jurados estrelando Mariah Carey, Nicki Minaj e o cantor country Keith Urban.
Já The X Factor continua tentando emplacar nos EUA. Esse ano, Britney Spears e Demi Lovato foram adicionadas ao juri e, enquanto o programa tem mantido audiências bem dignas, ele está longe de reproduzir o fenômeno social que é no Reino Unido.
O programa mais estável é The Voice da NBC. O formato holandês, que tem duas temporadas por ano, teve uma estréia espetacular pós-Super Bowl no começo do ano e, desde então, já desinflou bastante mas continua na frente do X Factor entre o público de 18-49 e tem uma das tarifas publicitárias mais caras da TV aberta americana. Enquanto ele não produziu nenhum vencedor bem sucedido, ele tem ajudado bastante seus jurados, revitalizando a carreira do Maroon 5 e ajudando a transformar Blake Shelton, o seu jurado country, numa estrela de grande porte nos EUA. Ano que vem, Xtina e Cee-Lo Green darão um break doo programa e serão substituídos por Shakira e Usher.
The Voice também é o formato de canto de maior sucesso mundo afora, graças a uma combinação das cadeiras giratórias (eu não sei porque mas elas fascinam muito o público) com um jurado cheio de nomes de grande porte. O programa tem obtido sucesso em atrair nomes respeitáveis em todos os principais mercados e isso, com certeza, ajuda no status do concurso como uma competição séria (não que eu concorde, né). O sucesso internacional dele pode ser comprovado aqui no Brasil e também no México, na Argentina, na Alemanha, na França e na Espanha, onde as respectivas versões têm conseguido audiências bem altas e tem ofuscado os concorrentes.
A exceção foi o Reino Unido. O país tem uma enorme importância por ser -- junto com a Alemanha e a França -- o maior mercado fora dos EUA. A BBC investiu milhões de dólares no formato, com a intenção de bater de frente com os colossais programas de Simon Cowell na ITV (X Factor e Britain's Got Talent). E o concurso não poderia chegar em momento melhor: o público estava se saturando dos programas de Cowell, com X Factor tendo registrado uma acentuada queda de audiência no ano anterior.
Inicialmente, o programa -- que tinha Jessie J, Will.I.Am, Tom Jones e Donnie O'Donaghue (vocalista do The Script) como jurados -- foi um gigantesco sucesso, batendo a audiência do Britain's Got Talent, que estava sendo exibido no mesmo horário na ITV1. Depois de alguns meses contudo, o público perdeu o interesse e a audiência começou a desinflar, até chegar a níveis preocupantes, O single da ganhadora sequer atingiu o top 40. Uma turnê com os finalistas, que passaria por arenas de todo o país, foi cancelada devido a falta de interesse.
A tendência do programa obter altas audiências com a fase de audições e das batalhas entre os jurados e perder força com o começo dos live shows (como já disse, o público gosta mesmo é da cadeira giratória) é normal em todas as edições, a ponto dos produtores estarem implementando pequenas mudanças para deixar a parte final do concurso mais dinâmica. Contudo, o alarmante não foi só a queda de audiência (o programa começou sua trajetória como o mais visto todas as semanas; na sua semi-final, oito programas tinham superado-o em audiência e Britain's Got Talent liderava com facilidade) mas a falta de interesse total do público e da imprensa nos acontecimentos do programa. A repercussão, depois das primeiras semanas, foi zero.
De qualquer maneira, a BBC e a Talpa, produtora do programa, estão mantendo a cabeça em pé: o programa volta, levemente remodelado, no ano que vem e com o mesmíssimo painel de jurados.
Enquanto, nos EUA, os reality perdem um pouquinho da sua força, na Europa, os programas de realidade -- claramente influenciados por sucessos americanos -- estão mais forte do que nunca.
