Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

EUA: reality shows que valem bilhões

Em 2010, reality shows fizeram enorme sucesso na TV aberta estado-unidense, O programa mais visto do ano foi, pelo enésimo ano consecutivo, American Idol seguido pelo reality de dança Dancing with the Stars. Porém o lugar onde os reality realmente brilharam foi a TV a cabo.

Reality shows geram lucros na casa dos bilhões para as TV fechados estado-unidense. Hoje em dia, basicamente todos os canais a cabo dependem quase que exclusivamente desse tipo de programa e o sucesso deles é vital para fortalecer a marca e criar uma identidade para a emissora. Alguns reality stars até conseguem transcender a barreira e se transformarem em estrelas de verdade.

O maior exemplo de reality stars que souberam pegar o limão e transformar numa limonada é a família Kardashian, estrelas de Keeping Up with the Kardashian.


O clã Kardashian

Os Kardashians já foram profiled aqui no blog mas, desde então, o poder da família continuou crescendo em velocidade assustadora. O programa da família segue sendo o mais visto da história do canal E!, com uma média de 3.5 milhões de telespectadores por semana.

Mais do que isso, ele transformou radicalmente a posição do canal: de uma emissora que se dedicava a falar de celebridades para uma emissora que tem o poder de criar celebridades.

O programa mostra o cotidiano dos Kardashians, uma família grande, unida e rica. Kris é a matriarca e empresária de absolutamente todos os outros integrantes da família. Ela já foi casada com o falecido Robert Kardashian, um dos maiores advogados dos EUA, conhecido por ter absolvido O.J. Simpson no caso de assassinato de sua esposa (no qual ele era culpado), e hoje em dia é esposa de Bruce Jenner, um medalhista olímpico.

As verdadeiras estrelas do programa, porém, são as três filhas mais velhas: Kim (30) é a mais famosa, um dos principais sex symbol dos EUA e que, assim como sua ex-amiga Paris Hilton, atingiu a fama graças a uma sex tape. Kourtney (31) é a irmã mais calma e racional enquanto Khloe (26) é a mais irreverente. Também são parte do programa o unico garoto da família, Rob (23) e as duas irmãs mais novas, Kendall (15) e Kylie (13), filhas de Jenner e Kris. Bruce tem quatro filhos de um casamento anterior mas nenhum deles costuma aparecer no programa (Brody Jenner, 27, era um dos membros do elenco do mega hit da MTV, The Hills).

Além de Keeping Up, o programa gerou dois spin-off de enorme sucesso: Kourtney & Khloe Take Miami e Kourtney & Kim Take New York. Muito em breve, Khloe & Lamar, mostrando a vida de casado da Kardashian com o jogador do L.A. Lakers Lamar Odon, também estará na programação.

Em 2010, estima-se que as Kardashians tenham lucrado 65 milhões de dólares graças a endorsement deals. Isso é mais dinheiro do que Angelina Jolie, Tom Cruise e Sandra Bullock lucraram JUNTOS.


As Kardashians anunciam de tudo e são sempre garantia de vendas altas

Kim e Khloe lucram milhões de dólares por anos graças ao fato deles serem garotas propagandas do suplemento dietético QuickTrim. Junto com Kourtney, elas também são os rostos da PerfectSkin, uma linha de produtos de cuidado de pele. Outras empresas que usaram as Kardashians para aumentar a venda de seus produtos inclui a operadora de celular T-Mobile, os absorventes U by Kotex, a loja de cupcakes Famous Cupcakes e a marca de roupa Bebe. Kim, sozinha, anuncia dezenas de marcas como os sapatos da Sketchers (que tem tanta crença na garota propaganda que eles começaram a colaboração com a Kardashian com um anuncio no Superbowl, o maior evento televisivo do ano no país, onde uma inserção de 30 segundos custa 3 milhões de dólares), os lip plumpers da FusionBeauty e o licor de melancia Midori. Até Rob e Kendall tem endorsement deals, com o primeiro anunciando a linha de roupas O.P. da Wal-Mart e a segunda sendo a garota propaganda da loja de departamento Nordstorm's.



É claro que, mais do que emprestar o rosto para outras marcas, as Kardashians também comandam uma bem sucedida linha de produtos. O perfume de Kim foi um dos produtos de beleza mais vendidos do último ano e Khloe e seu marido Lamar acabam de lançar uma fragrância unissex, Unbreakable Love. O livro Kardashian Konfidential, cheio de fotos e anedotas sobre as três irmãs, está na New York Times Best-Seller List desde dezembro. Elas tem uma linha de bikini com a Beach Bunny, uma linha de sapatos com a Shoe Dazzle e outra de roupa com a QVC. Até a Silly Bandz, uma linha de braceletes para crianças com diferentes formatos, lançou uma linha das irmãs (a outra celebridade a ter seus próprios Silly Bandz? Justin Bieber).


As fragâncias Kardashian excederam as expectativas de venda

Em 2011, o império Kardashian deve continuar crescendo a níveis assustadores. A Sears, uma das maiores lojas de departamento dos EUA, acaba de assinar um contrato milionário com a família para lançar a linha de roupa Kardashian Kollection. Já o resort Mirage de Las Vegas abrirá a loja Kardashian Khaos, com todos os produtos endossados pelas irmãs a venda. Além disso, a imagem de Kim, Khloe e Kourtney decorará as chaves dos quartos e as máquinas do cassino enquanto o frigobar de todos os 4.300 quartos terá o perfume de Kim e, pasmem, água mineral da marca Kardashian.

