ATUALIZADO
Existem três tipos de prêmios na TV americana: o primeiro é representado pelos VMAs. O Video Music Awards da MTV tem grande importância para a cultura pop e foi palco de momentos inesquecíveis. Porém, o programa não tem nenhum tipo de comprometimento em "premiar os melhores" e só tem dois objetivos: manter o público alvo (jovem, com um nível de atenção baixissimo) entretido por duas horas e dar o que falar no dia seguinte. Para isso, eles tem que escolher bem os convidados (tem que ser de grande interesse e tem que causar polêmica) e suar para conseguir momentos que fiquem na memória do público (performances grandiosas, momentos Kanye West, beijos inesperados, tá tudo valendo).
Daí tem o segundo tipo que é melhor representado pelos American Music Awards. Essa classe de prêmio é uma grande piada, não tem nenhum objetivo e ninguém leva muito a sério mas, para atrair o público, os produtores chamam TODOS os artistas que tem qualquer tipo de relevância no mundo pop atual (que aceitam o convite pois a premiação é exibida na TV aberta para um público grande). E a quantidade de performers é tão gigantesca que todos eles tem que se esforçar para se destacar naquele mar de pop stars cantando o último single de seus respectivos CDs.
E, finalmente, temos o tipo de prêmio que os Grammys se encaixam. Um tipo de prêmio que é levado extremamente a sério, que tem que provar que não está ali apenas pela audiência mas sim para coroar a melhor musica da atualidade, cheio de pompa e de tradição. Mas que, no fim das contas, acaba dando prêmio para o Baha Men (interpretes do clássico Who Let the Dogs Out? que, no Brasil, foi sampled pelo Bonde do Tigrão que a transformou na igualmente sublime Só As Cachorras).
Mas, por mais que os Grammys também sejam uma grande piada, indicando apenas os artistas que mais venderam (qualidade é o de menos) e esnobando muito dos músicos mais influentes da história, o fato é que ele é levado muito a sério por uma parte da população. Levar uma das estatuetas para casa dá prestígio e os CDs que ganham os prêmios principais registram grande aumento de vendas nos EUA nos dias que sucedem a premiação.
Os 52º Prêmios Grammy tiveram três protagonistas: Beyonce (indicada a 10 prêmios), Taylor Swift (oito) e Lady Gaga (seis). Todas as três tiveram repercussão gigantesca ao longo do ano que passou mas mesmo eu, que não sou nenhum esnobe musical (MUITO pelo contrário), sei que I Am Sasha Fierce (que bateu recorde de indicações) está LONGE de ser o melhor álbum do ano (não é sequer o melhor álbum POP). Estava claríssimo a intenção da academia de atrair o público colocando as três artistas pop mais comentadas da atualidade uma contra as outras, o que seria até aceitável se eles não enchessem a boca para dizer que são "o prêmio de música mais respeitado do mundo".
Lady Gaga foi encarregada de abrir o show. Ela é bastante conhecida por suas performances gigantescas e chamativas mas sua apresentação nos Grammys foi até discreta (em comparação com o que ela já fez antes).
Primeiro, Gaga cantou Poker Face (a música pela qual ela estava indicada) na frente de sua fabrica pop. Depois, foi incinerado e ressurgiu com Elton John, fazendo uma mash-up entre Your Song e Speechless.
Achei legal mas teve algumas coisas que me incomodarem: em primeiro lugar, TODA apresentação dela tem o mesmo tema: "a fama mata, enlouquece, destrói bla bla bla Whiskas sache" e, tipo, eu sei que esse é o tema do CD (intitulado, vejam só, The Fame) e tal mas, mesmo assim, meio repetitivo para uma artista tão conhecida por sua "inovação" e "criatividade", né?. Outra coisa: Gaga, A GENTE JÁ SABE QUE VOCÊ É UMA EXÍMIA PIANISTA, não tem necessidade de você tirar um piano da sua bunda em TODA SANTA APRESENTAÇÃO. OK, eu sei que nessa ela cantava com o Elton e piano era essencial e blá mas alguém viu uma apresentação dessa mulher onde ela não parava tudo, sentava no pianinho e começava a tocar? Porque eu nunca vi. Tá na hora de mudar o script, gata. Ah sim, e que roupinha cavada, hein? Parece mais desconfortável que o comum..
