Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

One to watch: Lana del Rey



Nas últimas semanas, o burburinho em torno da cantora nova-iorquina Lana del Rey tem atingido proporções cada vez maiores. Seu EP alcançou o top 5 do iTunes estado-unidense e o topo do iTunes britânico e, depois de meses de sucesso viral na internet, seu primeiro single, Video Game, estreou no top 10 do Reino Unido e atualmente ocupa o topo na França, Grécia, Holanda e Bélgica. Até manchete na Folha Ilustrada Lana já emplacou e isso tudo com pouquíssimas entrevistas e absolutamente nenhum show ao vivo. De fato, foi apenas no dia 11 desse mês que Del Rey apareceu pela primeira vez na televisão, cantando ao vivo no programa britânico Live... with Jooks Holland.

No dia 21 de setembro, Lana iria fazer sua primeira apresentação ao vivo, no The Box em Nova York. Com ingressos esgotados em minutos, o show foi cancelado em cima da hora para que a produção do show fosse elaborada e que fosse movido para um local maior. Um show em Londres, cidade onde a cantora reside, esgotou em 30 minutos e também teve que ter seu local reavaliado. Shows em dezenas de cidades e países estão sendo marcados as pressas tamanho a demanda.


Apesar de sua falta de experiência ao vivo, Lana foi abraçada pela crítica especializada, que depositou total confiança de que ela seria a próxima explosão musical. O respeitadissimo site de música indie Pitchfork escolheu Video Game como "Best New Track" e a revista Q, a publicação musical mais importante da Grã-Bretanha, deu a Lana o prêmio de The Next Big Thing na cerimônia anual dos prêmios Q.

 Na cena musical atual, bilhões de dólares são comandados por cantoras. Temos Adele, quebrando absolutamente todos os recordes imagináveis; Lady Gaga, que surgiu causando comoção que não era visto desde os anos de Madonna e Michael Jackson; Taylor Swift, o fenômeno country; Katy Perry e Rihanna, cada vez mais provando que estão aqui para ficar; Beyoncé, a top performer; Shakira, a rainha latina; Nicki Minaj, uma das maiores MC femininas já vistas; Ke$ha; Jessie J e zilhões de nomes mais. Nessa multidão de divas, todas com poderosíssimas equipes investindo milhões nelas, é interessante como Lana, uma diva indie, tem conseguido se destacar. Afinal, Lana parece ser as indie as you can be: ela escreve as próprias letras, tem uma voz indiscutivelmente boa, produz seu material em Londres (apesar de ser americana), tem um look que lembra Brigitte Bardot e outras sex symbols dos anos 60. Tudo nela parece gritar credibilidade.

E, é claro, aí que a polêmica nasce. Afinal, foi-se o tempo onde você ser indie era um pré-requisito para ser uma queridinha indie. Hoje em dia, tudo parece ser milimetricamente planejado, até os sucessos independentes e cheios de credibilidade.

Lana em seus tempos de Lizzie Grant: cabelos oxigenados e lábios mais finos

Lana nasceu em 1986, como Elizabeth Grant. Inicialmente, ela tentou emplacar sua carreira como Lizzie Grant e sua ambição era mesmo ser a vocalista de uma banda. Alguns elementos de seu look atual já estavam em evidência na época, mais notavelmente sua voz sultry, seu som retro e seus vídeos editados de maneira a parecer películas antigas. Mas, ao chamar atenção de uma gravadora e de poderosos agentes, empresários e advogados, a carreira de Lizzie tomou uma injeção de adrenalina. Primeiramente, foi decidido que ela seria mais marketable como cantora solo, acabando com o plano dela de ser parte de uma banda. Depois, o nome Lana Del Rey foi decidido (por empresários e advogados) pois era um nome que refletia o glamour cinemático retro do seu som. E, finalmente, o look de Lizzy foi remodelado: adeus cabelos loiros oxigenados e look de líder de torcida e olá para lábios carnudos recém-adquiridos (e talvez outras coistas mias) e cabelo e figurino de sex symbol francesa dos anos 60.

So there you go, Lana Del Rey, indie critical darling, tem o seu lado manufaturado. O que diz mais sobre a nossa sociedade e o mundo pop em geral do que sobre ela como pessoa.
Mas Lana é rápida em se afastar de qualquer acusação de que ela é um produto. "Não existe duas versões de mim. Lana e Lizzie são a mesma pessoa, são só nomes diferentes", afirmou em uma de suas raras entrevistas (para o Pitchfork, influente site musical que é um do seus maiores supporters). 

Porém, é claro que, desde a explosão de Video Game, a P.R. machine em torno da cantora está trabalhando em tempo integral e a moça já tem conta no Facebook, no Youtube, no Twitter, um site oficial super estilizado e reportagens em todos os veículos que importante, entre eles o The Guardian, a Vogue britânica, a já mencionada Folha de São Paulo, a GQ....

Possíveis cirurgias e manipulações a parte, Lana é de fato uma artista que merece ser ouvida. Sua voz e música falam por si só e, bem ou mal, a garota tem bastante talento, escreve e produz seus próprios vídeos e merece sim uma chance. Além disso tudo, o look pode ter sido comprado mas não tem como negar que ela é linda.





terça-feira, 23 de agosto de 2011

Causando no UK: The Inbetweeners



O Channel 4 é um dos canais mais populares entre a juventude britânica e a sua versão a cabo, E4, virou uma marca poderosíssima graças ao sucesso de seus seriados enlatados (mostly Friends e Glee) e, principalmente, o enorme aclame obtido pelos seus seriados originais.
Internacionalmente, o seriado mais famoso do canal é Skins. Mas, apesar do grande sucesso que o groundbreaking drama teve em seu país de origem, o maior e mais lucrativo sucesso do E4 localmente é sem duvida nenhuma a comédia The Inbetweeners.

Diferente dos EUA, onde uma série fica no ar eternamente enquanto ela dá audiência e lucro, os britânicos são mais comedidos e comprometidos com a qualidade (e também contam com um orçamento menos gigantesco). Por isso, apesar do seu sucesso sem precedentes, Inbetweeners conta com apenas 3 temporadas, de seis episódios cada.

O programa estreou em maio de 2008 com 321 mil espectadores. Depois de três episódios, a audiência já tinha subido para 430 mil. As reprises dos episódios foram atraindo um público cada vez maior e, em abril de 2009, a segunda temporada estreou com 1.3 milhão de espectadores. E a popularidade continuou crescendo até que a última temporada estreou em setembro de 2010 com 3.5 milhões de espectadores, um recorde histórico para o E4. O seriado chegou ao fim com 4 milhões de espectadores.

Inbetweeners é, de longe, a emissão mais popular entre a juventude britânica e, com audiências recordes e vendas de DVDs na casa dos milhões, um dos maiores fenômenos do humor britânico da última década. Mas, afinal, sobre o que se trata o programa?

É um formato extremamente singelo: uma comédia de 30 minutos sobre um grupo de quatro amigos no Ensino Médio que não são particularmente cool (pelo contrário) e que, pelas circunstâncias, acabam virando amigos apesar da pouca semelhança entre eles. Nenhum dos 4 é bonito ou particularmente likeable. Pelo contrário, são todos bem annoying. Mas é essa a beleza do programa.



O humor é COMPLETAMENTE politicamente incorreto, num nível que é difícil ver o programa ser exibido (e, mais do que isso, alcançar níveis tão enormes de sucesso) em qualquer lugar além do UK. A comédia é cheia de palavrões, ofensas e escatologia. No primeiro episódio da terceira temporada, num fashion show beneficente organizado pela escola, um dos personagens desfila numa diminuta sunga e não percebe que seu testículo esquerdo está completamente exposto (e, claro, nós, espectadores, não somos poupados de vê-lo em detalhes).

Alias, a grosseria é tão presente que o fato da MTV estar preparando uma adaptação para os EUA é, no mínimo, estranho. Principalmente porque no basic cable americano não se é permitido xingamentos, nudez ou excesso de politicamente incorreto (exceto, é claro, na formas de reality shows onde tudo é devidamente bleepado e borrado). Era de se esperar que o canal tivesse aprendido a lição depois do fracasso de público e crítica que foi a versão deles de Skins. Mas aparentemente não é o caso...

Seja como for, quarta-feira passada estreou nos cinemas britânicos The Inbetweeners Movie, a conclusão oficial da saga. O filme, onde os quatro meninos recém-formados e finalmente em idade legal viajam para Malta em busca de alcool e sexo (um ritual comum entre formandos britânicos), estreou com arrecadações recordes: 13 milhões de libras (22 milhões de dólares). Isso é a maior estréia para uma comédia local, quebrando o recorde de Bridget Jones 2: No Limite da Razão (18 milhões). Para se ter uma idéia, a estréia foi maior no Reino Unido do que dois dos filmes mais bem-sucedidos do ano: Piratas do Caribe 4 e Transformers 3. O único filme que arrecadou mais no primeiro final de semana nas terras da rainha foi o último Harry Potter ($38.4 milhões).