Como se tudo isso não fosse superexposição o suficiente, as três irmãs foram as celebridades que mais apareceram na capa dos tablóides ao longo do último ano, com mais de 60 capas (e alguns lucrativos contratos: Kourtney vendeu as fotos exclusivas de seu bebê para a Life & Style por 300 mil enquanto a OK! pagou o mesmo valor pelas fotos do casamento de Khloe). E, depois de anos sendo ignoradas pelas publicações mais high profile, Kim Kardashian finalmente está estampando a capa de revistas respeitadas como a W (cuja edição com a socialite na capa foi a segunda edição da revista mais vendida de 2010), a Allure (a terceira edição mais vendida de 2010) e a Self (cuja edição com Kim foi a mais vendida do ano). Ela também apareceu na capa da primeira edição do ano da revista Glamour e na edição desse mês da Harper's Bazaar sendo entrevistada por ninguém menos do que Elizabeth Taylor.


Depois de ser capa de mais de 50 tablóides, Kim finalmente conquista as revistas glossy

Outras maneiras que os Kardashians lucram? Através de aparições em eventos (Kim cobra de 250 mil dólares até 1 milhão, dependendo da ocasiões) e da internet. Kim é uma das celebridades com mais seguidores no Twitter (6.36 milhões) e, para mencionar uma marca no microblog, ela cobra a partir de 25 mil dólares. Kim também tem 4.4 milhões de fãs no Facebook. Tanto Kourtney quanto Khloe tem mais de 2 milhões de seguidores (e cada uma tem 2.6 milhões de fãs no Facebook). As três irmãs também têm seus sites oficiais, onde elas mantém blogs e respondem perguntas dos fãs.

Os outros membros da família também estão presentes no Twitter. Rob tem 1.1 milhão de seguidores; Kris tem 603 mil; Kendall tem 567 mil e Kylie, 161 mil. Lamar Odon, marido de Khloe, tem 1.5 milhão enquanto Scott Disik, namorado de Kourtney, tem 353 mil.



Esquerda: Kim promove papel higiênico (!!) na Times Square em Nova York. Direita: as irmãs Kardashian promovem o livro Kardashian Konfidential.

Pelo reality Keeping Up with the Kardashians, que, como já disse antes, é o programa mais visto da história do E! e foi vital para reestabelecer a imagem do canal, a família divide um salário de seis digitos por episódio, uma quantia relativamente baixa para a importância que o programa tem para a emissora. Mas, no final das contas, o reality serve como um comercial de meia-hora para a marca que é a família.

Além dos Kardashians, outra estrela que o canal E! criou foi Kendra Wilkinson. Kendra era uma das três namoradas de Hugh Hefner, fundador da revista Playboy, e estrela de Girls of the Playboy Mansion que, antes das Kardashians surgirem, era o programa mais vista da emissora.



Após o fim de seu "namoro" com Hugh, a ex-playmate se casou com o jogador de futebol americano Hank Baskett e a vida de casado dos dois virou tema do reality Kendra. O programa se transformou no segundo maior sucesso do canal e transformou a moça numa personalidade concorrida.

Seguindo o manual Kardashian, Kendra é uma figura onipresente na capa de tabloides (ela tem uma relação tão profunda com eles que foi em associação com um, a US Weekly, que ela lançou seus DVDs de fitness), tem sua própria autobiografia best-seller (Sliding Into Home), é garota propaganda de suplementos dietéticos (Ab Cuts) e, muito em breve, estrelará sua própria sex tape (Kendra Exposed, gravada faz anos com um rapaz desconhecido que nem é nem Hugh -- ufa! -- nem Hank). A moça também tem 1 milhão de seguidores no Twitter e 600 mil fãs no Facebook.



O canal irmão do E!, o Style Network, também está experimentando gigantesco aumento em audiência graças a reality shows.

Entre eles, está Ruby, um reality que acompanha uma mulher na Georgia na sua luta para perder peso e Giulianna and Bill, um programa que mostra a vida de casado de Giulianna (famosas por ser âncora do E! News, o telejornal do E!) e Bill Rancic (famoso por ganhar a primeira temporada de The Apprentice).

Porém, o mais popular de todos é Jerseylicious, um programa que acompanha o dia-a-dia do salão de beleza Gatsby's localizado, é claro, em New Jersey. O salão é extremamente luxuoso e as mulheres que trabalham lá são todas extremamente falsamente bronzeadas, com gigantes unhas acrílicas e com cabelos e roupas completamente over the top. Além disso, elas são todas barraqueiras e o bate boca entre as cabelereiras e maquiadoras é o tema focal do programa.



O fato de que nenhuma das mulheres que estrelam o programa realmente trabalham no salão de beleza Gatsby's na vida real não parece incomodar os telespectadores, com Jerseylicious batendo recordes de audiência para o Style. Mas a criação do programa se deve a uma onda de reality sobre New Jersey que começou, é claro, graças a Jersey Shore.

Jersey Shore, como eu já comentei aqui, é um reality que estreou no fim de 2009 na MTV e se transformou num gigantesco fenômeno pop.

O enredo do programa era simples: oito guidos e guidettes vivendo juntos numa casa no local que é considerado o centro mundial dos guidos, New Jersey.

Guidos é uma tribo estado-unidense formado, em sua maioria, por jovens de famílias com descendência italiana. O tom de pele deles é laranja devido a excessivo bronzeamento artificial, suas roupas são ridiculamente chamativas e trashy, os garotos são conhecidos por serem gigantescos fãs de anabolizante e as garotas por serem fãs de artificialidade (unhas falsas, sílicone, apliques de cabelo vagabundos, etc).