Gaga ganhou dois dos 5 prêmios ao qual foi indicada: melhor música dance (com Poker Face) e melhor CD dance. Sinceramente, acho que ela merecia mais. Eu não sou exatamente um fã mas eu tenho grande admiração por ela. Nunca vi um artista conquistar TANTO em tão pouco tempo (ela surgiu faz pouco mais de 1 ano). E, digo mais, nos meus 19 anos de vida (awn, eu sou um bebê) eu NUNCA vi uma artista pop causar tanta repercussão. Nem Britney (a qual eu vi no ápice) nem Beyoncé nem ninguém.
That said, não acho o The Fame grandes coisas. Já o The Fame Monster, que tem apenas 8 faixas e foi lançado em dezembro (por tanto, não elegível ao Grammy desse ano) é fantástico e eu super recomendo.
Finalmente, Taylor Swift.
A cantora country de 20 anos se tornou um fenômeno gigantesco nos EUA. Modesta, bem humorada, de boa família, aparência de girl next door e extremamente bem comportada, Swift é uma role model perfeita. Além disso, suas letras sobre amores e desilusões estilo high school são facilmente identificáveis por garotas adolescentes. Não o suficiente, o estilo de música que ela canta, country, é o gênero mais rentavel de todos.
Fearless, o álbum de Taylor, vendeu 5 milhões de cópias nos EUA, se tornando o CD mais vendido do ano. Ela sempre foi a maior aposta para receber o principal prêmio da noite afinal ela tem varrido absolutamente TODAS as premiações ao longo do último ano. E não deu outra: Swift levou para casa a estatueta de melhor álbum do ano por Fearless, o maior reconhecimento da noite (passando por cima de Beyonce, Gaga, Black Eyed Peas e Dave Matthews Band).
Eu amava Taylor Swift, recomendei para todos os meus amigos e ouvia Love Story e You Belong with Me nonstop faz alguns meses (não disse que eu não era esnobe musical?). Mas apesar disso tudo eu acho que TUDO TEM UM LIMITE. OK, a música dela é divertida e catchy mas SÓ. Não merece TODOS OS PRÊMIOS AO QUAL ELA É INDICADA. As letras são boazinhas mas completamente adolescentes (estilo poema de garota de 15 anos), a voz de Taylor é extremamente fraca (funciona para as músicas que ela canta mas é limitadíssima) e as músicas são uma mistura de pop e country, bastante pegajoso e agradável mas nada incomum.
Eu não consigo digerir que os Grammys são levados a sério ao mesmo tempo que premiam esse CD como o MELHOR do ano. Gente, a qualidade musical de Taylor Swift é comparavel ao do primeiro CD da Avril Lavigne (a diferença entre as duas é que Avril é uma porta e Taylor é realmente inteligente). Imaginem o primeiro CD da Avril Lavigne (que foi a melhor da carreira da canadense, alias) levando um Grammy. Não dá, né? Mas o álbum vende como água, sustenta a indústria fonográfica nas costas e pronto, isso é o suficiente para todo mundo se sentir na obrigação de dar todos os prêmios que existem para ela. Acho irritante, acho exagerado e faz eu ficar com um pé atrás na hora de apoiá-la (e eu sei que não é culpa dela se todo mundo decide premia-la mas não consigo controlar, perdi o carinho).
Mas olha, podem ter certeza de uma coisa: Taylor Swift alcançou o teto, ela não tem mais para onde crescer. Ela era artista que mais vendia nos EUA, sua turnê tinha esgotado em segundos, era um fenômeno e daí os VMAs (e Kanye) aconteceram e o que parecia impossível se tornou realidade: o sucesso dela foi potencializado. As vendas do CD aumentaram ainda mais (como? Já era o CD mais vendido de longe), ela ganhou todos os prêmios ao qual foi indicada (o irônico é que o último CD de Kanye, que foi um gigantesco sucesso de crítica, vendeu milhões e tinha um som completamente inédito não foi indicado a NADA. Estranho, né?) e se tornou conhecida por absolutamente todos. E, finalmente, ganhou o maior reconhecimento: um Grammy por melhor álbum.
E agora? E agora ela terá que enfrentar uma tonelada de críticas de gente que, assim como eu, acha que o nível de aclame que ela chegou é injustificado. E não são poucas pessoas.
Taylor já chegou ao lugar mais alto a qual podia chegar. Agora, ela só pode ir pra baixo. Ela vai começar a fracassar? Não, não existe a menor chance. Porém, ela perdera um pouco da força.
Minha opinião sobre a performance: péssima. Extremamente boring. Em primeiro lugar, ela teve a terrível idéia de cantar Today was a Fairytale. Essa música é um desastre. A letra é tipicamente Taylor Swift, com menções a contos de fadas etc, porém falta uma coisa essencial que faz dos singles dela memoráveis e catchy: emoção. A canção é robótica e foi claramente feita as pressas (provavelmente enquanto Taylor tinha outras 13848 coisas na cabeça) para ser colocada na trilha sonora de Valentine's Day.