Enfim, se eu recomendo Inbetweeners? É claro! Mas não é para os que se ofendem facilmente e é extremamente difícil entender os diálogos, tanto pela enorme quantidade de gírias quanto pelos complicados sotaques britânicos, então legendas (em inglês mesmo. Duvido que existem boas traduções para o português) são um must. Mas não deixe o aclame crítico e a enorme quântidade de prêmios fool you: o humor é completamente débilóide (e, yet, estranhamente brilhante).

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O momento onde tudo foi por água abaixo

Essas cantoras tinham tudo: prêmios, aclame, boas críticas e milhões de unidades vendidas. Porém, pequenos deslizes foram apontados como fatores definitivos no fim de suas promissórias carreiras.




Em 2004, com apenas 17 anos, Joss Stone explodiu na cena com um CD que iria kickstart o fenômeno de cantoras britânicas de soul (e que explodiria de vez em 2006, com Amy Winehouse). O álbum atraiu críticas positivas e vendeu bem em todo o mundo, com 2 milhões de unidades comercializadas só entre os EUA e o Reino Unido.

Porém, em 2007, depois de um pequeno hiatus, Joss Stone ressurgiu no BRIT Awards, a principal premiação de música do Reino Unido. Contudo, para o choque da platéia, depois de um tempinho nos EUA trabalhando no seu novo CD, Joss, nascida e criada em Kent, no sudeste da Inglaterra, apareceu com um bizarro sotaque americano.

Não deu outra: o público e a imprensa caíram em cima da jovem e seu esperado segundo CD, Introducing Joss Stone, foi um fracasso comercial no Reino Unido.

Nos EUA, por outro lado, o álbum teve um resultado decente, atingindo a segunda posição no Billboard e vendendo 500 mil unidades, o suficiente para disco de ouro.

Desde então, o momentum de Joss parece ter se evaporado mas, com o tempo, ela parece ter achado seu nicho. Amiga do Principe William, ela foi convidada ao Casamento Real e foi chamada pelo Mick Jagger para formar parte do seu novo super grupo de rock (que tinha a nobre função de promover celulares Nokia), Super Heavy, junto com alguns dos músicos mais respeitados do planeta (além do próprio Mick e de Joss, também está na banda Damian Marley, filho de Bob; o compositor ganhador do Oscar A.R. Rahman e o guitarrista dos Eurorhytmics, Dave Stewart). Ah, e o bizarro plot para seqüestra-la e assassina-la colocou o nome dela de volta na mídia faz algumas semanas.



Em 2009, Duffy parecia estar no topo do mundo: sua música Mercy era um sucesso global, seu álbum tinha vendido milhões de cópias em todo o mundo (só no UK, mais de 2 milhões de unidades foram comercializadas, um dos maiores sucessos da última década) e ela estava levando todos os principais prêmios para casa.

Com o mundo em suas mãos, a cantora galega achou que não teria nada de errado em aceitar a proposta milionária da Coca Cola para estrelar uma nova campanha para a Diet Coke.

A campanha estreou durante o BRIT Awards (aonde, dois anos antes, Joss Stone tinha destruído sua carreira), na mesma noite que Duffy ganhou três prêmios. Não deu outra: o anúncio foi universalmente criticado. Afinal, TUDO nele era annoying, a começar pelo HORRÍVEL cover de I Gotta Be Me.

O anúncio da Coca é apontado como o momento que destruiu a carreira de Duffy.

É claro que, sendo justo, isso é meio reducionista. Afinal, a carreira de Duffy esfriou inclusive em lugares onde a campanha nem sequer foi ao ar. O verdadeiro motivo que a carreira dela went south, na minha singela opinião, é que ela nunca foi verdadeiramente boa e vendia baseado apenas em hype.

Mas que a campanha da Diet Coke ajudou a colocar a cruz na carreira de Duffy, isso não tem como negar.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Adele: maior fenômeno da indústria fonográfica britânica?



O sucesso de Adele nas semanas que antecederam a estréia de seu novo álbum, 21, já foi tratado aqui (alias, recomendo a leitura desse post para uma melhor compreensão do porque do fenômeno Adele ter surgido).

Desde então, eu fiquei de postar um follow-up comentando o desempenho do novo álbum e, a cada semana que eu não escrevo, o CD quebra um novo recorde histórico nas paradas britânicas. Então, depois de quase três meses nas lojas, vamos dar uma olhadinha em todos os recordes que o CD já quebrou (hint: foi mais de um para cada semana que ele está a venda).


O primeiro single, Rollin' in the Deep, estreou no começo de janeiro e foi direto para a 2ª posição no Reino Unido. Em todo o resto da Europa, a música alcançou o topo e, nos EUA, mais de 1 milhão de unidades já foram vendidas. Finalmente, em 21 de janeiro, 21 (intitulado assim pois foi escrito quando a cantora e compositora tinha essa idade) chegou as lojas britânicas.
  • Semana 1: Com 204 mil cópias, 21 se transforma no álbum que registrou melhores vendas em janeiro desde 2006, quando os Artic Monkeys lançaram seu esperado debut, Whatever People Say I Am... That's What I'm Not.

    O álbum anterior da cantora, 19, reentrou no top 5, alcançando a 4ª posição.

    Enquanto no Reino Unido o sucesso era impressionante, na Holanda ele ultrapassava qualquer expectativa. Com mais de 100 mil cópias comercializadas, o álbum vendeu mais do que todo o resto do top 100 holandês somado. Para colocar as coisas em perspectiva: 100 mil cópias na Holanda equivaleria, per capta, nos EUA, a 1.9 milhão. Adele já tinha obtido grande sucesso no país com seu álbum anterior mas, o sucesso do single de estréia e a participação da cantora na grande final do The Voice of Netherland, o reality de canto que é o programa mais visto no país, catapultaram a britânica para outra estratosfera.
  • Semana 2: As vendas de segunda semana no Reino Unido confirmaram que o álbum de Adele era um fenômeno raro: 136 mil cópias. Alcançar 100 mil cópias em uma semana num mês seco como janeiro já é difícil, alcançar esse número na segunda semana é semi-impossível. Em duas semanas, o álbum alcançou certificação de platina no UK. 19, o álbum de estréia de Adele, se manteve na quarta posição, com um aumento de vendas de 8% em relação a semana anterior.

  • Semana 3: As vendas continuaram impressionantemente estáveis na terceira semana, com 134 mil cópias.



  • Semana 4: Depois de uma performance histórica de Someone Like You no BRIT Awards, as vendas alcançaram 188 mil unidades na semana que o CD completou um mês nas lojas britânicas. Em quatro semanas, o CD foi certificado platina dupla.

    Alias, a performance no BRIT Awards rendeu de maneira bizarra. Depois que Adele cantou Someone Like You na premiação, a música subiu 46 posições no iTunes, atingindo o topo das paradas digitais e das paradas oficiais com 112 mil unidades vendidas em menos de quatro dias.

    Com isso, Adele tinha dois CDs no
    top 5 de álbuns e duas músicas (Someone Like You e Rollin' in the Deep) no top 5 de singles, fazendo dela a primeira artista a conseguir isso desde os Beatles em dezembro de 1964.

    35 álbuns tiveram vendas superiores a 100 mil cópias durante quatro semanas consecutivas. Mas 21 de Adele era apenas um dos três -- junto com X&Y do Coldplay e Back to Bedlam do James Blunt -- a fazer isso fora do período natalino.

  • Semana 5: Com 174 mil cópias, 21 se mantém no topo da parada enquanto 19 ascende da quarta para a segunda posição.

    Na parada de singles, Someone Like You segue no topo com mais de 100 mil unidades vendidas pela segunda semana consecutiva. Rollin' in the Deep ocupa a quarta posição.

    Com isso, Adele se transforma na unica cantora na história do Reino Unido a ocupar as duas primeiras posições da parada de CDs e ter dois singles no top 5 simultâneamente.

    Com 5 semanas no topo, Adele empata com Moby e seu CD Play (2001) como o lançamento independente que ficou mais semanas consecutivas em primeiro lugar.



  • Semana 6: Adele continua no topo tanto das paradas de álbuns, com 21, quanto da de singles, com Someone Like You. O álbum ultrapassa em menos de 2 meses a barreira de 1 milhão de cópias vendidas no Reino Unido. O CD também continua no topo nos EUA.