Apesar da cafonice, os jovens americanos se apaixonaram por Snooki, The Situation, Pauly D, J-Woww, Ronnie, Samii e Vinny e a emissão foi responsável por reviver a MTV, cujas audiências estavam em queda desde que The Hills, até então o programa mais popular da emissora, tinha deixado de ser o programa da moda.



Além de fazer com que a emissora voltasse a ser relevante para os jovens americanos, Jersey Shore foi responsável por quebrar recordes históricos de audiência, atingindo 9 milhões de telespectadores em sua segunda temporada. Os seus ridículos e carismáticos protagonistas, é claro, viraram household names e, como os números nas redes sociais não deixam duvidas, gigantescos sucessos entre os jovens americanos.

Depois de acertar no milhar com Jersey Shore, a MTV ainda conseguiu um segundo gigantesco hit. Mas isso fica para parte 2.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Causando na Europa: Over the Rainbow/Waka Waka



Um dos maiores fenômenos de 2010 na Alemanha foi a versão de Over the Rainbow cantada pelo havaiano Israel Kamakawiwoʻole.

No começo dos anos 90, graças a suas habilidades com o ukelele e suas canções relaxantes, Israel virou uma sensação no Hawaii, com o seu álbum, Facing Future, vendendo mais de 1 milhão de cópias nos EUA ao longo dos anos. Parte do sucesso veio graças a versão da música de Judy Garland. A interpretação do havaiano para o sucesso de Garland foi usada em centenas de programas de TV, filmes e comerciais. A música, individualmente, já vendeu mais de 2 milhões de cópias digitalmente no país norte-americano.

Iz, como ele era conhecido, morreu em 1997, aos 38 anos, depois de anos de problemas de saúde devido ao seu peso.

Em 2009, um produtor alemão, Wolfgang Boss, ouviu a música, se emocionou e comprou os direitos para comercializa-la na Alemanha. A canção foi lançada em setembro de 2010 e rapidamente se transformou numa gigantesca sensação no país, encerrando o ano no topo da parada anual de vendas de single.



A canção foi tocada sem parar nos últimos meses de 2010 e, para surpresa dos executivos, quase metade das vendas vieram não digitalmente e sim de singles físicos, mostrando que a canção tinha alcançado grande popularidade com os segmentos mais velhos da população que optam por maneiras mais tradicionais de ouvir música.

Além de fazer com que o CD Facing Future alcançasse disco de platina no país, a música também fez com que as vendas de ukelele crescessem substancialmente e esgotassem em diversas lojas de instrumentos.

Depois do enorme sucesso na Alemanha, a música foi lançada, com o apoio de diversos comerciais na televisão, nos outros dois principais mercados europeus: a França e o Reino Unido.

Na França, a música estourou e passou todo o primeiro mês de 2011 em primeiro lugar. Assim como na Alemanha, além de vender muito bem digitalmente, as vendas de singles físicos também foram altas.

Porém, no Reino Unido, o maior mercado europeu, a música não conseguiu emplacar, tendo que se contentar com a 42ª posição (e, francamente, eu estou com o UK nessa: a música é até bonitinha e Iz parece ser um fofo mas essa canção, na minha opinião, não tem nada de especial e o fato de que ela ficou tanto tempo em primeiro lugar me parece estranho).



Essa não foi a unica música que obteve gigantesco sucesso na Alemanha e na França e foi ignorado pelos britânicos. Waka Waka (This Time for Africa), a canção de Shakira que foi escolhida como o tema oficial da Copa do Mundo, passou três meses em primeiro lugar em ambos os países, encerrando 2010 como o single que mais vendeu na França e o 2º lugar na parada anual alemã (atrás de Over the Rainbow).

Porém, na Grã-Bretanha, a canção não conseguiu ultrapassar da 21ª posição na parada semanal e não apareceu nem entre as 100 mais vendidas do ano. Mesmo assim, a música vendeu decentemente no país: 146 mil cópias.

Alias, isso comprova a força do mercado fonográfico britânico. Apesar de ter uma população ligeiramente menor que a Alemanha e a França e ter uma economia mais fraca que esses dois países, o Reino Unido compra MUITO mais música do que os países vizinhos.

Na França, Waka Waka passou três meses ininterruptos no topo das paradas de single e acabou o ano como a canção que mais vendeu no país, com 373 mil unidades. Isso não é nem três vezes mais do que o que a música vendeu no Reino Unido (146 mil unidades), onde nunca sequer alcançou o top 20 (de fato, 140 músicas venderam mais que Waka Waka no UK ao longo de 2010).



Apesar do relativo pouco sucesso no país de Rainha Elizabeth, Waka Waka foi um gigantesco hit no resto da Europa onde acabou o ano como o single mais vendido não só na França mas também na Espanha (17 semanas em 1º lugar), na Itália (exatos quatro meses no topo), na Suíça, na Bélgica, na Dinamarca e na Suécia.

Inclusive, em número de vendas, Waka Waka superou Over the Rainbow na Alemanha. O Media Control, orgão regulador de vendas no país, não libera números e faz os charts baseado em dinheiro lucrado, não unidades vendidas. Como Over the Rainbow fez muito sucesso no mercado de single físico e custava ligeiramente mais caro no iTunes, Iz obteve vantagem. Porém, com base nos certificados das músicas, estima-se que Waka Waka tenha vendido mais de 700 mil unidades enquanto Over the Rainbow superou 650 mil.