Além disso, o dueto com Stevie Nicks, da mítica banda de rock Fleetwood Mac, foi vergonhoso. A voz de ambas não se misturam bem e o tom de Taylor não combina nem um pouco com as músicas de Nicks portanto foi doloroso ver Swift tentando cantar Rhiannon. Ainda pior, porém, foi ver a roqueira de 61 anos cantando a música mais high school já feita: You Belong with Me (imaginem uma mulher da terceira idade cantando She wears short-skirts, I wear T-shirts, she's cheer capitain and I'm on the bleachers. Pois é).
Além do principal prêmio da noite, Taylor também faturou Best Country Vocal Performance por White Horses (gente, ela tem a voz mais fraca de TODAS. Como é possível ela levar qualquer prêmio VOCAL?), Best Country Song (White Horses) e Best Country Album.
Os outros grandes vencedores da noite foram Kings of Leon que levaram o prêmio de Record of the Year por Use Somebody (não consigo processar a diferença entre Record of the Year e Song of the Year já que ambos dão prêmios a músicas individuais, mas enfim) e a agrupação country Zac Brown Band que levou Best New Act.
Como a maior parte das premiações atuais, os Grammys tiveram uma quantidade estupidamente grande de performances (e muitos poucos prêmios foram televisionados). E, como é uma premiação tradicional, pomposa, etc., todas as apresentações foram bem chatas, discretas e com todo mundo se esguelando para mostrar os dotes vocais.
Green Day (que ganhou Melhor Album de Rock por 21st Century Breakdown) fez uma apresesentação de 21 Guns junto com o elenco de American Idiot, um musical da Broadway baseado no álbum homônimo da banda. Foi bem chatinho.
Depois, Pink fez a única coisa que ela sabe fazer em premiações: se pendurou no teto. Achei meio repetitivo. A gente já tinha visto os dotes acrobáticos dela nos VMAs (onde ela apresentou Sober). Além disso (assim como nos VMAs), a apresentação de Glitter in the Air foi IDÊNTICA ao que ela apresenta em sua turnê. Por isso, a performance não me impressionou nem um pouco. Mas, independente da minha opinião, foi uma apresentação extremamente bem sucedida: foi aplaudida de pé e Glitter in the Air subiu centenas de posições no iTunes americano.
Alias, faz QUANTOS ANOS que a Pink tá promovendo esse CD, hein? Eu lembro PERFEITAMENTE dela cantando So What? nos VMAs de 2008 (!!). Depois, ela teve OUTRA performance em 2009. E agora, em pleno 2010, ela continua indo a todas as premiações para cantar músicas do MESMO CD. E mais: ela passou 2008 e 2009 fazendo uma turnê extremamente bem sucedida por arenas da Oceania, Europa e EUA. E agora ela vai começar uma SEGUNDA turnê (dessa vez para estádios), totalmente nova, MAS TAMBÉM USANDO FUNHOUSE COMO BASE! Nunca vi alguém ser tão insistente com um mesmo álbum. Alias, fun fact sobre a Pink: nos EUA e no Brasil nem tanto, mas na Europa e na Austrália, ela é uma das cantoras pop mais bem suceidda de todos os tempos, vendendo muito mais e esgotando shows bem mais rápido que Britney, Beyoncé, etc.
Emplacando hit após hit, Black Eyed Peas também estavam entre os grandes vencedores da noite: eles levaram para casa Best Pop Performance by a Group (I Gotta Feeling), Best Pop Vocal Album (The E.N.D.) e Best Short Form Music Video (Boom Boom Pow). Em sua performance, eles cantaram o novo single para os EUA Imma Be (o quarto single pro resto do mundo é Rock Your Body) e I Gotta Feeling (daí eu me pergunto PORQUE? Não existia NENHUMA necessidade. Todo mundo já ouviu essa música VEZES O SUFICIENTE!!). Seguindo o tema da noite, a apresentação foi bem chata, sem absolutamente nada de especial.
Houve performances dos veteranos Dave Matthew Band, Jeff Beck e Imelda May (num tributo para o gênio musical Les Paul) e Bon Jovi (uma das músicas que eles cantaram, Living on a Prayer, foi escolhida pelo público em uma votação na internet). Representando o country, Zac Brown Band (com Leon Russel) e Lady Antebellum (que é a aposta para ser a grande revelação do ano). Representando o R&B, Jamie Foxx (Blame It on the Alcohol com participação do mítico guitarrista Slash) e Maxwell (com Roberta Flack). E, encerrando o show, os dois maiores rappers do mundo, Lil' Wayne e Eminen, junto com a grande aposta para o futuro, o novato Drake (Kanye West também participa da versão original da música mas ele não foi convidado para os Grammys. Porque será?).
