Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

sábado, 13 de novembro de 2010

The next big thing: Jessie J



Jessie J, uma britânica de 22 anos, é minha aposta para the next big thing.

Entre seus fãs, estão Justin Timberlake e o atual Papa do pop, o produtor Dr. Luke (que, junto com ela, escreveu e produziu o giga hit da Miley Cyrus, Party in the USA).

Eu adoro Price Tag, a música que ela escreveu e co-produziu com o Dr. Luke e que ela cantou no Jools Holland faz alguns dias, porém, o primeiro single dela é a energética Do It Like a Dude. Em menos de 2 semanas, o vídeo já teve quase 2 milhões de views no Youtube, bastante impressionante para uma novata.



domingo, 17 de outubro de 2010

Causando na França: Sexion d'Assaut



Muito diferente do que o estereótipo da França sugere, a música urbana e a cultura de rua são extremamente fortes no país. Rap e hip-hop são os gêneros musicais mais populares por lá e a rádio mais ouvida de Paris, a Skyrock, se dedica exclusivamente a música urbana.


No momento, a grande revelação da música francesa é o grupo Sexion d'Assaut, formado por oito jovens, filhos de imigrante, criados nos suburbios de Paris. Depois de 8 anos de preparação e muitos EPs e mixtapes, o Sexion finalmente lançou seu primeiro CD, L'école des Points Vitaux (A Escola dos Pontos Vitais, uma referência ao mangá e anime Hokuta no Ken) em março desse ano. O álbum estreou dentro do top 5, dando origem a vários singles extremamente bem-sucedidos e alcançando, em questão de meses, disco de platina, por mais de 300 mil cópias vendidas.

Os raps do Sexion tratam de temas típicos do rap francês: protestos contra a direita e relatos sobre as dificuldades encontradas pela classe trabalhadore e os imigrantes nos grandes centros urbanos da França.

O primeiro single do CD, Desoleé (Desculpa), é um dos maiores sucessos do ano no país:



No Facebook, o Sexion tem 1.5 milhões de fãs. Isso faz deles os artistas franceses mais populares no maior site de mídia social do planeta.

Claro que todo esse sucesso veio com seu fair share de polêmica. A maior delas foi as declarações de Lefa, um dos membros do grupo, para a edição de junho da revista Hip-Hop. "Nós somos homofóbicos e achamos que relacionamentes homossexuais não são aceitáveis. Mas resolvemos parar de difundir isso nas nossas músicas", ele afirmou.

A entrevista repercurtiu enormemente e, via Twitter, o grupo as desmentiu, afirmando que o jornalista tinha tirado a fala de contexto. O reporter, porém, afirmou ter tudo gravada, o que obrigou o grupo a se desculpar publicamente.

Além de uma coletiva de imprensa e reuniões com diversas associações GLS, Lefa enviou um comunicado aos veículos de imprensa afirmando não ser homofóbico e dizendo que, por ter crescido em ambientes cheios de ignorância e machismo, "ele usou a palavra sem pensar no real significado dela".

Mesmo assim, o estrago já estava feito: a NRJ, a maior rádio da França, com sinal para todo o país, suspendeu o acordo promocional que eles tinham com o grupo e baniu a música do Sexon de suas emissoras. Além disso, shows em várias cidades (Clermont-Ferrand, Strasbourg, Saint-Etienne, Marseille, Nancy, Angers, Le Mans, Caen, Guivapas, Saint-Cyr sur Loire) foram cancelados.

Ainda está muito cedo para saber se o estrago foi permanente. Porém, polêmicas aside, a música deles foi, sem a menor duvida, presença obrigatória nos iPods dos jovens franceses ao longo desse ano.


Wati by Night - Sexion d'Assaut


VMAs 2010


Toda trabalhada nos statements, Gaga chega a premiação homenageando McQueen e protestando contra o Don't Ask, Don't Tell.

Pois é, gente, eu sei que esse post tá um mês atrasado mas eu ando ocupado e só deu para escrever agora, quando todo mundo já está mega over os VMAs (incluindo eu). Mas tudo bem, antes tarde do que nunca.


Para começar, o pré-show foi o pré-show mais visto da história dos VMAs. Graças a quem? A Nicki Minaj, é claro. Minaj fez sua primeira performance solo no programa que antecedeu a premiação e, por mais decepcionante que tenha sido, foi o suficiente para atrair bastante gente. Minaj prova, mais uma vez, que ela é uma das maiores estrelas do momento.



A grande estrela da noite foi, obviamente, Lady Gaga. Além de abocanhar quase todos os prêmios -- inclusive Video of the Year --, ela causou enorme sensação com suas trocas de roupa. Ela chegou ao evento vestida com a ultima coleção do Alexander McQueen, genial estilista que se suicidou no começo do ano (e que fez o styling do clipe de Bad Romance) e, como protesto contra o Don't Ask Don't Tell (que proíbe homossexuais de servirem no exército), acompanhada de soldados que foram expulsos do exército por causa de sua sexualidade. Mas foi o seu vestido feito de carne, que ela usou enquanto aceitava o principal prêmio da noite, que foi manchete em todo o planeta no dia seguinte ao evento.



Eminem também foi bastante prestigiado ao longo da noite. Ele abriu o show (algo reservado apenas para os maiores) e ganhou todos os prêmios pelo qual estava indicado (com a exceção de Video of the Year). Em, o artista que mais vendeu na última década passada, continua no topo: seu novo CD, Recovery, é o mais vendido do ano até o momento e Love the Way You Lie, seu dueto com Rihanna, é o maior hit de 2010.



O momento que Kanye West interrompeu o discurso de agradecimento de Taylor Swift no ano passado virou um dos momentos mais icônicos da cultura pop nos últimos anos. E, os VMAs desse ano, foram a "conclusão" disso tudo: num dos momentos mais vergonhosos da noite, Taylor Swift cantou a música que ela escreveu para Kanye, Innocent. A canção estará em em seu próximo CD, Speak Now.

Fechando a noite, Kanye subiu no palco para uma grandiosa performance de seu novo single, Runway. A apresentação foi a "redenção" do rapper perante ao grande público e foi extremamente aplaudida.

A performance foi apresentada pelo comediante Aziz Ansari que deixou claro a posição da MTV: Team Kanye.



Além de Eminem, Kanye e Taylor, se apresentaram também Usher (cuja performance foi bastante boa), Justin Bieber, Linkin Park (direto do observatório de Los Angeles), o novato B.o.B., Paramore, Drake e Florence & the Machine.

Florence, alias, foi considerada unânimamente a melhor performance da noite. A apresentação, que foi seu grande lançamento no mercado estado-unidense, fez com que o single The Dog Days Are Over fosse catapultado para o top 5 das músicas mais vendidas no iTunes e alcançasse o top 10 do Billboard Hot 100.



A apresentadora foi Chelsea Handler. A comediante é extremamente popular entre o publico jovem estado-unidense graças aos seus livros de crônica, todos best-sellers, e seu talk show Chelsea Lately, exibido no E!, onde ela zomba da cultura pop.