Wavin' Flag, a outra música da Copa, cantada por K'naan, não foi tão bem recebida no resto da Europa (com exceção da Alemanha e da Suíça) mas alcançou o 2º lugar das paradas britânicas. Wavin' Flag, diferente da música de Shakira, teve forte apoio da Radio 1, principal estação do país.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cobertura: Grammy's e BRIT Awards


Rihanna: uma das performers que teve que suar para estar nas duas premiações em L.A. e Londres em menos de 24 horas

Esse ano, o Grammy e os BRIT Awards aconteceram na mesma semana: o primeiro no domingo, dia 13, e o segundo na terça, dia 15. A diferença de menos de 24 horas entre os dois prêmios (graças ao fuso horário gigantesco entre Grã-Bretanha e Califórnia) deve ter dado uma dor de cabeça entre os artistas marcados para se apresentar em ambos como Rihanna, Cee-Lo Green, Mumford & Sons e Arcade Fire.

O Grammy, como todo mundo sabe, é a principal premiação de musica dos EUA. Já os BRIT é o equivalente britânico. Embora ambos exerçam a mesma função (basicamente, aumentar as vendas de CD nos primeiros meses do ano, onde os números são bem baixos), existem alguma diferença entre eles.

Para começar, os Grammy's são MUITO mais pomposos. Com uma duração de três horas, ele é muito elegante e classudo e cheio de pompa. Os BRIT, por sua vez, é bem mais "pop" e jovem, com uma duração de apenas uma hora e meia, muito menos categorias técnicas e um clima mais descontraido (lembrando talvez mais os VMAs da MTV).

Além disso, ambas as premiações são meio duvidáveis no quésito qualidade, sempre dando prêmios não muito merecidos. Os critérios de premiação do Grammy são risíveis, com eles as vezes premiando artistas apenas pelas vendas (Taylor Swift por Melhor Performance Vocal e Álbum do Ano? Sério?) e as vezes optando por artistas ~underground que são totalmente esquecidos uma semana após a exibição da premiação (case in point: o irrelevante grupo de jazz Steely Dans ganhando Álbum do Ano em 2001 ao invés do icônico Marshall Matters LP de Eminem). Sem mencionar o fato deles ignorarem completamente muito dos artistas mais importantes da história, como David Bowie e, durante anos, Madonna.


Sempre discreta, Gaga chega nos Grammy's dentro de um ovo

Por outro lado, os BRIT não são muito melhores nesse aspecto, com eles não escondendo o fato de que o prêmio irá necessariamente para quem aceitou se apresentar no programa. Cee-Lo Green era o unico indicado a Best International Male que estava presente e, conseqüentemente, o prêmio foi para ele (apesar de que Eminem, com Recovery, tinha sido o ato com as melhores vendas, melhores críticas e tinha obtido o maior hit do ano anterior no país com Love the Way You Lie).

Mas enfim, apesar dos pesares, as premiações são divertidas de se assistir pelas performances e pelas celebridades e, na semana seguinte aos prêmios, os vencedores e performers se beneficiam de grandes aumentos nas vendas de seus álbuns.

Os Grammy's teve a audiência mais alta da última década com 26.55 milhões de telespectadores. Isso pode ser atribuido, em parte, a todo o hype envolvendo Lady Gaga que iria fazer a sua primeira apresentação de Born this Way na premiação.



Acostumada a causar, Gaga chegou no tapete vermelho dentro de um ovo, carregada pelos seus bailarinos e ela "nasceu" durante a performance, a segunda da noite. Apesar da grandiosidade da entrada, a apresentação foi muito mais contida do que se espera de Gaga o que fez com que ela fosse elogiada por alguns (a voz dela estava perfeita) e criticada por muitos outros (que esperavam que depois de todo o hype seguido de decepção com o primeiro single, Gaga fizesse algo inquestionavelmente incrível durante a premiação).

A premiação foi aberta por um tributo a Aretha Franklin. Participaram dele Florence (& the Machine), Yolanda Brown, Jennifer Hudson, Martina McBride e Christina Aguilera. Christina, apesar do fracasso de seu último CD, foi inquestionavelmente a estrela da performance, posicionada no centro (com um TRIPÉ VERMELHO.
Sindrome de atention whore?) e cantando os versos principais.

Todos os olhos estavam em Aguilera pois, menos de uma semana antes, ela tinha sido responsável por cantar o hino dos EUA no Superbowl, o maior evento esportivo dos EUA e a maior audiência televisiva do ano, e, nervosa, errou a letra. Nos Grammy's, Christina calou os críticos com uma performance vocal arriscada mas, pasmem, ela caiu no palco no fim da performance (por sorte, foi quase imperceptível).

Apesar de Christina ter sido a grande estrela, Florence foi a mais beneficiada, com as vendas de seu CD, Lungs, crescendo 42% na semana seguinte a premiação.

Mais quais foram consideradas, unanimamente, as melhores performances?

Sem a menor duvida, Cee-Lo Green e os britânicos do Mumford & Sons.



Com uma performance coloridíssima e irreverente, incluindo Cee Lo vestindo penas de pavão, um pug dançante, Muppets e participação de Gwyneth Paltrow, Fuck You (em sua versão censurada Forget You, é claro) foi um dos pontos altos da noite.

A apresentação foi tão bem recebida que Fuck You foi, depois de 26 semanas na parada, catapultado a segunda posição do Hot 100 da Billboard graças as vendas de 426 mil unidades da música no iTunes. Em qualquer semana, isso seria o suficiente para a primeira posição porém Cee-Lo teve o azar de ter como concorrente Lady Gaga que também foi beneficiada pela apresentação nos Grammys. Com 520 mil cópias, Gaga se transformou num dos casos raríssimos onde uma música que quebrou recordes em sua semana de estréia aumenta as vendas na semana seguinte.

Porém, Cee-Lo continua na corrida para o topo nas próximas semanas. Desde que a performance foi ao ar, airplay nas rádios estado-unidenses continuam crescendo dia após dia em velocidade assustadora.