    Adele barrou dois dos lançamentos mais esperados do topo: a hypada Jessie J vendeu 102 mil cópias de seu CD de estréia Who You Are -- número que, sob circunstâncias normais, garantiria o topo -- enquanto Beady Eyes, o primeiro álbum dos ex-Oasis sem Noel Galagher, vendeu 74 mil cópias.

    Com seis semanas no topo, 21 quebra o recorde de Moby e empata com The Fat of the Land do The Prodigy de 1997 como o lançamento de gravadora independente que passou mais semanas em primeiro lugar.
    As seis semanas do The Prodigy, que coincidentalmente são da mesma gravadora que Adele (XL Records), não foram consecutivas.

    Nas paradas de single, Someone Like You continua acima de 100 mil cópias pela terceira semana consecutiva.
    É importante destacar a raridade que é um CD arrasar de tal maneira enquanto um single faz o mesmo. Em geral, é um ou outro. Principalmente em CDs de pop mais adulto. A cantora, porém, tem uma leve vantagem ao ter duas versões do single disponíveis no iTunes: ao vivo no BRITS e a versão do CD, em estúdio. Mesmo assim, a dominação de Adele em ambas as paradas é impressionante e raríssimo.

  • Semana 7: Ao vender 162 mil em sua sétima semana, o CD empata com Spirit de Leona Lewis (2007) e o álbum homônimo da boyband JLS (2009) como o CD que manteve suas vendas nos seis dígitos por mais semanas consecutivas. Porém, Adele é a unica que conseguiu tal feito fora das semanas pré-natal e sem participar do The X Factor (Leona foi a vencedora em 2006; JLS ficou em segundo lugar em 2008).

    Na parada de singles, Someone Like You completa um mês ininterrupto no topo.

  • Semana 8: Com 158 mil cópias, o álbum bate o recorde de Leona e JLS como o CD que manteve vendas nos seis dígitos por mais semanas consecutivas no Reino Unido. Ele também quebra o recorde de Lady Gaga e se transforma no CD mais vendido digitalmente da história do UK, com vendas acumuladas de 321 mil cópias (de um total de 1.34 milhão).

    Na parada de singles, Someone Like You é desbancado do topo por Don't Hold Your Breath da ex-Pussycat Doll Nicole Scherzinger.




  • Semana 9: Depois de uma performance no show beneficente da BBC, Comic Relief, Someone Like You retorna para o topo das paradas de singles. Com isso, a música se transforma na primeira a ficar cinco semanas na primeira lugar desde I Kissed a Girl de Katy Perry em 2008.

    Com 156 mil cópias, 21 continua no topo, ultrapassando Back to Bedlam (2005) de James Blunt e empatando com a coletânea dos Beatles, 1, como o álbum que se manteve no topo das paradas britânicas por mais semanas consecutivas no século 21 (a compilação dos Beatles conseguiu tal feito entre o período natalino de 2000 e as semanas iniciais de 2001).

  • Semana 10: Finalmente, chegamos a semana passada quando, impulsionado pelo Dia das Mães, 21 superou as vendas da semana inicial e alcançou 240 mil unidades vendidas ao longo de sete dias. Foram as melhores vendas já registradas no mês de abril na história do Reino Unido.

    Além disso, o álbum de Adele é o unico na história a ter vendas em seis dígitos ao longo de dez semanas e desbancou The Immaculate Collection da Madonna (que ficou em primeiro lugar entre o período natalino de 1990 e as primeiras semanas de 1991) para se transformar no CD de uma cantora que ficou no topo por mais semanas consecutivas na história das paradas britânicas.

    Em semanas não-consecutivas, o CD ainda tem que desbancar Jagged Little Pill (1996) de Alanis Morisette e Come On Over (1998) de Shania Twain. Ambos ocuparam o topo por onze semanas e, sem duvida, Adele empatará com elas na próxima semana (e eventualmente as superará). É importante destacar que tanto o álbum de Alanis quanto o de Shania ultrapassaram 3 milhões de cópias no UK e são dois dos álbuns mais vendidos da história do país.

    Como se isso tudo não fosse o suficiente, 21 alcançou 1.76 milhão de cópias vendidas, uma vantagem de 1.2 milhão em relação ao segundo melhor vendedor do ano. Irônicamente, o segundo melhor vendedor é o lançamento de 2008 de Adele, 19, que desbancou Loud de Rihanna na semana passada. Ao longo de 2011, o primeiro álbum de Adele vendeu 462.3 mil (para um total de 1.2 milhão) enquanto Rihanna está em 441.4 (para um total de 1.3 milhão). Someone Like You, apesar de ter sido novamente empurrado para a segunda poisção (dessa vez, por On the Floor da J.Lo) também se transformou no single mais vendido do ano com 698 mil unidades, desbancando Granande do Bruno Mars (665 mil).
E isso só no Reino Unido. Nos EUA, o sucesso do álbum não é tão avassalador quanto no UK mas ele já superou 800 mil unidades vendidas, o que o coloca com conforto em primeiro lugar entre os mais vendidos do ano. Ainda é cedo para dizer se ela continuará no topo da parada anual nos EUA mas no UK isso é inquestionável.

Alias, existem gigantescas possibilidades de que, só no Reino Unido, o álbum venda mais de 2.4 milhões de unidades até o fim do ano, o que quebraria o recorde de 2005 de James Blunt de maior quantidade de álbuns vendidos em um ano cívil (janeiro até dezembro) com Back to Bedlam (que já ultrapassou 3 milhões).

Isso sem contar que existem grandes chances de 21 se transformar no álbum que ocupou o topo por mais semanas consecutivas, empatando com Legend de Bob Marley, que ficou 12 semanas em 1º em 1984. O desafio dela, porém, é superar o cantor de reggae uma vez que na 13ª semana, os Foo Fighters lançam seu novo álbum e, com uma grande fanbase britânico, é possível que eles terminem com o reinado dela. Caso isso não aconteça, o próximo lançamento forte só chegas as lojas na segunda semana de maio: Born this Way, o segundo CD de Lady Gaga.

Na parada de singles anual, a probabilidade de Someone Like You se manter no topo e fechar o ano como a música mais vendida do Reino Unido é bastante alta. Mais do que isso: existe a possibilidade do single vender mais de 1 milhão de unidades. Caso isso aconteça, será a primeira vez, desde 2005, que um single ultrapassa a barreira de 1 milhão em um ano cívil e, se excluirmos singles de caridade e de ganhadores de reality show, a primeira vez desde 2001 (quando Shaggy vendeu 1.18 milhão de cópias de It Wasn't Me entre março e dezembro). Também seria a primeira vez que o mesmo artista ocupa o topo da parada anual de single e de CDs desde 1995, quando a dupla Robson & Jerome garantiu o primeiro lugar com o álbum homônimo e um cover de Unchained Melody.

E o céu parece ser o limite para a inglesa. A intérprete e compositora de 22 anos é a queridinha dos críticos e sem a menor duvida varrerá os BRIT Awards do ano que vem e, bem provável, os Grammy, o que devera garantir vendas altas para o CD até 2012.

Se ela merece todo esse aclame? Bom, obviamente, isso é subjetivo. Mas o que ninguém pode negar é que Adele tem um vozeirão que emociona com facilidade e sabe escrever uma canção de amor.



Assim como o público, ela se deixa emocionar por suas canções. Sobre sua já lendária apresentação nos BRIT, ela comentou: "eu já fico emocionada fácil. Mas daí eu imaginei meu ex vendo isso de casa. Dele rindo ao me ver chorar e concluindo o quanto poder ele ainda tem sobre mim. E ai eu desabei".

Ela também afirmou que um de seus maiores prazeres é ver a reação positiva que sua voz e suas canções causam no público. "Eu amo quando uma garota arrasta seu namorado para o show e ele fica lá parado todo azedo. Você passa a noite inteira tentando agradá-lo e, no fim, ele tá todo bobo, beijando a namorada. Isso é incrível".

Outra coisa que eu acho interessante nela é como sua personalidade é bem diferente do que o seu look de performance (vestido negro, coque, maquiagem sombria) indica: bem-humorada, risonha e super aproximavel.

Ele também não é nada pretensiosa: no Radio 1 Live Lounge, programa tradicional de rádio onde artistas cantam uma música ao vivo e escolhem uma canção para fazer cover, Adele optou por Promise This de Cheryl Cole, artista de qual ela é "gigantesca fã". Ela também afirmou que a maior influência na hora de produzir o novo álbum foi o fenômeno country do ano passado Lady Antebellum (em específico, o megahit Need You Now) e que ela é a fã número 1 das Spice Girls ("elas são responsáveis pelo que eu sou hoje. Eu comecei a me interessar por música na época que elas estavam no ápice e elas causaram um impacto gigantesco sobre mim. Eu fui no show de reunião delas em 2008 e foi o melhor show da minha vida").

