Depois de anos sendo um pop culture junkie, finalmente resolvi canalizar minhas energias em algo útil (assim, dependendo da sua perspectiva). Esse blog tem, portanto, o objetivo de documentar quem está causando na cultura pop mas não comentando do óbvio e sim antecipando tendências e o que está por vir. E-mail me @ tacausando@gmail.com. Mais sobre a nossa proposta.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Kids' Choice Awards 2010



André, você vai comentar ATÉ os Kids' Choice Awards? Pois é... não queria banalizar essa coisa de comentar as premiações mas me deu vontade de comentar essa. Vai ver é a nostalgia?

Diferente da maior parte das crianças brasileiras da minha idade, que eram obcecadas com o Cartoon Network, eu cresci assistindo a Nickelodeon (que, nos EUA, é o canal infantil mais visto faz quase duas decadas. Nem o Disney Channel o supera) e os Kids' Choice eram A premiação que eu não podia perdeu. Eu assistia religiosamente ano após ano e amava.

Naturalmente, hoje em dia eu já não vejo mais tanta graça nos Kids' Choice. Depois de muito tempo sem assistir, eu vi a do ano passado e fiquei um pouco decepcionado. Mas, esse ano, fui de novo dar uma olhada e... bom, não foi incrível mas foi interessante.


Então, para quem não sabe, o grande negócio dos Kids' Choice, além de premiar os artistas favoritos das crianças, é ver as celebridades sendo slimed. Ou seja, serem cobertas por aquela gosma verde que é uma das trademarks da Nick.

Esse ano as grandes "vítimas" foram Tina Fey, Steve Carrel (ambos promovendo Date Night), Robert Downey Jr. (promovendo Iron Man 2) e, o melhor de todos, a cantora Katy Perry.

Gente, foi MUITO bom ver a Katy Perry sendo slimed, eu me senti com 9 anos de novo.

Olha, vou ser sincero sobre minha opinião em relação a Katy Perry: costumo acha-la meio annoying. Ela me parece ser aquele tipo de pessoa que tenta desesperadamente ser engraçada e fracassa (vide o Twitter da moça), é toda bff do Perez Hilton que é a pseudo-celebridade que eu mais odeio (e aquele site dele é bizarramente ruim: fofocas com três dias de atraso, piadas sem graça e grandes doses de sexismo. Não curto) e tenta se vender como "compositora" quando, na verdade, ela é só mais um fantoche do Dr. Luke.

Por outro lado, ela é carismática, estilosa e bonita e suas músicas são divertidas (e eu acho ela e o Russel Brand um casal super fofinho).

Porém, nos Kids Choice Awards, eu estava mais inclinado a não gostar dela porque, por algum motivo, ela achou de bom tom apresentar o prêmio falando que nem uma débil mental (sabe aquela voz que você faz quando você fala com bebê? Pois é).



Então foi extra hilário ver aquele jato de slime acertando a cara dela e a jogando no chão. OK, foi extremamente violento e parece ter doido... mas foi por isso que foi engraçado! Sim, as vezes eu tenho o senso de humor de uma criança de 9 anos.

Obviamente, Katy estava preparada para ser slimeada: a peruca era pra proteger o cabelo dela e o vestido (que não era o mesmo com o qual ela tinha chegado) era impermeável. Mas o momento pareceu autêntico, o que me faz acreditar que ela esperava um jato muito menos intenso.

Quanto aos ganhadores: os Jonas Brothers estão ficando no passado. Esse ano, os irmãos não levaram nenhum dos prêmio ao qual foram indicados (Nick e Joe Jonas perderam para Cole Sprouse, um dos gêmeos protagonistas de Zack & Cody: Gêmeos em Ação, no prêmio de Melhor Ator de Televisão e os Jonas Brothers perderam para os Black Eyed Peas como Melhor Banda). Miley, indicada a quatro prêmios, só levou um (Melhor Atriz de Cinema pelo filme de Hannah Montana) perdendo para Taylor Swift em Melhor Cantora e Melhor Canção (Party in the USA perdeu para You Belong with Me) e para Selena Gomez, de Wizards of Waverly Place, como Melhor Atriz de Televisão.

O mais surpreendente foi Lua Nova, o segundo filme da saga Crepúsculo, não ter levado o prêmio de Melhor Filme para casa, perdendo para Alvin & os Esquilos 2. A série escrita por Stephanie Meyer também perdeu o blimp de Melhor Livro para Diary of a Wimpy Kid. Porém, o grande fenômeno da literatura foi reconhecido: Taylor Lautner foi escolhido como Melhor Ator de Cinema e Jacob e Bella como Melhor Casal.

Apesar da premiação ser da Nick, as estrelas da casa tem sido ofuscada pelas do Disney Channel. Mas o canal recuperou um pouco da honra ao ver iCarly ser escolhido como Melhor Programa de TV e Bob Esponja como Melhor Desenho.

Alias, essa briga Disney vs. Nick continua dando o que falar. Apesar da Nickelodeon continuar sendo o canal mais visto entre o público alvo e iCarly e Bob Esponja serem os líderes na programação infantil, o canal da Viacom não consegue de jeito nenhum criar gigantescas estrelas e grandes franchises como a corporação do Mickey.

De acordo com o L.A. Times, rolou climão entre os executivos de ambos os canais quando a Nick se recusou a dar espaço no tapete laranja para muitas estrelas indicadas. Enquanto os grandes nomes (Selena, Demi, JoBros) tiveram tratamento normal (incluindo passar pelo tapete onde foram fotografados por centenas de fotógrafos e deram entrevistas), outros artistas da Disney, como Sterling Knight, protagonista masculino de Sonny with a Chance, e Jennifer Stone, parte do elenco de Wizard of Waverly Places, ambos programas indicados a Melhor Seriado, tiveram que entrar pela entrada do povão e não tiveram a chance de falar com a imprensa.

Enquanto isso, o elenco completo de todos os programas da Nick, incluindo iCarly, BrainSurge, The Troop e Tru Jackson V.P., tiveram tratamento normal, passando pelo tapete laranja e posando para as câmeras.

A lista com todos os ganhadores pode ser vista aqui.

Michelle Obama, a Primeira Dama, foi reconhecida com um prêmio especial pelo sua campanha para acabar com a obesidade nos EUA. Ela, que se encontrava em Washington, agradeceu via satelite.

A premiação foi apresentada por Kevin Smith (protagonista do defunto sitcom King of the Queens e estrela de vários filmes de comédia ruins, como Mall Cop, que foram grandes sucessos nos EUA mas não causaram repercussão no resto do mundo) que eu achei uma péssima escolha e um sério downgrade de alguns dos apresentadores passados (Justin Timberlake, Mike Myers e Cameron Diaz, etc).

Rihanna e Justin Bieber foram os dois performers da noite.



Rihanna foi uma das escolhas mais aleatórias ever. Além dela atualmente não ser excepcionalmente popular com crianças, seu último CD, intitulado Rated R (que, nos EUA, equivale a "Proíbido para Menores de 18 anos), não tem UMA música que seja apropriada para o público mais jovem.

A caribenha cantou um medley que incluía Rude Boy, Hard (ambas devidamente censuradas. Ou seja, ela mal cantou qualquer uma delas) e Please Don't Stop the Music.


Mas o ponto alto da noite, que fez todas as garotas de 10 anos presentes caírem em prantos, foi a performance da atual sensação teen Justin Bieber. O interprete de 16 anos não foi indicado a nada (pois ele ficou popular depois que as nominações já estavam encerradas) mas a sua apresentação de Baby levou o público ao delírio.

Em tempo, achei essa matéria do L.A. Times interessante. Ela comenta sobre a ausência na televisão de programas infanto-juvenis com garotos no papel principal. De acordo com pesquisas, meninos estão cada vez mais tolerantes na hora de assistir programas estrelando garotas e hoje em dia eles se identificam com personagens femininos sem nenhum problema. É um grande contraste se comparado com a situação na minha infância: nos anos 90, os executivos acreditavam que um programa que tinha como protagonista garotas iria afastar o publico masculino enquanto meninas assistiam programas estrelando meninos sem nenhum problema. Conclusão: nos anos 90, era raro programas infantis estrelando garotas. Créditos a Hilary Duff e Lizzie McGuire por mudar o panorama da televisão infanto-juvenil.

Also, depois do gigantesco sucesso de iCarly, Drake & Josh e Zoey 101, a Nick está apostando todas as fichas em Victorious, um novo programa de Dan Schneider, o criador de todos esses hits. O New York Times faz um profile do hit maker
. A Nick tem a esperança que Victoria Justice, a protagonista do programa, alcance o super-estrelato (até o momento, nenhuma das estrelas do canal conseguiram esse feito).

domingo, 28 de março de 2010

Chart UK+OZ: Hey, Soul Sister Stop Telephoning Me

Pouquíssimas mudanças nas paradas essa semana.


Especial na TV em homenagem a Stephen Gately faz vendas do Boyzone dispararem

Semana passada, na Grã-Bretanha, foi ao ar na ITV1 um especial do Boyzone em tributo ao Stephen Gately, integrante da boyband que morreu no ano passado. O programa foi um sucesso, com mais de 7.5 milhões de telespectadores, e fez o novo álbum do grupo, Brothers, o primeiro CD inédito desde a reunião deles em 2008, voltar para o topo com 62 mil cópias, mais de 10 mil cópias na frente do segundo lugar, Lady Gaga com The Fame.

