Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Causou em 2009 (parte 1)


Já fiz uma profundíssima retrospectiva sobre tudo que aconteceu na cultura pop britânica ao longo do ano passada. Mas ainda falta uma retrospectiva geral sobre quem causou grande impacto num sentido mais global. Então, para encerrar, as estrelas que mais brilharam em 2009:

Lady Gaga



Não houve absolutamente nada tão comentado em 2009 quanto Lady Gaga. Os hits dessa nova-iorquina de 22 anos foram tocados em absolutamente todos os lugares e tudo que ela fez repercutiu de maneira assombrosa: as músicas pegajosas, os clipes chamativos, as performances loucas e bem produzidas e as roupas e penteados bizarros. Ame-a ou odeia-a, foi impossível ignora-la ao longo do ano passado. E, mais do que repercussão, Gaga colocou dinheiro no cofre: The Fame foi o segundo CD mais vendido do ano, ela teve quatro número 1 globais e sua turnê foi um sucesso, com todos os ingressos esgotados. Porque tudo que ela fez foi exaustivamente coberto, eu vou economizar nas palavras mas não existe duvidas: Lady Gaga foi a maior estrela do ano.


Taylor Swift.


Essa garota de 20 anos é a epítome do conceito de boa role model: modesta, inteligente, comportada, trabalhadora, talentosa, bem humorada, educada (escola Sandy Leah de comportamento). Suas musicas são extremamente catchy e tem letras que qualquer garota jovem pode se identificar com. O som é uma mistura de country, o ritmo que mais vende nos EUA, com pop, o ritmo que mais vende no mundo.

Não a toa ela se tornou um gigantesco fenômeno: o seu CD foi o mais vendido do ano nos Estados Unidos (3,22 milhões de cópias em 2009. Mais de 5 milhões no total), You Belong with Me e Love Story foram sucessos assombrosos, ela ganhou absolutamente todos os prêmios pra qual foi indicada e os ingressos da sua turnê esgotaram em segundos (as 14 mil entradas para o show dela no Madison Square Garden em Nova Iorque, por exemplo, foram todas compradas em menos de 1 minuto).

Taylor também foi parte do momento pop mais marcante de 2009: Kanye West invadindo o palco nos VMAs e dizendo que o prêmio que ela tinha acabado de ganhar deveria ter ido para Beyoncé.

Antes dos VMAs parecia que a popularidade de Taylor não poderia crescer mais (ela já tinha o CD mais vendido do ano, a turnê já estava esgotada, etc). Porém, a cena foi impactante e a cara de choro de Taylor emocionou o mundo que ficou ainda mais apaixonado por ela.

O ano terminou com o anúncio de que ela foi indicada para nove Grammy's. E, se as premiações anteriores forem alguma indicação, ela provavelmente vai levar todos para casa (o que, vamos ser sinceros, vai ser meio irritante).


Susan Boyle.



Eu sei, estamos todos cansados desse assunto. E eu já comentei sobre ela aqui. Mas é impossível falar sobre as maiores estrelas do ano passado e não inclui-la.

O ano começou com a audição dela pro Britain's Got Talent se tornando um fenômeno viral, visto mais de 100 milhões de vezes. Isso fez dessa senhora escocesa uma das pessoas mais famosas de todo o mundo.

E o ano terminou com ela lançando seu primeiro CD que, em apenas 6 semanas, vendeu 6 milhões de cópias e se transformou no álbum mais vendido de 2009, ultrapassando álbuns que estavam a venda por meses e meses (como o de Lady Gaga, por exemplo).

Alias, posso abrir parênteses (figurativas) e dar minha opinião?

Eu não tenho nada contra a pessoa Susan Boyle. Porém não existe nada que me irrite mais do que comentários do tipo "finalmente alguém com talento no topo" ou "finalmente alguém que não usa a aparência para vender'.

OK, em primeiro lugar, o sucesso de Susan Boyle não tem NADA a ver com talento. Tem a ver com o fato dela ter uma história de Cinderella, de ser uma underdog, de ser uma pobre coitada e do jeito que a audição dela do Britain's Got Talent foi editada (de maneira extremamente apelativa). Ela tem uma voz boa (que, alias, não é excepcionalmente boa e muito menos unica. A Broadway e o West-End estão cheios de pessoas que cantam no mesmo estilo) mas isso teve pouquíssimo a ver com as vendas do CD.

Além disso, não há nada mais absurdo do que dizer que a aparência dela não teve nada a ver com o sucesso. Muito pelo contrário. Ela é feia e tinha uma história de vida mediamente triste. Esses foram os motivos pelo qual o mundo inteiro saiu correndo pra comprar seu CD, não a "voz de anjo" ou, pfff, as músicas que estavam inclusas nele.

Então não me venha com essa bullshit de "talento real" porque Susan Boyle é tão pré-fabricada como qualquer popstar. Ou pior talvez. Porque tem popstars por ai (como Lady Gaga, por exemplo) que escrevem, compõem, produzem e tem controle sobre as próprias carreiras. Susan Boyle não faz nada disso, ela é uma marionete, controlada por Simon Cowell, que canta num álbum de covers. Covers que, alias, não foram sequer escolhidos por ela.