Enfim, adoro a Adele como pessoa. Até porque me identifico muito com ela. Quanto a música, também sou um grande fã apesar de, sinceramente, não achá-la a oitava maravilha do mundo.

Acho engraçado como ser fã da Adele é a coisa do momento. Britney Spears, em todas as suas entrevistas por e-mail, afirma estar viciada no álbum. Lady Gaga, ao ser perguntada em uma entrevista recente de rádio sobre o que tem ouvido, respondeu Adele. Miley Cyrus classificou 21 como "seu CD favorito". E, bom, overhyped ou não, o álbum não alcançaria aclame tão gigantesco em todo o mundo e entre diversos públicos se ele não tivesse seu valor.

All in all, eu fico satisfeito com o sucesso dela. É clichê mas é verdade: é ótimo ver coisas boas acontecendo com pessoas do bem.

terça-feira, 29 de março de 2011

O Assassinato de Britney Spears



A carreira da Britney Spears teve duas fases: pré-meltdown e pós-meltdown. Nesse post, vou analisar apenas o que aconteceu depois que a cantora finalmente foi interceptada, internada, posta em conservatorship (o pai dela está completamente em controle das contas dela, etc. Ela não pode nem assinar um cheque) e relançada no mundo pop.

Vamos por partes: o conservatorship parece cruel mas é fácil entender o porque a justiça foi convencida de que ele era necessário. Sim, é triste que uma mulher de 29 anos não tenha mais controle sobre sua vida e não possa nem sequer dirigir seu próprio carro. Mas todo mundo viu o teatro dos horrores que foi a vida de Britney em 2007 onde ela colocou, diariamente, a sua vida e a de outros em perigo. É óbvio que a cena mais lembrada foi a dela raspando a cabeça e atacando o carro de um fotografo com um guarda-chuva mas tudo que estava acontecendo naquele período foi trágico: ela saía pelas ruas dirigindo de maneira irresponsavel, suja e vestida de trapos velhos; tinha uma relação bizarra com os paparazzos; parecia estar sempre delirando e era empresariada e vivia com um rapaz de passado extremamente duvidoso, Sam Lufti, que deixava o circo pegar fogo, a vendia para sites de fofoca e a drogava.

Em janeiro de 2008, Britney se trancou no banheiro da mansão em que vivia com seus dois filhos, recusando a devolve-los para os representantes de Kevin Federline, o pai das crianças e o detentor da guarda. A polícia e para-médicos tiveram que intervir e a cantora foi levada para o hospital para uma avaliação mental amarrada a uma maca.

Spears foi internada num hospital psiquiátrico. Ao sair de lá, o pai dela ficou responsável pelas suas finanças e Larry Rudolph e Adam Lamber, os seus empresários nos tempos de ápice, retomaram as rédeas de sua carreira. Uma restraining order proibindo Sam Lufti de chegar perto da cantora foi decretado pela justiça.


Britney Spears em seu ápice

Na semana inicial da moça fora do hospital, as coisas pareciam tumultuadas. No seu primeiro dia em liberdade, ela já foi causar pelas ruas no carro de um paparazzo e acionou seus advogados para lutar contra a conservatorship. Numa fita de uma ligação dela para seu advogado, Spears é sucinta: "eu não quero isso. Eu quero poder dirigir meu próprio carro. Eu quero poder viver na minha casa sozinha. Eu quero poder escolher quem é meu segurança".

Rapidamente, porém, Britney foi domada. O público não ficou sabendo de mais nenhum protesto da cantora contra o que a justiça tinha determinado.

Em março, um mês desde sua saída do hospital, Britney e seus empresários estavam determinados a mostrar que a cantora estava feliz, saudável e sóbria. Para isso, foi decidido que ela faria uma participação especial no sitcom How I Met Your Mother. A aparição de Spears fez com a aclamada comédia alcançasse recorde histórico de audiência.

Em setembro, Britney estava de volta aos VMAs, palco das apresentações mais memoráveis de sua carreira: a falsa strip tease ao som de Satisfaction em 2001, ano que ela completou 18 anos; a performance de I'm a Slave 4 U com a cobra no pescoço em 2002; o beijo em Madonna em 2003 e, é claro, a humilhante performance de Gimme More em 2007, a apresentação que provou ao mundo o que todo mundo temia: a Britney como nós a conhecíamos não existia mais, nem mesmo no palco, seu habitat natural.

Um ano depois da vergonhosa performance, ali estava Britney novamente. Pela primeira vez em três anos, seus cabelos estavam limpos, a tintura loura estava em dia e suas extensões estavam perfeitas. Ela não cantou porém abriu o programa interagido numa sketch com o ator e comediante Jonah Hill e, como prova de que ela realmente estava de volta, ganhou todos os prêmios da noite: Best Female Video, Best Pop Video e Video of the Year.

É claro que a vitória de Britney foi uma jogada de marketing. Uma que não teve nem sequer uma gota de espontaneidade. Não só pelo fato de que o vídeo em questão era Pieces of Me, um dos menos memoráveis da carreira de Spears (diferente da música, essa sim bastante boa), mas também porque Britney ainda não tinha provado que tinha voltado.

Algumas semanas depois dos VMAs, Spears fez uma aparição especial no show de Madonna no Dodgers Stadium em Los Angeles e Womanizer, o primeiro single de seu sexto álbum, Circus foi lançado.

Em novembro, Britney: For the Record foi ao ar na MTV. O especial prometia "responder todas as perguntas" e o objetivo era claro: address meltdown UMA vez e daí seguir em frente, sem precisar tocar no assunto novamente.

É óbvio que o documentário em questão não chegou nem perto de responder as perguntas. Verdade que, para um especial patrocinado pela Linha de Perfumes Britney Spears e que tinha como produtor executivo o empresário da moça, For the Record era surpreendentemente honesto: Britney deixava escapar algumas lágrimas enquanto afirmava que não ter mais controle sobre sua vida a deprimia enormemente e que seu dia a dia parecia Groundhog Day (Feitiço do Tempo, o filme que um repórter acorda sempre no exato mesmo dia).

O filme termina não deixando duvida que, mais do que responder questões, o documentário é um anúncio de 90 minutos do novo CD da cantora. A cena final mostra Britney filmando o vídeo de Circus na frente de uma cascata de fogos enquanto Andrew Fuentes, seu coreógrafo de anos, dá seu depoimento: ele afirmava que, naquele dia, pela primeira vez desde que voltou a trabalhar com Spears, tinha visto o característico brilho no olhar da cantora e finalmente estava convencido que ela realmente estava de volta.

 
VMA de 2007 e de 2008: a diferença que um ano faz

Poucos meses depois do especial ir ao ar, Andrew Fuentes rompeu sua parceria com a equipe de Britney. Wade Robertson, responsável por todas as coreográfias mais icônicas de Spears, contratado para dirigir o comeback tour da moça, fez o mesmo.

Entre novembro e dezembro, Britney rodou o mundo para promover Womanizer. A primeira parada foi na Alemanha, onde ela cantou a música nos prêmios Bambi. Depois, na França, ela se apresentou no programa Star Academy antes de encerrar a promoção européia em Londres, no The X Factor. Nos EUA, ela apresentou Womanizer Circus no Good Morning America e depois embarcou para Tokyo, para mais duas apresentações na TV.

As apresentações deixavam claríssimo que Britney não estava de volta. Antes, Britney tinha coreografias energéticas que ela executava com perfeição e muita sensualidade. As performances de Britney de Womanizer não tinham uma gota de energia e a única parte do corpo que a cantora parecia mexer eram os braços. Os olhos da cantora, antes sempre encarando a câmera de maneira confiante e sedutora, estavam completamente mortos e ela parecia perdida.

Ao ser perguntada o que achou dos participantes do X Factor, Britney respondeu que ela adorava os fãs e estava feliz em estar em Londres. Na Alemanha, Karl Largerfield, o legendário estilista responsável pela Chanel, entregou um prêmio para a cantora e fez um longo e entusiasmado discurso a comparando a um fênix que renasceu das cinzas. Tremendo e claramente querendo sair do palco o mais rápido possível, Spears agradeceu antes de cair fora em velocidade assustadora. O mesmo aconteceu alguns meses mais tarde, no Teen Choice Awards, quando Miley Cyrus entregou um Lifetime Achievement Award para a cantora.