Como se isso não fosse o suficiente, o especial fez as vendas do single Gave It All Way dispararem. O single volta para o top na décima posição.



Além disso, a Bieber fever está mais forte que nunca no país O relançamento do álbum de Justin, My Worlds, que combina o primeiro EP com o segundo, estréia em terceiro lugar no país com 38 mil cópias.

Laura Manning, cantora folk de 20 anos, estréia em quarto com seu segundo CD, I Speak Because I Can. A trilha sonora de Glee encerra o top 5.

O novo CD da cantora Goldfrapp, Head First, estréia em sexto. O resto do top 10 é ocupado por habitués: Paolo Nutini com Sunny Side-Up, Alicia Keys com The Element of Freedom, Florence & the Machine com Lungs e Mumford & Sons com Sigh no More.


Na parada de singles, Telephone continua no topo e Cheryl Cole penetra o top 5 com Parachutes que alcança a quinta posição. É o terceiro top 5 hit da moça. Também entre os cinco mais vendidos: Tinnie Tempah com Pass Out em segundo, Justin Bieber com Baby em terceiro e Rihanna com Rude Boy em quarto.

A Bieber fever continua se espalhando pela Grã-Bretanha. O relançamento do seu álbum, My Worlds, que combina o primeiro EP com o segundo, estréia em terceiro lugar no país.

Laura Manning, cantora folk de 20 anos, estréia em quarto com seu segundo CD, I Speak Because I Can. A trilha sonora de Glee encerra o top 5.

O novo CD da cantora Goldfrapp, Head First, estréia em sexto. O resto do top 10 é ocupado por habitués: Paolo Nutini com Sunny Side-Up, Alicia Keys com The Element of Freedom, Florence & the Machine com Lungs e Mumford & Sons com Sigh no More.



A romena Inna sobe duas posições com o hit dance Hot que alcança a sexta posição. Starry Eyed de Ellie Goulding finalmente sai do top 5, caindo para o sétimo lugar seguida de Jason DeRulo com In My Head.



A grande surpresa é a trupe da Young Money entrando no top 10 britânico. A musica Bedrock, um gigantesco sucesso nos EUA, onde alcançou a segunda posição, não parecia ter muito apelo para o mercado internacional mas o sucesso dela no país europeu prova o contrário: o single alcança a nona posição. O Boyzone encerra a lista.


Angus & Julia Stone ocupam o topo da parada de CDs australiana

Na Austrália, as paradas estão ainda menos movimentadas: nos charts de single, Telephone de Lady Gaga alcança o top 5, chegando a terceira posição. Além disso, Imma Be dos Black Eyed Peas e If We Ever Meet Again da Katy Perry com o Timbaland estreiam dentro do top 10 em sétimo e décimo respectivamente.



De resto: Train continua no topo com Hey Soul Sister. Além de Gaga e Beyoncé, o top 5 também conta com Jason DeRulo (In My Head) em segundo, Rihanna (Rude Boy) em quarto e David Guetta com Kid Cudi (Memories) em quinto.

No top 10: 3 Words de Cheryl Cole com Will.I.Am em sexto, Black Eyed Peas em sétimo, Fireflies do Owl City em oitavo, Replay do Iyaz em nono e Timbaland com Katy Perry em décimo.



Na parada de CDs, o top 10 continua quase idêntico ao da semana passada. Gorillaz e Mumford & Sons trocam de lugar com Sigh no More voltando para o terceiro lugar e Plastic Beach caindo para terceiro.

Já Susan Boyle, que semana passada saiu do top 5 depois de quase cinco meses, sobe para o sexto lugar com I Dreamed a Dream enquanto k.d. lang caí para oitavo com Recollection.

Além disso, Michael Bublé, que estava em décimo semana passada com Crazy Love, saí do top 10 e The E.N.D. dos Black Eyed Peas volta, ocupando a décima posição.

A unica nova entrada é a cantora folk britânica Laura Manning com I Speak Because I Can em sétimo.

No mais, tudo igualzinho a semana passada: os atos locais Angus & Julia Stone ocupam o topo com Down the Way seguido por Lady Gaga com The Fame. Jason DeRulo continua em quinto com seu álbum homônimo e David Guetta segue em nono com One Love.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Kim Kardashian: A conquista mundial já começou



Nos EUA, Kim Kardashian é uma enorme celebridade. Toda semana, ela está na capa dos tablóides, seu reality show tem audiências altíssimas, ela é a garota propaganda de várias marcas, etc.

Mas no resto do mundo, a voluptuosa morena continua sendo uma desconhecida (a não ser pelo público do canal E!, onde Keeping Up with the Kardashians é exibido internacionalmente). Paris Hilton, já esquecida na terra do Tio Sam, continua sendo referência mundial quando o assunto é socialite inútil e sem nenhum grande talento.

Porém, ontem, quinta-feira, Kim provou que está cada vez mais próxima de se tornar um household name internacionalmente ao ser manchete no The Sun, o principal tablóide diário britânico (circulação: 2 milhões de cópias por dia).

O motivo? Aparentemente, ela está de rolo com Wayne Bridge, lateral-esquerdo do time de futebol Manchester City. Mas, evidentemente, a intenção do jornal ao colocá-la em destaque é apresentar a moça ("Kim, a herdeira") ao lucrativo mercado britânico.

E, conquistar o Reino Unido é um gigantesco passo para que Kim se transforme num nome (e numa marca) conhecido na Europa, o continente mais lucrativo de todos.



Perdendo a linha (parte 2)



Michaele Salahi aperta a mão do Presidente Obama

Na mesma linha do Balloon Boy, outro episódio chocou enormemente os EUA: no fim do ano passado, Michaele Salahi e seu marido, Tareq, penetraram o White House State Dinner, um jantar anual organizado pelo Presidente para grandes personalidades, celebridades e políticos. Ambos tiveram acesso tanto a Obama quanto ao vice-presidente, Joe Biden. As fotos que o casal tirou durante a cerimônia foram uploadeadas para um álbum no Facebook da moça e foi esse álbum que desencadeou as investigações que comprovaram que eles não haviam sido convidados.

Michaele era uma das mulheres que estrelariam o reality show The Real Housewives of Washington D.C., um spin-off que faz parte do lucrativo franchise The Real Housewives do canal Bravo. Mais do que isso: câmeras do programa seguiram o casal até as portas da Casa Branca.

Porém, até a Bravo está sendo mais cautelosa do que o E!. Depois da incessante cobertura que o caso recebeu, o canal reconsiderou a participação do casal, inclusive fazendo uma enquete entre telespectadores para decidir se os Salahi deveriam ser incluídos no programa ou não (entre as perguntas, qual a primeira palavra que vem a sua cabeça quando você pensa nos Salahi? e O que você acha da quantidade e do tipo de cobertura que o episódio recebeu?. A enquete também pedia para você concordar ou discordar de coisas como Botar esse casal num reality show seria recompensar a ação deles; Se eles estiverem num reality show, eu espero que ninguém assista; Eles seriam ótimos personagens "love to hate"; Michele Salahi é uma gata (haha, se você curte uma corôa plástica, ela até dá um caudo); Eles são ótimos personagens trainwreck que eu gostaria de ver mais, etc). Até agora não se sabe se os Salahi farão parte do reality show ou não.

Alias, esse franchise Real Housewives também é uma ótima história.

Tudo começou com The OC, o seriado adolescente que foi um grande fenômeno lá pro fim de 2003. Daí, a MTV resolveu ir na onda do programa e criou Laguna Beach: The Real O.C., um reality show inovador mostrando a vida de adolescentes ricos e bonitos nessa área da Califórnia. Entre 2004 e 2005, Laguna Beach também virou uma gigantesca sensação, inclusive superando a audiência do seriado em que foi baseado.



Também em 2004, a ABC estreou Desperate Housewives. O seriado bateu recordes de audiência, salvou o canal de uma decadência que já durava quase uma década e se transformou no programa mais visto entre mulheres estado-unidenses, provando que esse público, antes ignorado pelas grandes redes abertas, era extremamente lucrativo (e daí surgiu Grey's Anatomy, Brothers & Sisters, Ugly Betty etc).

O canal Bravo, conhecido até então por Queer Eye for the Straight Guy e Project Runway, viu todos aqueles fenômenos, resolveu somar tudo e, pluft, no começo de 2006 surgiu The Real Housewives of Orange County.


Real Housewives of the O.C.

O programa, cheio de mulheres ricas, sem noção e extremamente dramáticas, se tornou um sucesso e, em 2008, o primeiro spin-off foi criado: The Real Housewives of New York City. Alguns meses depois apareceram The Real Housewives of Atlanta e The Real Housewives of New Jersey.

Em breve, o canal também estreará The Real Housewives of Beverly Hills e, claro, The Real Housewives of Washington, D.C.

Podemos concluir então que o que não falta no Bravo são mulheres ricas, completamente destrambelhadas, barraqueíras e loucas por atenção que, como já estabelecemos, é a receita do sucesso na reality television estado-unidense.





