Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Três lições (meio contraditórias) que podemos tirar de Born This Way



Faz um mês, o mundo pop entrou em polvorosa com o lançamento de Hold It Against Me da Britney. Depois da histeria inicial, o single de Spears meio que foi completamente esquecido por todo mundo, apesar de que, com sorte, talvez ele ganhe novo fôlego depois do lançamento do vídeo nessa terça-feira.

Depois de Britney, o último grande evento pop foi, como todo mundo já sabe, o lançamento de Born this Way, o primeiro single do novo CD de Gaga (que tem o mesmo título). Born this Way já foi tão dissecado, tão discutido e tão difundido que eu meio que hesitei em escrever sobre a música. Mas, uma vez que o fiz para Britney, nada mais justo do que fazer para Gaga também.

Então, quais são as lições que tiramos da música?
  1. Don't overhype it. Gaga é a maior popstar da atualidade. O nível de histeria e de interesse que ela causa é algo que acontece, se muito, uma vez a cada década. Então, é ÓBVIO que as expectativas para o primeiro single do novo, extremamente esperado CD dela eram impossíveis de ser atingidas.

    Mas Gaga estava tão confiante no trabalho que ela não hesitou em criar ainda mais expectativa. Ela revelou o título pela primeira vez ao ganhar o prêmio principal nos VMAs em setembro. Desde então, ela afirmou várias vezes o quão incrível a nova música era.

    Não só ela. Elton John, Akon e absolutamente todo mundo que já ouviu repetiu diversas vezes o quão groundbreaking e life changing a canção era. "Vai virar um hino gay", "entrara para a história", "extremamente corajosa".

    E, uma vez que a música foi tocada pela primeira vez, na manhã de sexta-feira, a opinião geral foi só uma: DECEPÇÃO.

    Particularmente, eu realmente gostei da música. Eu achei extremamente catchy e adorei o ritmo. Mas só pelo fato de ser o novo single do novo CD de Gaga, a música já seria esperada o suficiente. Não havia nenhuma necessidade de acrescentar extra hype.

  2. Ou hype to death, what do I know? A expectativa era tanta que a música foi a primeira da história a alcançar o primeiro lugar nos 24 países onde o iTunes está disponível (EUA, UK, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão, França, Alemanha, Noruega, Dinamarca, Suíça, Suécia, Itália, Espanha, México, Austria, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Bélgica e Finlândia).

    Ao invés de ser lançada no domingo, a música foi lançada na sexta-feira, dia 11, no aniversário de morte de Alexander McQueen, estilista britânico que se suícidou e era amigo próximo de Gaga. Por isso, o single estreou em desvantagem, uma vez que todas as outras músicas nas paradas tiveram sete dias de venda, enquanto Gaga teve apenas três (nos EUA. Na Europa, ela teve 36 horas).

    Mesmo assim, em três dias, Gaga vendeu 470 mil cópias de sua música nos Estados Unidos, quebrando o recorde de Britney Spears que tinha vendido 410 mil na primeira semana de Hold It Against Me (em uma semana completa). Com isso, Born This Way virou o single de uma cantora que mais vendeu em sua semana de estréia (e, se ela tivesse tido uma semana completa, a probabilidade dela ultrapassar as 636 mil cópias de Right Round do Flo-Rida e se transformar na maior vendedora geral da história eram bem grandes).

    As rádios estado-unidenses também enlouqueçeram pela música, com Born this Way quebrando todos os recordes de airplay. Várias das maiores rádios top 40 do país, como a KIIS FM de Los Angeles, tocaram a música uma vez a cada hora durante toda sua semana de lançamento.

    As vendas e o airplay foram o suficiente para fazer com que Born this Way estreasse em primeiro lugar no Hot 100, apesar da desvantagem de dias.

    Na Grã-Bretanha, em 36 horas, a música vendeu 62 mil cópias, o suficiente para estrear na terceira posição, algo mais do que impressionante para uma canção que não esteve disponível nem dois dias inteiros.

  3. A posição de Madonna como Rainha do Pop é merecida. Born this Way foi acusada de copiar Into the Groove e Vogue mas, né? É díficil para qualquer popstar fazer algo que Madonna já não tenha feito antes. E, ó Gaga, você pode até dizer que você se inspirou na Whitney mas, pelo amor de Deus, essa música é Madonna até a alma.
Enfim, diferente do que aconteceu com Hold It Against Me, Born this Way não vai ser esquecido rapidamente. Não só pelo fato de Gaga ser uma estrela muito mais em evidência que Britney atualmente, mas também porque a nova-iorquina sabe da importância de PROMOÇÃO e tem aparições em diversos programas de TV e de rádio marcada pelos próximos dias.

(Alias, falando em performances, vou comentar sobre os Grammys ainda essa semana).

Particularmente, eu gostei de Born this Way. Mas eu nunca acreditei muito no hype então talvez seja por isso... eu gostei mais do que da música da Britney para ser sincero, mas talvez tenha sido só porque eu tenho birra com o Dr. Luke, o produtor mais superexposto e annoying da atualidade...

Mas que a música parece com Into the Groove, isso não tem muito como negar. E, parafraseando as palavras de Madonna na música, "don't go for second best, baby".



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