Eram poucas as diferenças entre as apresentações de Britney durante a era Circus e a catastrófica performance nos VMAs de 2007: a produção em torno da cantora era melhor, o figurino era mais flattering e o playback era ligeiramente mais sincronizado. Porém, quando o assunto era a cantora, tudo parecia igual: nenhuma energia, pouquíssimos movimentos e comprometimento perto de zero.

 
Primeiras capas de Britney pós-meltdown: otimismo

Havia esperança de que a cantora iria se recuperar para sua grande turnê The Circus starring Britney Spears. Afinal, o itinerário era extenso e cumprir com mais de 90 apresentações em três continentes exige um certo nível de comprometimento. O resultado foi, novamente, uma decepção. Apesar de estar circundada com uma produção impecável, Brtiney continuava desinteressada, sem energia e a interação com o público parecia não existir.

Apesar disso, mostrando a força que o nome Britney Spears carrega, The Circus Tour teve 53 shows esgotados nos EUA, oito no Canadá, 22 na Europa (8 deles em Londres) e 14 na Austrália e um rendimento total de 132 milhões de dólares.

Alias, a letra da música que dá título ao álbum e a turnê é tão longe da realidade que chega a ser cruel: I'm like a ringleader/I call the shots, cantava Britney, enquanto ela não tinha nenhuma autonomia na vida.

Em outubro, Three, um single que fazia parte de uma nova coletânea, foi lançada. Enquanto nos vídeos de Womanizer Circus, Britney parecia ter alguma vida dentro dela, no clipe mais recente parecia que ninguém nem fez esforço para extrair alguma animação da cantora.

 
Britney fantasiada de ringleader: a realidade é outra

Em novembro de 2009, Britney encerrou sua turnê e se recolheu. Ao longo de 2010, ela fez algumas poucas aparições: num episódio dedicado a ela em Glee (recorde histórico de audiência do programa), na capa da Cosmpolitan, (promovendo a sua linha de roupa na Candie's) e na revista de moda alternativa e super cool Pop, onde foi fotografada pelo celebradíssimo artista japonês Takashi Murakami. Apesar de aparecer na capa de ambas as publicações, a equipe de Britney deixou claro que as entrevistas seriam feitas estritamente por e-mail e que o artigo final deveria ser aprovado.

Britney parecia estar mais "guardada" do que nunca. Para promover Circus, ela apareceu na capa da Glamour e da Rolling Stone. Ambas as revistas tiveram que ter suas perguntas pré-aprovadas e os únicos assuntos permitidos eram o atual CD e a relação dela com seus filhos. Em nenhum momento, Britney foi deixada a sós com o jornalista, sempre acompanhado do empresário. Mas, pelo menos, as revistas tiveram acesso a Britney de carne e osso, algo cada vez mais impossível.

Em janeiro desse ano, Britney reapareceu com 
o primeiro single do seu novo álbum, Hold It Against Me.

Quando a música foi lançada, a histeria foi gigantesca. Por uma semana. Depois, o single foi esquecido. Compreensível, afinal Spears não parecia nem um pouco disposta a promovê-la. Entre janeiro e fevereiro, a quantidade de entrevistas televisivas ou de rádio que Britney deu para promover o single foi zero. Fotografada por Mario Testino, ela apareceu na capa de mais uma publicação cool de moda, V, que, novamente, só pode entrevista-la por e-mail. Tirando isso, toda a promoção foi feita através do Twitter (que, claramente, não é nem escrito por ela).

 
Britney em 2010: distância e desanimo

O lançamento do vídeo também não empolgou. Como tinha virado regra na vida de Britney, a produção em torno dela era impecável mas a cantora continuava sem vida e com os olhos mortos, mesmo depois da edição e da pós-produção.

Com Hold It Against Me esquecido, o segundo single, Till the World Ends, foi lançado. E, para promovê-lo, foi decidido que ela daria uma raríssima entrevista de rádio para o programa de Ryan Seacrest. É claro que as questões tiveram que ser pré-aprovadas, a entrevista pré-gravada e, não só isso, os empresários de Britney exigiram a fita para que eles pudessem edita-la como preferissem antes do programa ir ao ar.

É claro que isso nunca foi disclosed pela equipe de Britney que, no dia da entrevista, supostamente tweetou "acordei cedo e estou a caminho do programa do Ryan Seacrest. Meio cansada mas MUITOOOOO animada".

As exigências da equipe de Britney só se tornaram públicas quando Carson Daly, outra personalidade estado-unidense com um programa de rádio, tweetou incomformado que ele tinha recusado entrevistar a cantora depois de descobrir que a fita da gravação teria que ser entregue e poderia ser editada.


Finalmente, para o lançamento do álbum, Britney se viu obrigada a se apresentar. A primeira performance foi numa boate em Las Vegas para um especial que irá ao ar na MTV no dia 3 de abril. Spears cantou quatro músicas: Three, Hold It Against Me, Big Fat Base Till The World Ends.

Alguns dias depois, Britney gravou, em São Francisco, a sua performance para o programa matinal Good Morning America. O GMA é gravado em NY mas a apresentação foi mudada para a Bay Area californiana por dois motivos: primeiro que, pelo fuso horário, isso obrigaria a performance a ser pré-gravada. Em segundo lugar, porque num mundo onde Gaga foi coroada a maior ativista gay do momento e o rosto do movimento LGBT, a equipe de Spears queria reestabelecer a imagem da cantora como diva gay e que lugar melhor do que isso do que a cidade mais homossexual dos EUA, San Francisco (como se isso não fosse o suficiente, a apresentação estava prevista para ser ao ar livre no bairro gay Castro mas, por causa de chuva, teve que ser mudado para um auditório fechado).

Até agora, olhando todas as apresentações, não tivemos UMA indicação sequer de que Britney QUER continuar sua carreira. Não tivemos NADA que aquiete nossos medos de que ela é vítima de um grupo de pessoas que lucram horrores através dela. Ela continua letárgica, com os olhos mortos e não interagindo com o público.

Outras aparições de Britney estão previstas ao longo da semana: ela se apresentará hoje, a meia-noite, no Jimmy Kimmel e será homenageada no dia 3 no Kids' Choice Awards da Nickelodeon. Ela também gravaria alguns sketches com a Ellen e se apresentaria no programa mas isso foi cancelado por algum motivo.

As probabilidades de que Britney mostre qualquer sinal de vida durante essas futuras apresentações são quase nulas. Por tanto, só nos resta torcer que ela não esteja sendo manipulada e lembrar de tempos melhores. E torcer para que, eventualmente, ela recupere alguma liberdade.

O comeback de Britney 
Os passos do management de Spears para provar ao mundo que ela está bem
  • Mostrar que ela está de volta mais forte do que nunca. Num move que soou desonesto, Britney varreu os VMAs de 2008, marcando seu retorno "triunfal" ao mundo pop.
  • She call the shots. Apesar do conservatorship que a proíbe de ter qualquer controle sobre sua vida, o tema do single Circus e da turnê de promoção era uma Spears como uma ringleader com paixão para entreter. Não convenceu.
  • Ela é uma boa mãe. O amor de Britney pelos seus filhos é uma das poucas coisas genuínas na vida da cantora mas, ao longo dos últimos anos, muita polêmica foi criada em relação as habilidades de Spears como mãe. Nessa nova fase, o management dela está disposto a mostrar ela como uma mãe capaz: maternidade foi o unico assunto permitido nas entrevistas de Britney ao longo de 2008 e 2009 e ela apareceu com Jayden e Sean Preston na capa da revista Elle.
  • Ela tem um relacionamento amoroso estável. Na primeira entrevista pós-meltdown de Britney, para a Rolling Stone, o empresário da cantora deixou claro qual era o próximo passo da carreira dela: arranjar um namorado. "Britney é uma garota que gosta de relacionamentos", ele disse e a própria Spears afirmou estar sendo set up em vários encontros. No fim, ela acabou sendo arranjada com seu agente, Jason Tranwick. Ao longo do namoro, Jason secou de maneira assustadora (antes; depois) e as férias dos dois no Hawaii foi fotografada em detalhes (propositalmente?).
  • Ela ama os gays. Para provar isso, foi marcada uma performance gratuita no bairro gay Castro na cidade mais homossexual dos EUA, San Francisco, e ela apareceu na capa da revista OUT.
  • Britney is back and better than ever, bitch. Essa foram as palavras do assessor de imprensa que se passa por ela nas entrevistas por e-mail que ela tem dado. Nada que prove que essa afirmativa é verdadeira até o momento. O brightside disso tudo? Pelo menos a música continua boa.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Por trás dos giga hits: os mega produtores

O mundo da música pop vive em constante rotação e só tem espaço para as últimas tendências. Para se manter relevante nele, é preciso suar MUITO.