Mas enfim, voltemos ao principal. Lá na parte 1 eu comentei que dois programas me fizeram concluir que, hoje em dia, vale absolutamente qualquer coisa no mundo da reality television estado-unidense. Já falei do primeiro deles, Pretty Wild, e agora comentarei o segundo: High Society, o novo lançamento da CW.

Diferente do E!, da Bravo, do VH1, etc., a CW é um canal aberto. É lá que são exibidas vários programas cujo público alvo são garotas jovens como 90210, Vampire Diaries, One Tree Hill, America's Next Top Model e, o mais popular, Gossip Girl.

Faz duas semanas, a CW estreou o reality High Society que foca na vida da socialite Tinsley Mortimer. Tinsley está longe de ser uma celebridade mas ela é uma personalidade bastante conhecida. Com um estilo inovador e particular, ela se transformou num grande icone fashion. Diferente da maior parte das mulheres da alta sociedade nova-iorquina, Tinsley adora os holofotes e, por isso, é constante presença em eventos cheios de fotografos.


Tinsley Mortimer: protagonista de High Society

E, já que a fama parece atraí-la, Tinsley não recusou a proposta de estrelar seu próprio programa. Se você estiver zapeando rápido, você juraria que o que está no ar é um episódio de Gossip Girl: os personagens do reality freqüentam os mesmos lugares que os Upper Eastsiders mais famosos da televisão, só se locomovem de limousine (algo que a verdadeira alta-sociedade nova-iorquina não faz porque não é prático andar de limousine por uma cidade grande) e Tinsley se veste num estilo muito semelhante ao das garotas da ficção (alias, dizem que o figurino da Blair Waldorf foi inicialmente baseado no look dela e a moça inclusive já fez uma aparição rápida no programa, interpretando ela mesma no primeiro episódio da segunda temporada).

O problema é que Tinsley não é dramática o suficiente. Não basta ser bonita e rica e gostar de atenção. Para estrelar seu próprio reality você precisa ser uma pessoa completamente sem noção e, mais do que tudo, extremamente dramática. Portanto, ela é COMPLETAMENTE ofuscada por outros dois personagens do programa: Jules Kirby e Paul Johnson Calderon. E esses dois são a razão pelo qual esse programa passa completamente dos limites.


Tinsley Mortimer, ícone de estilo e fã de um tapete vermelho

Vamos para o breakdown do primeiro episódio. Assista aqui e, não se preocupe, de novo, não te julgarei por gostar.

"Eu vou te levar a um mundo onde nem tudo é tão perfeito quanto parece", narra Tinsley em off enquanto a vemos removendo sua maquiagem. Oh meu Deus, que começo mais poético e impactante! Já estou segurando as lágrimas!

Primeiro, é importante estar ciente que, por mais que o programa tente pintar Tinsley como uma jovem que bomba muito em NY, ela tem 34 anos. Então, sim, ela é meio velha para esse tipo de reality.

Mas OK, logo depois da profunda cena inicial, Tinsley começa a falar sobre com está num ponto muito baixo em sua vida: ela acaba de se divorciar de seu marido e, pela primeira vez em sua vida adulta, está solteira. Para martelar isso na nossa cabeça, nós a vemos indo a diversos eventos extremamente high profile, como um jantar para Georgina Chapman (dona da grife Marchesa) e seu marido, Harvey Weinstein (um dos produtores de filmes mais poderosos do mundo,) e o New York Fashion Week, onde todo mundo está sussurando que ela e seu marido se separaram. Dessa maneira tatibitate, nós, telespectadores, compreendemos que esse é o babado da alta-sociedade nova-iorquina.



Gossip Girl: Upper Eastsiders com carisma

Tinsley era casada com Topper Mortimer. De família rica que nem ela, os dois se conheceram na high school e rapidamente se casaram. Fun fact: Topper Mortimer não aceitou aparecer no programa portanto, toda vez que ele aparece (numa foto do casamento dos dois, por exemplo), seu rosto é borrado.

Tinsley e Topper eram o casal perfeito, com uma vida perfeita e com o apartamento perfeito no Upper EastSide. Porém, a família dele não estava satisfeita com o fato dela ser uma mulher badalada, com uma carreira e sempre na imprensa pois "no mundo antigo da sociedade nova-iorquina você só aparece nos jornais em três ocasiões: quando você nasce, quando você casa e quando você morre".

Logo depois dessa introdução de toda a empolgante (zzz) vida de Tinsley, nós somos apresentados a um dos dois reais protagonistas do reality: Paul Johnson Calderon aka P.J.C. Ele interpreta o papel do bad boy de High Society, uma espécie de Chuck Bass versão (ainda mais) homossexual. Só tem um detalhe: Chuck é carismático e, o fato dele ser fictício, faz com que nós perdoemos muitas de suas safadezas. P.J.C. não tem uma gota de carisma e, infelizmente, ele é real (e, sim, eu sei que reality shows se passam numa realidade alternativa mas o papel que as pessoas interpretam nesses programas costuma ser uma versão muito mais agradável do que eles são na vida real. Logo, tirem suas próprias conclusões).


Tinsley e Topper Mortimer

P.J.C. está acompanhado de um excêntrico promotor de festas que tem o nome mais legal de todos os tempos: Malick so Chic. Os dois estão numa limousine a caminho da underground party de um amigo de Malick so Chic (sério, vou repetir esse nome a maior quantidade de vezes possível, se acostume). Malick so Chic avisa que ele não deve arrumar confusão mas P.J.C. diz que ele SEMPRE arruma confusão.

Na festa, ele cai nuns amassos com um garoto aleatório com um corte de cabelo moderno e estranho e, no caminho de volta para casa, diz para Malick so Chic que não se importa com nada nem ninguém e que faz o que bem entender. Para dar ênfase ao que falou, ele joga uma latinha de cerveja pela janela. Uiiii, que RBD da parte desse menino!

Daí somos aprofundados sobre a vida dessa adorável pessoa: o link com Tinsley é o fato do primeiro relacionamento sério dele ter sido com o cunhado dela. Além disso, ele é bff da irmã dela. Hmm, OK... como diz aquele ditado, diga-me com quem andas e te direi quem es.

P.J.C. é conhecido em NY como the King of the Bowties porque ele está sempre com gravatinhas borboletas. Ele quer tudo. E o que é tudo na visão de P.J.C.? Ter uma família, escrever um livro e, principalmente, ser amado. Ele já foi para rehab duas vezes mas, como diz orgulhoso, "eu continuo bebendo".


Paul Johnson Calderon

E ai vem a parte mais bizarra: com MUITO orgulho, ele conta que acabou de sair de um grande escândalo que foi noticiado incessantemente pelo Page Six (a coluna de fofocas do New York Post). Basicamente, ele ROUBOU A BOLSA DE UMA MULHER EM UM HOTEL. Assim, por nenhum motivo, ele é rico, mas ele achou que ia ser divertido. Daí ele foi capturado pelas câmeras de segurança e descoberto. "Eu fui comparado à Winona Rider e a Lindsay Lohan e, para ser honesto, aquela bolsa foi a minha versão do pornô da Paris Hilton".

OK, então, além de girarem em torno de gente fútil, privilegiada e vazia, High Society e Pretty Wild tem mais uma coisa em comum: ambos estrelam criminosos. Yay. E, em ambos os casos, o crime os ajudou a chegar mais perto de seus sonhos: a fama. Inspiring.


Clepto

Corta para a segunda verdadeira protagonista: Jules Kirby. Link com Tinsley: ela mora no Empire Hotel com a irmã de Mortimer já que ambas estão "entre apartamentos no momento".

Jules se apresenta de maneira muito simpática: "eu acho que as pessoas tem inveja de mim porque eu sou linda e inteligente". OK, eu quero viver no mundo GENEROSISSIMO que ela vive onde ela é considerada "linda" mas enfim...

Ela só piora: "Meus amigos não costumam ser homossexuais, judeus, nem negros. Eu só gosto de homem branco". O-M-G, uma neo-nazi estrelando um reality show? É realmente esse o ponto a qual chegamos?



Jules Kirby

"Eu gosto de usar a n-word e eu acho que não devia ser um problema dize-la".

A n-word ao qual ela se refere é nigger. Por mais que seja usada freqüentemente em raps cantados por negros, essa palavra é completamente banida em qualquer outra situação por ser uma ofensa racial serissima.

Não vou dizer que nunca houve gente racista em reality shows. A questão é que os produtores sempre tentam esconder esse aspecto. Aparentemente, não mais.

E é ai que você se dá conta: uma das coisas que os produtores querem é que o público ODEIE com MUITA vontade grande parte dos personagens dos reality shows. Eles se esforçam para isso. No mundo deles, raiva = audiência. E, para causar esse tipo de emoção no público, eles estão recorrendo a qualquer coisa.

Esse negócio de intriga é levado muito a sério nos programas de realidade americanos. A primeira edição do Big Brother U.S. tinha o formato tradicional: o público votava em quem eles queriam que saísse. Resultado: todos os personagens barraqueiros e odiados eram eliminados nas primeiras semanas e a audiência caiu gigantescamente.


Jules Kirby: linda (?) e inteligente (??)