A outra grande performance da noite foi a dos britânicos do Mumford & Sons. O grupo tinha vendas bastante satisfatórias nos EUA, com mais de 600 mil cópias de Sigh No More comercializadas, mas, apesar do sucesso do álbum, eles não eram conhecidos pelo grande público.

Isso mudou após a apresentação (em conjunto com os Avery Brothers e Bob Dylan que, alias, foi a pior apresentação da noite) de The Cave no Grammy.

Minutos após a performance, os Mumford estavam em primeiro nos Trending Topics do Twitter e também entre os mais buscados no Google. A música The Cave penetrou o top 10 do iTunes e o CD vôou para o primeiro lugar nos mais vendidos do aplicativo da Apple e também no Amazon.com, principal site de vendas.

Com apenas 24 horas dos efeitos do Grammy contabilizado, as vendas de Sigh No More já tinham aumentado 99% para 49 mil cópias, o suficiente para a segunda posição na parada de CDs. Na semana seguinte, com seis dias extras pós-Grammy, o álbum vendeu mais 144 mil unidades e está cada vez mais próximo de ultrapassar a barreira do milhão nos EUA.




A apresentação de Eminem, que contou com participações de Adam Levine, Dr. Dre e Rihanna, também foi bastante elogiado. O CD, o álbum que mais vendeu no ano passado nos EUA, viu suas vendas crescerem 61%, com 60 mil unidades de Recovery vendidas, o suficiente para aparecer em sexto lugar entre os mais vendidos da semana. A nova música de Dr. Dre, I Need a Doctor, cantada durante a apresentação de Eminem, foi a mais beneficiada, vendendo 238 mil cópias e voltando para o top 10.

E quanto aos grandes vencedores da noite, Lady Antebellum e Arcade Fire.

O grupo country ganhou, com a música Need You Now, os prêmios de Record of the Year e Song of the Year (qual a diferença entre essas categorias segue sendo um grande mistério). Já os canadenses do Arcade Fire desbancaram Eminem e Gaga para ganhar o principal prêmio da noite: Album of the Year.

Sinceramente, acho que o prêmio deveria ter ido para Gaga por The Fame Monster. O álbum era realmente muito bom e o impacto que ele causou ao longo do último ano foi muito maior que o do Arcade. Mas, enfim, é óbvio que o prêmio ia para a opção mais ~indie.


Alias, foi tudo meio falso, né? Ou foi só coincidência o fato do Arcade ter sido os performers a cantarem logo antes do anúncio final e, logo depois de aceitarem, cantarem outra música encerrando o show? Ridiculo.

Tanto Lady Antebellum (numa performance fraquinha que não fez jus a música) e Arcade Fire se apresentaram ao longo da noite.

Esperanza Spalding, artista jazz que chocou todo mundo ao ganhar Best New Act ao invés de Justin Bieber (particularmente, achava que o prêmio ia para Florence & the Machine que, alias, merecia bem mais que Esperanza), viu suas vendas crescerem 476% em relação a semana anterior com 18 mil unidades.

Bruno Mars, ganhador de Best Male Pop Vocal Performance por Just the Way You Are, se apresentou junto com o B.o.B. e a hypada Janelle Monae. Ele também viu as vendas de seu CD, Doo-Woop & Hooligans, crescerem 55%, o suficiente para a quinta posição nas paradas de CDs.


Além de cantar o hit Love the Way You Lie (part II) com Eminem, Rihanna ainda teve uma apresentação solo que contou com a participação de Drake. Os dois cantaram, pela primeira vez juntos, o giga hit de Rihanna, What's My Name?, numa das performances mais hot da noite.

Outra popstar do momento, Katy Perry, também teve seu momento. Ela cantou Just Like the Movie, com projeção de imagens do casamento da cantora com o comediante britânico Russel Brand (primeira vez que o público viu qualquer imagem da cerimônia, que tinha sido muito bem protegida), e seu mega hit Teenage Dream.

Miranda Lambert, cantora country que abocanhou grande parte dos prêmios do gênero, cantou The House That Built Me; Muse, o maior ato rock do último ano, cantou Uprising; Norah Jones, John Mayer e Keith Urban homenagearam Dolly Parton com uma rendition de Jolene; Justin Bieber se juntou com Jayden Smith e Usher para uma performance que incluiu Baby, Never Say Never e OMG. A noite também contou com uma apresentação de Barbara Streisend, uma das homenageadas da noite.

Menos de 24 horas depois, no BRIT Awards, os Mumford & Sons, grandes beneficiados do Grammy nos EUA, ganharam o British Album of the Year, o principal prêmio da noite no BRIT Awards. Os Mumford também cantaram Timshel na cerimônia.



Adele e Tinie: as grandes estrelas da noite


Nas paradas britânicas, Sigh no More, o CD da banda, subiu 13 posições em relação a última semana, chegando a segunda posição. Essa é a posição mais alta que o álbum alcançou, ultrapassando a terceira posição obtida faz 19 semanas. O CD vendeu 45 mil cópías.

Felizmente para Justin Bieber, nenhuma concorrente "surpresa" roubou dele o prêmio de Best International Breakthrough (Revelação Internacional). A surpresa mesmo foi na categoria British Female Act, onde a grande vencedora foi a desconhecida Laura Marling (num prêmio que, sinceramente, deveria ter ido para a Ellie Goulding).

Como já disse lá em cima, o BRIT Awards decide os performers com base em para quem eles vão dar o prêmio e vice-versa. Então, de todos os vencedores, só Laura Marling e Justin Bieber não se apresentaram durante a noite. Biebs, porém, mostrou o quanto queria vencer ao voar dos EUA para Londres só para aceitar o prêmio (e OK, promover seu filme Never Say Never).