Além de variedade nas performances, também houve enorme diversidade nos apresentadores: lendas da musica (Ringo Starr, Plácido Domingo, Alice Cooper), celebridades que não são relevantes faz anos (Jennifer Lopez, Ricky Martin), ídolos teen (Justin Bieber, Miley Cyrus, Jonas Brothers), artistas multi-premiados porém meio esquecidos (Seal, Norah Jones, Sheryl Crow), estrelas do momento (Ke$ha, Katy Perry), grandes nomes não relacionados ao mundo da música (Adam Sandler, Quentin Tarantino) e atores promovendo seus filmes (Roberto Downey Jr com Iron Man 2, Kirsten Bell e Josh Duhamel com When in Rome) e seriados (LL Cool J por NCIS: Los Angeles, Kaley Cuoco por The Big Bang Theory e Simon Baker por The Mentalist. Todos os três são seriados da CBS, canal que exibiu a premiação. Puxa, que grande coincidência!).
Obviamente, não podia faltar uma grande homenagem ao Rei do Pop, Michael Jackson. Celine Dion, Jennifer Hudson, Usher, Carrie Underwood e Smokey Robinson se uniram para uma rendition de Earth Song. No fundo, um vídeo em 3D que havia sido preparado para a série de apresentações do cantor em Londres (para ver tridemensionalmente, era necessário óculos especiais que estavam disponiveis nas lojas de departamento Target, patrocinadora da premiação).
Depois da performance, os filhos mais velhos do cantor, Prince e Paris, aceitaram o Lifetime Achievement Award em nome do pai.
Além disso, Mary J. Blige e o tenor Andrea Bocelli cantaram Bridge Over Troubled Water em tributo ao Haiti.
Performances e divas pop aside, meu momento favorito da noite foi o comediante Stephen Colbert (que, mais tarde, ganhou o prêmio de melhor CD de comédia) fazendo seu monólogo e apresentando o prêmio de melhor música com seu iPad. Genial.
Gaga ganhou dois dos 5 prêmios ao qual foi indicada: melhor música dance (com Poker Face) e melhor CD dance. Sinceramente, acho que ela merecia mais. Eu não sou exatamente um fã mas eu tenho grande admiração por ela. Nunca vi um artista conquistar TANTO em tão pouco tempo (ela surgiu faz pouco mais de 1 ano). E, digo mais, nos meus 19 anos de vida (awn, eu sou um bebê) eu NUNCA vi uma artista pop causar tanta repercussão. Nem Britney (a qual eu vi no ápice) nem Beyoncé nem ninguém.
That said, não acho o The Fame grandes coisas. Já o The Fame Monster, que tem apenas 8 faixas e foi lançado em dezembro (por tanto, não elegível ao Grammy desse ano) é fantástico e eu super recomendo.
A próxima a se apresentar foi Beyoncé que cantou If I Were A Boy e You Oughta Know, um cover da Alanis Morisette.
Em primeiro lugar, eu também tenho extrema admiração pela Beyoncé: ela tem uma voz poderosissima, dança maravilhosamente bem e tem muita presença. Poucas (nenhuma?) artistas pop são tão "completas".
Porém, não acho que ela merecia bater recorde de indicações (DEZ) e de maior número de prêmios levados em uma só noite por uma cantora solo (SEIS). I Am... é um CD bastante medíocre. Halo pode até ser catchy e tal mas não passa de uma balada pop bastante genérica. If I Were a Boy (que ela cantou num remix bastante legal) é uma música completamente vazia e desinteressante. O álbum no geral é bem fraco.
Em primeiro lugar, eu também tenho extrema admiração pela Beyoncé: ela tem uma voz poderosissima, dança maravilhosamente bem e tem muita presença. Poucas (nenhuma?) artistas pop são tão "completas".
Porém, não acho que ela merecia bater recorde de indicações (DEZ) e de maior número de prêmios levados em uma só noite por uma cantora solo (SEIS). I Am... é um CD bastante medíocre. Halo pode até ser catchy e tal mas não passa de uma balada pop bastante genérica. If I Were a Boy (que ela cantou num remix bastante legal) é uma música completamente vazia e desinteressante. O álbum no geral é bem fraco.