O que fizeram? Eliminaram a votação do público. O Big Brother americano é o único no mundo onde apenas os moradores da casa decidem quem sai. Basicamente, é um jogo de manipulação e intriga. Porque é isso que os telespectadores estado-unidenses gostam: DRAMA (drama forçado, não drama natural).

E outra coisa que eles gostam: TOTAL FALTA DE NOÇÃO. E, como é raro encontrar um ser humano com um nível tão baixo de senso lógico, é ai que os roteiristas entram. E só o fato desses programas terem roteirista explica o que Jules disse logo depois do seu discursinho Heil Hitler.

"Meu sonho é trabalhar na ONU".

OK, vou poupar qualquer tipo de comentários.

Moving on, depois da introdução de Jules, vemos a simpática moça aos berros com os funcionários do hotel, xingando tudo e todos e depois tacando o telefone no chão. Classy.

Dabney Marcer, a irmã de Tinsley, diz que é muito difícil morar com Jules e que ela não esperava que fosse ser assim, etc. e tal.

Voltamos para a "protagonista" do reality, Tinsley. Ela está nervosa porque é a primeira vez que a mãe dela, que não aprova o divórcio, irá visitar o seu novo loft. A mãe, Dale Mercer, é uma daquelas velhas extremamente assustadoras que não tem nenhuma ruga, exagera no laquê e tem sobrancelhas pintadas.


Dale Mercer

Dale interpreta o papel do ESTEREÓTIPO de velha rica e fútil. Ela não acredita que Tinsley saiu do Upper Eastside para ir morar "midtown", não aceita o divórcio e diz que irá fazer de tudo para que ela volte com Topper. É ai que você nota que tem uma coisa errada: se ela realmente tivesse qualquer interesse em se manter do lado do ex-marido de Tinsley, ela não teria aceitado ser uma personagem nesse reality show levando em conta que o casamento da filha acabou por conta dela ser uma figura muito presente na mídia. Coerência, não trabalhamos.

As duas batem boca em relação ao novo namorado de Tinsley, um príncipe alemão. Tinsley diz que ele é lindo e perfeito, Dale diz que ele é controlador, lê os e-mails dela e se aproximou enquanto ela ainda era casada. Antes de ir embora, a mãe faz um pedido para sua filha: "POR FAVOR, não seja fotografada com esse rapaz". Hahaha, por acaso essa senhora tá drogada? Esqueceram de contar pra ela que a vida toda da filha está sendo filmada para um REALITY SHOW? Um reality show onde ela, Dale, aceitou participar como personagem fixo?

Pois bem, esse é o fim do enredo de Tinsley no episódio de hoje, todo o resto do episódio gira em torno dos odiáveis J.P.C. e Jules porque são eles que não tem noção e são dramáticos.


O excêntrico Malik so Chic

J.P.C. marca um encontro com a mãe no The Russian Tea Room (onde Georgina Sparks, fingindo ser do interior, almoça com Poppy Montgomery, lembram?). A mãe dele faz papel de idiota para a câmera: "eu tenho certeza que, depois da rehab, meu filho para depois de um copo" *flashback para cena dele bebendo muito na festa*, "que ele está atrás de um relacionamento estável" *corta para cena dele nums amassos com o rapaz aleatório* "eu adoraria que ele encontrasse alguém como Anderson Cooper". Hahahaha.

Anderson Cooper = filho de Gloria Vanderbilt (portanto, bilionário), repórter da CNN e um dos dos jornalistas mais respeitados e famosos dos EUA. Cooper também nunca admitiu ser homossexual publicamente mas é common sense, todo mundo sabe. As chances de alguém meramente parecido com ele terminar com alguém como J.P.C. são nulas mas todo mundo pode sonhar, não é mesmo?


Anderson Cooper não deve estar feliz de ter sido associado a essa gente (mas ele é fã das Real Housewives).

No almoço, J.P.C pede 50 mil dólares e a mãe diz que vai pensar. Para as câmeras, ele diz: "Porque ela não me dá meu dinheiro? Tá na minha poupança, é meu.... Eu trabalhei por aquele dinheiro". J.P.C. ri da própria piada hilariante.

Mais tarde, a mãe dele libera 25 mil dólares. Ele fica muito empolgado, liga para uma amiga e começa a torrar tudo imediatamente: compra roupas, pede champagne, etc. etc.

Todos estão a caminho de uma festa que beneficiará uma caridade relacionado a AIDS. Tinsley, sua irmã e Jules estão numa limousine; J.P.C. e sua amiga Hannah estão em outra.

Nesse momento, nós descobrimos que Jules e J.P.C. foram melhores amigos. De acordo com Jules, eles pararam de se falar porque ele começou a roubar tudo dela, incluindo um Blackberry. De acordo com J.P.C., eles pararam de se falar porque ela manipulou o ex-namorado dele a terminar com ele.

J.P.C. começa a listar, para Hannah, algumas coisinhas que Jules fez nos últimos anos: ela foi presa nos Hamptons, colocou fogo na casa de campo dos pais e fingiu ter câncer para não ter sua mesada cortada. Ele espera que ela "morra num incêndio".

Já Jules fala para as garotas tomarem cuidado pois ele rouba de todo mundo e vários amigos já tiveram o cartão de crédito surrupiado por ele.

Para as câmeras, Jules confessa que não gosta muito de Tinsley. "Ela é velha e divorciada e se veste que nem uma adolescente", ela diz com um sorrisinho malvado no rosto. E, né? Taí uma verdade. Único momento do episódio onde você sente certa simpatia por Jules.

Na festa, Jules continua nos impressionando com sua total falta de noção ao sugerir que o motivo que J.P.C. estar lá é o fato dele próprio provavelmente ter AIDS.

J.P.C. vai embora da festa e se dirige a um bar em Chinatown onde resolve fazer uma afterparty. Ele flerta com um modelo e paga bebidas para todos porque, né? Ele acabou de receber 25 mil dólares.


Alexandra Osipow, Tinsley e Jules

Jules aparece com Tinsley na festa e J.B.C. fica irritado. Para mostrar seu desprezo, ele resolve jogar seu drink nela. O problema é que ele acerta uma mulher aleatória que entra em TOTAL desespero e começa a gritar que os olhos dela estão queimando. E não, o mais deprimente é que esse momento NÃO É ROTEIRIZADO, a pobre inocente que ele acertou está realmente em desespero. E não, ele não se importa, ele acha a situação cômica e diz para Jules que "ele planejava acertá-la" (ao ouvir isso, ela resolve agredir um estranho aleatório com sua bolsa). A moça grita que ele vai acabar na prisão e pega seu celular para chamar todas as autoridades possíveis.

Centenas de políciais e médicos circulam o bar mas J.B.C., sorridente, foge.

Para a câmera, Jules diz que não se importa com ele mas "tenho certeza que ele vai acabar mal. Vai ser ou cadeia ou suicídio".

Pois é, Jules e J.B.C. conseguiram fazer com que as garotas de Pretty Wild parecessem recatadas, inocentes e simpáticas.

Ao ver os primeiros episódios de High Society e Pretty Wild se tem a sensação de que tudo é possível nos reality shows americanos. Não existe absolutamente nada fora dos limites.

Não se preocupem pois isso não é verdade. Palavrões ainda são blipados. Ninguém quer ofender a tradicional família americana com palavras chulas, não é mesmo?


Tinsley: não dramática o suficiente

quinta-feira, 25 de março de 2010

Chart watch US: Marvin Sapp quebra recorde


Rihanna segue no topo do Hot 100 com Rude Boy

Need You Now
do duo country Lady Antebellum continua no topo pela quarta semana não-consecutiva vendendo 93 mil cópias mas quem impressionou essa semana foi Malvin Sapps.


Com seu oitavo álbum, Here I Am, o cantor gospel Malvin Sapps estréia em segundo lugar com 76 mil cópias. É a posição mais alta que um álbum gospel já alcançou na história da indústria fonográfica americana.

Em terceiro lugar, Ludacris com Battle of the Sex seguido da coletânea de sucessos rock The Edge.

No mais, Lady Gaga ocupa a quinta posição com The Fame, Soldier of Love da Sade ocupa a sexta, Valley of the Neptunes do Jimi Hendrix está em sétimo, The E.N.D. dos Black Eyed Peas ocupa o nono lugar e, uma semana antes do lançamento de seu segundo EP, My World part 1 de Justin Bieber volta para o top 10, na décima posição.

No Hot 100, Rude Boy da Rihanna segue no topo. Em segundo lugar, a agradável Nothin' on You do B.O.B. com Bruno Mars seguido de Telephone de Lady Gaga com Beyoncé, Need You Now de Lady Antebellum, Break Your Heart do Taio Cruz, Imma Be dos Black Eyed Peas, Hey, Soul Sister do Train, Bedrock da Young Money, TiK ToK da Ke$ha e Baby de Justin Bieber.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Tabloid Wednesday: Sandra Bullock e o bastardo inglório com quem ela se casou


Sandra e Jesse em dias melhores

Semana passada, a inTouch Weekly deu a grande exclusiva do ano até o momento: Jesse James, o marido de Sandra Bullock, a estava traindo com Michelle "Bombshell" McGee, uma tattoo model extremamente trashy. Rapidamente, Sandra saiu da casa que dividia com Jesse e cancelou sua visita a Londres, onde iria promover The Blind Side. Isso não deixou duvidas que havia verdade na história.

