Ultimamente esse blog está muito focado em música e, por isso, quero diversificar um pouco os tópicos na próxima semana (afinal, o tema do blog é cultura pop).
Eu estou a tempos querendo fazer um post sobre as Kardashians (que eu já havia mencionado aqui) e, semana passada, o L.A. Times fez uma ótima matéria analisando o porque dessa família ter se tornado um fenômeno nos EUA.
Eu sempre posto textos originais mas hoje vou abrir uma exceção e postar uma tradução (feita por mim) pois eu acho que a matéria se encaixa perfeitamente com o conteúdo deste blog. Os interessados podem ler o original aqui.
Eu estou a tempos querendo fazer um post sobre as Kardashians (que eu já havia mencionado aqui) e, semana passada, o L.A. Times fez uma ótima matéria analisando o porque dessa família ter se tornado um fenômeno nos EUA.
Eu sempre posto textos originais mas hoje vou abrir uma exceção e postar uma tradução (feita por mim) pois eu acho que a matéria se encaixa perfeitamente com o conteúdo deste blog. Os interessados podem ler o original aqui.
O fenômeno Kardashian
As irmãs Kardashian. Oops, errata: é a mãe no centro.
As irmãs Kardashian. Oops, errata: é a mãe no centro.
Quando um reality show sobre as irmãs Kardashian da cidade de Calabasas, na California, estreou no outono de 2007, a maior parte das pessoas nunca tinha ouvido falar dessa família e o que era conhecido sobre ela não podia ser considerado exatamente como positivo.
O pai já falecido, um advogado, tinha ajudado O.J. Simpson a ser absolvido no famoso caso do assassinato da esposa do jogador. Já Kim, a filha do meio, badalava pela noite na companhia de Paris Hilton e uma gráfica sex tape da morena com seu ex-namorado acabou nas mãos de uma distribuidora de filmes pornôs.
Dois anos e meio mais tarde, os Kardashians são uma força comercial e cultural indiscutível nos EUA. O programa deles, Keeping Up with the Kardashians, que acaba de concluir sua quarta temporada no E!, quebrou recordes de audiência para a rede de TV a cabo. Deu também origem a um spin-off. Kim Kardashian.com é o site oficial de uma celebridade mais visitado no mundo de acordo com a operadora do site. Revistas e blogs de fofoca cobrem os menores detalhes da vida das irmãs. E a Madison Avenue conta com elas para vender absolutamente tudo para o público estado-unidense: desde pílulas dietéticas e suco de laranja até fast food e a NASCAR.
O fato das irmãs não terem nenhum dos talentos que tradicionalmente leva ao superestrelato não as prejudicam nem um pouco. Pelo contrário, muitos acreditam que as ajudam.
“Tem um fator inspirador em alguém que virou uma celebridade por – e eu não digo isso de uma maneira ofensiva – mas por não fazer nada que justifique a atenção” diz Matt Delzell, um executivo da David Brown Entertainment, uma companhia que ajuda corporações a escolher porta-vozes famosos. As mulheres jovens que são atraídas pelas Kardashians, ele diz, “costumam achar que isso é muito legal. Que é algo que elas próprias seriam capazes de conseguir”.
A programação televisiva, especialmente da TV a cabo, está cada vez mais dependente de celebridades inventadas, no lugar de figuras estabelecidas. Transformar Zé Ninguéns em reality stars é mais barato do que contratar alguém já famoso. Mas os Kardashians transcenderam esse nível. Enquanto personalidades do franchise Real Housewives, da Bravo, ou de Jersey Shore e The Hills, da MTV, parecem existir apenas para promover seus respectivos programas, os Kardashians transformaram o seu reality show em um veículo promocional para expandir seu próprio império.
Kris Jenner, a matriaca da família, que se auto descreve como “momager” (combinação das palavras mom, mãe e manager, empresária) diz que não tem tempo para aqueles que criticam seus filhos por serem “famosos por nada”. Ela está muito ocupada analisando as muitíssimas oportunidades de negócios, trabalhando em SPINdustry – um documentário produzido pelos Kardashians que estreou semana passada no E! – e protegendo o que ela se refere como “nossa marca”.
“A certa altura, você tem que começar a se aceitar como uma mulher de negócios”, ela disse recentemente.
Keeping Up with the Kardashians foi criado como uma versão hollywoodiana de The Brady Bunch – as inofensivas peripécias de uma família grande e amorosa porém rica e cheia de conexões com pessoas famosos e influentes.
Depois de se divorciar de Robert Kardashian, com quem ela teve quatro filhos – Kourtney, 30; Kim, 29; Khloe, 25 e Rob, 22 –, Kris se casou com Bruce Jenner, um ex medalhista de ouro nas Olimpíadas, pai de outros quatro filhos. O casal teve mais duas garotas, Kendall, 14 e Kylie, 12. No começo, Kim ocupava o papel de Marcia – sexy e popular – mas tinha enredo para todo mundo.