Mas, obviamente, a galera que organiza o Grammy não concorda comigo. A texana de 28 anos ganhou um dos principais prêmios da noite, Song of the Year, por Single Ladies. Também ganhou Best Female Pop Vocal por Halo (o que eu achei um CRIME. Inadmissível o prêmio não ter ido para Hometown Glory), Best Female R&B Vocal Performance (Single Ladies), Best Traditional R&B Vocal Performance (At Last), Best R&B Song (Single Ladies) e Best Contemporary R&B Album (I Am... Sasha Fierce).
Em relação ao look, Beyoncé estava extremamente cafona. Além de um vestido estranho, a maquiagem e a peruca escolhidas para a ocasião foram desastrosas.
Bey apareceu consideravelmente menos brega para sua apresentação. A performance foi boa mas com ressalvas: If I Were A Boy, o primeiro single do seu CD, foi uma escolha estranha, afinal a música não tinha sido indicada a nenhum Grammy e foi lançada faz mais de 1 ano. Porém, a versão ao vivo (com uma pegada mais rock) me pareceu muito melhor do que a original. Além disso, qual a utilidade do batalhão de dançarinos se eles mal se mexeram? Iria ter sido o máximo se eles fizessem a dança de Single Ladies mas nem aconteceu. E, finalmente, porque diabos ela fez um cover de You Oughta Know da Alanis Morisette? Tipo, ela tem centenas de músicas nas rádios fazendo sucesso no momento, porque cantar a música de outra artista?
Mas enfim, apesar dos pesares, eu gostei da performance.
Em relação ao look, Beyoncé estava extremamente cafona. Além de um vestido estranho, a maquiagem e a peruca escolhidas para a ocasião foram desastrosas.
Bey apareceu consideravelmente menos brega para sua apresentação. A performance foi boa mas com ressalvas: If I Were A Boy, o primeiro single do seu CD, foi uma escolha estranha, afinal a música não tinha sido indicada a nenhum Grammy e foi lançada faz mais de 1 ano. Porém, a versão ao vivo (com uma pegada mais rock) me pareceu muito melhor do que a original. Além disso, qual a utilidade do batalhão de dançarinos se eles mal se mexeram? Iria ter sido o máximo se eles fizessem a dança de Single Ladies mas nem aconteceu. E, finalmente, porque diabos ela fez um cover de You Oughta Know da Alanis Morisette? Tipo, ela tem centenas de músicas nas rádios fazendo sucesso no momento, porque cantar a música de outra artista?
Mas enfim, apesar dos pesares, eu gostei da performance.
Finalmente, Taylor Swift.
A cantora country de 20 anos se tornou um fenômeno gigantesco nos EUA. Modesta, bem humorada, de boa família, aparência de girl next door e extremamente bem comportada, Swift é uma role model perfeita. Além disso, suas letras sobre amores e desilusões estilo high school são facilmente identificáveis por garotas adolescentes. Não o suficiente, o estilo de música que ela canta, country, é o gênero mais rentavel de todos.
Fearless, o álbum de Taylor, vendeu 5 milhões de cópias nos EUA, se tornando o CD mais vendido do ano. Ela sempre foi a maior aposta para receber o principal prêmio da noite afinal ela tem varrido absolutamente TODAS as premiações ao longo do último ano. E não deu outra: Swift levou para casa a estatueta de melhor álbum do ano por Fearless, o maior reconhecimento da noite (passando por cima de Beyonce, Gaga, Black Eyed Peas e Dave Matthews Band).
Eu amava Taylor Swift, recomendei para todos os meus amigos e ouvia Love Story e You Belong with Me nonstop faz alguns meses (não disse que eu não era esnobe musical?). Mas apesar disso tudo eu acho que TUDO TEM UM LIMITE. OK, a música dela é divertida e catchy mas SÓ. Não merece TODOS OS PRÊMIOS AO QUAL ELA É INDICADA. As letras são boazinhas mas completamente adolescentes (estilo poema de garota de 15 anos), a voz de Taylor é extremamente fraca (funciona para as músicas que ela canta mas é limitadíssima) e as músicas são uma mistura de pop e country, bastante pegajoso e agradável mas nada incomum.