Alguns dias depois, Jesse James mandou um comunicado a imprensa confirmando que, apesar de muitas informações publicadas serem falsas, ele tinha sido infiel.

Not surprisingly, essa semana, Sandra e seu coração partido são capa de cinco dos sete tabloides.

Mas ó, independente do que os tabs dessa semana têm a dizer, eu quero falar um pouquinho sobre todo esse "escândalo".


Sandra, Michelle e Jesse: hot topics da semana

Sandra Bullock e Jesse James sempre me pareceram um casal meio bizarro. Ela, linda, uma atriz de Hollywood extremamente bem cuidada e perfeita. Ele, motoqueiro, feio, todo tatuado. E, na minha opinião, isso que fazia deles um casal tão bonitinho.

Assim como Sandra, Jesse é um homem extremamente bem sucedido: ele tem uma loja, West Coast Choppers, e um restaurante, Cisco Burger, ambos grandes sucessos. Ele também é um famoso apresentador de TV tendo apresentado Monster Garage para o Discovery e Jesse James is a Dead Man para a Spike TV.

E, OK, ai é a parte que tudo começa a ficar meio estranho: a amante de Jesse, Michelle "Bombshell", é uma neo-nazi. Além de ter posado para esse adorável ensaio, ela tem WP tatuado na perna. O que WP significa? White Power (embora, para a imprensa, Michelle tenha tentando fingir que era Wet Pussy. Ambas opções são classy). No Facebook, ela lista Mein Kampf como seu livro favorito.

A ex-esposa de James, uma atriz pornô, também é casada atualmente com um skinhead.

Finalmente, o logo de sua loja, West Coast Choppers, usa a Cruz de Ferro que, apesar de não ser diretamente ligada aos nazistas, foi usada bastante pelo movimento. Várias fontes seguras confirmam que existe uma foto de Jesse fazendo a saudação nazista e imitando o bigode de Hitler com os dedos.


Cruz de ferro e logotipo da loja de James

E, OK, a foto pode ser uma piada (de mal gosto). E a Cruz de Ferro não foi usada exclusivamente pelos Nazistas. Mas, não tem como negar, o ex-marido de Sandra Bullock, com quem ela ficou casada durante 6 anos, está perigosamente perto do movimento supremacista branco.

E, né? Meio bizarro alguém ficar tanto tempo com um cara assim e não achar isso estranho.

Olha, longe de mim chamar Sandra Bullock de neo-nazi. Alias, The Blind Side e Crash, dois filmes dela que ganharam Oscars, tem mensagens de tolerância e são extremamente anti-racismo.

Mas, o fato dela ter sido tão próxima de Jesse James que, por sua vez, é tão próximo do movimento Nazista é um assunto meio intrigante.

Um assunto intrigante que as revistas semanais NÃO IRÃO TRATAR.

Veja só, o público QUER ficar do lado de Sandra. Ninguém quer imaginar que ela tenha tido qualquer tipo de relacionamento com Neo-Nazis. E, além disso, os tablóides, por mais cheios de notícias falsas que estejam, não se atreveriam nunca a relacionar uma pessoa tão amada e poderosa a uma coisa tão cabulosa como Nazistas.

Então o approach dos tablóides é: a inocente e pura Sandra contra o monstro possivelmente nazista Jesse James.

E, for all I know, vai ver é essa a verdade mesmo. Vai saber, né? Além de ser casada com Jesse, Sandra nunca fez nada de errado então para que acusa-la?

E, nessa situação, ela é inquestionávelmente a vítima. Ela foi traída pelo homem que ela amava e atacá-la nesse momento realmente parece ser golpe baixo e é compreensível que isso não vai cair bem com o público.

Enfim, esse caso todo me lembra o que aconteceu com Anne Hathaway e seu namorado Raffaello Folieri, um milionário italiano, em meados de 2008.


Anne e Raffaello

Na época, o rapaz, que namorava a atriz fazia quatro anos, foi acusado de fraude, corrupção e até de usar uma suposta associação de caridade para lavar dinheiro.

Na época, os tablóides todos publicaram matérias que pintavam Anne de maneira extremamente positiva, como uma garota ingênua e boa que se deixou enganar por um criminoso. Lembro que o headline de muitas revistas foram coisas do tipo A PRINCESA E O MAFIOSO.


Capa de uma das edições da People de junho/2008

Não que Anne tivesse qualquer coisa a ver com os crimes, pelo contrário, na época, até os diários íntimos da moça foram confiscados pela polícia e ela saiu ilesa, sem nenhuma acusação. Mas, de qualquer jeito, os tabloides mostraram a situação do jeito que o público queria ver: com Anne Hathaway sendo ingênua e pura como as personagens que interpretou em O Diário da Princesa e O Diabo Veste Prada.

Mas ó, nada contra as duas, esse blog é TEAM SANDRA e TEAM ANNE.

Agora, vamos ao que interessa: os tablóides dessa semana:



E, de novo, a OK! traz uma matéria sobre perda de peso em sua capa! É assim que uma revista se mantém no mercado: sempre atenta as novidades, sem medo de inovar.

Essa semana, Kim Kardashian e Britney Spears são os grandes destaques e são elas que supostamente ensinam os leitores todos os segredos de suas dietas milagrosas. Mas, dentro da revista, Britney nem é mencionada. Além de falar um pouco sobre a dieta que Kim faz, eles ainda trazem algumas receitas de comidas saudáveis.

E, como se a capa não fosse o suficiente, essa edição é um especial de dietas primaveris (eu adoro como no mundo das revistas americanas tudo é de acordo com as estações). Então, os sortudos leitores ainda tem: uma matéria sobre famosas que recuperaram seus corpos semanas após darem a luz (Gisele, Padma Lashmiki e Ellen Pompeo), o que Kristie Alley fez para perder quilinhos a mais (alias, as pessoas ainda confiam nos segredos dietéticos da Kristie Alley? Essa mulher é igual a Oprah: uma semana ela perde 20 kgs, na semana seguinte ela ganha 40) e os segredos de beleza de Salma Hayek.

Ah, tem uma matéria chamada "O que eu comi hoje" que conta tudo que Ashlee Simpson comeu ao longo do dia: Starbucks, iogurte e granola de café da manhã; salada verde e massa para o almoço; muitas barras de chocolate e, para jantar, Taco Bell mexican pizza. Claro Ashlee, é bem isso que você comeu mesmo. Você só esqueceu de dividir seu ~segredo de beleza~: depois de todas as refeições, enfiar um dedinho na garganta e vomitar tudo. Voila. Stay healthy baby girl!

No mais, tem uma matéria sobre como Sunny, a filha mais nova de Jesse James, está muito triste por que Sandra foi embora. De acordo com uma fonte, ela está muito infeliz pois ela está "perdendo uma mãe pela segunda vez e quer muito que Sandra volte". Tá certo que a matéria é super sensacionalista mas awnn. Para quem não sabe, faz alguns meses, Sandra e Jesse lutaram na justiça para ter a guarda da menina (a mãe dela é a atriz pornô casada com um skinhead, não era exatamente um lar propício para uma criança pequena) e ganharam.

Claro que não podia faltar uma matéria sobre o novo triângulo amoroso: Cameron Diaz - Justin Timberlake - Jessica Biel. Cameron e Justin, que já namoraram no passado, estão filmando juntos uma comédia romântica, Bad Teacher (como todo mundo que lê Tabloid Wednesday já sabe). De acordo com a revista, Diaz tem se apresentado como uma pessoa divertida e sexy para contrastar com a personalidade carente de Jessica Biel. Se apresentando? Ela e Justin namoraram durante anos, tenho certeza que ele a conhece bastante bem."Ela age como se Jessica não exisisse", afirma a revista.

Leo DiCaprio e Kate Winslet: amantes secretos? Nah mas, durante o seu casamento, Kate usava um anel de ouro que foi presente de Leonardo. Uma fonte diz que eles já se sentiram atraídos um pelo outro mas, no fim, eles sempre voltam para a dinâmica de irmãos e grandes amigos. Hm...



THANK GOD! Uma weekly que conseguiu colocar as coisas em perspectiva e dar a capa para a separação de uma REAL CELEBRIDADE, a querida e talentosa Kim Kardashian. Parabéns Life&Style!

De acordo com a revista, as férias de Kim com o jogador de futebol americano Reggie Bush foram uma tentativa de revitalizar a relação mas não deu muito certo. Não houve traição, eles se separam pela diferença de maturidade entre ambos. Kim, 29 "é uma mulher de negócios sofisticada" (hahaha) e Reggie, 25 "é um crianção".

No mais, Sandra Bullock, preocupada com seu relógio biológico, queria muito ter um filho com Jesse James mas ele sempre dizia que "ainda não estava no momento certo". Ela acabou ficando muito próxima dos três enteados. Além disso, de acordo com a revista, existe uma cláusula no contrato pré-nupcial que permite que ela tenha acesso a filha mais nova de Jesse, Sunny, aconteça o que acontecer. Alias, a mãe de Sunny (a atriz pornô) afirma que ele pagou pessoas próximas a ela para descobrirem as senhas dela e apagar e-mails comprometedores que diziam coisas como "Não quero que Sunny use meu sobrenome, ache outro pai para ela".