E esse foi o CD mais vendido do ano. Acho meio deprimente...

Taylor Lautner.



No ano de 2008, a grande revelação foi Robert Pattinson
que interpreta Edward, o principal interesse amoroso na franquia Crepúsculo, um dos maiores fenômenos do século 21. Ele criava caos aonde pisava, estampou a capa de todas as revistas e se transformou num grande fenômeno.

Porém, em 2009, Taylor Lautner revelou seu abdômem sarado e, da noite pro dia, o mundo virou Team Jacob.

Lautner foi idolatrado por milhares de adolescentes em todo o globo (algo comparável ao que aconteceu com Leonardo DiCaprio na época de Titanic), teve várias oportunidades altamente prestigiosas (como ser capa da Rolling Stone e apresentar o Saturday Night Live) e estrelou o filme mais comentado do ano (que teve uma modesta arrecadação de 685 milhões de dólares). Nada mal para um garoto que ainda nem atingiu a maioridade (ele tem apenas 17 anos).


Miley Cyrus.



Em 2009, Miley se consolidou como uma das maiores estrelas do mundo.


Como de costume, ela falou um monte de besteira, se meteu em um monte de escândalos e atraiu bilhões de comentários rudes (porque, sabe, chamar uma garota de 17 anos de puta porque ela usa short curto é realmente um comportamento super exemplar e nada sexista).

Mas, apesar das polêmicas, a carreira profissional de Miley segue de vento em poupa: o filme da Hannah Montana arrecadou 155 milhões de dólares mundialmente, seu CD vendeu como água, a sua auto-biografia Miles to Go entrou na lista dos mais vendidos do New York Times, os seus singles The Climb e Party in the USA foram gigantescos sucessos (ambos tiveram vendas superiores a 3 milhões de cópias apenas nos EUA), sua turnê solo (sem nenhuma afiliação com o personagem que ela interpreta no Disney Channel) teve todos os ingressos esgotados (só em Londres, 100 mil ingressos foram vendidos para cinco apresentações na O2 Arena) e tudo que ela fez causou gigantesco impacto (a decisão dela em deletar o seu Twitter foi notícia em todo o planeta).

Depois de anos aparecendo em capas de revistas para crianças e adolescentes, Miley emplacou três capas para prestigiosas revistas femininas: Elle, Glamour e Harper Bazaar. Ela também lançou uma bem sucedida linha de roupa para o Wal-Mart em associação com o famoso designer Max Azria.

Tudo indica que Cyrus continuara sua dominação mundial em 2010: ela gravara a última temporada de Hannah Montana (incluindo um episódio final especial) e estrelara o filme The Last Song, baseado em um livro do autor de best-sellers Nicholas Sparks (responsável por Diário de uma Paixão e Um Amor para Recordar) escrito especialmente com ela em mente.


Kim Kardashian e familia.



Até recentemente, a patricinha com a qual o mundo era obcecado atendia pelo nome de Paris Hilton.


Mas Hilton é coisa do passado (literalmente. Ela teve ZERO capas em 2009 e seu nome não foi citado pelos tabloides ao longo do ano). A socialite du jour é Kim Kardashian (que traz como bônus o resto de sua família), filha do poderoso e falecido advogado Robert Kardashian (que ganhou atenção mundial ao defender OJ Simpson no murder trial de 1994).

Assim como sua sucessora, Kim atraiu os holofotes graças a uma sex tape que ela mesmo lançou (embora ela negue, obviamente). Daí o E! (via Ryan Seacrest, o apresentador de American Idol), que adora dar programas para sub-celebridades, ofereceu a ela e ao resto da família
(igualmente desesperada por atenção) a oportunidade de estrelarem seu próprio reality show. Keeping Up with the Kardashians rapidamente se tornou um grande sucesso e a imprensa de fofoca se deleitou.

Com o sucesso do reality, as irmãs de Kim ganharam seu próprio spin-off, Kourtney & Khloe Takes Miami. O programa, que mostrava as duas aprontando na Florida, quebrou recordes de audiência e deixou os Kardashians ainda mais onipresentes.

No fim do ano, Kourtney colocou a indústria de fofoca em polvorosa ao anunciar que estava grávida (o pai, como todo mundo que assiste Keeping Up with the Karashians sabe, é odiado por toda a família). Sem querer ser ofuscada pela irmã, Khloe anunciou que iria casar com seu namorado, o jogador do L.A. Lakers Lamar Odon (os dois se conheciam fazia um mês). O casamento e a gravidez foram cobertos não só por todas as revistas de fofoca como também pelo reality show na qual elas estrelam (o casamento alcançando audiência altíssima).


Party songs.



"Uhull! A festa foi uma loucura! Foi até altas horas, todo mundo completamente louco, geral se pegando". Esse foi o espirito das músicas de sucesso em 2008. Just Dance, I Gotta Feeling, TiK ToK...

Miley Cyrus também deu o seu próprio spin ao tema, deixando-o apropriado para pessoas de todas as idades: na divertida Party in the USA, outro dos maiores sucessos do ano, o comportamento promíscuo foi substituido por nodding my head like yeah, moving my hips like yeah.


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