Eu não consigo digerir que os Grammys são levados a sério ao mesmo tempo que premiam esse CD como o MELHOR do ano. Gente, a qualidade musical de Taylor Swift é comparavel ao do primeiro CD da Avril Lavigne (a diferença entre as duas é que Avril é uma porta e Taylor é realmente inteligente). Imaginem o primeiro CD da Avril Lavigne (que foi a melhor da carreira da canadense, alias) levando um Grammy. Não dá, né? Mas o álbum vende como água, sustenta a indústria fonográfica nas costas e pronto, isso é o suficiente para todo mundo se sentir na obrigação de dar todos os prêmios que existem para ela. Acho irritante, acho exagerado e faz eu ficar com um pé atrás na hora de apoiá-la (e eu sei que não é culpa dela se todo mundo decide premia-la mas não consigo controlar, perdi o carinho).
Mas olha, podem ter certeza de uma coisa: Taylor Swift alcançou o teto, ela não tem mais para onde crescer. Ela era artista que mais vendia nos EUA, sua turnê tinha esgotado em segundos, era um fenômeno e daí os VMAs (e Kanye) aconteceram e o que parecia impossível se tornou realidade: o sucesso dela foi potencializado. As vendas do CD aumentaram ainda mais (como? Já era o CD mais vendido de longe), ela ganhou todos os prêmios ao qual foi indicada (o irônico é que o último CD de Kanye, que foi um gigantesco sucesso de crítica, vendeu milhões e tinha um som completamente inédito não foi indicado a NADA. Estranho, né?) e se tornou conhecida por absolutamente todos. E, finalmente, ganhou o maior reconhecimento: um Grammy por melhor álbum.
E agora? E agora ela terá que enfrentar uma tonelada de críticas de gente que, assim como eu, acha que o nível de aclame que ela chegou é injustificado. E não são poucas pessoas.
Taylor já chegou ao lugar mais alto a qual podia chegar. Agora, ela só pode ir pra baixo. Ela vai começar a fracassar? Não, não existe a menor chance. Porém, ela perdera um pouco da força.
Minha opinião sobre a performance: péssima. Extremamente boring. Em primeiro lugar, ela teve a terrível idéia de cantar Today was a Fairytale. Essa música é um desastre. A letra é tipicamente Taylor Swift, com menções a contos de fadas etc, porém falta uma coisa essencial que faz dos singles dela memoráveis e catchy: emoção. A canção é robótica e foi claramente feita as pressas (provavelmente enquanto Taylor tinha outras 13848 coisas na cabeça) para ser colocada na trilha sonora de Valentine's Day.
Além disso, o dueto com Stevie Nicks, da mítica banda de rock Fleetwood Mac, foi vergonhoso. A voz de ambas não se misturam bem e o tom de Taylor não combina nem um pouco com as músicas de Nicks portanto foi doloroso ver Swift tentando cantar Rhiannon. Ainda pior, porém, foi ver a roqueira de 61 anos cantando a música mais high school já feita: You Belong with Me (imaginem uma mulher da terceira idade cantando She wears short-skirts, I wear T-shirts, she's cheer capitain and I'm on the bleachers. Pois é).
Além do principal prêmio da noite, Taylor também faturou Best Country Vocal Performance por White Horses (gente, ela tem a voz mais fraca de TODAS. Como é possível ela levar qualquer prêmio VOCAL?), Best Country Song (White Horses) e Best Country Album.
Os outros grandes vencedores da noite foram Kings of Leon que levaram o prêmio de Record of the Year por Use Somebody (não consigo processar a diferença entre Record of the Year e Song of the Year já que ambos dão prêmios a músicas individuais, mas enfim) e a agrupação country Zac Brown Band que levou Best New Act.
Como a maior parte das premiações atuais, os Grammys tiveram uma quantidade estupidamente grande de performances (e muitos poucos prêmios foram televisionados). E, como é uma premiação tradicional, pomposa, etc., todas as apresentações foram bem chatas, discretas e com todo mundo se esguelando para mostrar os dotes vocais.
Green Day (que ganhou Melhor Album de Rock por 21st Century Breakdown) fez uma apresesentação de 21 Guns junto com o elenco de American Idiot, um musical da Broadway baseado no álbum homônimo da banda. Foi bem chatinho.
Depois, Pink fez a única coisa que ela sabe fazer em premiações: se pendurou no teto. Achei meio repetitivo. A gente já tinha visto os dotes acrobáticos dela nos VMAs (onde ela apresentou Sober). Além disso (assim como nos VMAs), a apresentação de Glitter in the Air foi IDÊNTICA ao que ela apresenta em sua turnê. Por isso, a performance não me impressionou nem um pouco. Mas, independente da minha opinião, foi uma apresentação extremamente bem sucedida: foi aplaudida de pé e Glitter in the Air subiu centenas de posições no iTunes americano.