No ano passado, a performance ao vivo de Florence (& the Machine) com o rapper Dizzee Rascal foi lançada no iTunes e a versão fez tanto sucesso -- alcançando a segunda posição e ficando quase dois meses no top 5 -- que, esse ano, todas as performances ao vivo (com exceção do medley de Rihanna) foram disponibilizados no aplicativo da Apple.

E, surpresa, o número 1 da semana nas paradas oficiais foi Someone Like You de Adele, cuja versão ao vivo foi direto para o topo do iTunes, ultrapassando com facilidade o lançamento mais hyped do ano, Born this Way da Lady Gaga.

Adele foi a unica performer da noite a não ser indicada a nenhum prêmio (pois não lançou nenhum álbum em 2010) mas ela foi, sem duvida, a grande estrela da noite, com sua apresentação emocionando o público e fazendo com que a música, que não é nem sequer um single oficial, subisse nada menos do que 46 posições nas paradas, ocupando o topo do single charts britânico e dando a jovem de 22 anos seu primeiro single número 1 nas paradas (tanto Chasing Pavement, do seu álbum anterior, quanto Rolling in the Deep, o primeiro single do seu atual CD, tinham empacado na 2ª posição).



A noite foi aberta pelo Take That que cantou Kidz, o segundo single do último álbum deles. A banda, que é inquestionavelmente o grupo de maior sucesso no país desde os Oasis nos anos 90, levou para casa o prêmio de Best British Band.

Tinie Tempah, um dos maiores vencedores da noite (British Single of the Year, por Pass Out, e British Breakthrough), fez um medley de três dos seus maiores hits de 2010: Pass Out, Writen in the Stars e Miami 2 Ibiza. Com as vitórias do rapper, o álbum dele, Disc-Overy, sobe 19 posições em relação a semana anterior e ocupa a sexta posição na parada de CDs britânicas, com vendas de 29 mil unidades.




Alias, quase todo mundo fez medley ao longo da noite. Plan B, ganhador de Best Male Artist, cantou She Said/Prayin'
enquanto Rihanna, Best International Female, cantou Only Girl, S&M e What's My Name.

Loud de Rihanna é presença fixa no top 10 de álbuns mais vendidos do UK desde que o CD foi lançado, em novembro, mas Plan B viu seu Defamation of Strickland Banks subir 18 lugares (7ª posição) e finalmente ultrapassar a barreira de 1 milhão de unidades vendidas graças a premiação.

Os canadenses do Arcade Fire também mal tiveram tempo para comemorar a grande vitória no Grammy uma vez que eles tiveram que voar para Londres quase que imediatamente após a premiação. A banda também foi premiada nos BRIT, Best International Band e Best International Album, onde cantaram Ready to Start.

E a noite foi fechada por Cee-Lo Green com uma performance bem inferior a dos Grammy's. Os produtores obviamente estavam tentando recriar o sucesso de Dizzee e Florence colocando Paloma Faith para cantar em dueto com Cee Lo mas o resultado foi decepcionante, principalmente comparado com a apresentação showstealer do cantor menos de 24 horas antes em Los Angeles.




Enfim, eu gostei das duas premiações esse ano. Mas os BRIT foram mais satisfatórias uma vez que eles tiveram metade do tempo e, conseqüentemente, foram muito menos entediantes.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Vai causar em 2011



Stomp, stomp, I've arrived, annuncia Jessie J no primeiro verso de seu single de estréia, Do It Like a Dude. E indeed, que chegada triunfal.

A britanica de 22 anos é o título mais óbvio para ser a revelação de 2011 Desde que eu postei sobre ela, Jessie ficou em primeiro lugar no prestiogissimo BBC Sound of 2011, o que ajudou a catapultar Do It Like a Dude a segunda posição nas paradas. Ela também ganhou o prêmio da crítica do BRIT Awards, que em geral é bem spot on na hora de premiar novos talentos (Ellie Goulding foi a ganhadora no ano passado; Florence and the Machine em 2009 e Adele em 2008) e seu primeiro single, Do It Like a Dude, alcançou a segunda posição nas paradas britânicas.

No dia 30 de janeiro, Jessie lançou seu segundo single Price Tag. A música foi direto para o primeiro lugar no Reino Unido, onde permanece até o momento, com vendas extremamente fortes.

O sucesso de Price Tag foi analisado com muito cuidado pela industria britânica pois a música foi uma das primeiras a fazer parte da iniciativa da Universal e da Sony "on air, on sale". Diferente dos EUA, onde em geral as músicas são disponibilizadas para download legal no iTunes assim que elas começam a tocar nas rádios, o UK tem a tradição de lançar a música semanas, as vezes até meses, depois dela ser adicionada as playlists das rádios. Dessa maneira, o single ia criando expectativa, o que resultava em vendas altas na primeira semana e bom posicionamento nos charts.

Porém, finalmente as gravadoras se deram conta do óbvio: as pessoas querem as coisas de imediato. Se eu tiver ouvindo uma música na rádio e quiser ela no meu iPod e eu não tiver a opção de compra-la via iTunes, eu irei baixa-la ilegalmente.

E o sucesso de Price Tag, que alcançou a primeira posição apesar de pouquíssimas reproduções nas rádios, confirmou a indústria que a iniciativa era mais do que correta.

Mais do que isso, a força de Jessie J na Grã-Bretanha foi comprovada. Afinal, estrear em primeiro lugar com promoção escassa em geral é algo reservado apenas para artistas de primeiro escalão, como Lady Gaga. O fato de Jessie, uma artista novata, ter conseguido mostrou que ela tinha uma fanbase considerável e que as expectativas em torno dela eram gigantescas.