Esse mundo é formado por um gigantesco batalhão de pessoas: é claro que, mais óbvio para o público, são os intérpretes. Mas por trás deles estão empresários, agentes, stylists, cabeleireiros e, claro, os produtores que dão a eles os grandes hits que, com sorte, os mantém relevantes nesse mundo de constantes mudanças.

Todo mundo consegue lembrar de dezenas de cantores e cantoras que foram a sensação do momento um dia e, em tempo recorde, viraram obsoletos e uncool.

Mas no mundo pop, os produtores -- que são uma das partes mais importantes da locomotiva -- também têm que lutar para manter sua relevância. E a concorrência é tão grande -- ou talvez até maior -- que entre os cantores.

Um exemplo clássico e que todo mundo consegue lembrar é Timbaland, o maior mega produtor super star da atual geração.

Em 2006, ele provou seu talento ao co-produzir dois dos maiores álbuns do ano: FutureSex/LoveSound de Justin Timberlake e Loose de Nelly Furtado. O CD de Justin foi um dos maiores sucessos pop da década e transformou o rapaz de "cantor bem-sucedido" para "ícone pop". Já o que fez com Nelly foi ainda mais milagroso: reerguer a carreira de uma cantora folk na qual ninguém tinha muitas expectativas e transforma-la numa diva do pop.

Depois disso, todo mundo queria trabalhar com o produtor (inclusive Madonna, que o encarregou de produzir seu último CD, Hard Candy, de 2008) e foi hit atrás de hit. O produtor, que sempre gostou do holofote e freqüentemente aparecia como vocalista convidado e nos vídeos das músicas a qual produzia, até lançou seu próprio CD, Shock Value. O álbum deu origem a diversas número 1 como The Way I Are (com a participação de Keri Hilson), Give It to Me (com Nelly Furtado e Justin Timberlake) e, claro, o mega smash Apologize (com o OneRepublic).

E, com a superexposição veio o desgaste, e Timbaland virou coisa do passado. Hoje em dia, nenhum artista quer trabalhar com ele com receio de que suas músicas fiquem com muita cara de 2006. Afinal, as características batidas do produtor soam como coisa do passado e nada têm a ver com o estilo dance que reina na rádio atualmente (depois do sucesso de Lady Gaga, esse é o estilo dominante no pop).

Mas então, quem são os produtores top da atualidade?


Dr. Luke

Para começar, o candidato mais óbvio para o posto é Dr. Luke. Ele é responsável por Party in the USA, de Miley Cyrus; Dynamite,
de Taio Cruz; Girlfriend, de Avril Lavigne; Right Round, do Flo-Rida; Magic, do B.o.B. e absolutamente todos os smash hits de Katy Perry (I Kissed a Girl, Hot n Cold, California Gurls, Teenage Dream, E.T.) e de Ke$ha (TiK ToK, Your Love is my Drug, Take It Off, We R Who We R, Blow).

Depois de anos como saxofonista do Saturday Night Live, Lukasz Gottwald (seu nome real) virou amigo de Max Martin, um produtor sueco decadente, que o chamou para colaborar. O resultado, Since U Been Gone, o primeiro single do segundo álbum de Kelly Clarkson, foi um gigantesco sucesso. A música não só ajudou a transformar Kelly Clarkson, antes apenas uma ganhadora de American Idol sem muita identidade, em sucesso pop global, mas também reergueu a carreira de Martin e lançou Luke no mundo da produção.

De acordo com boatos, Luke cobra seis dígitos para produzir uma música de um artista popular e o intérprete só poder ouvir a canção depois de pronta. Atualmente, sua produção mais recente, Price Tag de Jessie J ocupa o segundo lugar das paradas britânicas depois de três semanas no topo (e quase dois meses no top 2). A música também está subindo nas paradas estado-unidenses. Além de ser basicamente o "inventor" de Ke$ha, Dr. Luke planeja lançar algumas intérpretes ao longo do ano como Bonnie McKee.

Diferente de Timbaland, Luke costuma ficar estritamente nos bastidores mas, mesmo assim, é bom ficar esperto porque, como tanto seu amigo Max Martin como Timbaland podem atestar, o mundo pop gira de pressa.

Dr. Luke (neé Lukasz Gottwald)

Cidade natal: Waterly, Rhode Island (EUA).
Carreira:
começo de carreira em NY, como saxofonista e onde conheceu Max Martin que o introduziu ao mundo da produção.
Cidade base atual:
Los Angeles, Califórnia.
Top 10 hits:
18 no Reino Unido (14 top 5); 22 nos EUA (16 top 5).
Números 1:
8 no Reino Unido; 10 nos EUA.
Maiores clientes:
Ke$ha, Katy Perry.
Maiores
hits: I Kissed a Girl, Hot 'n' Cold, California Gurls, Teenage Dream de Katy Perry; TiK ToK de Ke$ha; Party in the USA de Miley Cyrus; Girlfriend de Avril Lavigne e Dynamite de Taio Cruz.
Marca registrada:
Músicas bem pop, sempre bem uplifiting. A temática favorita dele é festa, com referências a juventude, boate, muita bebida e diversão (que, hoje em dia, são temáticas corriqueiras para todos os produtores). Em Party in the USA, ele ressuscitou as "mãos para o ar" na música pop.


Max Martin

Max Martin, é outro ótimo exemplo de produtor mega bombado que caiu em decadência. Porém, numa virada que deve encher Timbaland de esperança, o sueco conseguiu voltar ao topo.

Martin cresceu em Estocolmo, onde vive até hoje (numa mostra de poder, quem quer trabalhar com ele tem que encarar uma ponte aérea até a capital da Suécia pois ele não viaja para NY ou L.A.). Em meados dos anos 90, depois de produzir alguns sucessos dance, ele foi chamado para produzir para uma boyband estado-unidense desconhecida chamada Backstreet Boys que iria ser lançada primeiro na Europa e, mais tarde, nos EUA.

O resultado da colaboração excedeu as expectativas até do mais otimista, com a boyband alcançando megaestrelato global e Martin acabando como responsável por todos os maiores hits deles (Everybody, Quit Playing Games with my Heart, I Want It That Way, Larger than Life, Show Me The Meaning of Being Lonely, etc).

Depois de ser uma peça chave na explosão dos BSB, Martin foi chamado para produzir para as outras duas apostas da Zomba Records: NSync e uma cantora chamada Britney Spears.

Para o NSync, ele produziu três gigantescos hits: It's Gonna Be Me, Tearing Up My Heart e I Want You Back. Já com Britney, ele foi um santo padroeiro sem tamanhos, sendo responsável pelo primeiro gigantesco sucesso da garota, Baby One More Time, e também por (You Drive Me) Crazy, Oops... I Did It Again, Lucky e Stronger.

Basicamente, Martin definiu o pop do final dos anos 90, sendo responsável por grande parte dos hits que marcaram época. Ele também deu uma mãozinha para Bon Jovi, presenteando a banda com um dos unicos grandes hits deles pós-anos 80, It's My Life.

Mas, o mundo pop moved on e, com a virada do milênio, Max virou coisa do passado, com os artistas top optando por produtores mais edgy e com influências urbanas. Depois de anos de ostracismo, Martin só começou a se reerguer em 2004, depois de se juntar com Luke para produzir dois grandes hits para Kelly Clarkson: Since U Been Gone e Behind These Hazel Eyes.

Hoje em dia, ele é um produtor cobiçado tanto com Luke quanto sozinho. P!nk, por exemplo, é super fiel. E com razão: ele foi co-produtor do CD que reenergizou a carreira dela (I'm Not Dead) e, desde então, produziu diversos hits que a mantiveram no topo. Depois de Who Knew?, U+Ur Hand, So What? e Please Don't Leave Me, Martin foi responsável pelos dois número 1 mais recentes da cantora: Raise Your Glasses e Fuckin' Perfect.

Ele também produziu um dos maiores sucessos recente de Usher, DJ Got Us Fallin' in Love e o atual hit de Avril Lavigne, What the Hell. Junto com Luke, ele foi responsável por todos os smash de Katy Perry e Dynamite de Taio Cruz.

Até Britney Spears, que tinha virado as costas para ele em 2002, voltou correndo para aproveitar o momento próspero do produtor. Max Martin foi responsável por If U Seek Amy de 2008, Three de 2009 e, junto com Dr. Luke, é o produtor executivo do novo álbum da cantora, Femme Fatale (sete das 12 faixas são produzidos pela dupla).