A L&S também traz A PROVA que o relacionamento de Jake e Vienna é falso. Numa entrevista exclusiva, uma moça chamada Tanya Douglas diz que ela conheceu Jake em julho de 2008 e eles começaram um romance. Daí eles interromperam o namoro para Jake ir participar de The Bachelorette mas, quando o programa acabou, os dois voltaram. Então o moço recebeu um convite para estrelar a nova temporada de The Bachelor e, apesar de ter dito a ela que não aceitaria, ele acabou topando fazer o programa pois precisava muito de dinheiro (de acordo com ela, ele foi pago 500 mil dólares). Jake até disse que iria tentar convencer os produtores a coloca-la como uma das participantes para assim poderem enganar a todos e continuar o romance. Enquanto gravava o programa, ele se manteve em contato com ela através de um celular pré-pago que a ABC não tinha a menor idéia que existia. Mesmo depois de filmar a final do programa, onde pedia Vienna em casamento, ele continuou insistindo para Tanya que amava. "Jake não tem a menor idéia de nada. Ele só tem uma certeza: que ele ama atenção e quer aparecer na TV", conclui a ex. É, eu acredito...

Kim Zolciak, famosa por fazer parte do elenco de The Real Housewives of Atlanta, reality show da Bravo, está dando total uma de Lindsay Lohan. Depois de terminar seu relacionamente com Big Poppa (curiosamente, a identidade dele nunca foi revelada no programa. Dizem que é Lee Najir), ela engatou um romance com a DJ Samantha RonsonTracy Young. Isso mesmo senhoras e senhores, ela é bissexual! (e, puxa, com esse rostinho lindo, jurava que o grande segredo era que ela era um travesti). Na matéria, a L&S inclui um box "O que é ser bissexual?" (sério mesmo que "bissexual" é um conceito tão difícil de compreender?) feito em colaboração com a GLAAD (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation). É meio que uma mudança de tom da parte da revista pois, faz 1 mês, a capa era "PORQUE ANGELINA ESTÁ TENTANDO TRANSFORMAR SHILOH NUM GAROTO?" que incluía quotes de pessoas que trabalhavam na organização de extrema direita (leia-se: homofóbica) Focus on Family.

No mais, as 10 regras de estilo para a primavera; Miley Cyrus sendo rebelde e indo, aos 17 anos, a uma boate e dançando até o chão, piriguete-style, ao som de Take on Me do A-ha! e o pai de Lady Gaga muito irritado com o namorado da pop star, Matthew Williams. De acordo com a revista, os dois tiveram uma briga feia na porta do restaurante Mr. Chow em Londres e Gaga pai acha que Matthew só está interessado na filha dele pela fama e pelo dinheiro. O dono de um restaurante onde Gaga e o pai iam comer antes da fama diz que: "ele (o pai) antes era um cara legal. Hoje em dia, ele mais parece um guarda costa da filha".



E agora, senhoras e senhores, começa a disputa pela manchete sobre Sandra Bullock mais sensacionalista. Vai ser uma disputa acirrada!

Começamos com a US Weekly que exclama "CASADA COM UM MONSTRO". De acordo com eles, Jesse James já teve vários affairs e Michelle é apenas a primeira que veio a público. Sandra está extremamente deprimida, "tão mal quanto ela ficou em 1997, quando a mãe dela morreu". Além disso, eles falam da relação de Jesse com o nazismo, mencionando a cruz e a foto dele fazendo a saudação nazista (que eles se recusaram a publicar mas descrevem em detalhes). Um amigo o defende dizendo que ele não é nazista, que a foto foi só uma piada de mau gosto e que "ele ama História".

No mais, a US Weekly nos informa tudo que tá se passando no mundo dos realities da ABC. Tá todo mundo quebrando o barraco em Dancing with the Stars e Vienna, a ganhadora da última edição de The Bachelor, está irritada que Ali foi escolhida para protagonizar a nova temporada de The Bachelorette pois ela queria que a amiga dela, Gia, estrelasse o programa.



A inTouch foi a revista que, semana passada, revelou ao mundo Michelle "Bombshell" McGee. Essa semana, a revista anuncia na capa: "É PIOR DO QUE ELA PENSA". Numa entrevista exclusiva, Janine Lindemulder, a atriz pornô casada com o skinhead, afirma que ele é um "serial cheater".

Alias, só desgraça na capa da inTouch essa semana: o rompimento de Kim e Reggie, a ex do Jake revelando que ele é um grande mentiroso e um pobre coitado que casou com a Tara Reid.

A revista também revela que Kate Gosselin gastou mais de 35 mil dólares em plásticas antes de entrar no Dancing with the Stars. Ela colocou jaquetas de porcelana nos dentes, fez face lift, aplicou Restylane, etc. A revista observa que ela também parece ter feito "extensão nos cilhos"... como o Jezebel bem notou, o nome disso é RIMEL.

Lindsay Lohan foi vista completamente bêbada, tem feito loucuras todas as noites na Europa, bebido muito e usados muitas drogas. MEU DEUS!! MAS ISSO É MUITO CHOCANTE E INESPERADO!! Como uma notícia tão inédita não teve nem sequer uma chamada na capa?

Chris Martin e Gwyneth Paltrow estão vivendo em apartamentos separados (em edifícios conexos, seja lá o que isso for) enquanto a casa principal deles está sendo reformada. Ué, mas eu jurava que eles já tinham oficializado um divórcio? Guess not...

Nicole Kidman e Keith Urban começaram a sext um ao outro. Vocês não sabem o que é sexting? Tolinhos, é um trocadilho entre TEXTING, de text message (SMS), com SEX. Yeah... sexo via SMS. A tecnologia não para de nos surpreender, não é mesmo?



E o prêmio de manchete mais sensacionalista vai para... a Star! Parabéns Star, vocês se superaram essa semana. "Sandra estava GRÁVIDA com o bebê de Jesse" (alias, essa capa me soou bastante familiar).

E o melhor é que, apesar do que a manchete dá a entender, na verdade ela só estava TENTANDO engravidar e já tinha tido dois abortos naturais, um logo depois que eles se casaram e outro em 2008.

No mais, ex-funcionários da loja de James, West Coast Choppers, dizem que todo mundo sabia dos affairs dele e que mulheres sensuais, peitudas e tatuadas eram sempre vistas entrando no escritório dele. Além disso, ele sempre procurava garotas no MySpace. Outra fonte revela que, em 2005, ele teve que interromper suas férias em Vermont para pagar 70 mil dólares para uma ex-funcionária que estava ameaçando vir a público com o affair que eles tiveram. Outra funcionária ameaçou processa-lo por abuso sexual mas ele também deu uma grande quantia em dinheiro para ela e tudo se resolveu nos bastidores.

A revista também tem uma exclusiva com outra mulher que afirma ter tido um caso com Jesse: a stripper Melissa Smith diz que Jesse viu suas fotos na internet e, via e-mail, pediu para ela ir na loja. Eles fizeram sexo no sofá, sem camisinha ("ele NUNCA usava camisinha. Eu podia ter ficado grávida!"). O caso durou cerca de 2 anos e ele já era casado com Sandra mas foi antes dele conhecer Michelle.

De acordo com a revista, Reggie Bush traiu Kim Kardashian com uma moça chamada January. Eles se conheceram numa boate e ele a levou para casa. A revista trás fotos dela saindo da mansão. Como Reggie e Kim anunciaram a separação recentemente, é possível que eles já estivessem separados...

A melhor noticia de todas: Angelina Jolie está se sentindo "humilhada" pois Johnny Depp se recusa a ser seduzido por ela, hahaha. OK. Depp está se sentindo muito desconfortável e ele tem até um "código secreto" com o seu segurança, para ele interferir se a coisa tiver ficando feia. Os métodos de sedução de Angie no set de The Tourist: ficar sempre muito próxima, não respeitar o espaço pessoal e uma vez ela até tirou farelos de pão da barba dele. Realmente, uma puta sem vergonha. Ah sim, numa cena eles tinham que dar um selinho e, de acordo com a Star, Angie achou de bom tom enfiar a língua. Yeah, right...

Do outro lado do ring, Jennifer Aniston convidou Ben Affleck e Jennifer Garnier para irem jantar na casa dela com o objetivo de provar que ela não é uma ameaça. Isso tudo porque ela e Ben vão estrelar num filmes juntos.



Como de costume, a People tem um pouco de mais classe que os concorrentes, com uma manchete consideravelmente menos sensacionalista.

Na reportagem, a People afirma que Sandra se encontra em seu rancho em Austin, no Texas e que tem contado com o apoio de familiares e amigos. Ela está preocupada pois ela tem uma relação próxima com os enteados. Por sua vez, Jesse James está se esforçando para continuar sua rotina normal, levando os filhos para a escola, transando com umas vadias tatuadas nazistas no sofá, sem camisinha etc. Os amigos dele torcem por uma reconciliação e, embora a reunião seja bem pouco provável, Sandra ainda não acionou nenhum advogado para começar o divórcio.