Tendo tudo isso em vista, a gravadora da inglesa resolveu adiantar o lançamento do CD dela, Who You Are. Previsto para chegar as lojas no fim de março, o álbum foi adiantado em um mês e estará disponível para compra dia 25 de fevereiro.

Price Tag para quem não sabe é produzido pelo produtor pop número do momento, Dr. Luke. E por mais que eu goste da música, eu já tô bem cansado de Luke. Será que ele conseguirá se manter no topo por muito tempo? Porque essa coisa de produtor hot, como provado por Timbaland, costuma ter data de validade, né?



O hype em volta de Jessie J é gigantesco e, apesar dela já ter o Reino Unido na palma de suas mãos, a cantora está decidida a conquistar o mundo. Price Tag já entrou no Hot 100 da Billboard (está em 88º lugar) e a cantora deve visitar os EUA em breve para kick start a promoção por lá.

Obviamente, Jessie não tem nada de groundbreaking: ela é bonita, estilosa e suas músicas são divertidas, porém genéricas. O seu álbum, Who You Are, deve seguir o protocólo de "álbum pop com canções encorajadoras e de auto-aceitação", na mesma linha de Stripped da Christina Aguileira e Missundaztood da P!nk. Como a venda desses dois álbuns indica, esse estilo em geral dá bastante certo. A música que dá título ao álbum e que Jessie canta no vídeo acima é um perfeito exemplo desse sub-gênero pop. E faz sentido ela optar por esse approach porque a cantora, no que é sem duvida o traço mais groundbreaking de sua carreira, é lésbica (lésbica. Não ~bissexual que nem toda cantora pop diz ser).

O vídeo acima também mostra que: a) Jessie sabe cantar b) Ela tem carisma. Então, sinceramente, acho que ela tem tudo para dar certo, por mais genérica que ela seja. Ou melhor, ela vai dar certo exatamente por ser genérica.

Números: 400 mil cópias de Do It Like a Dude vendidas no UK (peak position: 2ª posição) e 20 milhões de views no YouTube; 200 mil cópias de Price Tag (em primeiro lugar no UK faz três semanas) e 14 milhões de views no YouTube. No Facebook, 300 mil fãs e, no Twitter, 135 mil seguidores.



I whip my hair back and forth I whip my hair back and forth I whip my hair back and forth. Vamos combinar que, sem duvida nenhuma, Willow Smith foi responsável pelo refrão mais pegajoso de 2010, né?

A família Smith está acostumada com o triunfo. O pai, Will, é o ator de maior sucesso da atualidade, um dos poucos que nunca foi atachado a nenhuma produção fracassada. Jayden, de 12 anos, protagonizou a nova versão de Karate Kid, um dos maiores sucessos do ano passado, com 360 milhões de dólares arrecados na bilheteria.

E, claro, Willow, de 10 anos, foi responsável por uma das músicas mais memoraveis de 2010, Whip My Hair, um enorme sucesso que colocou todo mundo para dançar.

A garota tem estilo e presença e, como a performance dela acima não deixa mentir, consegue fazer uma apresentação ao vivo com garra. Por isso, as expectativas em torno da menina são gigantescas. Com apenas uma música lançada, Willow já tem 1.5 milhão de fãs no Facebook e 450 mil seguidores no Twitter.

Nas próximas semanas, o novo single, 21st Century Girl deverá ser lançado. A garota também abrirá para Justin Bieber em sua turnê européia.

Números: Whip My Hair alcançou o topo do iTunes nos EUA, onde alcançou o 11º lugar no Hot 100 e vendeu 1 milhão de unidades, e na Grã-Bretanha, onde alcançou a 2ª posição na parada oficial e vendeu 300 mil cópias. O vídeo da música teve 60 milhões de views no Youtube. No Facebook, Willow tem 1.5 mihões de fãs e, no Twitter, 452 mil seguidores.



Em 2006, Wiz Khalifa lançou seu primeiro álbum. Desentendimentos com a gravadora fizeram com que, em 2009, o rapper encerrasse seu contrato e continuasse sua carreira de maneira independente.

Através de vários mixtapes, a fanbase de Wiz foi ficando cada vez maior. Em abril de 2010, Kush & Orange Juice foi lançado gratuitamente na internet e, provando a força que ele tinha, o mixtape ficou em primeiro lugar nos Trending Topics do Twitter por três dias. Kush & Orange Juice também foi uma das palavras mais procuradas no Google no dia de seu lançamento.


This Plane - Wiz Khalifa (2009)

Apesar de ter lançado o mixtape independentemente, Wiz já tinha assinado um novo contrato com a Atlantic Record e estava preparando o seu primeiro CD. Em setembro, o primeiro single, a ótima Black & Yellow, foi lançado. O título da música era uma referência as cores de Pittsburg, cidade onde Wiz cresceu. Até o momento, a música já vendeu mais de 2.5 milhões de unidades nos EUA e, semana passada, quinze semanas depois de seu lançamento, a música finalmente alcançou o primeiro lugar no Hot 100, impulsionada pelo maior evento televisivo dos EUA, o Superbowl, onde o time de futebol americano de Pittsburg, os Pittsburg Steelers, jogou contra os Green Bay Packers (e perdeu, alias).


Say Yeah - Wiz Khalifa (2005)

Wiz é conhecido pela sua habilidade em free style e por recitar seus versos em cima de batidas extremamente pegajosas. O seu primeiro CD, Rolling Papers, cujo título é uma referência a atividade favorita do rapper (fumar maconha), chega as lojas estado-unidenses no fim de março e, levando em conta a gigantesca fanbase do rapper, tem tudo para arrasar.