Max Martin (neé Martin Karl Sandberg)

Cidade natal: Estocolmo, Suécia.
Carreira: começou fazendo musica dance e conseguiu o grande break com o enorme sucesso dos Backstreet Boys.
Cidade base atual: Estocolmo, Suécia.
Top 10 hits: 31 no Reino Unido (23 top 5); 27 nos EUA (19 top 5).
Números 1: 8 no Reino Unido; 9 nos EUA.
Maiores clientes: P!nk, Britney Spears, Katy Perry, Backstreet Boys.
Maiores sucessos: Baby One More Time, Oops.. I Did It Again de Britney Spears; It's Gonna Be Me do NSync; Everybody, Larger than Life, I Want It That Way dos Backstreet Boys; It's My Life do Bon Jovi
.Marca registrada: Pop até a alma. Atualmente, ele está se adequando a tendência de festa e sensualidade (DJ Got Us Fallin' in Love, Raise Your Glasses) porém suas músicas costumam ter mensagens mais tradicionais para música pop (músicas de amor, por exemplo).

Mas não é só Martin e Luke que fazem as playlists das estações pop mundo afora. Na verdade, existem muitos produtores na cola de ambos.


RedOne

Para começar, tem RedOne. RedOne nasceu no Marrocos e, aos 19 anos, se mudou para a Suécia, a central da música dance. Depois de conseguir alguns hits no país, emplacou sua música, Bamboo, como o tema oficial da Copa do Mundo de 2006, sua grande entrada no mercado global. Porém, apesar da gigantesca exposição, a música não abriu tantas portas quanto esperado e, frustrado, o produtor se mudou para os EUA para tentar a sorte grande.

Em 2007, ele produziu para o CD em inglês do RBD (Cariño Mio) e conseguiu um hit bem discreto com Kat DeLuna (Whine Up). Em 2008, sua colaboração com Enrique Iglesias, Taking Back My Love, fez algum sucesso na Europa mas não empolgou nos EUA.

Finalmente, RedOne foi posto para colaborar com a mulher que se tornaria um dos maiores fenômenos pop da história: Lady Gaga. O resultado? Just Dance, Poker Face, LoveGame, Bad Romance e Alejandro. Pronto, o marroquíno estava no topo.

Entre os trabalhos high profile que o produtor emplacou: três singles para a ganhadora da edição de 2008 do The X Factor britânico, Alexandra Burke (Broken Heels
, Start Without You e The Silence); Fire Burning, do Sean Kingston; More, para o Usher, o primeiro single da edição deluxe do seu álbum mais recente e I Like It, para Enrique Iglesias, o maior sucesso do cantor nos EUA em quase uma década. Ele também foi um dos produtores da nova versão de We Are the World (feita para arrecada dinheiro para o Haiti).

Mylene Farmer, a maior cantora pop da França, chamou RedOne para produzir Oui mais... Non, o primeiro single do seu álbum mais recente. A decisão de Mylene em trabalhar com RedOne chamou enorme atenção não só por ser a primeira vez em mais de duas décadas que Mylene lança uma música não produzida por Laurent Boutonnat, seu fiel colaborador mas também porque Farmer -- que em 2009 esgotou dois shows no Stade de France, o maior estádio do país, em menos de 2 horas -- não costuma se preocupar com tendências do mundo pop.

Apesar de ter produzido muitos sucessos, nenhuma música até o momento chegou perto de alcançar o sucesso global atingido por suas colaborações com Gaga. Porém, On the Floor, sua mais recente produção para Jennifer Lopez (que tem sample de Chorando se Foi), com certeza dará um fortíssimo impulso a sua já bombante carreira: a música ressucitou a carreira musical de J.Lo, que muitos consideravam morta, e se encontra em primeiro lugar no iTunes estado-unidense (acima dos lançamentos mais recentes de Gaga e Britney) e por toda a Europa. RedOne também é o produtor do segundo single do novo CD de Lady Gaga, Judas.

Graças ao seu sucesso com Gaga, ele foi o responsável pela onda dance que, depois de anos limitada a Europa, está tomando conta dos EUA (sendo gravado por todo mundo: de J.Lo a Chris Brown, passando por Enrique Iglesias e Rihanna). Porém, apesar do sucesso, RedOne deve tomar cuidado pois ele tem todas as caracteristicas de um "produtor do momento" que se tornará obseleto: sua explosão se deu ao fato dele ter tido um papel num fenômeno do momento e suas produções são todas dance, que reflete a tendência atual mas que, eventualmente, com certeza perderá a força. Assim que o estilo sair de moda e Lady Gaga deixar de ser "a nova gigante sensação do momento" (e atenção que eu não estou sugerindo que ela vai perder relevância e sim pointing out o fato de que ela não vai ser "nova" para sempre), RedOne periga em virar coisa do passado.

RedOne (née Nadir Khayat)

Cidade natal: Tétouan, Marrócos.
Carreira:
começo em Estocolmo na Suécia antes de partir para os EUA.

Cidade base atual: Los Angeles, Califórnia.

Top 10
hits:
10 no Reino Unido (5 top 5); 9 nos EUA (todos alcançaram o top 5).

Números 1:
3 no Reino Unido; 2 nos EUA.

Maiores clientes:
Lady Gaga
.
Maiores
hits: Just Dance, Poker Face e Bad Romance de Lady Gaga.
Marcas registradas:
Como um dos percussores do estilo dance que hoje domina as paradas, evidentemente suas músicas seguem essa tendência. Ele também é muito fã das letras sobre beber e dançar até o chão na boate e também curte fazer os artistas falarem seus nomes no começo das músicas e, se possível, o dele também ("RedOne, Konvict, Gaga oh oh~").


Stargate

Stargate é o nome de uma dupla de produtores que também são forte concorrentes a posição de produtores top. Em quantidade de número 1 recentes, a dupla -- que, para variar, vem de um país nórdico (Noruega) -- passa por cima de RedOne e rivaliza Dr. Luke e Max Martin.

No começo, o Stargate era um trio. Tor Erik, Mikkel e Hallgeir começaram a carreira no Reino Unido, produzindo o segundo single do grupo pop S Club 7, S Club Party. O sucesso do mesmo os colocou em evidência no país e, rapidamente, todos os atos teenybopper do Reino Unido queriam colaborar com o trio: a boyband Blue, as girlbands Mis-Teeq e Atomic Kitten, o grupo ganhador do Popstars local Hear'say, etc. Entre 1999 e 2004, eles emplacaram 18 top 10 hits (16 alcançaram o top 5 apesar de só dois terem alcançado a primeira posição). Apesar disso, a credibilidade deles -- que estavam limitados a trabalhar com artistas pop para pré-adolescentes -- não era lá essas coisas.

Mesmo assim, eles acreditavam em seu potencial e, enorme fãs de R&B americano, resolveram se mudar para Nova York em 2005. Hallgeir não quis se juntar a eles e optou por continuar na Noruega.

No começo, a dupla teve enorme dificuldade para conseguir trabalhos mas isso mudou quando eles conheceram Ne-Yo. Junto com o cantor de R&B -- que também compõe -- eles produziram So Sick
e a música, quando lançada em 2006, virou um gigantesco sucesso, alcançando o primeiro lugar nos EUA e na Reino Unido. Sexy Love, o segundo single do álbum, também foi um enorme sucesso.

Junto com Ne-Yo, eles escreveram e produziram Unfaithful para Rihanna e Irreplacable para Beyoncé. As duas músicas foram enormes sucessos globais, consolidando a dupla como produtores de grande sucesso. Mais do que isso, depois de serem apresentados para Rihanna por Ne-Yo, ela virou uma das maiores colaboradoras do Stargate.

Para a caribenha, eles produziram uma enorme quantidade de smash hits. Além de Unfaithful, teve também Don't Stop the Music, Hate That I Love You
, Take a Bow, Te Amo, Rude Boy e absolutamente todos os singles do novo CD da cantora: Only Girl, What's My Name e S&M. A parceria com Ne-Yo também continua forte, com eles sendo encarregados da produção de quase todos os singles do cantor como Because of You, Closer, Miss Independent e Beautiful Monster. Stargate também é responsável pelo unico mega hit de Katy Perry que não tem produção Dr Luke/Max Martin: Firework. Outro gigantesco sucesso recente é o primeiro single oficial do rapper do momento Wiz Khalifa: Black & Yellow alcançou o topo nos EUA e estreou essa semana, em quinto lugar, no Reino Unido.

Eles também produziram os dois primeiros singles da novata Alexis Johnsson -- Happiness e Good Girl -- que, apesar de ainda não terem sido lançado nos EUA, estão fazendo bastante sucesso no Reino Unido e na Austrália.