Alias, faz QUANTOS ANOS que a Pink tá promovendo esse CD, hein? Eu lembro PERFEITAMENTE dela cantando So What? nos VMAs de 2008 (!!). Depois, ela teve OUTRA performance em 2009. E agora, em pleno 2010, ela continua indo a todas as premiações para cantar músicas do MESMO CD. E mais: ela passou 2008 e 2009 fazendo uma turnê extremamente bem sucedida por arenas da Oceania, Europa e EUA. E agora ela vai começar uma SEGUNDA turnê (dessa vez para estádios), totalmente nova, MAS TAMBÉM USANDO FUNHOUSE COMO BASE! Nunca vi alguém ser tão insistente com um mesmo álbum. Alias, fun fact sobre a Pink: nos EUA e no Brasil nem tanto, mas na Europa e na Austrália, ela é uma das cantoras pop mais bem suceidda de todos os tempos, vendendo muito mais e esgotando shows bem mais rápido que Britney, Beyoncé, etc.
Emplacando hit após hit, Black Eyed Peas também estavam entre os grandes vencedores da noite: eles levaram para casa Best Pop Performance by a Group (I Gotta Feeling), Best Pop Vocal Album (The E.N.D.) e Best Short Form Music Video (Boom Boom Pow). Em sua performance, eles cantaram o novo single para os EUA Imma Be (o quarto single pro resto do mundo é Rock Your Body) e I Gotta Feeling (daí eu me pergunto PORQUE? Não existia NENHUMA necessidade. Todo mundo já ouviu essa música VEZES O SUFICIENTE!!). Seguindo o tema da noite, a apresentação foi bem chata, sem absolutamente nada de especial.
Houve performances dos veteranos Dave Matthew Band, Jeff Beck e Imelda May (num tributo para o gênio musical Les Paul) e Bon Jovi (uma das músicas que eles cantaram, Living on a Prayer, foi escolhida pelo público em uma votação na internet). Representando o country, Zac Brown Band (com Leon Russel) e Lady Antebellum (que é a aposta para ser a grande revelação do ano). Representando o R&B, Jamie Foxx (Blame It on the Alcohol com participação do mítico guitarrista Slash) e Maxwell (com Roberta Flack). E, encerrando o show, os dois maiores rappers do mundo, Lil' Wayne e Eminen, junto com a grande aposta para o futuro, o novato Drake (Kanye West também participa da versão original da música mas ele não foi convidado para os Grammys. Porque será?).
Além de variedade nas performances, também houve enorme diversidade nos apresentadores: lendas da musica (Ringo Starr, Plácido Domingo, Alice Cooper), celebridades que não são relevantes faz anos (Jennifer Lopez, Ricky Martin), ídolos teen (Justin Bieber, Miley Cyrus, Jonas Brothers), artistas multi-premiados porém meio esquecidos (Seal, Norah Jones, Sheryl Crow), estrelas do momento (Ke$ha, Katy Perry), grandes nomes não relacionados ao mundo da música (Adam Sandler, Quentin Tarantino) e atores promovendo seus filmes (Roberto Downey Jr com Iron Man 2, Kirsten Bell e Josh Duhamel com When in Rome) e seriados (LL Cool J por NCIS: Los Angeles, Kaley Cuoco por The Big Bang Theory e Simon Baker por The Mentalist. Todos os três são seriados da CBS, canal que exibiu a premiação. Puxa, que grande coincidência!).
Obviamente, não podia faltar uma grande homenagem ao Rei do Pop, Michael Jackson. Celine Dion, Jennifer Hudson, Usher, Carrie Underwood e Smokey Robinson se uniram para uma rendition de Earth Song. No fundo, um vídeo em 3D que havia sido preparado para a série de apresentações do cantor em Londres (para ver tridemensionalmente, era necessário óculos especiais que estavam disponiveis nas lojas de departamento Target, patrocinadora da premiação).
Depois da performance, os filhos mais velhos do cantor, Prince e Paris, aceitaram o Lifetime Achievement Award em nome do pai.
Além disso, Mary J. Blige e o tenor Andrea Bocelli cantaram Bridge Over Troubled Water em tributo ao Haiti.
Performances e divas pop aside, meu momento favorito da noite foi o comediante Stephen Colbert (que, mais tarde, ganhou o prêmio de melhor CD de comédia) fazendo seu monólogo e apresentando o prêmio de melhor música com seu iPad. Genial.
Efeito Grammy
Lady Antebellum: os grandes beneficiados
Como sempre, os vencedores dos maiores prêmios registrarão grande aumento de vendas nos próximos dias. Nos mais vendidos do Amazon, Zac Brown Band alcançou a terceira posição e Taylor Swift voltou para a quinta posição. Black Eyed Peas, Lady Gaga, P!nk, Beyoncé e Green Day também retornaram ao top 25. A coletânea de indicados aos Grammys se encontra na quarta posição.