Como fã de Chelsea, eu super aprovei a performance dela como apresentadora. A imprensa americana, porém, não concordou comigo, com o New York Times chamando ela de uma das "piores apresentadoras da história da premiação" (um gigantesco -- e injusto -- exagero).

Os VMAs desse ano foram, na minha opinião, bastante solidos: as performances foram boas e a produção foi bastante caprichada (o set design foi extremamente elogiado). Porém, uma coisa fez bastante falta: drama.

Entre os apresentadores, o elenco de Jersey Shore, Nicki Minaj, Katy Perry, Ke$ha, zilhões de celebridades promovendo seus filmes e, claro, Cher, entregando o grande prêmio para Gaga, num momento que fez gays do mundo inteiro infartarem.


Cher entrega o prêmio de Video of the Year para Gaga

A premiação desse ano foi a emissão mais vista da MTV em oito anos (graças, claro, a toda a controvérsia em torno dos VMAs do ano passado). Mais de 11 milhões de telespectadores assistiram a premiação.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Buzzing: Easy A



Existe uma teoria que, a cada década, existe uma comédia adolescente que marca toda uma geração. Nos anos 80, foram os filmes de John Hughes (The Breakfast Club, Ferris Bueller Day Off, Sixteen Candles, Pretty in Pink) e Heathers. Nos anos 90, Clueless (As Patricinhas de Beverly Hills). E nos 2000, Mean Girls.

A nova decada mal começou e já existe um forte concorrente para ocupar essa posição: Easy A.

O filme que estrela Emma Stone está causando ENORME buzz e hype e é uma das grandes apostas para ser o grande sucesso surpresa do ano (ha, é ótimo que existe APOSTA para um sucesso SURPRESA).

Confiram o trailer:



Alias, o teaser também é ótimo:



Easy A estréia nos EUA no dia 17 de setembro. Além de Emma Stone, o filme ainda conta com Pen Badgley (Gossip Girl), Amanda Bynes (What a Girl Wants, She's the Man, Hairspray), Cam Gigandet (Twilight), Stanley Tucci (The Devil Wears Prada) e Lisa Kudrow (Friends).

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Randomlicious



Gente, deixa eu me vangloriar um pouquinho.


Em fevereiro, todo mundo estava apostando que Ke$ha seria a grande revelação do ano. E, nesse post aqui, eu disse que minha aposta era outra: Nicki Minaj.

Fast-forward para seis meses mais tarde e a MTV está começando a promoção dos VMAs, a grande premiação da cultura pop. Investimentos milionários e, principalmente depois da epicness que foi o ultimo ano (Kanye e Taylor, performances boas, Lady Gaga causando, etc), expectátivas lá no alto.

E quem foram os escolhidos para atrair e pump up o público? Justin Bieber (que é, junto com Lady Gaga, inquestionavelmente a maior sensação pop do momento) e... Nicki Minaj.

Ke$ha, é claro, até participara da festança sendo uma das muitas apresentadoras (junto com outras celebridades de grande escalão como Ashley Greene, Penn Badgley, zzzz). Mas Nicki, junto com Gaga (recordes de indicações e que eu aposto que at some point será anunciada como performer) e Bieber, será a grande estrela da noite.

Minaj não só gravou um trailer exclusivo para a premiação (que ainda não foi ao ar), como também está estampando os outdoors que anunciam o eventonas principais metropoles dos EUA.



Nicki em outdoors em Manhattan e Los Angeles

Daí você se pergunta: Nicki é realmente isso tudo? Ela merece todo esse hype e expectativa? Bom, isso é assunto para um outro post. Mas ó, quem lê esse blog já sabia que ela estava a ponto de explodir faz MESES.

Até o momento, não foi anunciado que Minaj irá se apresentar. Mas, depois de usarem a imagem dela tão exaustivamente, será meio decepcionante se ela não for uma das performers. Principalmente levando em conta que o evento será bem perto da data de lançamento do primeiro single oficial dela. Que lugar melhor para fazer sua primeira performance solo ao vivo do que no palco dos VMAs?

Biebs, por sua vez, já foi confirmado como performer. E ele é o outro mega astro com o qual a MTV está contando para que atraia altas audiências para a premiação. O trailer de Minaj (que parece ter sido inspirado em Alice no País das Maravilhas) ainda não estreou mas o de Justin Bieber já está no ar faz uma semana e é bastante interessante:



E sabe qual foi o outro ato que, para surpresa geral, teve indicações recordes aos VMAs? Florence and the Machine.

Quem acompanha o blog já é bastante familiar com a cantora. Apesar de já ter conquistado a Grã-Bretanha e a Austrália, Florence ainda não alcançou o mega-estrelato nos EUA. A MTV, porém, parece estar decidida a mudar isso. Não só a britânica recebeu quatro indicações, ela será uma das performers da noite.

Outros performers confirmados: Kanye West, que depois de quase arruinar sua carreira nos VMAs do ano passado estará de volta ao mesmo palco em busca da redenção; a grande sensação do momento, Drake e o novato B.o.B. que eu também já fiz profile aqui.

E já que desenterrei esse post, vamos dar uma olhadinha no que aconteceu com as figuras que eu decretei as grandes revelações da música britânica no ano passado.

O La Roux conseguiu o que qualquer artista do mundo sonha: um top 10 hit no maior mercado do planeta, os EUA.



Apesar de ser completamente euro sounding e bem diferente do que as rádios americanas costumam tocar, Bulletproof alcançou a oitava posição no Hot 100 dos EUA e vendeu mais de 1 milhão de cópias na terra do Tio Sam. Nada mal.



Apesar de ainda não ter conquistado muitos mercados além da Grã-Bretanha, o sucesso de Pixie Lott continua impressionante na Terra da Rainha. Seu álbum de estréia já vendeu mais de 600 mil cópias, um dos debuts pop mais bem sucedido dos últimos anos. Além disso, ela emplacou mais dois mega hits: Gravity e Turn It Up.

Pixie continuará no holofote nos próximos meses, com guest spot garantido no maior programa do Reino Unido, The X Factor. E, como eu não me canso de repetir, nada mais efetivo do que uma aparição no programa de Simon Cowell para transformar um sucesso num fenômeno ainda maior.

Pixie continua dando seus passinhos em direção aos EUA. Ela teve um dos papeis principais no filme da sensação do Youtube Fred que foi ao ar com audiência satisfatória na Nickelodeon. O seu primeiro single para o mercado estado-unidense será lançado em breve.

Eu acho a garota meio insossa e manufaturada e bem vanilla para estourar no resto do mundo. O sucesso dela na Grã-Bretanha tem mais a ver com promoção muito bem feita do que com qualquer outra coisa. Por tanto, não sei se ela vai conseguir conquistar o mundo. Porém, um time de marketing bom ela tem.

Viral sensation: They're rapin' errrybody out here

A última sensação viral é esse vídeo de um jornal local em Alabama.



O que está sendo notíciado é uma tentativa de estupro onde um cara subiu pela janela do apartamento e tentou atacar a garota que estava dormindo. Sem sucesso pois o irmão, Antoine, ouviu um barulho, correu e conseguiu expulsar o invasor.

E é o Antoine que robua COMPLETAMENTE a cena ao contar o que aconteceu.

Sucesso viral instântaneo. Mas o melhor foi a música que fizeram com as declarações dele:




Brilhante. Música do ano.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Summer releases: Drake e Katy Perry bombam

Como o post passado deixou claro, Eminem continua no topo no mundo do rap. Porém, um novato tem obtido vendas e sucesso impressionantes.



Drake tem apenas 23 anos. E um background bem atípico para um rapper: canadense, judeu e criado num bairro rico de Toronto. Como se isso tudo não fosse anti-thug o suficiente, o jovem passou sua adolescência como um dos protagonistas de Degrassi, uma novela teen de grande sucesso nos EUA e no Canada.

Mas Drake (nome verdadeiro: Aubrey Graham) conseguiu transcender preconceitos e se transformar na grande revelação dos últimos anos no mundo do rap.

Assim como o que está acontecendo com Nicki Minaj no momento, Drake já era um gigantesco nome antes mesmo de ter seu primeiro CD no mercado. O seu EP teve 500 mil cópias comercializadas nos EUA, vendas extremamente impressionantes para um lançamento independente. O seu primeiro single oficial, Best You Ever Had, foi direto para o segundo lugar no Hot 100.



O publico abraçou Drake com enorme rapidez. E não demorou muito para outros artistas urbanos fazerem o mesmo: o garoto foi escolhido como o lead singer do single Forever. Os "colaboradores"? Ninguém menos que três dos maiores e mais respeitados rappers do planeta: Eminem, Kanye West e Lil Wayne. A música, é claro, foi direto para o topo da parada da Billboard.

Foi Lil Wayne, alias, que ganhou o acirrado leilão para contratar Drake. Agora, o canadense veste a camisa da Young Money, a gravadora de Weezy.

Depois de tanto hype, não foi surpresa para ninguém quando o CD do jovem, Thank Me Later, estreou em primeiro lugar nos EUA com vendas altíssimas: 447 mil cópias. Esse ano, só Eminem, Sade e o trio country Lady Antebellum conseguiram superar esse número em uma semana.

O CD, lançado no fim de junho, já vendeu 1 milhão de cópias.


A trajetória de Drake lembra bastante a de Nicki Minaj. Assim como aconteceu com o canadense, Nicki já é uma gigantesca celebridade apesar de não ter nenhum álbum lançado até o momento (seu CD de estréia, Pink Friday, chega as lojas em novembro). Ambos são gigantescamente populares entre adolescentes e jovens. Além disso, ela também é uma artista da Young Money, provando que Lil Wayne é fera na arte de lançar novos talentos.

Não a toa, Nicki e Drake são bastante amigos. O álbum do rapper tem uma colaboração entre os dois artistas e ele não poupa elogios a Minaj em entrevistas.

Up all Night (ft. Nicki Minaj) - Drake

O desafio de Drake será se manter relevante no mundo extremamente trend based do rap. Ele é a estrela do momento mas será que isso irá durar?

Eminem e Jay-Z conseguiram se manter no topo desde o dia 1. Mas eles são a exceção, não a regra.

50 Cent, NAS, DMX, The Game e Diddy são exemplos de artistas que já foram os maiores vendedores dos EUA e hoje em dia são ignorados pelo grande público.

Drake também é o queridinho de outro grupo que é extremamente inconstante: jovens. Seus raps românticos e melódicos parecem ter conquistado garotas adolescentes por todos os EUA, de Nova York até o Alabama. Mas teen idols em geral também tem datas de validade.

Mas enfim, é inquestionável que Drake tem bastante talento. E seus raps melodiosos são um welcome change, na minha opinião. Então, se depender de mim, vida longa a ele.



Outra artista que está bombando MUITO no momento é Katy Perry.

Katy, é claro, estourou com I Kissed a Girl e Hot 'n' Cold faz dois ano. O seu primeiro CD foi um sucesso e, além de seus singles solos, ela ainda teve colaborações bem-sucedidas, principalmente nas paradas europeias (Starstrukk com o 3OH!3 e If We Ever Meet Again com o Timbaland).

Por isso tudo, as expectátivas para seu novo CD eram altas. Porém, muitos se perguntavam: será que Perry conseguiria se manter relevante num mercado cheio de cantoras pop bem sucedidas? Afinal, desde que ela estourou, outras artistas roubaram o holofote (i.e.: Lady Gaga) e, apesar de ter sido bem-sucedida, Katy nunca alcançou o mega-estrelato, como alguma de suas concorrentes (i.e. Lady Gaga).

Mas, para surpresa de muitos, Perry conseguiu se manter relevante. E ao que tudo indica, o segundo CD superará por muito o sucesso do primeiro.

Para começar, o primeiro single, California Gurls, é o grande sucesso do ano. E não é difícil entender o porque: com a chegada do verão (no Hemisfério Norte), o público está sedento por músicas divertidas sobre praia e festa. Quando a música em questão é cantada por uma artista do momento (Perry) e produzida por um cara que é sinônimo de smash hit (Dr. Luke, responsável por TiK ToK, I Kissed a Girl, Hot n Cold, Party in the USA, Right Round e outras toneladas de hits), o sucesso é certeiro.

O single rapidamente alcançou o primeiro lugar no Hot 100, vendendo mais de 3 milhões de cópias nos EUA em apenas 2 meses e se tornando o hino oficial do verão americano (até em Nova York. Prova disso, é uma matéria no site da New York Magazine, a principal revista da cidade, cujo bem-humorado título é "Músicas do Verão: O que ouvir quando você não estiver ouvindo California Gurls"). A música também alcançou o primeiro lugar em todos os grandes mercados anglo-saxões: Grã-Bretanha, Austrália e Canada.

Eu realmente acredito que o CD de Katy Perry será um dos grandes sucessos do ano. Em primeiro lugar, Katy já é uma artista com uma fanbase grande e o gigantesco sucesso de seu novo single fez com que a quantidade de fãs crescesse ainda mais (sua página no Facebook, por exemplo, pulou de 2 milhões para mais de 6.5 milhões de fãs nos úlitmos 4 meses).

E, analisando a imagem da interprete objetivamente, você se dá conta que ela é PERFEITA para o mercado americano.

Começando pelo look. Ela tem um rosto lindo e um corpo lindo. E, mais do que isso, peitos gigantescos. Todo mundo sabe que peitos gigantescos vendem. Inclusive Katy, que adora os expor.


Além disso, ela não tem nenhum grande escândalo ou nenhum motivo para o público não gostar dela. Sua imagem é extremamente "limpa".

Outro grande trunfo dela é sua personalidade mega irreverente e bem-humorada. Mas seu humor é extremamente seguro e nunca, nunca chego perto de passar do limite do aceitável. Perfeito para o público estado-unidense (ao contrário de seu noivo, o polêmico comediante britânico Russel Brand).

E, claro, ela faz aquele mix que os EUA tanto ama: ela tem uma imagem extremamente sexual, sempre colocando seu corpo e fantasias clichês (garotas beijando garotas!) em primeiro plano ao mesmo tempo que prega valores super familiares (ela é democrata, está sempre em roupinhas curtas e beija garotas mas é super cristã. "Eu acho que quando você mistura o nome do Nosso Senhor com imagens sexy, coisas ruins acontece", ela disse super eloqüentemente para a edição mais recente da Rolling Stone americana).

O que dá certo nos EUA, dá certo na Austrália. O público oceânico (um dos maiores mercados da atualidade) é extremamente influenciado pelos sucessos dos Estados Unidos.

E na Grã-Bretanha, o segundo maior mercado do Ocidente (único mercado além dos EUA onde as vendas de um artista americano podem passar da casa do milhão), o sucesso de Perry está mais que garantido: não só porque ela tem vários singles de sucesso por lá mas também porque ela terá um papel fundamental nessa temporada do The X Factor (ela será juíza convidada nas fases preliminares e provavelmente irá promover seu single mais recente com alguma performance) e o reality show tem um impacto avassalador nas paradas do país.

O sucesso de California Gurls fez com que Perry tivesse espaço garantido em todas as principais estações de rádios nos EUA. E ela é uma das artistas do momento: Teenage Dream, o segundo single que mal foi lançado, penetrou o top 10 da Billboard na sua semana de estréia. Até Not Like the Movies, uma balada fraquinha que foi lançada como "gostinho" do CD e nem é um single, está no top 20 do iTunes .

Tudo isso fez até com que o primeiro CD da cantora, One of the Boys, voltasse para o top 5 de vendas de álbuns no iTunes.

Enfim, tenho certeza que Teenage Dream, o segundo álbum de Katy, terá vendas para lá de satisfatórias.

For the record: eu não gosto de Perry. Acho seu humor insuportável, acho ela burra que nem uma porta e acho que ela tem uma voz fraca e irritante. Mas whatever... algumas músicas dela são divertidas.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Summer releases: Eminem passa com louvor no teste do tempo. Christina, por sua vez...

Faz dois meses, eu fiz um post mapeando todos os grandes lançamentos da temporada de verão. E, agora, com muitos desses lançamentos já nas lojas faz algum tempo, está na hora de fazer um follow-up.



Eminem é um dos maiores ícones da história do rap. Mas, apesar de seu track record impressionante, as vendas de seu novo CD tem surpreendido até os analistas mais otimistas.

Ano passado, o rapper lançou seu primeiro álbum após um hiato de cinco anos. Crack a Bottle, o primeiro single depois de todo esse tempo, estreou com vendas recordes (mais de 418 mil cópias em uma semana nos EUA), provando que o público realmente sentiu falta de Marshall e que a expectativa para seu retorno era gigantesca. Porém, apesar da música ter ficado longe de ser um fracasso, suas vendas foram extremamente frontloaded. Ou seja, altíssima na semana inícial seguido de uma rápida queda.

O álbum, Relapse, seguiu a mesma linha: vendas altíssimas na primeira semana, 608 mil cópias, e um total extremamente digno mas não tão absurdamente alto: 1.8 milhões (vendas referentes apenas aos EUA). É importante destacar que esse número foi o suficiente para fazer do CD -- que alcançou o topo das paradas em 11 países -- o lançamento de rap mais vendido do ano, algo extremamente impressionante para Eminem, no mercado faz mais de 10 anos.

Mesmo assim, a recepção foi morna. As vendas, é claro, foram satisfatórias mas as críticas não tanto: muitos acusaram o rapper de estar preso em 2002. Sim, raps blases zombando as celebridades da moda eram divertidos naquela época. Hoje em dia, porém, eles soam antiquados. O próprio intérprete não se mostrou muito satisfeito com o material, afirmando que poderia fazer muito melhor. Por mais que as vendas tenham sido bastante dignas, a repercussão passou bem longe de ser o que o rapper estava acostumado com seus lançamentos anteriores, com o CD passando despercebido por aqueles que não eram grandes fãs (Eminem tem a "sorte" de ter uma fanbase extremamente dedicada, na casa dos milhões).

Porém, se com um CD que todos concordam ser medíocre, Em conseguiu vendas altas, imagine o que ele conquistaria com um álbum verdadeiramente bom.

O próprio rapper foi o primeiro em se dar conta disso. Ele descartou todas as músicas que ele tinha preparado para o seu novo CD -- que originalmente seria um volume 2 de Relapse -- e começou tudo do zero.

Em menos de um ano, Recovery estava pronto.

O primeiro single, Not Afraid, lançado em abril, seguiu o padrão do CD anterior: vendas altíssimas na primeira semana (o suficiente para que ele alcançasse seu terceiro número 1 no Hot 100 estado-unidense) e uma rápida queda. Mas a música já dava um gostinho do que estava por vir: Em tinha deixado seu estilo escrachado de lado e parecia estar seguindo novos rumos.




Recovery vazou na internet duas semanas antes de chegar as lojas. E, embora isso provavelmente tenha deixado os executivos da gravadora desesperados, eles puderam se tranquilizar um pouco ao ver que a recepção foi extremamente calorosa: todos concordaram que o novo material do rapper de Detroit era extremamente sólido.

Provando que a fanbase de Eminem é extremamente dedicada, o vazamento do CD não afetou as vendas. Em sua primeira semana nas lojas estado-unidenses, Recovery vendeu 741 mil cópias, 133 mil a mais do que o CD anterior. Em sua terceira semana, o álbum já tinha ultrapassado 1.4 milhões de unidades vendidas na Terra do Tio Sam (como comparação, Relapse ultrapassou 1.3 milhões em sua oitava semana).

O CD também estreou no topo em outros 12 países e, em três semanas, ele não só obteve certificação de platina nos EUA como também na Grã-Bretanha, na Austrália, na Nova Zelândia e no Canadá.

O álbum foi impulsiando pelo sucesso da música Love the Way You Lie, uma colaboração com a cantora pop Rihanna. Apesar de não ter sido oficialmente anunciada como um single e ter tido pouco airplay nas rádios, o público se apaixonou pela canção e ela foi direto o topo do iTunes nos EUA, na Grã-Bretanha e na Austrália na semana de lançamento do CD.

Tendo alcançado o topo das paradas com enorme facilidade (três semanas no topo nos EUA até o momento, 1 mês na Austrália), um clipe foi gravado as pressas. O vídeo musical, que além de Eminem e Rihanna, tem a participação da mega estrela Megan Fox e de Dominic Monoghan (de Lost), acaba de estrear (eu achei excelente, assim como a música).



Recovery é um fortíssimo candidato ao posto de CD mais vendido do ano nos EUA (e, provavelmente, em todo o mundo). Em apenas três semanas, ele já está na terceira posição na lista, atrás apenas de Justin Bieber (em segundo, com My World vol. 2) e o trio country Lady Antebellum. Semana após semana, as vendas do CD continuam extremamente fortes, indicando que Eminem não precisará suar muito para passar Biebs e os interpretes de Need You Now. Caso ele consiga isso, será a quarta vez que ele ocupa o primeiro lugar na lista anual (algo bem impressionante para alguém que só tem sete CDs). Na Grã-Bretanha, o álbum dele também é um forte candidato para ocupar o pódio anual.



Em outro lado do spectrum, outra grande estrela da década passada, Christina Aguilera, está amargurando um gigantesco fracasso com seu quarto álbum.

Christina e Eminem fazem parte da mesma "geração": ambos explodiram em 1999, tiveram vários hits ao longo da década e um caminho extremamente entrelaçado: ela, junto com Britney Spears, sempre foi uma das vítimas dos raps escrachados de Eminem e nunca escondeu o desdém que ela sentia pelo rapper.

O quarto álbum de Aguilera, Bionic, era um dos grandes lançamentos do verão. Sua gravadora não economizou na hora de promovê-la: outdoors por Nova York, aparições em todos os programas mais high profiles da televisão (Oprah, final de American Idol, premiações da MTV), etc.

Mas o alarme começou a soar depois do gigantesco fracasso que foi o lead single, Not Myself Tonight.

Isso é um problema muito grande porque um single em constante rotação na rádio é a maneira mais efetiva de promover o CD. E a música de Christina estava recebendo quase nenhum airplay.

Para tentar contornar isso, foi lançado Woohoo, uma música que continha vocais da artista do momento, Nicki Minaj. A canção também não empolgou e planos de gravar um vídeo foram cancelados.

A terceira tentativa foi uma balada, uma boa saída para uma artista conhecida por seus dotes vocais. Aguilera cantou You Lost Me na final de American Idol (um dos programas com as audiências mais altas dos EUA). A resposta foi novamente morna e, sem nenhum hit para promover, só restou a ela fazer um medley de várias canções no MTV Movie Awards (Bionic, Not Myself Tonight, Woohoo).



Ninguém ficou surpreso quando o álbum estreou com vendas bastante fracas: 120 mil cópias. Mas o pior ainda estava para acontecer: em sua segunda semana, o álbum caíu para o nono lugar e, na terceira, ele já estava fora do top 20.

A gravadora de Aguilera não parece ter desistido do CD -- um vídeo para You Lost Me já está no ar -- mas o público parece ter moved on da artista que, diferente de Britney Spears e Eminem, parece ter perdido completamente a relevancia para a geração atual.

Christina ainda tem outro projeto para promover esse ano: Burlesque, seu primeiro longa metragem. O filme conta com pesos pesados como Cher e Stanley Tucci mas se a cantora não consegue mais vender CD, eu acho díficil ela conseguir levar o público para as salas de cinema.

Enquanto Eminem continua no topo e Aguilera amarga um fracasso, outro artista que foi um grande sucesso no começo da década passada, Enrique Iglesias, está tendo mixed results.



Iglesias emplacou muitos sucessos nas Américas e na Europa. Bailamos e a balada Hero alcançaram o topo de paradas em todo o universo. Mas, depois de um CD em 2003, Iglesias passou um tempo fora do holofote e só voltou quatro anos depois com Insomniac.

Enrique não é nenhum Eminem. O tempo fora do holofote fez com que ele perdesse um pouco do brilho e que grande parte do público esquecesse de sua existência. Mas o filho de Julio provou que, sim, ele tinha um público considerável, mesmo depois de todos esses anos, principalmente na Europa, onde seus singles novos venderam excepcionalmente bem (Do You Know? alcançou o top 10 em todos os principais mercados europeus e Tired of Being Sorry foi um gigantesco sucesso na França).



Depois de testar as águas, Enrique volta com força com Euphoria, seu primeiro CD bilíngue. I Like It, o primeiro single em inglês, foi produzido por Red One (que, graças a sua colaboração com Gaga, é um dos produtores do momento), e continha samples de Lionel Richel e participação do rapper hispano Pitbull. Ironicamente, a maior parte do mercado europeu -- que apoiou o CD anterior do cantor -- ignorou solenemente a nova música (com exceção da Grã-Bretanha, onde a música alcançou o quarto lugar) mas o single foi um gigantesco sucesso na Austrália (segundo lugar) e nos EUA (sexto lugar. Primeiro single do cantor a penetrar o top 10 estado-unidense em nove anos, desde Hero).

Algo que definitivamente ajudou Iglesias nos EUA foi o uso da música na promoção da segunda temporada de Jersey Shore, o grande fenômeno pop dos EUA no momento.

O sucesso de I Like It foi grande mas não tanto quanto o de Cuando Me Enamoro, um dueto com Juan Luis Guerra que serviu como o primeiro single para os mercados de língua hispana. A música foi direto para o primeiro lugar em todos os países que falam espanhol e está em rotação constante do México a Argentina (e na Espanha também, claro).



Enquanto os singles tem gozado de gigantesca popularidade, o CD tem tido vendas mornas.

Mas Enrique, quem diria, parece ter passado na prova do tempo com mais louvor do que Christina Aguilera.

Next: Katy Perry, Drake, Taylor Swift, Miley e Selena.

sábado, 17 de julho de 2010

Robbie Williams volta ao Take That: minha opinião


Eu sou um gigantesco fã de cultura pop. Mas se tem uma coisa que eu não curto é boybands. Don’t get me wrong, eu posso até gostar de uma música ou outra dos N Sync ou do JLS mas boybands em geral me repugnam. Eu odeio a idéia, odeio a imagem, odeio os empresários sketchy e pedófilos por detrás.

Então, foi uma surpresa — pra mim mesmo — acabar como o maior stan do planeta terra do Take That. Como isso aconteceu?

Eu já tinha ouvido falar deles, é claro. Afinal, todo mundo sabe que o Robbie Williams, o maior cantor pop da decada passada, tinha feito parte do grupo.

Eu lembro quando eles anunciaram o retorno. Eu lembro da reação eufórica na Grã-Bretanha. Eu lembro que eu fiquei meio irritado: urgh, porque diabos esse bando de has-been do inicio dos anos 90 estão quebrando recordes? E porque eles estão ofuscando o retorno da única pop band que importa, as Spice Girls? Eu lembro de ir no Youtube ouvir Patience e Shine e não ficar nem um pouco impressionado.

Daí, depois de uns 3 anos com eles no topo, inclusive superando as vendas deles nos anos 90 e sendo elogiados nonstop por todos, eu resolvi set the record straight e ir conferir qual era da hype. Ao invés de tentar de novo ouvir as músicas, eu resolvi ir ver o DVD da turnê Beautiful World. Quando as 2 horas de show acabaram, eu estava completamente impressionado.

Chamar eles de boyband é injusto. Eles totalmente transcederam esse rótulo. Eles são pop royalty e todo mundo, do Chris Martin até o Paul McCartney, os admira. Eles escrevem e compõe as próprias canções, eles cantam e dançam muito bem, eles se mantiveram em super forma ao longo dos anos, as músicas deles são pop da maior qualidade, as vozes são muito boas, etc. etc. etc.

Então a grande notícia da semana para mim foi o fato do Robbie Williams ter voltado para a banda.

E eu não gostei nem um pouco.

Primeiro que parece oportunista. Para quem não sabe, Robbie saíu da banda em 1994, dois anos antes da banda encerrar as atividades oficialmente (ainda no topo, alias) e, depois, se transformou no maior cantor pop do planeta. Ele quebrou recordes de venda na Europa e conquistou mercados que o Take That nunca conseguiu penetrar: Argentina, Mexico, Africa do Sul. O único lugar que Robbie não explodiu — e ele diz que foi por decisão própria (e, por mais que eu o odeie, eu acredito) — foi os EUA.

Durante todo esse tempo, ele nunca parou de jogar sal na ferida dos outros quatro membros do Take That, que nunca conseguiram emplacar carreira solo. Ele riu da cara deles, ele repetiu inumeraveis vezes que sair da banda foi a melhor decisão da vida dele, etc.

Depois de uma decada falando mal da banda, o primeiro passo de reaproximação foi dado em 2005 quando Robbie aceitou aparecer num especial de televisão que anunciaria o retorno, depois de quase 10 anos, do Take That. Apesar de, no especial, os quatro membros se reunirem pela primeira vez desde a separação, Robbie não foi ao encontro de seus bandmates. Ele apareceu, porém, via gravação pedindo desculpas.

Após o especial, a briga entre a banda e ele pareceu se acalmar. O Take That voltou mais fortes do que nunca, quebrando todos os recordes (inclusive os de Robbie). Já Williams foi para rehab e passou anos fora do holofote.

Finalmente, em 2009, Robbie voltou a ativa com um novo CD, Reality Killed the Video Star. E, apesar de vendas altas (afinal, o nome dele já é o suficiente para vender MUITO), ele não conseguiu superar o sucesso do Take That que, no mesmo ano, tinha vendido 2 milhões de cópias de seu álbum e embarcado na turnê mais bem sucedida da história da Grã-Bretanha.

O star power de Robbie Williams estava diminuindo. No Reino Unido, Robbie — antes uma das celebridades mais amadas e discutidas — estava se tornando cada vez mais irrelevante. Aparições em todos os programas mais vistos do país (inclusive na final do The X Factor, que catapulta as vendas de QUALQUER pessoa), homenagem no BRIT Awards, promoções em tudo quanto é canto não foram o suficiente para fazer com que o CD dele ultrapassasse 1 milhão de cópias na Grã-Bretanha. Sim, ele continuava um dos artistas de maior sucesso. Mas ele não estava mais no topo.

Então me pareceu completamente oportunista a volta de Robbie para o Take That. Agora, de novo, a imprensa está enlouquecida com ele. Mas os outros quatro membros NÃO PRECISAVAM DISSO. Sim, eles vão ganhar MUITO dinheiro. Mas ele JÁ TINHAM muito dinheiro. Eles JÁ TINHAM a turnê mais bem sucedida de todos os tempos da Grã-Bretanha. Eles, como um quarteto no século 21, tinham ultrapassado a popularidade avassaladora deles no começo dos anos 90, como um five-piece.

É claro que todo mundo sabia que essa reunião estava por vir: Robbie já tinha sido fotografado saindo de um estudio em NY onde os outros quatro estavam gravando. No fim do ano passado, os cinco apareceram juntos pela primeira vez cantando Hey Jude com o Paul McCartney num programa de caridade da BBC. Faz um mês, Robbie anunciou que lançaria um dueto, Shame, com Gary Barlow, o líder do Take That, com quem ele havía tido uma briga ferrenha.

Mas enfim, mesmo sabendo que ela estava por vir, a notícia não me empolgou nem um pouco.

O que me empolgou — e muito — foi o fato deles estarem lançando novo material. Então eu vou relevar a presença do Robbie e vou torcer para que tudo de certo.

O que me preocupa, francamente, é a dinâmica deles — perfeita — ser abalada pela presença de Williams. Além disso, conseguir ingresso para a nova turnê deles vai ser impossível. Quer dizer, impossível sempre foi. Agora, com a presença de Robbie, vai ser MUITO mais que impossível. Oh well, I’ll do what I have to do.

LANÇEM LOGO O NOVO SINGLE E AS DATAS DA TURNÊ SEUS ESCROTOS.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Causando na Alemanha: Lena Meyer-Landrut


A Alemanha gosta bastante de reality shows de talento. A versão de American Idol deles, Deutschland sucth den Superstar, goza de grande popularidade faz quase uma decada. Até Popstars, aquele reality que nos trouxe o Rouge e o Br'oz, continua no ar por lá (só lá. Ele já foi aposentado em todo o resto do mundo).

Apesar de todo esse apetite por shows de talento, o maior deles, o Eurovision -- um gigantesco sucesso em todo continente -- não vinha causando nenhum interesse no país nos últimos anos.

O Eurovision é um tradicionalissimo concurso de talento anual. O conceito é bem simples: cada nação européia manda um representante. Cada um deles canta uma música especialmente feita para o evento (em geral, um pop bem kitshy) e, no fim, algum país é escolhido vencedor.

O Abba, por exemplo, ficou famoso depois de representar a Suécia no Eurovision de 1974. E eles são, alias, o ato que melhor representa o concurso: extremamente colorido, kitshy, pop e bem gay.

Todo mundo finge não levar o Eurovision a sério mas, todo ano, o país que ganha fica mega eufórico e a população fica toda histérica. Além disso, os números de audiência também mostram que o público se interessa bastante pelo programa: a emissão é o evento não-esportivo mais visto no continente, sempre atraindo audiências altíssimas.

Na Alemanha, porém, o interesse no evento era baixíssimo faz anos. Afinal, a única vez que eles ganharam foi a quase três décadas, em 1982. Porém, os executivos da ARD -- o canal estatal que detém os direitos de exibição do concurso -- estavam decididos a fazer o programa voltar a ser relevante.

Para isso, eles se juntaram com a ProSieben -- um dos principais canais privados -- e Stefan Raab -- uma das maiores personalidades televisivas do país -- e criaram o reality de talento Unser Star fur Oslo (ou, em português, Nossa Estrela para Oslo)
Como o título do programa indica, o vencedor ganharia a chance de representar o país em Oslo, que sediaria a edição desse ano do Eurovision (como a Noruega tinha ganho em 2009, eles abrigaram a edição desse ano).

De cara, Lena Mayer-Landrut se destacou. Ela tinha uma voz peculiar, era bastante jovem (ainda estava no último ano do ensino médio), tinha uma aparência de girl next door combinada com uma personalidade peculiar e, apesar de nenhuma preparação profíssional, bastante presença. Não surpreendentemente, ela acabou sendo coroada a grande vencedora do programa.


Sua interpretação de Satelite, a música escolhida para representar o país na competição, foi direto para o topo das paradas de singles alemãos. Com mais de 100 mil cópias vendidas em uma semana, a música quebrou recordes de venda e se transformou num dos singles digitais mais bem sucedidos de todos os tempos (mais de 600 mil cópias foram vendidas até o momento) na Alemanha.

Na semana que procedeu a final do programa, além de ocupar o topo com Satelite, a garota de 19 anos ocupou o segundo e o terceiro lugar com Bee e Love Me, outras duas músicas inéditas que ela cantou durante o reality. Foi a primeira vez na história das paradas alemãs que um artista dominou o top 3 dos singles mais vendidos.

Apesar de pouquíssimas aparições entre a final do reality e o Eurovision (ela precisava estudar para sua prova de conclusão de Ensino Médio), Lena virou um gigantesco sucesso: seu álbum, lançado as pressas, foi direto para o primeiro lugar. Sua personalidade peculiar -- ela simplesmente se recusa a falar sobre qualquer assunto particular (família, crenças, etc) -- só aumentou a fama da jovem. Como todo grande sucesso, ela também atraíu uma grande quantidade de haters.

Para a insatisfação deles, porém, a garota agradou os juízes do Eurovision e acabou sendo coroada a grande vencedora da edição desse ano do programa, provando que a febre Lena ainda mal tinha começado.


Depois da vitória, a música de Lena -- que já tinha ocupado o topo por cinco semanas consecutivas -- voltou para o primeiro lugar no país. Além disso, Satelite também alcançou o topo em outros seis países (Dinamarca, Noruega, Suécia, Suíça, Finlandia e Irlanda). Mais que isso, a missão da ARD foi extremamente bem sucedida: o Eurovision desse ano bateu recordes de audiência na Alemanha e se transformou na edição mais vista dos últimos 30 anos no país.

A vitória de Lena foi extremamente comemorada pela nação. A garota foi manchete em absolutamente todos os jornais: desde o Handelsblatt -- especializado em comércio e econômia -- até o Bild, um tablóide no estilo The Sun com uma circulação astronômica, que dedicou toda sua primeira pagina a garota, incluindo a manchete "LENA, NÓS TE AMAMOS".

"Graças a Lena, finalmente, o resto da Európa gosta da gente", observou o tablóide.

O papel do país na Primeira e na Segunda Guerra Mundial não criou exatamente uma imagem muita positiva deles para o mundo e, por isso, o povo de lá é extremamente inseguro em relação a imagem que o país projeta para o resto do planeta. Mais do que isso, eles não tem muito comforto para se mostrarem patriotas (afinal, para muita gente, patritotismo alemão = nazismo). Por isso, quando o país se destaca na Copa ou num evento internacional como o Eurovision, a população inteirva vibra, já que finalmente eles tem um motivo legítimo para ficar orgulhosos de seu país.
Além disso, a vitória no Eurovision ressoou tanto no país pois deu a Alemanha -- no meio de sua maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial -- um motivo para comemorar.

"Lena impressionou a Alemanha e conquistou corações por toda Europa", disse a chanceler Angela Merkel. "Ela é uma embaixadora para o nosso país. Em apenas uma noite, ela provou, com muito charme, que alguns velhos estereótipos que são atribuídos a Alemanha são equivocados", afirmou Guido Westerwelle, Ministro de Relações Internacionais.

A garota foi recebido como uma heroína na sua volta para a Alemanha: milhares de pessoas (40 mil, estimou o não muito confiável Bild) a esperavam nas ruas de sua cidade natal Hannover, onde foi recebida pelo prefeito, debaixo da chuva.

Na sua primeira coletiva de imprensa pós vitória, Lena deu a entender que, no próximo ano, irá representar o país mais uma vez no Eurovision, sendo apenas a terceira vencedora a fazer isso. Particularmente, não acho essa decisão muito inteligente: a garota deveria se esforçar para se estabelecer como uma artista bem sucedida e não ficar com sua imagem eternamente vincluada ao Eurovision. Claro que, se ela ganhar pelo segundo ano consecutivo, sua popularidade irá crescer ainda mais porém as chances disso acontecer são poucas. Como se isso não fosse o suficiente, a ProSieben ainda vai perder a oportunidade de fazer uma segunda edição do bem sucedido reality show de talento.

Enfim, na minha opinião a grande coisa sobre Lena não são suas músicas (acho elas meio boring) mas sim sua personalidade. Se recusar a falar sobre sua vida pessoal ("eu escolhi a fama, não meus amigos e família", ela diz para entrevistadores) é algo que eu acho bastante interessante nela. Sua sinceridade e falta de vergonha sobre sua falta de experiência também me parece algo positivo.

Agora só falta a Alemanha ganhar a Copa (algo que, por mais que doa a nós, brasileiros, admitir, tem muitas chances de acontecer) para o país explodir em extase. A econômia pode estar uma merda (para padrões alemãos, né?) mas nada melhor do que um monte de troféu para levantar o ego de qualquer nação (principalmente, uma cheia de cicatrizes e insegurança).

Lena e Stefan Raab desembarcam em Hannover depois da vitória no Eurovision.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Chart Watch UK: Urban Dominition



Depois de um ápice no fim dos anos 90, época da explosão de Britney, BSB, Christina e NSync, o pop sumiu completamente das paradas estado-unidenses e, subseqüentemente, do mundo a partir de 2002.

De 2003 até 2005, apenas cinco artistas que não pertenciam ao gênero de música urbana (R&B/rap) conseguiram alcançar o topo do Billboard Hot 100 (mas só um por mérito próprio: Gwen Stefani com Hollaback Girl. Os outros quatro são os ganhadores de American Idol na semana seguinte a final do programa). Em vendas de CDs, pouquíssimos atos pop se destacaram (Avril Lavigne foi um enorme fenômeno em 2002 e P!nk também teve um bom ano com o lançamento de Missundaztoosd; Hilary Duff, com a ajuda do Disney Channel, foi a "explosão pop" do ano seguinte com 3 milhões de cópias vendidas de Metamorphosis; Jessica Simpson e Ashlee Simpson, ambas impulsionadas por reality shows de grande sucesso na MTV, foram bem recebida em 2004 e, em 2005, Kelly Clarkson brilhou com Breakaway) e todos os álbuns que mais venderam ao longo desses anos pertenciam ao gênero urbano (em 2002, um empate técnico entre The Eminem Show do Eminem e Nellyville do Nelly; em 2003, Get Rich or Die Tryin' do 50 Cent; em 2004, Confessions do Usher e, no ano seguinte, The Emancipation of Mimi de Mariah Carey).

Enquanto isso, a Grã-Bretanha era um dos poucos países ocidentais onde o pop em sua forma mais pura continuava forte nas paradas. Apesar de nenhum gigantesco fenômeno a la Spice Girls, vários atos, como Sugababes, Girls Aloud, e boybands como Blue e Westlife, continuavam com um desempenho sólido e vendas satisfatórias.

Agora a situação parece se inverter.

O sucesso de Justin Bieber, Miley Cyrus, Katy Perry e Ke$ha nas paradas mundiais contribuíram para que, depois de anos sumido, o pop alcançasse um novo ápice. O maior fenômeno do momento, claro, é Lady Gaga.

Enquanto isso, na Grã-Bretanha, a música urbana, que -- com algumas exceções -- nunca foi excepcionalmente forte no país, alcança um ápice histórico. Rappers britânicos estão gozando de um nível nunca antes visto de popularidade com Dizzee Rascal, Chipmunk, Plan B, Tinchy Stryder e o N-Dubz dominando os charts.

Prova dessa dominação é a paradas de singles dessa semana: em todo o top 10, apenas UMA música não pertence ao gênero urbano.



O primeiro lugar é o novo single de Dizzee Rascal, Dirtee Club. É a quarta música do rapper londrino a alcançar o primeiro lugar das paradas britânicas.

O segundo lugar é ocupado Nothin' on You do americano B.o.B. (que eu já comentei sobre aqui).

Semana passada, Nothin' on You vendeu impressionantes 85 mil cópias, a segunda maior quantidade de venda semanal do ano até o momento, atrás apenas do primeiro single de Iyaz, Replay.

E, falando em Iyaz, é ele que ocupa a terceira posição essa semana com Solo, seguido pelo novo sucesso de Jason DeRulo que tem um título bastante similar: Ridin' Solo.

Apesar de não ter feito nenhuma promoção até o momento, Not Afraid de Eminem estréia na quinta posição. Isso mostra o poder do rapper nas terras da Rainha. O sexto lugar, uma outra nova entrada, é ocupado por N-Dubz com We Dance. A música é o tema um novo filme de dança chamado Streetdance 3D.



Essa semana, cinco novas músicas entraram no top 10. Além de Dizzee, Iyaz, Eminem e N-Dubz, a sensação pop canadense Justin Bieber penetra o top 10 britânico pela segunda vez com Baby, um dueto com Sean Kingston.

A única música não urbana na parada é, por tanto, Stereo Love de Edward Maya e Vika Vigulina.

Singles mais vendidos
Posição nessa semana (posição na semana passada) (posição mais alta) (tempo no top 10)
1. Dirtee Disco - Dizzee Rascal (-) (1) (1 semana)
2. Nothin' on You - B.o.B. (1) (1) (2 semanas)
3. Replay - Iyaz (-) (3) (1 semana)
4. Ridin' Solo - Jason DeRulo (2) (2) (3 semanas)
5. Not Afraid - Eminem (-) (5) (1 semana)
6. We Dance On (ft. BodyRox) - NDubz (-) (6) (1 semana)
7. Candy (ft. Kimberly Wyatt) - Aggro Santos (7) (4) (4 semanas)
8. Stereo Love (ft. Vika Jigulina) - Edward Maya (5) (5) (3 semanas)
9. Good Times - Roll Deep (3) (1) (5 semanas)
10. Eenie Meenie - Justin Bieber & Sean Kingston (-) (10) (1 semana)

Apesar da total dominação de música urbana essa semana, o pop britânico está longe de ser exterminado. É verdade que, com algumas exceções (Take That, Pixie Lott, Westlife, Florence and the Machine, Lily Allen e os atos estado-unidenses como Lady Gaga), o gênero tem dependido fortemente do apoio do The X Factor. O programa de talento é responsável por catapultar quase todos os atos pops locais ao mega-estrelato: além de Leona Lewis, o programa também foi responsável pela explosão de popularidade de Cheryl Cole e da boyband JLS (que, alias, tem um som muito mais urbano que as boybands antecessoras).

De qualquer maneira, o Reino Unido sempre foi bastante aberto a uma grande variedade de gêneros musicais. Prova disso, é o primeiro lugar nas paradas de CD da semana: a banda de drum n bass australiana Pendulum ocupa o topo com Immersion. O CD vendeu satisfatórias 59 mil cópias ao longo da semana.

A exibição do especial An Audience with Michael Bublé na ITV1 catapultou as vendas do crooner canadense. O álbum de Bublé, Crazy Love, que já vendeu mais de 1.5 milhões de cópias no país até o momento, sobe 17 posições em relação a semana passada e ocupa o segundo lugar com 45 mil unidades. O terceiro volume da trilha sonóra de Glee também estréia muito bem com 44 mil cópias em terceiro lugar.

O novo álbum de Kate Melua estréia dignamente mas não de maneira muito empolgante: 29 mil cópias de The House foram comercializadas, o suficiente para ocupar a quarta posição. Os Rolling Stones, cuja versão remasterizada de Exile on Main Street ocupou o topo semana passada, encerram o top 5.

CDs mais vendidos
Posição essa semana (Posição semana passada) (Posição mais alta)
1. Immersion - Pendulum (-) (1)
2. Crazy Love - Michael Buble (19) (1) ****
3. Glee: Showstoppers - Vol. 3 (-) (3)
4. The House - Katie Melua (-) (4)
5. Exile on Main Street - The Rolling Stones (1) (1)
6. The Element of Freedom - Alicia Keys (8) (1) **
7. The Defamation of Strickland Banks - Plan B (3) (1) *
8. The Fame - Lady Gaga (5) (1)
°°
9. The Dance - Faithless (2) (2)
10. Lungs - Florence & the Machine (10) (1) ***


*mais de 300 mil cópias vendidas **mais de 500 mil cópias *** mais de 1 milhão **** mais de 1.5 milhões °° mais de 2 milhões

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Causando na Europa: Dancing Europe

O continente europeu é formado por 50 países e tem 26 línguas oficiais. Então, é óbvio que, cada lugar, tem seus próprios sucessos locais, cantados em suas línguas.

Porém, se tem um gênero que costuma unir a Europa como um todo é o dance. Quando uma música nesse estilo explode em algum país, as chances dela conquistar todo o resto do continente são bastante grandes (exemplos recentes incluem Hot da Inna, Infinity 2008 do Guru Josh Project e Now You're Gone do Basshunter).

No momento, duas músicas dance estão fazendo enorme sucesso por lá. São elas:



As chances de você conhecer Stereo Love dos romenos Edward Maya e Vika Jigulina são bastante grandes. Afinal, o sucesso do europop foi tão grande que a música explodiu até aqui no Brasil.

A música, que faz sample da composição Bayatilar do música do Azerbaijão Eldar Masurov, alcançou o top 5 de 18 países europeus (como Itália, Grã-Bretanha, Rússia, Romênia, Itália, Bélgica e Dinamarca) e alcançou o topo em oito deles (França, Espanha, Eslováquia, Suécia, Suíça, Noruega, Finlândia, Holanda e República Tcheca).



O outro gigantesco sucesso é o house Alors on Dance (Então nós dançamos) do belga Stromae.

O hit é em francês mas a letra é perfeitamente identificavel por pessoas de qualquer nação: Quem fala de estudo, fala de trabalho/Quem fala de trabalho, fala de dinheiro/Quem fala de dinheiro, fala de despesas/Quem fala de crédito, fala de demanda/Quem fala de dívida, fala de oficial de justiça/E de estar “no meio da merda”/Quem fala de amor, fala também de crianças/E quem fala de “pra sempre” também fala de divórcio/Quem fala dos seus parentes, fala de tristeza/Porque os problemas quase nunca vêm sozinhos/Quem fala de crise, fala do mundo, fala da fome e do Terceiro Mundo/Quem fala de cansaço, fala também do acordar – ainda surdo do dia anterior/Então vamos sair para esquecer dos nossos problemas/Então vamos dançar.

Com sua boa letra e seu ritmo dançante, a música está conquistando toda a Europa. Até agora, o sucesso de Stromae já alcançou o primeiro lugar em nove países (Bélgica, França, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Itália, Suíça, Eslováquia e Áustria).

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