Numéros: Black and Yellow, seu primeiro single, alcançou a primeira posição no Hot 100 e já vendeu 2.3 milhões de cópias nos EUA. No Youtube, o vídeo tem 40 milhões de views. Wiz tem 3.3 milhões de fãs no Facebook e 1 milhão de seguidores no Twitter.

Três lições (meio contraditórias) que podemos tirar de Born This Way



Faz um mês, o mundo pop entrou em polvorosa com o lançamento de Hold It Against Me da Britney. Depois da histeria inicial, o single de Spears meio que foi completamente esquecido por todo mundo, apesar de que, com sorte, talvez ele ganhe novo fôlego depois do lançamento do vídeo nessa terça-feira.

Depois de Britney, o último grande evento pop foi, como todo mundo já sabe, o lançamento de Born this Way, o primeiro single do novo CD de Gaga (que tem o mesmo título). Born this Way já foi tão dissecado, tão discutido e tão difundido que eu meio que hesitei em escrever sobre a música. Mas, uma vez que o fiz para Britney, nada mais justo do que fazer para Gaga também.

Então, quais são as lições que tiramos da música?
  1. Don't overhype it. Gaga é a maior popstar da atualidade. O nível de histeria e de interesse que ela causa é algo que acontece, se muito, uma vez a cada década. Então, é ÓBVIO que as expectativas para o primeiro single do novo, extremamente esperado CD dela eram impossíveis de ser atingidas.

    Mas Gaga estava tão confiante no trabalho que ela não hesitou em criar ainda mais expectativa. Ela revelou o título pela primeira vez ao ganhar o prêmio principal nos VMAs em setembro. Desde então, ela afirmou várias vezes o quão incrível a nova música era.

    Não só ela. Elton John, Akon e absolutamente todo mundo que já ouviu repetiu diversas vezes o quão groundbreaking e life changing a canção era. "Vai virar um hino gay", "entrara para a história", "extremamente corajosa".

    E, uma vez que a música foi tocada pela primeira vez, na manhã de sexta-feira, a opinião geral foi só uma: DECEPÇÃO.

    Particularmente, eu realmente gostei da música. Eu achei extremamente catchy e adorei o ritmo. Mas só pelo fato de ser o novo single do novo CD de Gaga, a música já seria esperada o suficiente. Não havia nenhuma necessidade de acrescentar extra hype.

  2. Ou hype to death, what do I know? A expectativa era tanta que a música foi a primeira da história a alcançar o primeiro lugar nos 24 países onde o iTunes está disponível (EUA, UK, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Japão, França, Alemanha, Noruega, Dinamarca, Suíça, Suécia, Itália, Espanha, México, Austria, Grécia, Irlanda, Luxemburgo, Portugal, Bélgica e Finlândia).

    Ao invés de ser lançada no domingo, a música foi lançada na sexta-feira, dia 11, no aniversário de morte de Alexander McQueen, estilista britânico que se suícidou e era amigo próximo de Gaga. Por isso, o single estreou em desvantagem, uma vez que todas as outras músicas nas paradas tiveram sete dias de venda, enquanto Gaga teve apenas três (nos EUA. Na Europa, ela teve 36 horas).

    Mesmo assim, em três dias, Gaga vendeu 470 mil cópias de sua música nos Estados Unidos, quebrando o recorde de Britney Spears que tinha vendido 410 mil na primeira semana de Hold It Against Me (em uma semana completa). Com isso, Born This Way virou o single de uma cantora que mais vendeu em sua semana de estréia (e, se ela tivesse tido uma semana completa, a probabilidade dela ultrapassar as 636 mil cópias de Right Round do Flo-Rida e se transformar na maior vendedora geral da história eram bem grandes).

    As rádios estado-unidenses também enlouqueçeram pela música, com Born this Way quebrando todos os recordes de airplay. Várias das maiores rádios top 40 do país, como a KIIS FM de Los Angeles, tocaram a música uma vez a cada hora durante toda sua semana de lançamento.

    As vendas e o airplay foram o suficiente para fazer com que Born this Way estreasse em primeiro lugar no Hot 100, apesar da desvantagem de dias.

    Na Grã-Bretanha, em 36 horas, a música vendeu 62 mil cópias, o suficiente para estrear na terceira posição, algo mais do que impressionante para uma canção que não esteve disponível nem dois dias inteiros.

  3. A posição de Madonna como Rainha do Pop é merecida. Born this Way foi acusada de copiar Into the Groove e Vogue mas, né? É díficil para qualquer popstar fazer algo que Madonna já não tenha feito antes. E, ó Gaga, você pode até dizer que você se inspirou na Whitney mas, pelo amor de Deus, essa música é Madonna até a alma.
Enfim, diferente do que aconteceu com Hold It Against Me, Born this Way não vai ser esquecido rapidamente. Não só pelo fato de Gaga ser uma estrela muito mais em evidência que Britney atualmente, mas também porque a nova-iorquina sabe da importância de PROMOÇÃO e tem aparições em diversos programas de TV e de rádio marcada pelos próximos dias.

(Alias, falando em performances, vou comentar sobre os Grammys ainda essa semana).

Particularmente, eu gostei de Born this Way. Mas eu nunca acreditei muito no hype então talvez seja por isso... eu gostei mais do que da música da Britney para ser sincero, mas talvez tenha sido só porque eu tenho birra com o Dr. Luke, o produtor mais superexposto e annoying da atualidade...

Mas que a música parece com Into the Groove, isso não tem muito como negar. E, parafraseando as palavras de Madonna na música, "don't go for second best, baby".



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