As irmãs dela conseguiram seu próprio programa, Kourtney & Khoe Take Miami, no fim do ano passado e atraíram os holofotes quando Kourtney engravidou do seu namorado (com quem ela vive terminando e voltando) e Khloe casou com Lamar Odon, jogador dos Lakers, apenas um mês depois deles se conhecerem. Quando os ganhadores da NBA e suas respectivas famílias visitaram a Casa Branca no mês passado, Khloe foi fotografada conversando com o Presidente Obama. Enquanto isso, Kim se encontrava num dilema, sem saber se deveria reatar seu namoro com a estrela do New Orleans Saint, Reggie Bush, ou não. (No fim, ela voltou e apareceu na TV torcendo por ele no Super Bowl mais visto da história).
O pai já falecido, um advogado, tinha ajudado O.J. Simpson a ser absolvido no famoso caso do assassinato da esposa do jogador. Já Kim, a filha do meio, badalava pela noite na companhia de Paris Hilton e uma gráfica sex tape da morena com seu ex-namorado acabou nas mãos de uma distribuidora de filmes pornôs.
Dois anos e meio mais tarde, os Kardashians são uma força comercial e cultural indiscutível nos EUA. O programa deles, Keeping Up with the Kardashians, que acaba de concluir sua quarta temporada no E!, quebrou recordes de audiência para a rede de TV a cabo. Deu também origem a um spin-off. Kim Kardashian.com é o site oficial de uma celebridade mais visitado no mundo de acordo com a operadora do site. Revistas e blogs de fofoca cobrem os menores detalhes da vida das irmãs. E a Madison Avenue conta com elas para vender absolutamente tudo para o público estado-unidense: desde pílulas dietéticas e suco de laranja até fast food e a NASCAR.
O fato das irmãs não terem nenhum dos talentos que tradicionalmente leva ao superestrelato não as prejudicam nem um pouco. Pelo contrário, muitos acreditam que as ajudam.
“Tem um fator inspirador em alguém que virou uma celebridade por – e eu não digo isso de uma maneira ofensiva – mas por não fazer nada que justifique a atenção” diz Matt Delzell, um executivo da David Brown Entertainment, uma companhia que ajuda corporações a escolher porta-vozes famosos. As mulheres jovens que são atraídas pelas Kardashians, ele diz, “costumam achar que isso é muito legal. Que é algo que elas próprias seriam capazes de conseguir”.
A programação televisiva, especialmente da TV a cabo, está cada vez mais dependente de celebridades inventadas, no lugar de figuras estabelecidas. Transformar Zé Ninguéns em reality stars é mais barato do que contratar alguém já famoso. Mas os Kardashians transcenderam esse nível. Enquanto personalidades do franchise Real Housewives, da Bravo, ou de Jersey Shore e The Hills, da MTV, parecem existir apenas para promover seus respectivos programas, os Kardashians transformaram o seu reality show em um veículo promocional para expandir seu próprio império.
Kris Jenner, a matriaca da família, que se auto descreve como “momager” (combinação das palavras mom, mãe e manager, empresária) diz que não tem tempo para aqueles que criticam seus filhos por serem “famosos por nada”. Ela está muito ocupada analisando as muitíssimas oportunidades de negócios, trabalhando em SPINdustry – um documentário produzido pelos Kardashians que estreou semana passada no E! – e protegendo o que ela se refere como “nossa marca”.
“A certa altura, você tem que começar a se aceitar como uma mulher de negócios”, ela disse recentemente.
Keeping Up with the Kardashians foi criado como uma versão hollywoodiana de The Brady Bunch – as inofensivas peripécias de uma família grande e amorosa porém rica e cheia de conexões com pessoas famosos e influentes.
Depois de se divorciar de Robert Kardashian, com quem ela teve quatro filhos – Kourtney, 30; Kim, 29; Khloe, 25 e Rob, 22 –, Kris se casou com Bruce Jenner, um ex medalhista de ouro nas Olimpíadas, pai de outros quatro filhos. O casal teve mais duas garotas, Kendall, 14 e Kylie, 12. No começo, Kim ocupava o papel de Marcia – sexy e popular – mas tinha enredo para todo mundo.
As irmãs dela conseguiram seu próprio programa, Kourtney & Khoe Take Miami, no fim do ano passado e atraíram os holofotes quando Kourtney engravidou do seu namorado (com quem ela vive terminando e voltando) e Khloe casou com Lamar Odon, jogador dos Lakers, apenas um mês depois deles se conhecerem. Quando os ganhadores da NBA e suas respectivas famílias visitaram a Casa Branca no mês passado, Khloe foi fotografada conversando com o Presidente Obama. Enquanto isso, Kim se encontrava num dilema, sem saber se deveria reatar seu namoro com a estrela do New Orleans Saint, Reggie Bush, ou não. (No fim, ela voltou e apareceu na TV torcendo por ele no Super Bowl mais visto da história).
Khloe e Obama: velhos amigos (not really)
Mas Kris Jenner está convencida do contrário. Quando perguntada como ela vê a marca daqui a 10 anos, ela não hesita.
“Será a 24ª temporada de Keeping Up with the Kardashians e Kylie estará se casando”, diz ela.