Já no iTunes, principal vendedor de singles, I Gotta Feeling ganhou gás e voltou para a quarta posição (e eu me pergunto: COMO? Como é possível que, a essa altura ainda exista pessoas com interesse em adquirir essa música e que ainda não o fizeram? Como é possível que tem TANTA gente que ainda não cansou dela?). Glitter in the Air da P!nk também entrou no top 15 pela primeira vez graças a performance. Outras músicas que ganharam força: Bridge Over Troubled Waters (na versão da Mary J Blige com o Andrea Bocceli), You and Me do Dave Matthews Band, Use Somebody do Kings of Leon, Forever do Drake, Eminen, Lil Wayne e Kanye West, Poker Face da Lady Gaga, 21 Guns do Green Day, Fried Chicken do Zac Brown Band e Drop the World do Lil Wayne.
Mas ninguém foi mais beneficiado pela premiação do que o trio country Lady Antebellum. Os músicos de Nashville acabaram de lançar seu segundo CD, Need You Now, essa semana. Impulsionado pelo enorme sucesso da música homônima (que eu adoro), o álbum já estava cotado para vender muitíssimas cópias nos primeiros 7 dias. Porém, a performance deles (que eu achei fraca e ainda teve um momento mico quando a cortina caiu em cima da vocalista) no Grammy fez com que o primeiro single, que estava no top 20, voltasse voando para o primeiro lugar nas paradas do iTunes e deu ainda mais força para as vendas do álbum.
Enfim, para quem se interessar, quinta-feira tem um postzinho básico com mais informações sobre vendas e números na semana pós-Grammys.
E, para encerrar, se eu tivesse que descrever o Grammy em uma palavra eu diria: arrastado. Em duas: muito arrastado. Em três: chato para caralho. Oops, baixei o nível. Buhbye.
Lady Antebellum: os grandes beneficiados
Graças a homenagem a Michael Jackson e a "batalha" entre as três maiores cantoras pop do momento (Taylor, Gaga e Beyoncé), os Grammys, que estavam em queda livre, bateram recorde de audiência: 28 milhões de telespectadores, melhor resultado dos últimos 4 anos.
Como sempre, os vencedores dos maiores prêmios registrarão grande aumento de vendas nos próximos dias. Nos mais vendidos do Amazon, Zac Brown Band alcançou a terceira posição e Taylor Swift voltou para a quinta posição. Black Eyed Peas, Lady Gaga, P!nk, Beyoncé e Green Day também retornaram ao top 25. A coletânea de indicados aos Grammys se encontra na quarta posição.
Já no iTunes, principal vendedor de singles, I Gotta Feeling ganhou gás e voltou para a quarta posição (e eu me pergunto: COMO? Como é possível que, a essa altura ainda exista pessoas com interesse em adquirir essa música e que ainda não o fizeram? Como é possível que tem TANTA gente que ainda não cansou dela?). Glitter in the Air da P!nk também entrou no top 15 pela primeira vez graças a performance. Outras músicas que ganharam força: Bridge Over Troubled Waters (na versão da Mary J Blige com o Andrea Bocceli), You and Me do Dave Matthews Band, Use Somebody do Kings of Leon, Forever do Drake, Eminen, Lil Wayne e Kanye West, Poker Face da Lady Gaga, 21 Guns do Green Day, Fried Chicken do Zac Brown Band e Drop the World do Lil Wayne.
Mas ninguém foi mais beneficiado pela premiação do que o trio country Lady Antebellum. Os músicos de Nashville acabaram de lançar seu segundo CD, Need You Now, essa semana. Impulsionado pelo enorme sucesso da música homônima (que eu adoro), o álbum já estava cotado para vender muitíssimas cópias nos primeiros 7 dias. Porém, a performance deles (que eu achei fraca e ainda teve um momento mico quando a cortina caiu em cima da vocalista) no Grammy fez com que o primeiro single, que estava no top 20, voltasse voando para o primeiro lugar nas paradas do iTunes e deu ainda mais força para as vendas do álbum.
Enfim, para quem se interessar, quinta-feira tem um postzinho básico com mais informações sobre vendas e números na semana pós-Grammys.
E, para encerrar, se eu tivesse que descrever o Grammy em uma palavra eu diria: arrastado. Em duas: muito arrastado. Em três: chato para caralho. Oops, baixei o nível. Buhbye.
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