Enquanto isso, Reese Whiterspoon, recém separada de Jack Gylenhaall, está feliz da vida com seu novo amor, Jim Beau, um agente.

A revista também traz Miley Cyrus, numa entrevista exclusiva sobre a sua nova fase pós-Hannah Montana, e Brett Ratner, estrela de Rock of Love, mostrando sua vida cotidiana e suas filhas. Boring.

E o que aprendemos essa semana, senhoras e senhores? Que, merecidamente, Sandra Bullock irá substituir, depois de 5 anos, Jennifer Aniston no papel de "pobre coitada". Sério, CHOREI com tudo que ela passou. Quero ir lá dar um abraço nela. Não esqueçam de ir prestigiar The Blind Side, ou Um Sonho Possível, que já está em cartaz nos cinemas. Sandra merece sua pena e seu dinheiro porque, putz... pobre coitada.

C'est tout. Até semana que vem!

Agradecimentos: Cover Awards, pelas imagens e Jezebel, por informações adicionais.

News round-up

Tô cheio de inspiração para posts no Tá Causando. A questão é: será que vou ter tempo e paciência para fazer tudo que eu planejo?

We'll see, we'll see.

Mas, por enquanto, vou só linkar umas matérias que eu acho que são must read para os fãs de cultura pop.



Jersey Shore foi um dos maiores fenômenos pop do ano passado. Agora, a MTV irá tentar recriar o fenômeno em mais de 30 países. Será um desafio pois os telespectadores internacionais não estão familiarizados com os estereótipos de New Jersey retratados no programa (guidos, guidettes, etc). Por isso, o canal está investindo numa pesada campanha de marketing que chama a atenção para a enorme repercussão que o programa causou nos EUA e tentar introduzir o conceito de guidos para o mundo ("Músculos + gel + camas de bronzeamento artificial = sexo") assim como os bordões e trajeitos que o programa popularizou nos EUA (fist-pumping, GTL, entre outros). O New York Times tem uma matéria muito interessante sobre o assunto.



Brace yourselves, ladies & gentleman, Sarah Palin vai continuar sendo uma grande celebridade. Vocês já ouviram falar nela, né? A moça governou o Alaska e foi escolhida como vice-presidente de McCain, o representante republicano das últimas eleições. A adorável Palin faz George W. Bush filho parecer um senhor inteligente e tolerante. Em sua primeira entrevista televisiva, que por si só virou um fenômeno pop e foi transformada numa paródia altamente popular do Saturday Night Live estrelando Tina Fey (melhor parte: o roteiro que fez todo mundo rolar de rir eram FALAS NÃO MODIFICADAS DA REAL ENTREVISTA), Palin se mostrou extremamente burra, afirmando que tinha muita experiência com política externa (apesar de não ter passaporte) pois "da minha casa eu consigo ver a Rússia". Ao ser perguntada se ela lia algum jornal ou revista, Palin disse que sim mas não conseguiu citar UM NOME sequer. Isso mesmo, ela não conseguiu citar UMA revista ou jornal. Enfim, a entrevista inteira tá aqui.

Obviamente, Palin e McCain não ganharam as eleições mas Sarah, sexista, homofóbica, intolerante e ignorante, virou uma ídola para milhões de americanos conservadores. No Facebook, ela tem mais de 1 milhão de fãs. Sua autobiografia, Going Rogue, co-escrito por uma neo-nazi, foi o livro mais vendido no ano passado nos EUA.

A ex-governadora, uma ex-miss, nunca escondeu seu desejo de se tornar famosa. E, depois de uma longa briga entre o A&E e o Discovery, finalmente foi anunciado que o Discovery ganhou o direito de exibir o programa e irá fazê-lo no TLC (canal que popularizou os adoráveis Jon e Kate Gosselin). Alguns dizem que eles irão pagar mais de 1 milhão de dólares por episódio, um recorde. Mas faz sentido: Palin atraí audiências gigantescas (por exemplo, sua aparição no programa da Oprah fez o talk-show alcançar sua maior audiência em anos).

Uma palavra que descreve o fenômeno Palin: assustador. Mas infos. sobre o reality show no Hollywood Reporter.

Falando em republicanos, James Cameron, diretor dos dois filmes de maior bilheteria da história, Avatar e Titanic, não poupou palavras contra eles na conferência de imprensa que promovia o lançamento do DVD de seu último filme. Ele atacou especificamente Glenn Beck, um comentarista político de extrema direita que também é um gigantesco sucesso nos EUA.



Se você também está confuso sobre o novo fenômeno tween Justin Bieber (sobre quem eu já falei a respeito aqui), o Gawker tem um guia sobre o garoto que, além de ser engraçado e sucinto, é realmente bem informativo.

No mais, Josh Schwartz e Stephanie Sevage, criadores e produtores de dois grandes sucessos adolescentes, The OC e Gossip Girl, criam um império juntos e o DVD de Lua Nova, o segundo filme da saga Crepúsculo, bate recorde ao vender mais de 4 milhões de cópias em uma semana.

C'est tout. Stay tuned por que mais tarde tem Tabloid Wednesday.

terça-feira, 23 de março de 2010

Perdendo a linha (parte 1)


Alexis Neiers, 18: Reality star, modelo e, nas horas vagas, criminosa.

Com a estréia de dois reality shows, a minha suspeita de que os produtores americanos desse tipo de programa tinham perdido qualquer tipo de limite foram confirmados.

Tá certo que limite e reality shows (especificamente os estado-unidenses) nunca foram termos compatíveis. Afinal, eles nunca tiveram nenhum tipo de comprometimento com a realidade, nunca esconderam o fato de serem scripted, sempre estrelaram pessoas extremamente barraqueiras e sem noção...

Pois é. E nós, inocentes telespectadores, achavamos que já tinhamos visto de tudo. Não é verdade. Dois realities vão muito além de tudo que parecia aceitável (e "aceitável" é um termo usado bastante loosely no mundo dos reality shows, então você tem que se esforçar MUITO para ser considerado "não aceitável"):

O primeiro deles, Pretty Wild, exibido pelo E!, (onde também é exibido Kendra e Keeping Up with the Kardashians) tem como foco as irmãs Gabby, Alexis e Tess, três belas jovens de 16, 18 e 19 anos respectivamente. As irmãs vivem num subúrbio rico de Los Angeles e as duas mais velhas trabalham como modelo. Para ser sucinto: elas são Paris Hilton wannabes e o programa iria mostra-las bombando nas boates cool de L.A. e fazendo absolutamente qualquer coisa por atenção. E, né? Gente bonita, rica, sem vergonha na cara e barraqueira é tipo uma das coisas favoritas dos telespectadores americanos, uma receita para o sucesso.

O fato de Tess não ter nenhum grau de parentesco com as outras duas garotas não é mencionado no primeiro episódio (de acordo com Andrea Neiers, numa entrevista para Vanity Fair, ela cria Tess desde 2003. Até recentemente, as duas mais velhas se apresentavam como "gêmeas") mas OK, nós já estabelecemos que os reality shows americanos são completamente roteirizados e ninguém parece se importar muito (e parece que, em episódios futuros, o fato dela não ser filha biológica será revelado. ~Oh the dramaa!~). Além disso, elas não terem nenhuma relação sanguínea dá uma interpretação menos pertubadora para o beijo hot de Alexis e Tess no filme direto para DVD Frat Party.

Então, o que faz de Pretty Wild um programa tão absurdo? O que o difere de outras centenas de realities sobre garotas burras, ricas e desesperadas por fama? Seria a idade das jovens, consideravelmente mais novas do que as protagonistas de outros realities similares? O fato de, todas as manhãs, elas tomarem um Adderall como café da manhã e treinarem seus dotes como pole dancers num poste instalado na sala? Delas serem educadas em casa pela mãe, uma ex-modelo de lingerie, com base no DVD de O Segredo? (sim, NÃO É NEM NO LIVRO!)


As estrelas de Pretty Wild: Alexis, Gabby e Tess

Wrong. O que faz de Pretty Wild tão absurdo é o fato de Alexis ser um dos seis jovens privilegiados acusados de roubar a casa de celebridades como Orlando Bloom, Megan Fox, Paris Hilton, Rachel Bilson, entre outros. Sim, basicamente, ela é uma criminosa.

Quando os jovens foram descobertos, só o piloto do programa tinha sido gravado. Evidentemente, a controvérsia não fez com que o E! desistisse de colocar o programa no ar. Pelo contrário, eles remodelaram o programa para incluir o drama de Alexis.

Pois bem, vamos fazer um breakdown do primeiro episódio:

Fica claríssimo a intenção dde recriar o sucesso de Keeping Up with the Kardashians (que, como o LA Times concluiu, se deve a dinâmica familiar). Portanto, o fato deles serem uma "família extremamente unida" é esfregado na nossa cara durante todos os 23 minutos que o primeiro episódio dura (apesar de todas as cenas mostrando a união e o amor que eles sentem um pelo outro serem obviamente falsas).


Com
Pretty Wild, o E! tenta recriar o sucesso das Kardashians.

A mãe, Andrea, foi uma modelo de lingerie que, de acordo com a própria, posou a lot para a Playboy durante os anos 80. Apesar de, obviamente ela não dar a mínima para as garotas e só ter uma intenção, transforma-las em celebridade, o reality show a pinta como uma "mãe extremamente preocupada e super protetora" (case in point: numa cena, a irmã mais nova observa que "você nem ligou quando elas sumiram durante 4 dias". Em outra, nós vemos Andrea ligando muito preocupada para as filhas quando elas não chegam da balada antes da meia-noite. Verossimilhança, não trabalhamos).

Ela também é a empresária de Tess e Alexis (óbvio) e, no primeiro episódio, leva as meninas para um casting para ser garotas propagandas de uma marca de lingerie.

O teste é posar sensualmente vestindo uma variedade de calcinhas e sutiãs, o que as garotas fazem felizes da vida e, claro, ambas são contratadas imediatamente para serem o "rosto" da grife por dois anos. Mas a executiva diz que a marca é muito cheia de integridade e, claro, elas precisam se comportar de acordo.


Not a regular mom, a cool mom: Andrea, a matriaca.

Enquanto Tess e Alexis são mostradas como completamente selvagens, sempre caindo na night, fazendo pole dancing e mostrando as calcinhas fio-dentais, a irmã mais nova, Gabby, interpreta o papel da "responsável". Apesar de tudo no programa ser bizarramente fake, Gabby consegue se sobressair: a menina de 16 anos é uma PÉSSIMA atriz e, ao longo de todo episódio, está claro que TUDO que sai da boca dela é roteirizado.

Além de Andrea dar aulas caseiras para as garotas baseadas nos ensinamentos do DVD (!!) de O Segredo (!!!), ela também tem sua própria oração onde pede proteção de Deus e que termina com, vejam só que prático, a catchphrase da família: "So it is". Obviamente, esse bordão (e provavelmente todo o resto da oração) foi criada pelos produtores mas enfim...

E o drama de Alexis? Vemos tudo: a L.A.P.D. (polícia de Los Angeles) chegando na casa, a família desesperada porque ela irá passar uma noite presa, etc. Detalhe: NADA é verdadeiro, 90% das cenas são simulação. E como eu sei que é simulação? Eles avisam? Não, é claro que não, mas tudo foi captado de maneira tão perfeita e tão pré-planejada que, mesmo se as câmeras ficassem seguindo a família 24 horas por dia, 7 dias por semana (o que, obviamente, não é o caso), seria impossível eles terem tudo registrado de maneira tão polida. Além disso, o "desespero" da mãe e das irmãs é tão absurdamente falso e mal atuado que seria meio triste se eles realmente tivessem filmado tudo enquanto a garota de 18 anos estava presa.


Tess e Alexis: até alguns meses atrás, elas se diziam gêmeas

É difícil apontar quais são as cenas mais absurdas do episódio mas, sem duvida, uma delas é quando, no carro, a caminho da delegacia, a mãe, falsamente desesperada, observa que "oh meu Deus! Centenas de câmeras e paparazzos estarão lá!" e a filha mais nova diz "AI NÃO!!". Hahaha. Primeiro que a ambição da família é ser famosa. Segundo que esse "AI NÃO!!" é exclamado na frente das câmeras, o que é bem irônico.

Claro que, no mundo real, existem centenas de evidência provando que Alexis tem sim tudo a ver com os roubos (sobre os quais você podem ler a respeito
nessa extensiva e completa matéria da Vanity Fair que inclusive confirma -- como se houvesse necessidade de confirmação -- que o reality é scripted) . Porém, os reality shows americanos não se passam no mundo real e sim em uma espécie de realidade alternativa. E, na realidade de Pretty Wild, ela só "andou com as pessoas erradas" e não tem absolutamente nada a ver com o crime.


Tess escolta Alexis na saída da delegacia

Evidentemente, Alexis é demitida da campanha de lingerie (aparentemente ser acusada de crimes não combina muito com a imagem de "integridade" que parece ser toda a base da indústria de calcinhas e sutiãs). Porém, Tess, a mais velha, mantém o contrato. E, numa das cenas finais, vemos ela desfilando num fio-dental enquanto toda a família grita, se abraça, chora e repete "ELA É NOSSA IRMÃ!!" e "ELA É MINHA FILHA!". Porque, claro, é importante bater na tecla que ELES SÃO UMA FAMÍLIA UNIDA.

O programa chega ao fim com Tess, Gabby, Alexis, Andrea e o padrasto reunidos num gazebo. Eles conversam sobre a importância de se manterem unidos e declamam seu amor uns pelos outros, nos lembrando mais uma vez que, assim como as Kardashians, ELES SÃO UMA FAMÍLIA UNIDA. O episódio conclui com o padrasto usando o bordão da família: "so it is".

Toda a falsidade, futilidade, hipocrisia e falta de verossimilhança e de noção podem ser vistas em centenas de outros realities (Keeping Up with the Kardashians, The Hills etc e tal). Infelizmente, nesse aspecto, Pretty Wild não traz absolutamente nada de novo. Porém o que difere esse programa de todos os outros é, uh, o fato da protagonista ser uma criminosa (por mais que eles tentem fingir que não).


Controvérsia não ajudou os Heene a descolarem o próprio reality

Lembram do caso do Balloon Boy? Nesse famoso episódio, uma família de Colorado fingiu que o filho mais novo estava dentro de um balão de hélio que voava a centenas de kilometros por hora. Eles mobilizaram helicópteros da polícia e uma quantidade enorme de equipes televisivas para, no fim, tudo ser revelado como uma grande farsa cujo objetivo era acelerar a criação de um reality show estrelando-os.

Depois que eles foram desmascarados , o episódio de Wife Swap em que eles apareciam foi tirado do ar. Além disso, o programa que estava sendo desenvolvido para eles foi cancelado e todos os produtores se desvincularam da família.

Dois meses antes, um dos concorrentes do programa Megan Wants a Millionaire (cujo objetivo era achar um marido rico para Megan Hauserman que, ironicamente, ficou famosa participando de reality shows), o canadense Ryan Jenkins, foi acusado de matar sua esposa (outra prova que reality shows americanos se passam numa realidade alternativa: o cara que procurava uma namorada era, na verdade, casado). A VH1, canal que exibia o programa, teve o bom senso de tirar o programa do ar (e vejam só que engraçado: existem indícios, nunca confirmados, que ele acabou em segundo lugar).


Mugshot
de Ryan Jenkins: assassino e reality star


A terceira temporada de I Love Money, programa onde ex-concorrentes de diversos reality shows do VH1 passam por desafios em troca de um alto prêmio em dinheiro, também nunca foi exibida. Jenkins era o grande vencedor da edição. Alias, é engraçado como nos EUA eles conseguem evitar que os ganhadores dos realities vazem: o programa tinha encerrado as gravações em agosto e só entraria no ar quatro meses depois, em janeiro. Aqui no Brasil, até a ganhadora da primeira temporada de Brazil's Next Top Model, que ninguém nem assistiu, vazou antes da final (outro reality show pré-gravado que teve seu ganhador revelado antes da hora: No Limite 1).

Outra informação curiosa: Flavor of Love, onde o rapper Flavor Flav procurava namorada, deu origem a I Love New York (mostrando a busca da concorrente mais sem noção, New York, pelo seu próprio namorado) que, por sua vez, deu origem a Real Chance of Love (onde os dois participantes mais sem noção, Real e Chance, também iam atrás de namoradas), New York Goes to Hollywood (onde New York tenta a fama. Mas ela já não é famosa? Como já disse, esses realities se passam em realidades alternativas), New York Goes to Work (onde ela tenta achar um emprego normal) e Frank the Entertainer... in a Basement Affair (o dating show de outro ex-concorrente de I Love New York).


Nunca acaba: Flavor of Love deu origem a mais de 10 spin-offs

Flavor of Love
também deu origem a Flavor of Love: Charm School, onde as ex-concorrentes barraqueiras tinham aula de etiqueta com a Mo'nique (que, vejam só, ganhou um Oscar esse ano por Precious. Ascensão social much?) e Rock of Love, o dating show de Brett Michaels, do Poison. Rock of Love deu origem a Daisy of Love, Meghan wants a Millionaire e Rock of Love: Charm School. Finalmente foi criado, I Love Money e Ricki Lake's Charm School,
ambos envolvendo ex-participantes de todos esses programas. Ou seja, de um reality, o VH1 criou 184772742 spin-off.

Enfim, super me desviei do assunto, mas voltando ao principal: até recentemente, as emissoras estado-unidenses tinham algum nível de integridade. Not anymore, agora a bela Alexis tem toda sua trial glamurizada no E!.

Para os curiosos, aqui está o primeiro episódio de Pretty Wild. E assistam sem medo, eu sei que todo mundo ama um trainwreck, eu não irei julga-los por gostar.

E so it is, vou interromper esse post aqui. Em breve, a parte 2 onde eu irei falar mais um pouco desse mundo louco que são os reality shows americanos (BBB é brincadeira de criança em comparação) e apresento a vocês o segundo programa que, na minha opinião, prova que não existe mais limite na busca por audiência. Estribeiras têm, mas acabou.


Not so pretty: Mugshots dos envolvidos na Hollywood Burglary. Alexis é a última a direita na primeira fila.

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