Câmeras gravaram cada lágrima e guincho e a audiência cresceu vertiginosamente. Keeping Up with the Kardashians teve uma média de 3.7 milhões de telespectadores este ano, o dobro dos números da temporada passada, e é especialmente popular entre mulheres jovens e sem muitas despesas, uma parcela do público altamente atraente para os anunciantes. De acordo com o Nielsen, a empresa responsável pela medição de audiência, o perfil do telespectador do programa das Kardashian é formado por mulheres solteiras, com ensino superior, sem filhos, com trabalhos de colarinho branco e salários anuais maiores do que 60 mil dólares.
O programa é o mais visto na TV a cabo entre mulheres de 18 e 34 anos e ocasionalmente registra números maiores entre esse público do que programas de TV aberta exibidos no mesmo horário.
Porque os Kardashians se transformaram em sucesso enquanto outros programas com a mesma proposta de mostrar a vida real de pessoas belas e ricas não funcionaram é motivo para muitas análises e pesquisas numa indústria ansiosa para replicá-los. Muitos creditam o bom resultado ao relacionamento entre as irmãs e a mãe.
Apesar da sex tape, dos casamentos apressados e do filho fora de casamento, eles ainda conseguem, de alguma maneira, ser uma família modelo, diz a veterana jornalista de celebridades Bonnie Fuller. As irmãs têm suas próprias casas, interesses amorosos e ambições profissionais, mas apesar disso tudo, nada parece satisfaze-las tanto quanto uma boa e longa conversa de família na mesa de cozinha da mãe.
“É um tipo moderno de modelo familiar. Nós vivemos num mundo diferente hoje em dia. A filha da Sarah Palin teve uma filha fora do casamento”, comentou Fuller, a editora chefe do website de celebridade e entretenimento Hollywood Life. “Apesar de tudo, eles ainda aparentam ser uma família extremamente unida e isso atrai o público feminino”.
Qualquer conversa sobre a popularidade dos Kardashians eventualmente chega na atração sexual que Kim provoca. O vídeo que ela fez com o rapper Ray J – ela inicialmente processou para evitar a circulação, mas rapidamente chegou a um acordo com a distribuidora Vivid – é “definitivamente um best-seller”, diz a porta-voz da companhia que se recusou a dar números. Kim também foi capa da Playboy e tem um calendário sensual anual. Mas ela conseguiu o que marqueteiros dizem ser algo extremamente raro – atrair o público masculino sem afastar as mulheres.
“Ela é atraente para os homens porque ela é absolutamente linda”, diz Brad Haley, o vice-presidente executivo de marketing da CKE Restaurants, cuja rede de fast food, Carl’s Jr, contratou Kim para promover sua nova salada de frango. Mas ela também atrai mulheres porque “não é uma modelo esquelética. Ela tem curvas... e não esconde que tem de fazer dieta para manter sua silhueta”.
"No começo, nossos fãs eram em grande parte homens, mas hoje em dia, é majoritariamente feminino” disse Kim Kardashin nos bastidores do desfile de lançamento da nova linha de roupas Kardashian, para a marca Bebe, na New York Fashion Week. “Eu acho que é porque nós não temos medo de dividir nossos segredos de beleza e nossos defeitos. Eu não tenho vergonha, por exemplo, de falar da minha celulite e não escondo minha busca para encontrar produtos para reduzi-la”.
Além de Keeping Up – que Kris Jenner se refere como "a nave mãe" – e seus spinoff, os Kardashians mantém seus fãs entretidos com uma intensa presença online. O site da Kim, onde ela tem um blog e responde perguntas de seus fãs, tem mais de 6.7 milhões de page views por mês, de acordo com a Quantcast. Khloe tem 3 milhões e Kourtney, 2 milhões de acordo com a operadora dos sites.
"Elas abraçaram a mídia social de uma maneira profundamente diferente da de outras celebridades”, disse Karina Kogan, presidente de marketing da Buzzmedia, uma companhia que opera sites de famosos incluindo o das Kardashians. Enquanto Britney Spears, outra parceira da Buzzmedia, depende de uma "grande equipe" para escrever o material do seu site, as Kardashian costumam lidar com isso sozinhas, ela diz. As publicações das irmãs no Twitter ou em seus blogs rotineiramente viram notícia. Para negar boatos do que ela teria implante de silicone, Kim postou uma foto dela de bikini aos 14 anos.
O tempo que a franquia Kardashian irá conseguir se manter no topo é um assunto que causa debate. A participação de Kim no Dancing with the Stars, que poderia ter estabelecido a legitimidade dela como uma entertainer com apelo nacional mais abrangente, esfriou quando ela foi mandada para casa depois de apenas 2 semanas.
"Ainda não tem como saber se os Kardashians continuarão com essa força no futuro. Eu acho que o programa de TV deles tem uma data de validade”, opina Delzell, o executivo de branding.
Mas Kris Jenner está convencida do contrário. Quando perguntada como ela vê a marca daqui a 10 anos, ela não hesita.
“Será a 24ª temporada de Keeping Up with the Kardashians e Kylie estará se casando”, diz ela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário