Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Retrospectiva UK 2009: The X Factor (música/televisão)



A parte 2 da Retrospectiva de 2009 da Cultura Pop Britânica (tl;dr) iria focar no que causou na televisão.

Daí eu pensei: o que?

O ano começou com o Channel 4 anunciando que, depois de 10 anos no ar, o Big Brother e seu programa irmão Celebrity Big Brother finalmente chegariam ao fim em 2010.

Nos anos de ápice, o reality parava o país e daria para embrulhar todo o planeta com a quantidade de papel utilizado pela imprensa britânica para falar do programa. Mas, nos últimos 4 anos, a audiência estava em queda livre.

O anúncio do iminente fim do icônico reality não foi o suficiente para reavivar o interesse do público no programa e as duas penúltimas edições do BB passaram sin pena ni gloria.

Portanto, em 2009, o Big Brother não causou.

Daí teve o Britain's Got Talent na ITV1. Esse sim quebrou recordes de audiência e revelou ao mundo Susan Boyle. Mas além de Boyle, o que mais eu teria para falar sobre o programa? Pois é, nada. E como SuBo já foi/será tratada em outras partes de retrospectiva, não tenho mais o que comentar aqui.

Também teve o I'm a Celebrity... Get Me Out of Here!. Mas, além da volta de Katie Price a selva australiana (que eu também já comentei abaixo), houve pouquíssimos acontecimentos nesse programa.

Com exceção da comédia adolescente The Inbetweeners (que eu super recomendo) no canal a cabo E4, nenhum outro programa de ficção repercutiu de maneira outstanding ao longo de 2009.

Então o que nos resta?

O The X Factor, é claro. Esse sim CAUSOU. Ele causou tanto que eu dedicarei esse post apenas a ele.

Lembra o estado que o Brasil ficou quando mataram a Odete Roitman em Vale Tudo? Eu não lembro porque eu ainda não tinha nem entrado em gestação back then mas ouvi dizer que foi uma mega loucura. E é mais ou menos essa a vibe no Reino Unido (e na Irlanda) ao longo dos 4 meses que o programa fica no ar. Todos assistem, todos comentam, todos criticam, todos estão completamente viciados.

Parênteses. Eu acho The X Factor um programa horroroso, cafonérrima, com péssimo entertainment value. Mas sabe, eu sou um pop culture junkie e ignorar um fenômeno pop tão gigantesco vai contra o que eu acredito. Fecha parênteses.

O formato

Em 2001, estreou na ITV1 Pop Idol. O programa nada mais era que um concurso de calouros, um formato antigo e nada ousado. Porém, o reality virou um gigantesco fenômeno, bateu recordes de audiência e foi exportado para o mundo inteiro, inclusive para os EUA (American Idol) e para o Brasil (Ídolos).

O programa foi criado pelo mega svengali Simon Fuller (que foi responsável pelas Spice Girls durante o ápice e também por transformar David e Victoria Beckham numa marca global extremamente lucrativa) mas foi outro Simon que roubou a cena: Simon Cowell. O juiz malvado se transformou num fenômeno na Grã-Bretanha, foi exportado para a versão yankee e, voila, se transformou num sucesso global.

Ter um programa de enorme sucesso na TV inglesa dá muito, muito dinheiro. Porém, ter um programa de enorme sucesso na TV americana dá ainda mais. Portanto, quando American Idol virou o programa mais lucrativo da TV, Simon Fuller resolveu se dedicar exclusivamente a versão estado-unidense, deixando o público britânico de lado.

Simon Cowell (a.k.a.: o juiz malvado), também um inteligentissimo e muito bem sucedido empresário, se aproveitou da brecha e resolveu criar seu próprio reality de talento para a TV inglesa. E daí surgiu The X Factor.



O formato é basicamente o mesmo e qualquer um levaria um baita de um processo. Porém, Simon Cowell era uma peça chave no sucesso de American Idol (cujo lucro por edição é acima dos 100 milhões de dólares) e, se Fuller resolvesse processa-lo, seria uma facada no próprio peito (ele até tentou um processinho de leve que não chegou a lugar nenhum).

Portanto, Cowell aproveitou a posição privilegiada, assinou um contrato milionário com a ITV1 e The X Factor estreou na TV britânica em 2004.

No The X Factor, podem competir cantores solos, duplas e grupos vocais e cada juíz fica responsável por uma categoria. Por isso, é uma competição tanto entre os concorrentes quanto entre os juizes.

Desde a primeira edição, o reality já era um grande sucesso. Porém, a cada ano, a audiência aumentava e aumentava e aumentava até que, em 2008, o programa tinha virado onipresente: entre os meses de agosto e dezembro não havia nada mais importante do que The X Factor. Nas ruas, só se falava do reality. A cobertura era incessante: todos os meios de comunicação só falavam do programa, desde o tablóide mais vagabundo até o jornal mais pomposo e respeitado. Muitos apostaram que era impossível o programa ficar ainda mais gigantesco.

Se enganaram. Em 2009, The X Factor chegou mais forte que nunca, batendo recordes históricos de audiência e, sim, sendo mais comentado do que nunca. Sabe a repercussão que a novela das 8 e o BBB causam? Pois é, fichinha do lado da proporção que o programa tomou esse ano no Reino Unido.

Os juízes

As verdadeiras estrelas do The X Factor são os juizes.




Simon Cowell. O juiz malvado que, supostamente, "fala exatamente o que o público pensa". Um muitíssimo bem sucedido empresário musical, o poder dele sobre o mundo do entretenimento é assustador: peça chave no programa mais lucrativo do mundo (American Idol) e criador dos dois maiores programas da Europa (Britain's Got Talent e The X Factor). Tem sob sua tutela Leona Lewis e, sim, ninguém menos do que Susan Boyle. Na edição desse ano, Simon ficou responsável pela categoria garotos com mais de 25 anos.




Cheryl Cole. A namoradinha da Grã-Bretanha. Leia a parte 1 da retrospectiva para melhor compreensão do tamanho do fenômeno que é essa mulher. Ela entrou no programa para substituir a desbocada Sharon Osbourne e, com a sua chegada, o reality passou de programa extremamente bem sucedido para fenômeno imprescindivel. Na edição desse ano, Cheryl ficou responsável pela categoria garotos com menos de 25 anos.



Louis Walsh. O único juiz além de Simon que está no programa desde o começo. Ele foi demitido por Cowell na segunda edição mas foi recontratado logo depois e continua firme e forte até os dias de hoje. Apesar dessa cara de boçal (ishpia), esse irlandês é um empresário musical de enorme sucesso. Em 1993, ele criou a boyband Boyzone que se tornou um gigantesco sucesso no Reino Unido ao longo dos anos 90. Quando a banda chegou ao fim, ele criou o Westlife que alcançou sucesso ainda maior, emplacando 12 singles consecutivos em primeiro lugar. O Westlife continua, com enorme sucesso, até os dias de hoje (com a imagem reformulada: hoje em dia não são mais uma boyband e sim uma banda de atraentes gentlemen que cantam baladas melosas). Na edição desse ano, Louis ficou responsável pela categoria grupos ou duos.



Danii Minogue. Ela entrou na quarta edição pois Simon resolveu que a dinâmica seria melhor com quatro juizes. Danni teve que enfrentar uma chuva de críticas afinal, além de ser irmã de uma popstar muito mais bem sucedida (Kylie Minogue) e ter tentado uma carreira pop fracassada em meados dos 90, ela não tinha muito expertise para julgar talentos. Muitos acharam que era uma parada meio "OK, não tenho dinheiro para contratar sua irmã então vai você mesmo". A situação ficou pior para Minogue quando Sharon pediu demissão do programa alegando não suporta-la. No ano seguinte, com a chegada de Cheryl, Danii foi ainda mais ofuscada e o burburinho de que a presença dela no programa era completamente dispensável começou a ficar mais alto. Mas, na sexta edição, depois de dois sofridos anos, Danii finalmente teve sua chance de brilhar: com a superexposição de Cheryl, muitos resolveram começar a prestar atenção nela e, bingo, se deram conta que ela fazia críticas interessantes e era inteligente. Nessa edição, Danii ficou responsável pelas garotas.

Os finalistas

Obviamente, não irei listar todos os finalistas porque, sinceramente, são todos iguais. Eles cantam com a mesma voz e nenhum tem muita personalidade. Alguns eram negros, outros eram brancos, uma era do País de Gales, um tinha cabelo blackpower... *bocejo*

Mas, entre os 12 que chegaram a final, alguns se destacaram. São eles:


John & Edward

Não teve para ninguém, os gêmeos irlandeses John & Edward, de 18 anos, foram as grandes estrelas da sexta edição do programa.

Na primeira semana, eles chamaram atenção pelos estranhos penteados, pela coreográfia desastrosa e pela falta de habilidade vocal. Mas foi com uma performance de Oops... I Did It Again na semana dois que eles se consolidaram como o grande sucesso da temporada.

Muitos os odiavam por eles estarem em um programa de talento sem ter nenhum. Muitos os amavam pois eles eram absurdamente entertaining. Todos estavam altamente interessados em ver o que eles iriam fazer semana após semana (houve performances de She Bang do Ricky Martin, We Will Rock You, Wham Rap do Wham! e, acreditem, um medley que incluia Under Pressure do Queen com o David Bowie e Ice Ice Baby do Vanilla Ice).

Até o primeiro ministro Gordon Brown entrou no debate, dizendo que não achava os gêmeos "muito bons" (ao se dar conta da gafe diplomática, ele se retratou: "vocalmente eles não são muito bons, porém eles são bons em outras coisas". Quais coisas? Gordon Brown não especificou).

Depois de agüentarem firmes por cinco semanas, Jedward (como eles foram apelidados) finalmente foram para o bottom 2.

As regras do programa são: cada um dos dois atos menos votados tem que cantar uma música e, com base nisso, os juizes decidem quem será eliminado. Em caso de empate, o público decide.

Lucie Jones, que tinha sido elogiada por todos os juizes, foi junto com Jedward para o bottom 2.

Danii (a mentora de Lucie) e Cheryl votaram para eliminar os gêmeos. Louis (mentor de Jedward) votou para eliminar Lucie. E Simon, para surpresa geral, colocou em deadlock, deixando a decisão nas mãos do público. Lucie foi eliminada.


Notem que esse não é o momento em que Lucie Jones foi eliminada e sim o momento em que Simon anuncia que o publico é que decidira se ela ou Jedward ficaram no programa.

A atitude de Simon causou enorme polêmica. Depois de criticar duramente John & Edward por quatro semanas, ele perdeu a oportunidade de tirar os gêmeos do reality. Ao colocar em deadlock, Simon provou que a função do programa pode até ser showcase cantores talentosos mas a prioridade mesmo é conseguir ratings altos e dar o que falar (puxa vida, por essa ninguém esperava mesmo!).

Outro momento controverso: durante a performance Under Pressure, o popular músico Calvin Harris invadiu o palco com um abacaxi na cabeça (parodiando o estranho penteado dos garotos). Mais tarde, ele explicou que fez isso para tentar mostrar ao público que o programa como um todo é uma piada e devia ser tratado como tal.

Finalmente, depois de quase dois meses, os gêmeos foram eliminados com voto dos juizes na sétima semana. Eles ficaram em sexto lugar na competição mas verdade seja dita, foram os verdadeiros campeões.


Danyl Johnsson

Logo no comecinho do programa, na etapa de audições, esse professor de teatro de 28 anos, roubou o holofote. Ele cantou With a Little Help From My Friends dos Beatles e Simon Cowell descreveu a performance como "a melhor audição que ele já tinha visto em toda sua vida". O vídeo da apresentação virou um sucesso viral no Youtube e muitos apostaram que ele seria o "novo Susan Boyle". Não foi exatamente o caso: o vídeo teve 11 milhões de views, o que é bem impressionante mas quase nada quando comparado com os mais de 100 milhões que assistiram Boyle.

Danyl começou no topo mas, a essa altura vocês já devem ter uma idéia de como a imprensa britânica funciona: ele evidentemente foi selecionado como um dos finalistas e os tablóides caíram de pau, afirmando que, por causa de seu bem sucedido início, ele se comportava "como uma diva", "se achava superior", etc.

Na terceira semana, depois de uma fraca performance de Feeling Good, Johnsson foi parar no bottom 2. No fim, ele se manteve na competição.

Danyl afirmou no programa que o seu péssimo rendimento foi resultado direto do péssimo tratamento da imprensa que, de acordo com ele, teria injustamente o vendido como egocêntrico e convencido.

Depois do desabafo, ele foi deixado mais em paz e conseguiu se manter na competição até a nona semana, terminando num respeitável quarto lugar.


Lloyd Daniels

Vocalmente, Lloyd, de 16 anos, não tinha nada de especial. Mas, com um rostinho de anjo e sob a tutela de Cheryl, ele caiu no gosto do público (principalmente das adolescentes) e se manteve firme e forte até a oitava semana, quando foi eliminado (ficando em quinto lugar).

Dizem as mas linguas que Lloyd e Danyl tiveram um affair mas Simon Cowell conseguiu abafar a notícia e evitou que ela fosse publicada pelos tablóides.


Stacey Solomon

Stacey, de 20 anos, já chegou com o pé direito, graças a uma audição que, todos concordaram, foi adorável e excepcionalmente boa. No programa, semana após semana, ela foi elogiada pelos juizes. O público se encantou com a voz e a personalidade dela, sempre agindo de maneira cômica, parecendo ter saído de um desenho animado.

O seu romance com Olly, outro dos finalistas, também deu o que falar, com a imprensa dedicando páginas e páginas para os dois (Simon respirou aliviado: melhor o romance de Olly e Stacey do que o de Danyl, de 28 anos, com Lloyd, de 16).

Stacey foi eliminada na semi-final, ficando em terceiro lugar.


Olly Murs

Olly, 25 anos, teve muito em comum com Stacey: recebeu elogios dos juizes semana após semana e agradou o publico graças a sua voz e sua divertida personalidade. Não surpreendentemente, os dois acabaram num romance que foi coberto com gosto pela imprensa de fofoca durante as últimas semanas do ano.

Por pouco, Olly não foi eliminado ao ir para o bottom 2 com John & Edward na sétima semana (graças ao fato da decisão não ter ido para o público, com os próprios juizes decidindo eliminar os gêmeos). Depois de superar esse empecilho, ele conseguiu chegar na grande final junto com Joe McElderry.


Joe McElderry

Joe, de 18 anos, emocionou a todos semana após semana com suas performances. Com uma carinha de bom moço e voz de performer da West-End, ele chegou até a final e, graças aos votos de vovós Reino Unido afora, foi coroado o grande vencedor da sexta edição do The X Factor.

Impacto na indústria fonográfica

O Reino Unido é, depois dos Estados Unidos, o maior mercado fonográfico do mundo ocidental. Além disso, é um dos centros musicais do planeta: muitos dos maiores nomes da música surgiram lá e ter sucesso nas terras da rainha é vital para qualquer artista.

Durante os últimos quatro meses do ano, toda essa gigantesca indústria foi completamente dominada pelo reality show de Simon Cowell (o que dá uma idéia do poder e da influência do The X Factor).

Na primeira semana, os convidados foram Robbie Williams e Alexandra Burke. Ele, um dos maiores cantores pop do mundo inteiro, com vendas astronômicas, iria volta aos palcos depois de um hiatus de três anos para cantar Bodies, o primeiro single do seu novo CD, Reality Killed the Video Star. Já Alex, ganhadora da edição passada do programa, estrearia, depois de um ano de preparação, Bad Boys, o primeiro single do seu álbum de estréia Overcome.

A performance de Robbie causou certa polêmica pois muitos acreditavam que ele estava sob o efeito de alguma droga. Williams, que passou anos lutando contra substâncias ilícitas e entrou em hiatus exatamente para tentar se livrar de seus vícios, afirmou que só estava extasiado por voltar ao palco depois de tantos anos.


- Tinha muita Coca no meu camarim.

As performances no The X Factor beneficiaram enormemente os dois artistas: Bad Boys, o single de Alexandra, estreou em primeiro lugar, vendendo 187 mil cópias e se tornando assim o single que mais vendeu em uma semana no ano. Robbie teve que se contentar com a segunda posição mas, com 90 mil cópias vendidas, Bodies se tornou o single dele que mais vendeu no período de 7 dias desde Rock DJ em 2003.


Alex e Robbie arrasaram nas paradas de single

Na segunda semana, a mentora convidada foi Whitney Houston, que estava voltando aos palcos "repaginada" depois de uma longuíssima e pública batalha contra as drogas. Além de julgar os atos, ela também cantaria seu single Million Dollar Bills.


A performance de Cheryl Cole fez com que o público fosse ao delírio

Mas, na verdade, por mais que Whitney seja uma das maiores estrelas musicais da história, o público estava interessado mesmo era em Cheryl Cole que, depois de 5 anos como parte das Girls Aloud, iria lançar sua carreira solo com uma performance do single Fight for this Love. Ao longo da semana, sites de fofoca, tablóides e revistas especularam sobre o que ela estaria preparando, se ela faria playback ou não, se o seu nível de nervosismo seria perceptível ou não, etc.

Finalmente, Cheryl entrou no palco e, todos concordaram, arrasou. A performance foi elogiadíssima e, mais importante, bateu recordes histórico de audiência.

Já Whitney seguiu o exemplo de Robbie: extasiada por voltar ao palco depois de tanto tempo (?), ela agiu de maneira um pouco eufórica, dando a impressão de que não estava sóbria. Além disso, durante a apresentação ela teve uma pequena wardrobe malfunction quando o seu vestido desabotoou atrás.


No dia seguinte, Cheryl apareceu na capa de todos os tablóides. Até eles, sempre em busca de sangue, concordaram que a performance foi boa. Já Houston had a problem como o sempre espirituoso The Sun observou.

De novo, o The X Factor ajudou enormemente ambas: Million Dollar Bill, o single de Whitney, alcançou o quinto lugar nas paradas britânicas, sua posição mais alta desde que My Love is Your Love chegou ao segundo lugar dez anos antes. Fight for this Love vendeu 292 mil cópias, quebrando com facilidade o recorde que Alexandra Burke tinha conquistado na semana anterior. Alex porém não teve muitos motivos para ficar triste já que seu CD estreou em primeiro lugar. Ou seja, atos do The X Factor dominaram tanto os charts de CD quanto os de single. No total, Fight for this Love vendeu 715 mil cópias, se tornando o quarto single mais vendido de 2009 no Reino Unido.


The X Factor continua dominando as paradas com Alex em primeiro nos charts de CDs e Cheryl no topo na parada de singles.

No programa seguinte, os convidados musicais foram o crooner canadense Michael Bublé e a boyband Westlife (que é empresariada por Louis Walsh, juiz do programa) cujo o single What About Now estreou em segundo lugar, não sendo capaz de desbancar Fight for this Love do topo. As vendas do CD de Bublé, Crazy Love, registraram grande aumento mas quem ocupou o topo da parada de álbums foi Cheryl Cole, com o seu primeiro CD solo 3 Words.


Na terceira semana, Cheryl domina tanto as paradas de singles como a de CDs com Fight for this Love e 3 Words.

Na quarta semana, os convidados foram Bon Jovi e JLS.

Os roqueiros estado-unidenses apresentaram o single We Weren't Born to Follow mas a presença deles no programa era para promover os dez shows que iriam fazer na O2 Arena, em Londres. Jabá feito, os 200 mil ingressos disponíveis se esgotaram rapidamente.

Já o JLS é uma boyband que, na edição do ano passado, ficou em segundo lugar, perdendo para Alexandra Burke. Independente do fato de não terem saído vitoriosos, eles se tornaram um gigantesco fenômeno entre as adolescentes. Eles estavam de volta para apresentar a segunda música de trabalho Everybody in Love que, logo após a performance, foi direto para o primeiro lugar no charts de venda de singles. Enquanto isso, na parada de CDs, Cheryl Cole e seu 3 Words reinavam pela segunda semana consecutiva.


JLS e toda sua heterossexualidade storm off para primeiro lugar na parada de singles enquanto Cheryl continua seu reinado nos charts de CD

Na quinta semana, o programa recebeu Leona Lewis e os Black Eyed Peas.

Leona é a garota de vitrine do The X Factor. Depois de ganhar a terceira edição do programa, ela se transformou num gigantesco sucesso global. Seu CD vendeu milhões no mundo inteiro e seu single, Bleeding Love, alcançou o topo das paradas globais, inclusive no cobiçadíssimo mercado americano. Ela voltava ao programa para cantar Happy, o primeiro single do seu segundo CD, Echo.

Já os Black Eyed Peas, que já tinha emplacado dois número 1 no país ao longo de 2009, estreariam o terceiro single, Meet Me Halfway.

Depois da performance, os BEP voaram para a primeira posição enquanto Leona se contentou com o segundo lugar. Já na parada de CDs, o álbum do JLS estreou em primeiro lugar, com vendas altíssimas.


Black Eyed Peas e JLS: primeiro lugar nas paradas

Na semana seguinte, Shakira foi a guest performer cantando Did It Again. Além disso, todos os finalistas que já tinham sido eliminados voltaram ao programa para, junto com os que ainda estavam na competição, cantar You Are Not Alone, um cover da música do Michael Jackson. A versão foi lançada como single (com todo o lucro indo para caridade) que, evidentemente, foi direto para o primeiro lugar.

Outro ato que foi enormemente beneficiado pelo programa foi o Queen. Coincidindo com a semana de lançamento da coletânea Absolute Greatest, todos os finalistas tiveram que cantar sucessos da banda. Isso impulsionou as vendas do álbum que estreou em terceiro lugar, com vendas superiores a 100 mil cópias. Até o final do ano, o CD já tinha ultrapassado as 500 mil cópias. O mais impressionante é que a compilação do Queen, Greatest Hits, já vendeu 6 milhões de CDs e é o álbum que mais vendeu na história do Reino Unido. Ou seja, graças a uma promoção no The X Factor, um lançamento repetido, que uma parte enorme da população já tinha, conseguiu vendas mais do que dignas.

Porém quem ocupou o topo das paradas de CD foi Leona Lewis que estreou na primeira posição com seu segundo álbum, Echo.


The X Factor continua com a posse total das paradas britânicas pela sexta semana consecutiva.

Apesar de, na sétima semana, o programa ter tido performances de Mariah Carey e Susan Boyle (lançando oficialmente sua carreira como cantora), o primeiro lugar nos charts foi para o single beneficente do BBC Children in Need, sendo a primeira vez em dois meses que o topo da parada de singles não foi ocupado por um ato relacionado ao The X Factor.

Porém, Simon Cowell não teve nenhum motivo para derramar lagrimas: na parada de CDs, o álbum de sua contratada Susan Boyle estreou em primeiro lugar com vendas recordes.


Pela primeira vez em sete semanas, um ato sem nenhuma relação com o The X Factor alcança o primeiro lugar na parada de singles. Simon Cowell continuou tendo motivo para comemorar: Susan Boyle, uma de suas artistas contratados, estreou em primeiro lugar quebrando recordes de venda.

Na semana seguinte, Alicia Keys e Rihanna foram as convidadas.

Russian Roulette, o single de Rihanna, não conseguiu desbancar a música do Children in Need do topo mas estreou num digno segundo lugar.

Alicia Keys também colheu frutos após a sua participação no programa. Durante sua muitíssimo bem sucedida carreira (que já tem 8 anos), ela só tinha conseguido emplacar dois top 10 hits no Reino Unido. Sabendo que seu forte é a venda de CDs, ela optou por fazer um medely de seus grandes sucessos ao invés de cantar apenas seu single mais recente. Sua presença no programa porém foi o suficiente para fazer Doesn't Mean Anything voar para o oitavo lugar, apesar do single ter fracassado nos EUA (onde ela já havia obtido 7 top 10 hits, dois deles inclusive tendo alcançado o primeiro lugar).


Gaga causando como de costume.

Na penúltima semana, a grande convidada foi Janet Jackson. Mas quem roubou a cena, como de costume, foi Lady Gaga graças a uma excêntrica apresentação de Bad Romance onde ela cantou dentro de uma banheira para depois tocar piano sentada num vaso sanitário. Após a performance, a musica voou para o primeiro lugar.


Com Bad Romance, Gaga conseguiu seu terceiro single número 1 na Grã-Bretanha. Já Susan Boyle se mantem firme em primeiro lugar nos charts de CD pela quarta semana consecutiva.

Finalmente, para a grande final, o convidado de honra foi ninguém menos do que Sir Paul McCartney que fez um medley de alguns de seus sucessos. Algumas semanas antes, Paul tinha afirmado que, como todo o resto do país, assistia o programa, porém ele não acreditava que qualquer artista realmente revolucionário sairia desse tipo de reality (e todos nós sabemos que ele está certo).

Também participaram da final os ex-participantes mais bem sucedidos: Alexandra Burke fazendo um medley com o JLS e Leona Lewis com um cover de Stop Crying Your Heart Out do Oasis.


Michael, Bublé e Williams: dueto com finalistas

Além disso, todos os três finalistas fizeram duetos com cantores consagrados: Stacey cantou com Michael Buble, Joe cantou com George Michael e Olly com Robbie Williams.

Tirando George Michael, que não tinha nenhum lançamento recente para promover, todos os outros atos tiveram seus CDs impulsionados pela aparição no programa. Bublé foi o mais beneficiado: depois de 2 meses, seu álbum finalmente alcançou o primeiro lugar e ultrapassou a barreira de 1 milhão de cópias vendidas, se tornando o terceiro CD mais vendido do ano no Reino Unido (depois de Susan Boyle e Lady Gaga).

O Reino Unido se revolta contra a maquina

No Reino Unido, faz décadas que existe uma enorme tradição em torno do single número 1 da semana de Natal (que costuma ser a semana com as vendas mais altas ao longo do ano). Até pouquíssimo tempo atrás, todos os artistas com popularidade em alta lançavam músicas (em geral baladas) com o intuito de conseguir chegar ao topo dos charts e, caso eles fossem bem sucedidos, esse momento ficaria para sempre marcado em suas carreiras. As casas de aposta bombavam e, no domingo, as pessoas se juntavam em torno do radio ansiosas para descobrir se o seu cantor preferido conseguiu o primeiro lugar.

Esse clima de empolgação acabou faz 6 anos, quando Simon Cowell decidiu que o lançamento do single do ganhador do The X Factor cairia na tão cobiçada semana. Por tanto, desde 2004, não tem mais mistério: o single do vencedor do programa, invariavelmente um cover de alguma balada falando sobre superar os obstáculos para realizar seus sonhos, irá ocupar o topo das paradas no Natal.

Em 2009, ano que o programa bateu todos os recordes de audiência e alcançou proporções inimagináveis, tudo indicava que o mesmo fosse acontecer: Joe McElderry e sua versão de The Climb (sim, a música da Miley Cyrus) seriam o Christmas Number 1.

Porém, surgiu no Facebook uma campanha para que, na semana de Natal, todos comprassem Killing in the Name Of, o single de 1992 da banda americana Rage Against the Machine. A escolha tinha dois motivos: o nome da banda (Furia contra a Maquina. A maquina sendo Simon Cowell) e o refrão da música (Fuck you! I won't do what you tell me).

A campanha cresceu e cresceu, a imprensa começou a cobrir e, pronto, a briga entre o Rage e Joe McElderry tinha se tornado real: as casas de aposta voltaram a bombar e, no domingo, o país inteiro parou para descobrir quem tinha conseguido o primeiro lugar.

E com 500 mil cópias vendidas, 50 mil a mais do que o segundo colocado, Killing In the Name Of tinha se tornado o single número 1 da semana de Natal de 2009.


Jornais de segunda-feira anunciam vitória do Rage

Um interessante (e, tenho que admitir, prazeroso) final para a saga que foi o The X Factor ao longo dos últimos quatro meses de 2009.

Mas não se preocupem pois esse ano tem mais. E, se as 1 milhão de pessoas que estão no grupo do Facebook resolverem se juntar de novo, podem apostar que o The X Factor nunca mais conseguirá um Christmas Number 1.

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