Entre 2006 e 2009, The Hills foi um sucesso de audiência nos EUA, onde foi exibido pela MTV, e um enorme fenômeno social entre o público jovem no país. O programa focava em Lauren Conrad, uma moça jovem, bela e muito bem vestida, já apresentada ao público em outro sucesso da emissora (Laguna Beach), e sua busca por sucesso no mundo da moda em Los Angeles (o que, in hindsight, nem faz muito sentido pois a indústria da moda americana fica concentrada em NYC). Contudo, o que chamava a atenção era a falta de clareza entre o que era real e o que era falso: apesar do título "reality" ser meramente decorativo em absolutamente TODOS os reality americanos, The Hills levava isso a outro nível, mostrando a vida de Lauren e seu cotidiano de maneira tão novelesca que era impossível acreditar que não era roteirizado. O programa chegou ao absurdo de -- no ápice de sua popularidade, quando The Hills estava em tudo quanto é canto, inclusive na capa da Teen Vogue e da Rolling Stone -- mostrar Lauren, naquela altura uma super celebridade, como uma desconhecida, tendo que se apresentar para pessoas como se todo mundo já não soubesse seu nome, passando por entrevistas de emprego e indo numa cartomante que, surpresa, sabia tudo da vida dela (assim como todo o resto da população). Depois de anos negando ser roteirizado, o programa admitiu que tudo não passava de uma farsa na cena final do episódio final.
De qualquer maneira, o formato causou um impacto enorme e sua legacy lives on na Europa.
O caso mais notável é no Reino Unido onde The Only Way Is Essex é um dos programas mais visto da TV fechada, atraindo 1 milhão de espectadores todas as semanas e mantendo-se como um sucesso faz 2 anos, ao longo de 84 episódios (até o momento) e muitas trocas de elenco.
TOWIE, como o programa é apelidado pelos fãs e imprensa, é uma mistura de The Hills com outro sucesso da MTV, Jersey Shore. O formato é igualzinho a The Hills: dramas acerca de rompimentos, riqueza, gente bela e jovem e estilosa (dependendo do seu ponto de vista). Tudo -- das seqüencias musicais aos title cards toda vez que algum "personagem" aparece na tela -- é inspirado por The Hills. Contudo alguns elementos de choque a la Jersey Shore foram implementados: assim como Jersey Shore se foca nos guidos de Nova Jersey, com seus estilos peculiar, TOWIE foca nos playbas e nas pattys de Essex, uma zona afluente meio rural meio urbana na grande Londres onde todo mundo (pelo menos de acordo com a TV) parece ser obcecado com bronzeamento artificial, cilhos postiços gigantescos, maquiagem carregada, injeções de colágeno e muita círurgia plástica.
Como contraponto de TOWIE, exibido no canal jovem da ITV, o ITV2, o canal rival, E4, o outpost a cabo do Channel 4, lançou o Made in Chelsea, outro programa seguindo a risca o manual The Hills de como fazer TV mas focando na galera aristocrática e rica do centro de Londres, especificamente em Chelsea, o distrito mais caro da capital inglesa. Uma versão bem mais classy de TOWIE que, obviamente, de classy não tem muita coisa.
Ambos os programas se mantém no topo dos mais vistos da TV fechada local e são enormes sucessos entre os jovens locais. O curioso é que, diferente dos EUA, o Reino Unido tem um orgão regulamentador de mídia muito forte, o OFCOM, e, para evitar problemas, tanto The Only Way Is Essex quanto Made in Chelsea começam com um aviso de que "as pessoas nesse programa são reais mas algumas histórias e enredos podem ter sido fabricadas para seu entretenimento".
Na França, a emissora jovem NRJ12 estreou, em março desse ano, Hollywood Girls, sobre duas garotas francesas em busca da fama em L.A. As similaridades entre HG e The Hills são gritantes a ponto de que, cedo ou tarde, eu suspeito que deve rolar uma ação judicial: TUDO -- dos locais a fotografia e mesmo alguns enredos -- é igualzinho ao programa da MTV, ao ponto de parecer um reamke com atores franceses.
Mesmo assim, Hollywood Girls é um sucesso e, apesar do visual sleak & chic & luxuoso, deve sair bem barato para a emissora pois é produzido em velocidade indústrial: foram 92 episódios desde março, comparado com 102 de The Hills ao longo de cinco anos.