Stargate são, de longe, meus produtores favoritos do momento. Primeiro porque as músicas produzidas por eles são minhas favoritas (apesar de gostar da música de todos os produtores) mas, principalmente, porque eu acho impressionante como se eles se movem com facilidade entre diferentes ritmos. Dance, R&B, pop, rap, eles conseguem transformar tudo em hit. Impressionante.

Stargate
(Mikkel Storleer Eriksen, Tor Erik Hermansen e, até 2004, Hallgeir Rustan).

Cidade natal: Trondheim, Noruéga.
Começo de carreira: Primeiros passos na Noruéga antes de se estabilizar no Reino Unido e, finalmente, os EUA.
Cidade base atual: Manhattan, Nova York.
Top 10 hits: 37 no Reino Unido (34 top 5); 19 nos EUA (13 top 5).
Números 1: 10 no Reino Unido; 8 nos EUA.
Maiores clientes: Rihanna e Ne-Yo.
Maiores hits: Don't Stop the Music, Take a Bow, Rude Boy, S&M, Only Girl e What's My Name de Rihanna; Irreplacable de Beyoncé; Beautiful Liar de Beyoncé com Shakira; Firework de Katy Perry.
Marca registrada: Com uma enorme flexibilidade musical, a dupla não tem uma marca registrada, a não ser o fato de que a maior parte de suas músicas viram hit.

Class of 2011

Apesar de estarem no topo no momento, Luke, Martin, RedOne e Stargate estão produzido hits faz alguns anos. Porém, em 2010, alguns novatos estrearam arrebentando a boca do balão, dando um novo ar as paradas de sucesso. Esses novos rostos provavelmente terão um papel importante na definição do som pop nos próximos anos e, com certeza, darão aos produtores mais veteranos a run for their money na corrida de produtor top. Afinal, se tem algo que o mundo pop ama é sangue novo.


Alex da Kid

Para começar, temos Alex Da Kid. O jovem, de apenas 27 anos, foi contra a corrente pop dance e trabalhou exclusivamente com música urbana até o momento.

Nascido em Londres, Alex planejava uma carreira como jogador de futebol até que se entediou do jogo e se apaixonou por softwares de produção de música. Ele implorou para conseguir um estágio numa gravadora e não descansou até conseguir emplacar uma carreira como produtor.

Seu primeiro gigantesco sucesso foi Airplanes, um dueto de Hayley Williams do Paramore com B.o.B. A música atraiu a atenção do homem que é, modestamente, o maior rapper da história: Eminem.

As pressas, Alex preparou Love the Way You Lie
e, apesar de que o CD do Eminem já estava completamente mixado e pronto para ir para as lojas, a música foi gravadas as pressas com a voz de Rihanna. E, no fim, não houve quem duvidasse que isso tinha sido uma boa decisão: a música se transformou no maior hit de 2010 a nível global e foi crucial para fazer com que Recovery se transformasse no maior vendedor do ano nos EUA.

Por mais que Alex seja extremamente talentoso, ele ainda não provou que não é um one trick poney. Afinal, até o momento, todas as suas músicas seguem um formato fixo: um rap intenso com um refrão melódico cantado por uma mulher. Por sorte, o público parece não ter se cansado da receita ainda.

Depois de Love the Way You Lie e Airplanes, Alex produziu o novo single de Dr. Dre, I Need a Doctor. A música continha a participação de Eminem e da cantora Skylar Grey e alcançou o 4º lugar nos EUA e o top 10 no Reino Unido, garantido ao Doc um retorno triunfal depois de anos sumido.

Skylar também foi usada como a cantora do refrão de Coming Home, o primeiro single da banda de Diddy, Diddy-Dirty Money. A música alcançou a 4ª posição nas paradas britânicas e a 10ª nos EUA dando ao rapper seu primeiro grande hit nos dois países em anos.

Skylar Grey é, alias, a primeira artista contratada pela empresa de entretenimento de Alex. O primeiro CD da cantora, produzido por Da Kid, chegará as lojas ainda esse ano.

Alex da Kid (née Alexander Grant)

Cidade natal: Londres, Inglaterra.
Cidade base atual:
Los Angeles, CA.
Top 10 hits: 4 no Reino Unido (3 top 5); 4 nos EUA (3 top 5).
Números 1: 2 no Reino Unido; 1 nos EUA.
Maiores clientes:
Skylar Grey, Eminem, Diddy.
Maiores
hits: Love the Way You Lie de Eminem com Rihanna; Airplanes do B.O.B. com Hayley Williams.
Marca registrada: Músicas de rap com refrões melódicos cantadas por vocalistas mulheres.

Finalmente, temos o trio de produtores/compositores The Smeezingtons.


Phil, Bruno e Ari

Bruno Mars se mudou para L.A. com um objetivo: tentar carreira como cantor.

De início, as coisas pareciam estar dando certo com a Motown Records contratando o jovem. Porém, o deal acabou não indo para frente, deixando Mars extremamente frustrado.

Mas o seu tempo na Motown foi vital para a carreira do moço pois foi lá que ele conheceu o compositor e produtor Philip Lawrence e o engenheiro de som Ari Levine. Os três viraram um trio de produção, The Smeezingtons.

Bruno conseguiu contatos na Atlantic Record e, apesar de que seu objetivo de ser contratado para gravar o CD não ter se concretizado de imediato, ele começou a produzir e escrever para outro artistas junto com seus dois parceiros.

Em 2009, o trio emplacou uma série de sucesso. O primeiro foi Right Round de Flo-Rida. A música era uma produção de Dr. Luke mas Bruno e Philip eram dois dos onze compositores da música (quem diria que tantas mãos eram precisas para escrever from the top of the pole/I watch her go down/she got me throwing my money around/ain't nothing more beautiful to be found/it's going down down e you spin my head right round/right round/when you go down/when you go down down). O single alcançou o topo em todo o mundo, incluindo os EUA e o Reino Unido.

Depois, os Smeezington produziram para o girlgroup britânico Sugababes. O resultado,
Get Sexy, alcançou a 2ª posição no Reino Unido.

Finalmente, Wavin' Flag, uma música que Bruno tinha produzido para K'naan, um cantor canadense de origem somaliana, foi escolhida como o tema oficial da Coca Cola para a Copa do Mundo. Com isso, a música virou um gigantesco sucesso por toda Europa, alcançando o topo em diversos países (e a 2ª posição no UK).

Enquanto o trio deslanchava como produtores, Bruno finalmente começou a produção de seu álbum. Antes de lançar seus singles solo, ele featured na música do B.o.B., Nothin' on You
(produzida, é claro, pelos Smeezingtons) , que foi direto para o topo das paradas dos EUA e do UK.

A seguinte dobradinha feature de Bruno/produção dos Smeezingtons também deu bastante certo com
Billionaire, de Travie McCoy, alcançando o top 5 do UK e dos EUA.

Finalmente, Bruno Mars lançou sua carreira solo com Just the Way You Are. A música foi direto para o primeiro lugar nos EUA (com mais de 2 milhões de cópias vendidas até o momento) e Reino Unido (1 milhão de unidades). A música seguinte do interprete, Grenade, também alcançou o topo com enorme rapidez nos dois países e teve vendas fortíssimas ao longo das semanas finais de 2010 e das primeiras semanas de 2011.

Com o enorme sucesso dos singles, o primeiro álbum de Bruno, Doo-Woops & Hooligans, todo produzido e composto pelos Smeezingtons, estreou em terceiro nos EUA (onde já vendeu mais de 500 mil cópias) e em primeiro no UK (onde já é disco de platina).

Mas o trio continua criando hits para outros atos. Eles produziram Fuck You, de Cee-Lo Green, um dos maiores sucessos do ano passado, e Rocketeer,
do Far East Movement (top 10 nos EUA).

Os Smeezingtons definitivamente são trendsetter pois as produções deles são bastante diferentes dos ritmos pop dance e dos sucessos urbanos recentes. Os arranjos são mais leves e as vozes tem uma pegada mais soul. Mesmo não seguindo a cartilha de "como fazer um sucesso", o trio conseguiu causar gigantesco impacto em vendas e nas rádios e um de seus integrantes, Bruno Mars, é uma das maiores revelações pop do ano passado.

The Smeezingtons
(
Bruno Mars, Philip Lawrence, Ari Levine)

Cidade natal: Los Angeles, CA.
Cidade base atual: Los Angeles, CA.
Top 10 hits: 8 no Reino Unido (8 top 5); 7 nos EUA (6 top 5).
Números 1: 5 no Reino Unido; 4 nos EUA.
Maiores clientes: Bruno Mars.
Maiores hits: Just The Way You Are e Grenade de Bruno Mars; Fuck You de Cee-Lo Green.

Marca registrada: Um pop mais suave e com uma vibe mais motown, letras de amor, estilo californiano.

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