Alias, Hollywood Girls é tão absurdamente novelesco que faz com que The Hills pareça um documentário sério. Saquem só a descrição da primeira temporada, traduzida da Wikipedia francesa:
A procura de Josh, seu irmão que ela nunca conheceu, Ayem migra para Hollywood junto com sua amiga Caroline, onde irão morar com a amiga de infância delas, Chloe Jones. Mas Sandra, a roommate de Chloe, não vê com bons olhos a chegada das duas francesas e fará de tudo para colocá-las para fora. Rapidamente, Ayem e Caroline se integram a vida em West Hollywood e conhecem Nicolas, Kevin e Kamel. Juntos, eles irão confrontar a maléfica Geny G, agente das estrelas mas também chefe de uma rede de prostituição. A temporada termina com a queda do avião de Ayem.Pois é, chupem essa manga. E Hollywood Girls não é o único reality show a la Americaine. Outro sucesso é a série de programas que leva um grupo de jovens Ch'tis a regiões exóticas do mundo.
Em 2008, o filme Bienvenue chez les Ch'tis, que satiriza a região nordeste de Paris, foi um fenômeno de bilheteria e se transformou no maior sucesso do cinema francês. Daí, os Frenchies aplicaram o pensamento americano: faturar em cima do fenômeno do momento com um reality.
A região nordeste da França -- Nord-pas-Calain -- é uma região beeeem pouco sofisticada, com um dialeto próprio pouco charmoso (ao invés de "toi", por exemplo, eles falam "ti", hence a classificação dos locais como ch'tis) e com péssimo clima, sempre frio, cinza e chuvoso. Então, é claro, o conceito do programa é levar os locais da região para lugares que são o exato oposto: Ibiza; Mykono; Miami; Las Vegas.
Reino Unido e França já conquistado, ainda falta um potencial mercado. Worry not, a Alemanha também já mergulhou na onda do scripted reality (reality show lá é conhecido como doku soap, então os roteirizados são classificados como pseudo doku soap. Muto chique).
O maior sucesso do gênero é Berlin - Tag und Nacth (Berlin - Dia & Noite) que acompanha os dramas roteirizados de um monte de jovens reais em Berlin, a cidade mais cosmopolita e cool da Alemanha. O programa é um sucesso de repercussão e o programa alemão mais curtido no Facebook. Ah, uma versão para França, Paris Jour et Nuit, já está em produção, com estréia prevista para 2013.
Enquanto muitos parecem diretamente "chupados" de The Hills, outros adicionam seus próprios twist e, quase todos, parecem ser um mix entre o mundo fashionable cool de The Hills com o mundo outrageously drunk de baixaria de outro fenômeno da MTV, Jersey Shore.
O melhor exemplo de um mix dos dois, contudo, é a produção da MTV britânica, The Valleys. O nome indica uma homenagem ao icônico Hills. O elenco, contudo, é bem na linha de Jersey Shore como vocês podem ver pelo trailer abaixo.
A MTV britânica, alias, tem, desde 2011, sua própria versão de Jersey Shore entitulada Geordie Shore. "Geordie" é como são apelidados os habitantes de Newcastle, uma região conhecida por ser uma das mais pobres do país porém, também, a mais festeira. O lugar está na moda graças a celebridades provenientes da cidade como Cheryl Cole.
A versão britânica é bem parecida com a americana mas, com as regulamentações envolvendo nudez e xingamento muito mais relaxadas que nos EUA, ela é bem mais caliente. Rapidamente, o programa, que já está na quarta temporada, bateu recordes históricos de audiência para o canal.
O sucesso da versão inglesa só não é maior que a da versão espanhola. Gandía Shore atraiu 1 milhão de espectadores em seu primeiro episódio na MTV espanhola. Uma versão francesa está em produção.
Enquanto isso, a versão americana começa sua última temporada na próxima semana. Jersey Shore continua sendo o programa mais visto da MTV mas com 1/4 das audiências de seu ápice, as mudanças nas circunstâncias na vida do elenco (Snooki é mãe!!), a perda de momentum, sem falar no que aconteceu com o famoso Shore (destruído pelo furacão Sandy), é uma boa hora mesmo para o programa ser cancelado. Veremos se 2013 será um ano melhor para a criação de realities americanos. A MTV está apostando todas as fichas em caipiras. Será essa a tendência do próximo ano?
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